por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A "senha" - José Nilton Mariano Saraiva

Numa entrevista onde o “mediador” (involuntariamente)  acabou roubando a cena e se destacando por ter que repreende-lo (educadamente) em diversas oportunidades, no sentido de evitar o floreio verbal (vulgo “enchimento de lingüiça”) atendo-se à objetividade nas respostas, o governador do Ceará, Cid Gomes, foi a estrela do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, em 23.09.13.

Ainda assim, algumas inconfidências puderam ser “pinçadas” pelo telespectador, a saber:

a) o irmão mais velho, Ciro Gomes é o seu ícone, seu rumo, seu norte, sua bússola, sua referência maior (expressões por ele usadas), donde podemos concluir que exerce, sim, ascendência sobre ele e o seu governo (a propósito, lembram que o Ciro Gomes disse aí no Crato, que o polêmico, desnecessário e milionário Aquarius, seria construído, sim, porque ele assim o queria ???);

b) Cid Gomes literalmente calou-se, perdeu a pose e exibiu aquele sorriso amarelo da criança que é pega praticando uma travessura, ao ser questionado sobre o “porquê” de na ilha de prosperidade que é o Ceará, o IDH ser apenas o 16º do país, num universo de 26 estados da federação (para os menos avisados, IDH, ou Índice de Desenvolvimento Humano, é a medida que serve como referencia do padrão de vida das pessoas, com base na expectativa de vida, educação e PIB per capita); pois bem, sem saída, limitou-se a balbuciar que “nem tudo acontece como a gente quer”, num reconhecimento explícito de que o seu governo não tá com essa bola toda;

c) dizendo-se “praticamente expulso” do PSB, via “tratamento desrespeitoso” do seu presidente, Eduardo Campos, alfinetou que no seu entender este não será candidato à Presidência da República, nas próximas eleições, apesar da rasgação de seda a respeito, por parte do partido e da mídia;

d) instado a expressar-se sobre se tinha planos de mais à frente concorrer à Presidência da República (em 1918), meio que involuntariamente deu a “senha”: Ciro Gomes é o “candidato natural”, na perspectiva de alguém da família candidatar-se à “presidência”, num futuro qualquer; donde podemos concluir que o “aluguel” do PROS pelos Ferreira Gomes tem um objetivo maior e de prazo mais elástico: apoderar-se do partido daqui a pouco e a partir daí tentar alavancar a candidatura do teimoso “messias” Ciro Gomes, porquanto com tempo de televisão e fundo partidário garantidos pela adesão de todo o grupo político; além do que, uma leva de agremiações nanicas certamente com ele cerrará fileiras.


Portanto, Ciro Gomes será, sim (de novo, outra vez, novamente), candidato à Presidência da República, em 1918 (mesmo que por um partido que no nascedouro não tem qualquer linha programático-ideológica).

Alguém duvida ???