por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Amores de internautas


Escrevemos sobre fatos da infância e adolescência , e pulamos para o presente .
Entre os meus 25 e 50 anos tenho histórias de tórridas paixões , que a lua do tempo esfriou. A paixão é tão cansativa e corrosiva , que deixa seus registro cansado, esvaziado...E mesmo as paixões poéticas , elas se perdem , nos novelos das rimas.
Os amores que vivi são personagens de novela , com finais definidos, bem resolvidos.
Praticamente não vivi nenhuma paixão neste século. Estive aberta, mas não rolou. Meu coração não é esperto , mas é amadurecido , e se encanta na dose certa. Meus encantos se expandiram, deixaram de fixarem-se num só ponto, abstraíram-se , num amor amigo.
Benditos os que só viveram o calor de uma única paixão, transformada no amor /destino.
Se uma cigana tivesse me dito , que eu terminaria a vida com grandes amores, e sozinha, eu teria enlouquecido de desgosto. Hoje esse amores identificados ou não é a taça da minha vitória afetiva.
Imagino como a internet mexeu com as emoções humanas.
Em 1997 , adentrei no mundo virtual, e com toda vulnerabilidade, vivi pelo menos duas paixões . As nossas ilusões e fantasias ganham pano, agulha e linha. Em pouco tempo , entendemos que a nossa alma ficou nua , e que o outro fotografou a nossa essência , sob todos os ângulos. A arte copiando a vida, e vice-versa. Depois da segunda experiência, e última , o jogo de sedução virtual perde o encanto, e a gente recupera as próprias rédeas. Agora, nem se a gente quisesse !
Muitos como eu viveram essa experiência, na realidade, de um amor simbiótico com o próprio ego. Não chamaria o processo de insane, mas quase o considero !
O primeiro morava no Canadá , algo um tanto irreal. Cheguei a tirar passaporte para conhecê-lo. Ainda bem que o sonho foi desfeito.
O outro era um poeta carioca , com quem troquei milhas de versos.No final, restou-nos um livro poético. Essa história valeu a pena , mas é tão irreal quanto àquela.
Agora estamos na era dos blogues. Ressuscitando o passado, e de pés no chão, vivendo o presente, sem as teias dos sentimentos ilusórios.
Viva a amizade , que prescinde da fantasia , mas é generosa no carinho.
O internauta é navegador cósmico.Um tanto viciado nas teclas , mas objetiva construções reais, possíveis e felizes como a expansão dos seus domínios de informações , e o exercício humano do afeto.

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...
Socorro,

Tocas num ponto em se resolve uma subjetividade entre o infinitamente grande e o infinitamente pequeno. Afinal estes sinais que vão surgindo, inclusive esta tela desenhada com fundo branco é um eco de natureza diferente. O eco é o retorno do som que se provocou, enquanto este tipo de eco que falo é aquele que ao contrário viaja adiante, como uma reverberação. Então estamos falando através do mundo do infinitamente pequeno (da natureza particular da matéria). E fazemos isso porquanto o internauta substituiu por absoluta falta de conquista o astronauta do tempos de Barbarela, de 2001 uma Odisséia no Espaço. Este é um ponto.

Mas tem outro ponto que agora lembro: tendo a achar que o engano é algo que tende cada vez mais para uma mera referência da eficiência capitalista. O quê é um erro nestas circunstâncias extremamamente pragmáticas? Fica cada vez mais uma simples medida. Não vejo engano na ilusão, na fantasia, no desejo, na famosa "viagem na maionese". Apenas sinto como um pós realizado como muitas outras coisas que nem são de qualquer destas naturezas.
23 de agosto de 2009 22:32

Socorro Moreira disse...
Zé do vale,

O pós realizado, se incompleto, no mínimo nos capacita para o bom entndimento da vida. Chega o novo, e tudo recomeça !
No infinitamente pequeno , a gente descobre a máxima que nos prende...Provavelmente , a mesma que nos solta... !

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