por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 17 de março de 2014

Lições de Bom Humor - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Com o infarte sofrido por Renato Aragão, nossas preces para que ele se recupere e volte a espalhar o bom humor dos trapalhões. O mundo precisa de alegria, no momento em que tantas noticias alarmantes são dadas com veemência pelos meios de comunicação. Aliás, eles se alimentam da desgraça. Quanto mais desastres, melhor, mais audiência, mais números de jornais e revistas serão vendidos. Então vamos lavar nossa alma com um pouco de bom humor. 

Relembrando o saudoso personagem Zacarias de "Os Trapalhões", adentrando numa loja de material de construção e pedindo ao balconista:
- Eu quero 1.000 torneiras.
- Puxa, Zacarias, você está construindo? - Quis saber o vendedor.
- Não, venho do médico e ele disse que eu tenho miopia!

Mas um dos maiores humoristas cearenses foi o famoso Quintino Cunha. Nascido em Itapagé - CE, além de humorista nato  e poeta, foi também advogado criminalista. Seu filho Plautus Cunha registrou em livro várias histórias engraçadas do espírito de humorista do cotidiano de seu pai:

*Quintino quando criança encontrava-se em Baturité. Ao vê-lo, um padre pediu que lhe ensinasse onde ficava o correio:
 - Dobre na primeira rua à direta, depois entre à esquerda e chegará numa praça onde encontrará um prédio bem grande. É lá! - E o padre admirado com a esperteza do garoto, ofereceu-se para lhe ensinar o catecismo.
- Para que? -  Indagou Quintino
-  Para lhe ensinar o caminho do céu! - E prontamente Quintino respondeu:
-  O senhor não sabe nem o caminho do correio...!

* Na campanha política de Nilo Peçanha para presidente e J.J. Seabra para vice-presidente, Quintino ironizava:
- "O Brasil está despedaçado: precisa um Nilo, ainda que depois Seabra"
* Num tribunal de júri, seu opositor afirmou:
- "Eu estou montado na lei".
 - "Pois é muito imprudência montar num animal que não conhece!"
* Certa vez caminhava pelas ruas de uma cidade do sul do Ceará ao lado de um sacerdote muito querido pela população, quando um romeiro se aproximou e deu ao padre uma nota de 10 mil reis, que ele colocou em um dos bolsos. Logo mais à frente um pedinte estendeu a mão para o padre e ele deu uma moeda. E comentou com Quintino:
- Está vendo como é: aqui o dinheiro entra por um bolso e sai pelo outro. - Afirmou o padre.
- E já sai trocado! - Emendou Quintino.

Para finalizar, uma que me contaram há alguns anos, cuja autoria eu não sei, mas me passaram como sendo do Barão de Itararé, um humorista que fez muito sucesso no inicio do século XX.
* Um deputado discursava na câmara, quando um outro o aparteou:
- "Me parece que o assunto não é bem assim..." 
- " O Senhor está assassinando o português, não se deve começar um período  com o pronome à frente do verso." - Ensinou o deputado que discursava.
- "E como é o certo? - Quis saber humildemente o deputado que errou.
- O senhor deveria dizer, parece-me."
- Como é o nome de vossa excelência?
- Teixeira Coelho! - Respondeu o orador
- Desculpe, mas o senhor também está errado, deveria dizer: "Cheira-te Coelho!

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Nota: Parte das citações atribuídas a Quintino Cunha foram por mim adaptadas de um texto de autoria de Dagmar Chaves, publicado na Revista Itaytera, N° 37 edição de 1993, páginas 180 e 181. As demais do livro de Plautus Cunha lido por mim há mais de 50 anos.