por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 29 de outubro de 2011

A política de Samuel Araripe mais uma vez investe contra Almina Arraes - José do Vale Pinheiro Feitosa

Acabo de ler no blog do Azul Sonhado uma carta de Almina Arraes. Encontrei se dando ao trabalho de salvaguardar seus argumentos contra a SAEC diante da palavra fácil do vereador George Hugo Macário de Brito. Ele teria a acusado de caduca para proteger a administração de Samuel Araripe. Por isso ao considerar a distância dos detalhes do ocorrido fica o extrato do que realmente aconteceu: o estilo debochado e virulento de uma situação política que administra o Crato há oito anos. E em que pese o ácido do vereador, todo ele tem uma nascente e ela é Samuel Araripe. Foi em defesa de sua administração que a caduquice argumentativa do vereador se manifestou no plenário da câmara.

Eu tive contato com o George Macário pessoalmente e à distância por três vezes. A primeira foi numa reunião na Fundação Araripe quando o Pierre e a Violeta (irmã de Almina) o apresentou. Acho que ele teria algumas habilidades que poderiam ajudar a Fundação. A segunda quando tendo feito um texto para recordar as imagens de criança com os aviões da Real pousando no aeroporto do Crato e ele me cobrou não ter citado o avô que era o agente da Real no Crato. Ora meu texto não era um trabalho de pesquisa para esgotar o assunto, era um trabalho sentimental embora com pesquisa, mas não citar o avô dele não havia problema nenhum. Acho que ele queria dar a informação, mas o modo como o fez me pareceu arrogante e depois o li algumas vezes com argumentos que foram a marca dos agentes da administração Samuel em blogs e manifestações orais. Por último, por um amigo comum o Bruno Pedrosa, que demonstrou carinho por ele, inclusive pelo seu viés artístico.

Então fica o registro que pouco conheço o George Macário para fazer um julgamento dele em razão desta fala desrespeitosa e desqualificadora de uma cidadã em defesa dos seus direitos. Aliás, até me surpreendeu. O pai dele, Humberto Macário é muito amigo da família Arraes, até por que se casou com uma filha de Aline, filha de Alexandre Arraes e muito próximos de Dona Benigna, a mãe de Almina. A admiração e amizade de Ernani Silva e do próprio Humberto com a família inclusive causou-me um problema operacional na época de estudante. Então o diretor de um grupo de teatro estudantil que ensaiava o Auto da Compadecida, iríamos nos apresentar em Juazeiro e Humberto avisou à família que se fôssemos seríamos todos presos por subversão. Isso me valeu a perda de dois atores chaves no elenco filhos de Almina. Tivemos que improvisar a substituição de última hora.

Não sei se os filhos e netos estão mais arrogantes por que foram criados num mundo de abundância. Seria possível que aconteça aí o célebre manifesto de oligarquias que se sucedem no poder e acham que todos ficam muitos níveis abaixo das necessidades desta? O que motiva algo assim para defender uma administração num debate na Câmara de Vereador é no mínimo o demonstrativo da escassez completa de alguma moralidade e algum senso de cuidado em ser representante do povo. Os oligarcas costumam desconsiderar as instituições, pois eles sempre vêm primeiro. Se apresentam na assembléia deliberativa da sociedade como se estivessem num bar entre amigos falando dos outro o que bem entendem ou lhe vem à cabeça após alguns graus de álcool na cuca. Mas o pior é que o neto de Aline, filho de Humberto Macário disse o que disse sobre Almina em nome de Samuel Araripe, outro filho de papai político.


a poesia pode
dizer tudo,
sem falar quase nada.

Duas escolas do Crato serão beneficiadas com Laboratório de Arte Contemporânea



(foto) O famoso urinol de Marcel Duchamp imagem emblemática desse tipo de arte. Estudantes produzirão materiais e ações na área da arte contemporânea.

Experiência piloto em artes nas escolas será desenvolvida pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará - SEDUC, através da 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação – CREDE, na cidade do Crato. Trata-se do Projeto Laboratório de Estudos, Vivencias e Experimentos em Arte Contemporânea – LEVE Arte Contemporânea que será desenvolvido com os alunos do Colégio Estadual Wilson Gonçalves e do Teodorico Tele de Quental. O objetivo do projeto é favorecer o contato dos estudantes com as produções artísticas, os espaços de circulação da arte e com os próprios artistas. As atividades do Laboratório constarão de visitações as instituições, ateliers, galerias, leituras visuais e teóricas e produção de trabalhos e ações experimentais no campo da arte contemporânea.

Os diretores das escolas estão confiantes na possibilidade de desenvolvimento cognitivo dos alunos. O Projeto funcionará no contra turno das aulas convencionais e terá inicio a partir desta segunda-feira, dia 31. Essa semana os alunos já estarão participando de atividades vivenciais e no sábado, dia 05 de novembro terão a sua primeira aula performance no centro da cidade, na oportunidade um artista irá ministrar aula e ao mesmo tempo fará a raspagem do cabelo e da barba, o que resultará posteriormente num material pedagógico para as aulas de artes.

Para a professora do Curso de Artes Visuais da Universidade Regional do Cariri – URCA, Nívia Uchôa essa experiência tem importância para o intercâmbio dos alunos com outros universos de pensamento, a partir da arte contemporânea e da cultura. Ela destaca que é necessário que o ensino de Artes nas escolas seja tratado de forma interdisciplinar e contextualizado.

A idéia do projeto nasceu a partir de uma experiência pedagógica em sala de aula desenvolvida numa escola da rede estadual do Crato, localizada no bairro mais populoso da cidade, o bairro Seminário. Em que os alunos tiveram a oportunidade fazer trabalhos no campo da arte que fugia da normalidade que estavam acostumados, como assistir aulas em baixo das arvores, subir em cima das cadeiras escolares, produzir espetáculos, vídeos e fazer trabalhos de artes nos espaços urbanos.

CARTA ABERTA AO VEREADOR GEORGE HUGO MACÁRIO DE BRITO


Aos 87 anos, jamais encontrei quem duvidasse de qualquer história contada por mim. Hoje fui surpreendida com a noticia de que o Vereador George Hugo Macário de Brito, havia dito em sessão na Câmara dos Vereadores do Crato, não ser verdade o caso da SAAEC e que eu estava sem memória, com as idéias perturbadas, demente. No caso, quem mentiu? Estou em plena lucidez , dirijo a minha casa, faço trabalhos artesanais e ainda tenho o computador onde escrevo, leio jornais, falo diariamente com filhos, netos, sobrinhos, amigos e os vejo através da câmara. E não só isso vereador, elaborei uma cartilha de informática, Minhas Lições, para presentear meus amigos incentivando -os a se familiarizarem-se com a internet, para seu conhecimento. I
Imprimi a segunda edição das MINHAS LIÇÕES com temas diferenciadas. Como posso estar demente? Seja mais prudente, reflita e saiba o que vai dizer. Não queira galgar o sucesso prejudicando uns para enaltecer os que não são dignos.


ALMINA ARRAES de ALENCAR PINHEIRO
Crato, 29-10-11


no aceno decifrava
a musa me registrava
e a quadrinha passava
o que Ulisses rimava...

Bastinha Job



Eita, vidinha mais ou menos!

A gente fica encabulada  de tão bem ser recebida.
-Todos que o digam!
A casa de João Marni e Fátima é um " pedacinho do céu"!

Bonanças e vida longa para esta amável família!

"Zorro" X "Sargento Garcia" - José Nilton Mariano Saraiva

Como não somos de ficar em cima do muro, guardar conveniências ou sair por aí sem tirar o sabão do corpo, já tivemos oportunidade de afirmar, aqui mesmo e em diversas oportunidades, que, lamentavelmente, no Brasil os desmandos afloram e se encontram presentes em todas as esferas do poder constituído (Executivo, Legislativo e Judiciário) e não será um Presidente (a) da República sério e bem intencionado (como o é a Dilma Rousseff) que irá debelá-los da noite pro dia, de uma hora pra outra, usando uma simplória varinha mágica de condão. Isso porque se trata de uma “questão cultural”, estratificada secularmente, arraigada em profundidade e solidamente fincada em terreno rochoso; portanto, demandará tempo, muito trabalho e paciência a fim que seja definitivamente varrida do mapa ou exterminada de uma vez por todas.
Agora mesmo, causou o maior qüiproquó e passou a ser discutido nos lares, bares, na rua, supermercados, motéis, igrejas, entre quatro paredes, nos altos escalões e em qualquer rodinha que se estabeleça no meio da rua, a corajosa declaração da ministra-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, ao admitir que “...há bandidos escondidos atrás da toga”, que “...existe corrupção no poder Judiciário, como existe em todos os segmentos da sociedade brasileira e eu tenho o dever constitucional de combatê-la” e, alfim, ao provocar sarcasticamente: "Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. É um Tribunal de Justiça fechado, refratário a qualquer ação do CNJ” (aqui pra nós: qual seria a razão ???).
Ora, todos nós sabemos que não existe no Brasil grupo mais corporativo do que o Poder Judiciário, já que muitos dos seus magistrados se julgam donos da verdade, senhores da razão, intocáveis criaturas, espécie de semi-deuses e, pois, inalcançáveis pelo mortal-comum (talvez em razão da multifacetada cultura adquirida), daí a reação irada e apopléctica do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) César Peluzo, exigindo um pedido de desculpas formal da magistrada. Ao que esta não titubeou em responder “Eu não tenho que me desculpar. Estão dizendo que ofendi a magistratura, que ofendi todos os juízes do país. Eu não fiz isso de maneira nenhuma. Eu quero é proteger a magistratura dos bandidos infiltrados. Estou atenta às minhas responsabilidades, aos meus deveres constitucionais para que um dia eu possa dizer, depois da minha aposentadoria: nunca mais o despotismo, regerá a nossa Nação”.
Aqui pra nós, a verdade verdadeira é que os “pseudos” donos do poder e da razão (integrantes do Judiciário) não admitem qualquer espécie de controle – externo ou interno - e querem é tirar o poder da corregedoria do CNJ para investigar os crimes (graves e diversos) praticados por juízes, delegando a tarefa aos tribunais regionais (onde eles seriam julgados por seus pares, com resultados pra lá de previsíveis).
Basta que se diga que dos 33 juízes punidos pelo Conselho Nacional de Justiça, desde a sua criação (em 2005), o Supremo Tribunal Federal já concedeu liminares suspendendo as penas de 15 deles (e neste momento nada menos que 35 desembargadores estão sendo investigados pela corregedoria do CNJ).
E você, aboletado aí em sua poltrona do outro lado da telinha, sorvendo aquela “loura suada” estupidamente gelada e tirando o gosto com panelada (ou lagosta, por que não ???), acha mesmo que “Suas Excelências” (os nossos bravos juízes) devem continuar mandando e desmandado, casando e batizando, fazendo e acontecendo, sem nenhuma contestação ??? É justo isso ???

O CANTO DO SABIÁ - Marcos Barreto de Melo

Toda tarde tu me chegas
Pra cantar no meu terreiro
E eu fico a te procurar
Entre os galhos do oitizeiro
Mas, não é pra te espantar
Quero só te escutar

Sabiá sei que tu cantas
Por querer me alegrar
O meu peito consolar
Só porque me viu chorar
Quando pela estrada andei
Procurando o que deixei

Meu sabiá, eu chorei
E a você vou negar não
Chorei porque não achei
Aquele velho cajueiro
Onde desenhei um coração
Com as iniciais do amor primeiro

Porque não vi o engenho
A doce cana caiana
A garapa, a rapadura
Aquele doce umbuzeiro
O gado no pasto berrando
E o vaqueiro campeando

Sabiá, também chorei
Quando para o curral olhei
E não vi mais a fartura
Do leite cru no capucho
Porque não vi apitando
O carro de boi na estrada

Sabiá, se eu chorei
Foi porque não encontrei
O riacho de água doce
Onde eu ia me banhar
Chorei ao ver os terreiros
Onde eu corria e brincava
E ao lembrar-me dos brinquedos
Que eu mesmo inventava

E do outro lado está cheia? - José do Vale Pinheiro Feitosa

É impossível negar, a carroça da internet não está vazia. Ela está cheia de coisas divergentes e de divergências dentro do próprio discurso. Existe um tipo de texto que se contradiz dentro da própria indignação como este abaixo. Leia com atenção que encontrarão tais contradições.

Fazendo uma interpretação apressada, suponho que seja fruto de muito exercício de leitura, em várias fontes com tendências interpretativas diferentes. Aí a pessoa pega um argumento aqui e junta com outro lá e não percebe a contradição. Mas o importante é que o pessoal está escrevendo muita bobagem, mas reproduz direitinho o que lêem. No texto abaixo somos capazes até de saber as fontes onde o camarada se "instruiu" para fazer sua leitura. Claro que ele também recebe muito spam com coisas iguais.

"Há uma grande conspiração em curso no Brasil. Trata-se da conspiração do PT e da esquerda em geral para assaltar o bolso das famílias, para imporem um modo politicamente correto de pensar, para censurarem o machismo, a homofobia, o sexismo e o nosso direito de andar armados. Essa gente quer assaltar os cofres públicos para nos fazer pagar impostos, com os quais eles só fazem roubar e enriquecer, enquanto eu me sinto vilipendiado e cada vez mais envergonhado. Nunca houve tanta corrupção neste país, nunca. É aquela coisa do pobre que jamais teve algo e que agora se lambuza, minha avó já dizia. Aqui, comediante é levado a sério, só porque é fascista, homofóbico, machista e age contra a lei, enquanto os políticos, ah, os políticos, esses seguem sem ser levados a sério. Por isso eu gosto mesmo é do Bolsonaro, inclusive. Ele vem sendo vítima do festival de autoritarismo e corrupção que assolam este país. Esses petralhas que estão mais preocupados em atacar a liberdade de imprensa do que em governar o país. Sim, porque o país só vai bem graças a Fernando Henrique, que não fosse ele, esses petralhas iam ver. O PT não faz nada que preste e só rouba o nosso dinheiro. O filho de Lula é milionário, Dilma sabe e acoberta Orlando Silva, aquele moleque safado que está podre de rico, caiu porque é culpado, óbvio.

Outro dia um jornal muito importante disse no seu editorial que o país precisava de uma limpeza ética! Eu concordo! Cresce no país a consciência de que chega de tudo isso que aí está! E ainda querem mais imposto para a saúde, e fraudam até provas de ensino médio, que são de alta importância para os nossos filhos! Como eles terão certeza de que entrarão por seus próprios méritos na Universidade? Não basta ter direitos negados pelas vagas dadas de presente – às nossas custas – a quem se diz negro (como se houvesse racismo no Brasil, ora essa!), aos desqualificados das escolas públicas e, pasmem, para indígenas. Chega! Está na hora da nossa marcha, da marcha pela dignidade, contra essa gente que quer mandar em nós, que quer controlar o nosso modo de pensar, que pretende ganhar dinheiro às minhas custas e fazer demagogia com os impostos que eu e minha família e você paga!"

Antepasto de Berinjela


* Ingredientes
* 3 berinjelas grandes cortadas em tirinhas
* 1 pimentão verde cortado em tirinhas
* 1 pimentão amarelo cortado em tirinhas
* 1 pimentão vermelho cortado em tirinhas
* 2 cebolas grandes cortada em tirinhas
* 250 ml de azeite
* 1 xícara de vinagre de vinho tinto
* Orégano a gosto
* 1 vidro pequeno de azeitonas sem caroço
* Sal a gosto


* Modo de Preparo

1. Corte as berinjelas, os pimentões e as cebolas e arrume em camadas a berinjela, o pimentão e por cima a cebola, em placa de alumínio
2. Coloque por cima o azeite, o vinagre, o sal, o orégano cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido bem quente (mais ou menos 200º graus) por 15 minutos
3. Tire do forno, acrescente as azeitonas fatiadas dê uma ligeira misturada e leve novamente ao forno (continua com o papel alumínio) até que a berinjela seque e fique escura (mais ou menos 1 hora e meia)
4. Tire do forno, espere esfriar e leve à geladeira
5. Se puder esperar que fique marinando 2 ou 3 dias na geladeira, fica bem mais gostoso
6. Sirva com pão italiano, com carnes

tudogostoso.uol.com.br

A lembrança querida de Seu Ramiro Maia


Quisera essa doçura e sabedoria, nos últimos dias da minha vida.

foto de Ismênia Maia

Poesia pequenina - Alexandre Lucas


Vem como menina
Com versos nos lábios
E calafrios na alma
Vem rimando com o olhar
Tropeçando nas palavras
Deixando o sorriso cair
Rodopiando em dança de cisne
Vem fraterna, vem cúmplice
Sem as cobranças de um cativeiro.

Alexandre Lucas

Canção maravilhosa !


Omara Portuondo- Colaboração de Aloísio



Omara Portuondo nasceu na capital cubana, Havana, em 29 de outubro de 1930. Embora só tenha se consagrado internacionalmente no meio musical ao se aproximar dos 70 anos de idade, quando se tornou a única mulher a integrar o álbum e o documentário Buena Vista Social Club, lançado em 1999 pelo diretor alemão Wim Wenders, ela acumula pelo menos 60 anos de trajetória profissional.

Esta dama da música cubana, de voz macia como o veludo, iniciou sua caminhada artística aos 15 anos, quando era conhecida como “la novia del filin”, estilo romântico que marcava o cenário de Cuba. Seu talento é inato, desenvolveu-se naturalmente, sem que ela precisasse se dedicar à teoria no interior dos estabelecimentos de ensino musical. Sua verdadeira escola foi seu lar, seus mestres os próprios pais, que cultivavam o hábito de cantar depois do almoço. Primogênita de três irmãos, já na infância ela improvisava duplas com o pai, fonte de muitas das músicas que ela posteriormente gravaria em seus discos.
Magia Negra foi seu primeiro álbum individual, lançado em 1959, com destemidas doses de música produzida na ilha e jazz procedente dos Estados Unidos. Na época em que o governo norte-americano rompe relações com Cuba por conta da questão dos mísseis, as irmãs se encontram em Miami. Enquanto Omara opta por retornar a sua terra natal, Haydee prefere se refugiar na América do Norte.
Sua recente aparição no filme Buena Vista Social Club, cantando junto com Ibrahim Ferrer e Compay Segundo, lhe garantiram finalmente o reconhecimento internacional. Em 2008 Omara cantou ao lado da cantora brasileira Maria Bethânia, em turnê histórica pelo Brasil, a qual rendeu um álbum, um DVD e um belíssimo livro ricamente ilustrado, com registros desse encontro inesquecível. Nesse mesmo ano lança o CD Gracias, com participações de Chico Buarque, Pablo Milanês, Jorge Drexler, Cachaito e Chucho Valdés.
A música “Tal Vez” consta do CD gravado por Omara Portuondo e Maria Bethânia.

Tal Vez
(Juan Formell)

Tal vez
Si te hubiera besado otra vez
Ahora fueran las cosas distintas
Tendrías un recuerdo de mí

Pero tal vez
Si tú hubieras hablado mi amor
Te tendría aquí a mi lado
Y serías feliz

Tal vez
Si al despedirte de mí
Tus manos tibias
Hubieran tocado mis manos
Diciéndome adiós

Pero tal vez (Refrão)

Tal vez
Si te hubiera besado otra vez
Ahora fueran las cosas distintas
Tendría un recuerdo de ti

Pero tal vez (Refrão)

Tal vez
Si al despedirte de mí
Tus manos tibias hubieran tocado
Mis labios diciéndome adiós

Pero tal vez (Refrão)

Antenógenes Silva - por Norma Hauer



Ele nasceu em 30 de outubro de 1906, em Uberaba-Minas Gerais. E daí? Daí que estudou música, virou acordeonista e compositor. Para onde ia levava aquele pesado acordeon e gostava de contar histórias de sua vida.
Conheci-o em 1976 no programa "Sala de Visita", que Raul Maramaldo apresentava na Rádio Rio de Janeiro.
Foi quando contou uma história referente à melodia de "Saudades do Matão", gravada por Carlos Galhardo e em cuja etiqueta do disco de 78 rotações constam os nomes de Jorge Galatti e Raul Torres, como autores. O mesmo ocorrendo no LP "Carrossel de Melodias", de 1958, também com Carlos Galhardo
.
ATENÓGENES contou que compusera essa música em 1920, quando vivia em São Paulo. Afirmou que costumava executá-la nas festinhas infantis, por não ser, ainda, músico profissional.
Anos mais tarde, soube que ela havia sido gravada como sendo de Raul Torres (autor da letra) e Jorge Galatti, como compositor da música.
Entrou na luta pelo direitos autorais, provando ser o verdadeiro autor da música e que Jorge Galatti nunca compôs nada. Em gravações posteriores aparece seu nome como compositor .

Dentre as músicas de Antenógenes que receberam letra, a que considero mais bonita é "Uma Grande Dor Não se Esquece", gravada por Gilberto Alves.

Antenógenes Silva foi casado com Léa Silva, uma das pioneiras do rádio, onde apresentava um programa para mulheres, tal com Sagramour de Scuvero o fazia.

No final dos anos 30 eram as únicas mulheres locutoras de rádio.
mas Léa Silva era química e lançou um produto "de beleza" de nome "Creme Marsília",
muito bom.
Era um creme bastante agradável que deixava a pele fresca, limpa e hidratada...mas se deixava "bela" é outra história.
Mesmo após a morte prematura de Léa Silva nos anos 50, Antenógenes formou-se
em química e continuou produzindo o produto.
Em homenagem à Léa, ele gostava de destribuí-lo em suas apresentações em "Shows", sempre acompanhado por seu acordeon
.

A última vez em que o vi, ele estava com mais de 80 anos, firme com seu
instrumento.

Faleceu em 9 de março de 2001 , em seu estado natal, no ano em que completaria 95 anos.

Norma

Luiz Carlos Salatiel - Emerson Monteiro


Ele, um desses iguais personagens advindos nas asas da ficção do Cariri, Luiz Carlos Salatiel. Surgido nesse mundo fantástico das terreiradas mágicas do chão nacional dos ancestrais, Luiz invade o salão das festas populares também para movimentar em si próprio a cena luminosa do hemisfério oriental de músicas, artes plásticas, literaturas. Arauto da alegria, sacode maracás do ritual dos caboclos desde tempos atrás, aos turnos dos festivais da canção do Parque Municipal a salões de arte e outras manifestações paralelas.
Depois, dormir ouvindo Luiz entrevistar os mestres Aldeni e Isabel, do Reisado da Vila Lobo, no programa Cariri Encantado da Rádio Educadora, fala de sonhos e viagens a universos da mística fundamental. Mergulhar às raízes da cultura nordestina, fincadas nos alpendres e solos medievais da Península Ibérica, patamares da tradição imorredoura que desfila atores altivos dos grupos de brincantes sob o comando de certos capitães alencarinos. Um tropel de cavaleiros andantes de armaduras luminosas, que percorre praças dos reinos transcendentais, defensores perpétuos de lendas e mitos, cantigas e naus catarinetas varridas ao vento de luas e castelos eternos, sombras rebrilhantes escorrendo nos prados verdes dos torneios, clarins, alazões pendoados e lanças coloridas.
Ainda que mais pretendesse contar das possibilidades impossíveis, falar das peripécias desse personagem ocuparia vasilhas enormes. Bom caráter, atípico, animador, surpreendente, cigano do inesperado, Luiz Carlos reúne vários Luiz Carlos Salatiel de Alencar num só Luiz Carlos. As paredes das programações individuais radiofônicas forçariam reservas para contê-lo num único projeto pessoal sem maiores resultados que dissessem quanto ele representa para nós em termos de artista incansável, paladino das lutas pelos valores infinitos da melhor inspiração.
Veja bem, o conteúdo criativo nesse audaz cavaleiro queima de intensidade o papel dos saltimbancos fellinianos, tipo móvel que brotou no Cariri e escreve, com seu itinerário, parábolas, pautas e andanças incríveis, códigos arcaicos nas encostas circulares da Serra. Viajou longe pela aventura da vida e aqui retornou como ninguém aos feitos da história particular das sagas prodigiosas, em versões assemelhadas às epopéias que reaviva nos roteiros das estradas de gado rompidas na lauta conquista dos sertões, pela Casa da Torre de Garcia D’Ávila.
Antes, há pouco, soube o quanto o repertório de palavras da pessoa acaba devendo para rabiscar com propriedade as contribuições de cada instrumento isolado ao conjunto harmonioso das orquestras. A pena traz dali, ajunta daqui, concentra esforços e nada. Bom, tudo isto na gravação de um comentário dos feitos notáveis de Luiz Carlos Salatiel sempre no propósito de acondicionar para o futuro os frutos culturais da nossa gente.

Amor incomum - por Socorro Moreira





Noite nenhuma é comum
Minhas lágrimas são estrelas
O céu dos meus sonhos
Permite todos  encontros
Existe uma alegria indisfarçável...
A alegria de amar
Mesmo sem jeito
Num eterno rejuvenescer.

Por que declarar
O que precisa crescer?

Ainda acredito nas possibilidades
Sem fim
Com destino de construção
Numa realidade concreta, mas inversa.

O que se leva?
O amor vai junto, no corpo sem vida.

Ana Cristina Cesar



Ana Cristina Cruz Cesar (Rio de Janeiro, 2 de junho de 1952 — Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1983) foi uma poetisa e tradutora brasileira. É considerada um dos principais nomes da geração mimeógrafo (ou poesia marginal) da década de 1970.


"olho muito tempo o corpo de um poema"


Ana Cristina Cesar






olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas

Georges Brassens


Georges-Charles Brassens (Sète, França em 22 de Outubro de 1921 – Saint-Gély-du-Fesc, França em 29 de Outubro de 1981) foi um autor de canções, compositor e cantor francês simpatizante e entusiasta do anarquismo.

“Padim” forte – José Nilton Mariano Saraiva

Qualquer estrangeiro encrencado com a Justiça do país de origem (ou mesmo de uma outra nação qualquer) e que queira se estabelecer no Brasil sem perigo de ser deportado ou expulso, dispõe de um atalho seguro, magnânimo, fácil e de uma eficiência a toda prova: gerar filhos aqui na terrinha.
Procurado e acusado pela Interpol (espécie de polícia internacional) sob a acusação de tráfico de drogas, extorsão, agiotagem, contrabando, prostituição e jogo ilegal (só isso), e tendo contra si um mandato de prisão emitido nos Estados Unidos, o mafioso israelense Yoram El Al (38 anos) foi preso no Rio de Janeiro em 2006 (sem visto de permanência), do que se valeu o governo americano para solicitar sua extradição.
Esperto, antenado, certamente que podre de rico e assessorado por um desses advogados conhecedores dos meandros das nossas caducas e frouxas leis, um ano após a prisão Yoram El Al apelou para o inusitado: solicitou uma autorização ao Supremo Tribunal Federal para que fosse recolhido seu sêmen na cadeia, a fim de ser usado numa inseminação artificial na companheira, impossibilitada de engravidar pelas vias normais.
Xeque-mate.
Sensibilizado e por demais comovido, o ministro Joaquim Barbosa houve por bem atender ao “coitado” do preso, sem antes salientar em seu despacho, que “...a coleta do líquido seminal do extraditando deve ser feita na própria carceragem, que, de acordo com o próprio peticionário, possui ambiente favorável à coleta, e observadas as devidas cautelas policiais”. Efetuado o procedimento, bingo: nasceram gêmeos.
Resultado de todo esse périplo ??? Mais tarde, Yoram El Al recorreu ao Ministério da Justiça, conseguiu o “visto de permanência” para ele e a companheira e certamente daqui não mais arribarão pé.
Agora, aqui só pra nós: se fosse um “liso” qualquer, um descamisado da vida, um zé-ninguém, será que o ministro-padrinho Joaquim Barbosa iria se preocupar em mandar recolher seu esperma, a fim de que gerasse filhos brasileiros e se livrasse da extradição ??? A troco de quê tudo isso foi feito ???
È por essa (e outras, também cabeludas) que o nosso Poder Judiciário a cada dia mergulha fundo em um mar de incredibilidade. Mas... será que os seus ministros estão preocupados com isso ???