por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Jarbas Passarinho falando sobre Jair Bolsonaro no site Terra Magazine - José do Vale Pinheiro Feitosa

Hoje o deputado Jair Bolsonaro andou beirando a responsabilidade da quebra do decoro parlamentar. Investiu em caráter pessoal contra a Presidenta da República e logo ele que é membro de um dos poderes do Estado. O Deputado Jair Bolsonaro diz que não disse o que disse e culpou a língua portuguesa pela interpretação. Esta é certamente a linha de defesa do deputado caso venha a ocorre dele ser encaminhado à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados.

O estilo Jair Bolsonaro bem lembra certos blogueiros de alguns jornais ou argumento de que faz eco a eles. Um estilo agressivo, desesperado, no extremo da razão humana naquela linha que separa a razão da loucura. Por sinal o melhor exemplo para revelar este tipo de gente que agora tem visibilidade inclusive pela internet, é bom ler esta entrevista de Jarbas Passarinho, militar, senador e ministro na ditadura e em governo democrático. A entrevista foi realizada e publicada pelo site Terra Magazine

Jarbas Passarinho: "Nunca pude suportar Jair Bolsonaro"

"Um híbrido fértil" (Jarbas Passarinho)/Reprodução
Para o ex-ministro Jarbas Passarinho, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) irrita muito os militares
Para o ex-ministro Jarbas Passarinho, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) "irrita muito os militares"

Claudio Leal

O repórter pronunciou o nome "Jair Bolsonaro" e, do outro lado da linha, o ex-ministro Jarbas Passarinho abusou do fôlego de 91 anos para bendizer o deputado federal: "Ah, esse homem eu nunca pude suportar!".

Desafeto de Passarinho, Bolsonaro protagoniza uma polêmica comportamental e política desde que declarou seu desapreço por um hipotético namoro de seu filho com uma negra, em entrevista ao programa humorístico "CQC".

Provocado por uma pergunta da cantora Preta Gil, filha do compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, o capitão reformado do Exército deu uma pedrada: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu". Bolsonaro responderá a um processo por racismo, movido por 20 deputados.

Grudou-se ao congressista de extrema direita o mito de que representa a alma das Forças Armadas. Passarinho pega a contramão e desconstroi o discurso de Bolsonaro. "Ele irrita muito os militares", garante. Para definir seu interlocutor ideal, recorre, ora vejam só, à escritora francesa Simone de Beauvoir.

- Já tive com ele (Bolsonaro) aborrecimentos sérios. Ele é um radical e eu não suporto radicais, inclusive os radicais da direita. Eu não suportava os radicais da esquerda e não suporto os da direita. Pior ainda os da direita, porque só me lembram o livrinho da Simone de Beauvoir sobre "O pensamento de direita, hoje": "O pensamento da direita é um só: o medo". O medo de perder privilégios.

Ex-ministro do Trabalho, da Educação e da Previdência no regime militar, além de ocupar o ministério da Justiça no governo democrático de Fernando Collor, Jarbas Passarinho presidiu o Congresso Nacional e personalizou uma parcela dos militares moderados. No governo Costa e Silva (1967-1969), ele participou da reunião do AI-5, marco da restrição às liberdades individuais no País, em dezembro de 1968. Adiante, no governo Médici (1969-1974), foi o primeiro ministro militar - na realidade, um híbrido, com carreira civil - a admitir, publicamente, a existência de tortura, em entrevista ao repórter Reali Júnior.

Conhecido por sua habilidade para o diálogo com a esquerda e a direita na ditadura, o tenente-coronel reformado vive atualmente em Brasília e passou por problemas de saúde em 2009 e 2010. Depois de um ano de repouso, voltou a escrever artigos para a imprensa. Nesta entrevista a Terra Magazine, aceitou falar, a contragosto, daquele que Nelson Rodrigues poderia chamar de "personagem da semana": Jair Bolsonaro, um homem que ele nunca conseguiu suportar.

Terra Magazine - O que o senhor acha da polêmica de Jair Bolsonaro? Ele sempre diz que representa os militares. Isso é real?
Jarbas Passarinho - Nem todos os militares estão ligados a ele, mas como ele é o único que aparece falando... Os militares, inclusive depois do meu silêncio por doença, perderam espaço. Eu perdi meu espaço no "Estado de S. Paulo", no "JB" (Jornal do Brasil), que infelizmente faliu, no "Correio Braziliense", no "Estado de Minas". Então, desapareceu essa voz que tinha uma penetração na área mais nobre da mídia. Ele irrita muito os militares também, porque quando está em campanha, em vez de ele ir ao Clube Militar, como oficial, ele vai pernoitar no alojamento dos sargentos (risos). Pra ganhar a popularidade dele. Quando eu fui ministro da Justiça, recebi a visita de uma viúva de um brigadeiro de quatro estrelas. Ela era pensionista, portanto. Sabe que a pensão dela, naquela ocasião, no governo Collor, era o que um cabo recebia na ativa? O Collor me autorizou a tentar fazer uma modificação daquilo, pra ter pelo menos um pouco mais de dignidade. Ele (Bolsonaro) me viu fazendo isso. Ficou calado, veio com a esposa dele lá do Rio (de Janeiro), e em seguida ele foi pra tribuna e deu aquilo como projeto de lei dele. Por aí tu vês qual é a pessoa.

No programa do CQC, ele disse que considerava uma "promiscuidade" um hipotético namoro do filho dele com uma negra, e atacou os homossexuais.
Se alguém me procurar sobre isso, eu me recuso a dar opinião. Recuso porque eu tenho por ele uma verdadeira idiossincrasia. Foi mau militar, só se salvou de não perder o posto de capitão porque foi salvo por um general que era amigo dele no Superior Tribunal Militar (STM). O ministro (do Exército), que era o Leônidas (Pires Gonçalves), rompeu com esse general por causa disso (em 1986, Bolsonaro liderou um protesto pelo aumento do soldo dos militares). Ele começou a se projetar quando aluno da escola de aperfeiçoamento de capitães. Deu uma entrevista falando dos baixos salários que nós recebíamos.

Quem era o general que o apadrinhava?
Já morreu. Comandou o II Exército, um general de muito respeito entre nós todos.

E o Bolsonaro...
Todos se aproveitam, usam como um modo de currículo. Com base nesse currículo, recebem votos.

As ideias de Bolsonaro são representativas para a maior parcela das Forças Armadas?
Não tem. Alguns sujeitos (apoiam), mas é raro. Tem um jornal mineiro, chamado Inconfidência de Minas... É o único grupo ativo de militares da reserva. Então, pela primeira vez ele pôs um artigo lá. Daqui a pouco, nem isso ele põe. Porque o pessoal recebe com restrição. Agora, claro que não vai botar contra ele.

Ele causa mal-estar nas Forças Armadas?
Não posso dizer isso, porque seria uma opinião pessoal. Ele já teve um aborrecimento comigo. Um cadete meu, que depois foi paraquedista e fez parte da luta contra a guerrilha do Araguaia, Lício Maciel, que esteve à morte, uma guerrilheira atirou na boca dele... Quase foi o fim. E o Lício Maciel foi na conversa do Bolsonaro, que o levou para uma sessão (no Congresso). Ele entrou e levou o Lício, que foi na conversa dele e começou a dizer: "(José) Genoíno, você tenha a coragem de dizer aqui na minha frente que foi torturado... Você mente! Você foi preso por mim, pelo meu grupo". Depois eu soube, por uma mulher da esquerda, que ele (Genoíno) confessou que lá ele não foi torturado, mas depois.

Então, Bolsonaro submeteu esse rapaz a um vexame, porque ele entrou numa sessão do Congresso. Eu escrevi um artigo e mostrei a total imprudência e irresponsabilidade do deputado. Submeter um oficial brilhante, digno, que tinha exercido sua atividade contra a guerrilha sem nunca ter participado de uma violência física, e ao contrário, sofreu, para depois ser expulso de uma sala da maneira vergonhosa como foi!... Ele escreveu para o "Correio Braziliense" me metendo o pau. Era a primeira vez que ele tinha coragem, depois de tantos atritos. Ele (Bolsonaro) me insultou, dizendo que eu era um escondido da esquerda, um infiltrado, não sei o quê. E mais ofensas de natureza pessoal. O "Correio" não publicou. Ele ficou indignado. Eu não gosto nem de falar sobre ele, porque tudo isso vem à mente.

Uma grande alegria!




Hoje recebi a visita do  casal amigo, Carlos e Magali.
É quando se  descobre a falta que  faz,a presença física dos amigos.Trouxeram-me um presente enviado por Henrique Cruz. Aprovadíssimo !
Agradeço o carinho dos três!
Estou  num dia de exaustão. Embalo meus pertences.
Literalmente de malas prontas, sem sair do canto.
Carlos e Magali, outros encontros virão...Com mesa e cadeiras!
Henrique, aguardo oportunidade de retribuição!

Abraços , queridos!


Eita, tempo bom!


Por José do Vale Pinheiro Feitosa



Quando se pega a história de alguém a partir do seu momento, geralmente se esquece que muito daquela trajetória poderia ser outra. Antes como possibilidade e depois como fato consumado.

Uma das maiores “dores de parto” do século XX, em termos de história, teve um ano como referência: a revolta estudantil de 1968. Ali o velho mundo pós guerra era testado, sobre as liberdades, o progresso material e direitos sociais, como à educação.

No Brasil, em 1969, vivia-se uma ditadura que engrossava a repressão. O Presidente Militar morreu, dizem que não foi por causas naturais e sucedeu-lhe uma Junta Militar. Com Atos Institucionais que tiravam a liberdade das pessoas e no meio estudantil, o alvo estratégico do regime, um decreto que perseguia estudantes em militância política.

Vincou a repressão e logo nasceu o movimento de resistência. Seja pela guerrilha ou no meio cultural. Foi aí que surgiu um dos jornais mais importantes do Brasil no referido século. O Pasquim. Um jornal iconoclasta para a época, que nem se engessava na disciplina do PCB e nem prestava loas aos donos da grande imprensa que ajudavam o regime.

Na contramão desta contra-reação, meio por acaso para eles, mas determinístico para os interesses do regime, surgiu, no V Festival de Música Popular Brasileira uma dupla de baianos: Antônio Carlos Marques Pinto e José Carlos Figueiredo. Cantava uma música popular, que caía rapidamente no gosto das rádios e toda ela em espírito meloso, bem sambado, com melodias e refrões que colavam na memória do ouvinte.

Era a dupla Antonio Carlos & Jocafi contra a qual o Pasquim “mandava brasa”. Naquele tempo de música de protesto, politizada, vinha aquela dupla com o passivo escapista. No meio daquele perigo todo, tentando escapar da polícia nas madrugadas de pichação, a ditadura não vinha abaixo e ainda tomávamos umas caipirinhas ouvindo a dupla melosa.

O que fazer? Era gostosinha aquela música. Lembrava o velho Brasil dos sambas canções, por vezes indo lá no fundo daquele samba meio amaxixado ou marchas típicas da época de Sinhô. Este aliás se envolveu em muitas polêmicas com seus pares, acentuou a famosa pirataria das autorias de sambas, tão comum com Chico Alves, numa polêmica com Heitor dos Prazeres que acusava Sinhô de ter-lhe “roubado um samba”, respondeu este respondeu-lhe: “Sam é como passarinho. É de quem pegar”. Isso veremos sobre um roubo com a dupla de baianos.

Antonio Carlos casou-se com cantora Maria Creuza que fazia muito sucesso na época. Por uma conjuntura da época começaram a carreira nos festivais: em 1969 no V Festival de Música Popular Brasileira" com a música "Catendê" gravado por Maria Creuza com grande sucesso. Aqui a música com ela, Vinícius e Toquinho. O poetinha vivia sua era baiana, quando fez o gostoso Tarde em Itapoã.


Em 1971, o pau comia para cima dos estudantes e os Festivais perderam o viço rebelde e viraram o circo para desviar a politização da juventude. Antonio Carlos e Jocafi classificaram a canção “Desacato” em segundo lugar no VI Festival Internacional da Canção.



A canção de maior sucesso da dupla até hoje foi “Você Abusou”, de 1973, que fazia parte do LP Mudei de Idéia, cuja canção título teve sucesso, mas não como a citada. Esta canção teve sucesso internacional, foi gravada na França com nome de “Fais comme l'oiseau", de Michel Fugain e virou hino do Partido Socialista francês. O compositor francês assinou como sendo o autor da música e a dupla teve que entrar na justiça, ganhando a causa. Ela tem versões em espanhol e japonês, além de gravações de Célia Cruz, Sérgio Mendez e Stevie Wonder.


Vejam como o Francês Michel Fugain de fato teve um lapso de memória sobre a autoria do Você abusou: o "Fais comme l'oiseau", sou como um pássaro é cópia fiel do você abusou. Ainda hoje ao se buscar a lírica da música está nos sites internacionais como de autoria dele.

Aqui um sabor muito especial com este Toró de Lágrimas. É como muitos corações se sentem na solidão do amor perdido.


Com o Pasquim indo para cima, a dupla fez esta música com todos os ingredientes do movimento estudantil.


E por último esta Teimosa com os suspiros ritmados de voz tão próprios da dupla.




Lua minguante brilhante
Enche os meus olhos de mel
Crescente cheia beleza
Destila todo meu
fel
Estrela azul não esqueça
O anjo da minha espera
Não importa que ele esteja
Na pauta de outra era

por socorro moreira

SEM VOCÊ ...- por Rosa Guerrera



Sem você

são velhas as manhãs,

longas as tardes,

e apagado o luar ...


Sem você sou moldura cega

num espelho quebrado pelos anos,

porto sem cais,

embarcação sem leme ,

uma ponta de cigarro apagada num cinzeiro...


Sem você sou apenas esse vulto sem perfil

debruçado numa pequena poça d' água.

Mário Lago - Arley Pereira



A música obedece a razões de genética no compositor Mário Lago, filho do maestro Antônio Lago. Nascido no Rio de Janeiro em 26 de novembro de 1911, aos 15 anos já publicava o primeiro poema na imprensa carioca. Formou-se advogado, mas praticamente não exerceu a profissão, preferindo escrever para o então florescente teatro de revista, tornar-se compositor, ator - foi um dos mais renomados galãs do teatro de comédia brasileiro nos anos 40 -, radialista, poeta e ativista político.

Como compositor, são dele sucessos que se tornaram obrigatórios em qualquer antologia de MPB que se organize. Ai Que Saudade da Amélia e Atire a Primeira Pedra, ambos em parceria com Ataulfo Alves, são bons exemplos. No carnaval marcou presença com Aurora, feita com Roberto Roberti, e suas românticas composições, assinadas com Custódio Mesquita e Sadi Cabral, ganharam o país principalmente na voz de Orlando Silva.

Radiador, autor de programas radiofônicos de grande sucesso, sua carreira profissional foi sempre marcada por forte atuação política, em favor de sua categoria. O que veio a prejudicá-lo quando da instalação do regime militar de 1964, encerrando sua carreira na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e provocando sua prisão. Seu retorno deu-se tempos depois, pela televisão, consagrando-se como autêntico astro no elenco de telenovelas da Rede Globo.

Dedicou-se mais firmemente à literatura, escrevendo livros de memórias, contando de forma saborosa como era o Brasil e os brasileiros à época de sua juventude. Paralelamente se apresenta em shows em que canta suas composições e conta histórias de seus companheiros de música, boêmia, profissão e militância política.

Arley Pereira

Krakatoa


Primeiro ano da Residência Médica. Recém saídos do Internato, os médicos carregavam consigo toda a ansiedade e insegurança do início da profissão, mas , por outro lado, a certeza de que era possível dar um cangapé na falida estrutura da Medicina brasileira e construir um mundo melhor que o proporcionado pela geração anterior. Sem utopia, não se vive! Hospital Público de referência, na capital, sobrevivia em meio aos inúmeros contrastes. De um lado, um Corpo Clínico da mais refinada qualificação, do outro as deformidades típicas dos países de terceiro mundo : a falta quase contínua dos mais elementares insumos. Os residentes, uns 30, com aquele ofuscante brilho nos olhos de início de carreira, se subdividiam nas inúmeras especialidades: Clínica Médica, Cirurgia, Ortopedia e Oftalmologia. Os homens, naquele ano, eram feios de fazer dó : pareciam uns papangus. As mulheres, mais jeitosas, com exceção de uma ou outra mais fraquinha de feição, como comentavam os meninos. Havia, no entanto, uma Residente da Oftalmo que era lindíssima: uns dois metros, olhos azuis, curvas que lembravam a estrada de Petrópolis. Os residentes a comparavam ao Krakatoa : alta, linda, em plena erupção, mas perfeitamente inacessível à maioria dos mortais. Nada mais congruente que um colírio daquele naipe escolhesse a área de oftalmologia, pensava a tropa !

Com o desenrolar dos dias, os meninos se foram apaixonando alternada e seguidamente por Ludmilla – assim se chamava e o nome sensual já lhe fora colocado quase como uma premonição. Aceravam, faziam o cerca-lourenço, soltavam a lábia que não era suficiente para derrubar um Airbus daquela envergadura e , depois, diante na negativa, caiam num estado de desolação de fazer pena. Aos poucos, os rapazes desconfiaram que Ludmilla se fazia de gostosa e difícil por uma causa muito pragmática. Devia ser muito interesseira, conhecia perfeitamente o farto e rico material que possuía e não pretendia queimar as fichas com qualquer pé rapado. O grande problema ali é que a Residência parecia laje de rio : era uma liseira generalizada! Os carros da galera eram geralmente populares e com largos anos de estrada, muitos já nem pagavam IPVA.

Pois bem, um belo dia, Ludmilla comentou, em tom de deboche, a Getúlio, um residente de cirurgia, que inclusive já tinha sido preterido por ela, que não lhe faltava mais nada. Pois , no último fim de semana, o Crizélido, o mais feioso da turma, residente da Ortopedia, depois de umas cervejinhas, não lhe dera uma cantada? Era só o que me faltava! Um chaverinho daqueles ! Feio que só briga de foice no escuro ! O Getúlio se indignou junto com ela ( meio por ciúme, meio prá encompridar conversa) e pinicou o oratório do colega:

--- Mas menino, num falta mais nada mesmo! Um sapo às avessas daqueles ! Ludmilla, e o pior : eu conheço aquilo desde menino! Ele nasceu lá no Mato Grosso, em Dourados, na minha cidade. O pai é podre de rico, tem fazenda prá tudo quanto é canto. Ele mesmo tem uma BMW lá! Mas aqui o sovina passa por pobrezinho, por miserável. Tem um Gol velho caindo aos pedaços, divide tudo quanto é conta com a gente. Diz que é para não dar na vista, pois tem medo de ser seqüestrado, o salafrário !

Ninguém compreendeu bem o desenrolar dos fatos. Após a descasca de Getúlio, estranhamente, já no outro final de semana, Crizélido e Ludmilla estavam aos beijos e abraços. O namoro pegou fogo e já no final do primeiro ano da Residência, ela apareceu grávida: parece que esqueceu de tomar os comprimidos. Casaram logo depois. Terminaram e voltaram para Dourados onde um Hospital montado pelo pai de Crizélido já os aguardava. Vivem felicíssimos: é “mor” prá cá, “mor” prá lá !

Mais uma vez parece ter se confirmado a máxima rodrigueana: Dinheiro compra tudo, até Amor Verdadeiro ! Quanto a Getúlio, além da Cirurgia, ganhou uma nova profissão: o de Conselheiro às Avessas ! Dizem que foi ele quem deu cordas para Kadaffi não abdicar e, a pedido de Lula, foi ele quem convenceu o Zé Serra que era ele( bonito e simpático) o candidato ideal do PSDB a Presidência da República.

J. Flávio Vieira

Pensamento para o Dia 24/11/2011


“A paz é um estado de espírito que está bem dentro de seu próprio eu. Ela emana do coração da pessoa. Há reação, ressonância e reflexo para tudo no mundo. Somente quando há ódio em si que você verá ódio nos outros. Às vezes, mesmo que ninguém lhe faça mal, você tenta machucar os outros. Faça o que fizer aos outros, você definitivamente experimentará o resultado dessa ação e o que quer que ouça ou experimente é tudo devido à reação, reflexo e ressonância de suas próprias ações e sentimentos; os outros não são responsáveis por isso. Você esquece essa verdade simples e lamenta: "fulano de tal está me acusando ou causando dor em mim ou me machucando", e assim por diante. Muitas vezes você tende a lutar e ferir os outros. A partir de hoje, sempre os ajude, nunca faça mal a ninguém. Siga sua consciência; ela o ajudará a manifestar qualidades nobres.”
Sathya Sai Baba

Dia Nacional de Ação de Graças

Hoje, quarta quinta-feira de novembro, é o Dia Nacional de Ação de Graças.
Estamos quase no final do ano, por isso queremos agradecer a Deus por tudo que recebemos Dele! A vida, a saúde, a família, os amigos, a fé... Deus nos protegeu, estando ao nosso lado em todos os dias do ano!
Deus provou que nos ama, vamos retribuir-lhe com amor também. "Que retribuirei ao Senhor por todo o bem que me deu?" (Sl 116, 12). "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda benção espiritual nos céus, em Cristo" (Ef 1, 3).

Recomeçar é continuar...- por socorro moreira


Escutei anos atrás, do meu filho mais velho, que parte dos nossos problemas é consequência de um ato de vaidade. Endividamentos, por exemplo.
Eu acabara de me aposentar e tinha o meu salário cortado por quase dois terços. Refleti, e no processo de rever prioridades foram-se os hábitos ligados à vaidade, inclusive a feminina. Foi por tal caminho que conservei algumas propriedades básicas: comer bem, morar com dignidade, e outras cositas mais. Fui ficando cada vez mais simples, sem perder o poder aquisitivo de adquirir o melhor. Aprendi a viver no disponível. Aprendi a riscar das minhas listinhas de compras tudo que não me faria falta, e deu certo!
O barato de morar numa cidade pequena dispensa vitrines; o estresse dos engarrafamentos, embora a gente sinta falta do mar, e de atividades culturais.
Conhecer gente nova, ser feliz na paz, é possível, vivendo em Londres ou em Farias Brito!
Brigamos e desejamos um Crato mais bem cuidado, sem problemas sociais, mas ele continua. lindo... Assim como o Rio de Janeiro!
O verde da chapada, as carnaubeiras, as nascentes, o cheiro de fruta, a cara do nosso povo, continua sendo o cartão postal dos nossos desejos de consumo. Não é fácil deixar de olhar este céu todas as noites, pegar a ladeira do Granjeiro, Lameiro, Arajara,Batateiras, Guaribas, quando o corpo e a alma desejam encontrar versos voando no céu.
Estou saindo pra lá e vindo pra cá... Vou continuar a roer pequi, e a me colocar no mundo como um voluntário, reconhecendo as limitações humanas, mas esperando que a experiência equilibre a balança do tempo.
Maktub!



FRAGMENTOS DA POÉTICA DA VAIDADE - por Ulisses Germano

Deixo aqui no Azul sonhado
Parágrafos de um cordel
Que ainda vai ser lançado
****

A vaidade é um veneno
Que precisa ser dosado
Quando atinge o extremo
Deixa o ser abirobado
Desdenhoso e atraente
O vaidoso segue em frente
Se achando admirado

Possui diversos formatos
Que por vezes é sutil
Não suporta anonimatos
Se obriga em ser gentil
Do orgulho já fez prenda
E quando alguém o desvenda
Gera um desprezo infantil

A vaidade da menina
É uma coisa muito séria
É questão de auto-estima
Deus me livre da miséria
Um rosto bem maquiado
Traz em si um bom legado
Livra a cara da pilheria

A vaidade do político
Tem a ver com o prestígio
Um jeito de ser acrítico
Apoiado num litígio
Onde os bajuladores
São os alimentadores
Do falar de um modo frígio 

*****

.....

Ulisses Germano
Crato - Ce.