por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A ESTÉTICA NAZISTA NA MÚSICA - José do Vale Pinheiro Feitosa

O domínio do partido nazista no governo da Alemanha durou 12 anos. Mussolini governou a Itália com o regime fascista por 21 anos. Ambos os regimes foram derrotados pelas hostilidades externas com guerras entre nações. 

Mussolini perdeu o governo com a invasão dos Exércitos aliados e depois foi fuzilado pelos partisans tentando fugir com a mulher numa localidade perto de Como. Seu corpo, da mulher e outros membros da hierarquia fascista ficaram expostos por vários dias em Milão. Hitler teria se suicidaria num banker militar já com Berlim tomada pelos exércitos soviéticos.

O Estado Novo de Getúlio Vargas durou 8 anos. Foram estas as ditaduras que nasceram na esteira das crises do liberalismo econômico na primeira parte do século XX. Na segunda parte as ditaduras tiveram caráter imperial em função do domínio bipolar do mundo entre os Estados Unidos e a União Soviética que foram as verdadeiras forças vencedoras da segunda guerra mundial. Aliás no continente Europeu o grande vencedor foram os russos.

Estes intervalos de ditadura têm tempo para montar uma estética? Fazer tal pergunta até parece primário, pois é claro que toda ditadura precisa de símbolos e estes são melhor entendíveis pelos rituais e pelas artes. E no caso do Nazismo, de tão curta duração, mas tão nefasto a ponto de se tornar mais evidente do que seu tempo de história de governo, o centro foi a música.

Mas nenhum governo, mesmo que violento, mesmo que agressivo é capaz de criar uma estética (ou toda a simbologia) que necessariamente cresce nos mitos lentos e ardentes do povo. Por isso, além das canções tipicamente compostas para as instituições nazistas tantas outras foram apanhadas do gosto popular histórico do povo alemão.


A canção mais marcante da estética nazista é o próprio hino do partido composta por Horst Hessel, membro ativo da SA e que foi assassinado por um militante do partido comunista e assim transformado em herói por Goebbels. 
Hino do Partido Alemão - Die Fahne Hoch – numa gravação de 1933 (ela também é conhecida por Horst Hessel Lied em homenagem ao compositor.

Outra canção tipicamente nazista é esta Sieg Heil Viktoria que era a canção da SS.


Outra típica é uma canção militar chamada de Alte Kamaraden Marsch.



Mas aí temos o que falamos. Canções vindas do século XIX e mesmo do Século XX que nada tinham com a guerra nem com o partido nazista, mas se prestavam à exaltação. É o caso do Wester Wald Lied, que foi composta por Joseph Neushäuser, que se referia a uma cadeia de montanha que fica na região oeste da Alemanha. O compositor inclusive chegou a ser perseguido pelos nazistas. 


Estas canções servem para levantar o papel da música e das artes na relação humana e em sua organização política e social. Isso é muito importante pois nem sempre quando ouvimos uma melodia e ela nos remete ao passado isso seja apenas reflexão da memória entre ela e o momento. Na verdade ela representa a estética de uma época.

A estética é uma forma de entendermos, também, de onde viemos e para onde vamos.   

Olha quem está falando! - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

João Viana era um tipo popular cratense que viveu aí pelos idos dos anos de 1920 trabalhando nos engenhos de rapadura dos pés de serra do Crato, principalmente nos Sítios Belmonte, Bebida Nova e Guaribas. Além de boêmio era um exímio mentiroso. Quando o patrão reclamava por haver faltado a um dia de trabalho, ele respondia que tinha ido à São Paulo visitar um irmão doente. Mas como ir à São Paulo e voltar no mesmo dia? Coisa impossível, naquela época, quando nem automóveis existia no Crato. E ele, na maior cara de pau, respondia: "Descobri um caminhozinho por trás do Seminário do Crato, que saí de manhã cedo e voltei à tardinha".

Nos dias atuais, com o desenvolvimento das modernas tecnologias, histórias como as de João Viana podem ser verossímeis. Recentemente, eu li numa reportagem da Revista Carta Capital do último dia 22, enviada de Las Vegas, nos Estados Unidos, pelo jornalista Felipe Marra Mendonça, que aconteceu naquela cidade no início deste mês ainda em curso, a Feira Internacional de Tecnologia. E a grande novidade dessa feira é que as gigantes coreanas Samsung e LG lançaram produtos eletrodomésticos que se comunicam entre si e também com seus usuários. Tanto eles falam para o dono, como entendem o que lhe dizemos.

Já  imaginaram avisar à nossa geladeira: "hei, vou hoje ao Crato, passarei uma semana fora." E a geladeira responder: "Boa viagem! Vou baixar o nível de refrigeração para economizar energia". E o aparelho de televisão, além de receber ordens para mudar de canal, gravar nosso programa favorito ou ligar no inicio de um telejornal, também poderá gravar tudo que está à sua frente na sala.
Já imaginaram os estudantes mandando o computador resolver o "dever de casa?" Pois agora tudo isso poderá ser verdade. Não precisamos duvidar mais do João Viana!

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

O CAOS DA MÍDIA - José do Vale Pinheiro Feitosa

Em 29 de setembro de 2006 um Boeing 737-800 SFP da Gol Transportes Aéreos, num voo entre Brasília e Manaus, foi praticamente jugulado caindo feito uma pedra após receber o choque de uma aeronave bem menor. Era o voo 1907 e nele morreram 154 pessoas.

O acidente gerou uma insegurança geral a respeito da qualidade do controle aéreo brasileiro. A grande mídia partiu para cima e fez o diagnóstico de um caos aéreo no país, com má fé, misturando então os frequentes atrasos decorrentes do boom de passageiros que antes não haviam subido numa avião e agora embarcavam em passagens mais baratas e financiadas.

A mídia criou um clima de desestabilização política quando em 17 de julho de 2007 um Airbus A320-233 da TAM, pousando em Guarulhos, que não conseguiu parar e foi terminar em tragédia matando todos a bordo. Na época o repórter da Globo Rodrigo Bocardi (atualmente na bancada do Bom Dia Brasil) foi até a pista de Guarulhos para mostras que não existiriam nela as tais ranhuras que serviriam para frenar o avião.

Era uma tese descida como um julgamento político. O Movimento Cansei pegou carona carregando na passeata senhorzinhos e madames globais na ação política. Mas aí a avaliação técnica mostrou outra coisa e quando houve o desmentido, a Televisão Globo manipulou uma imagem de uma janela do Palácio do Planalto quando um Assessor do Governo fez um gesto de alívio com o problema, então, politizado pela própria Globo.

Não se tratava de notícia. Tudo era a velha técnica do marketing político, era a velha forma de atacar os inimigos com as técnicas inovadoras da mídia. Ai nós que não somos idiotas, mas que fomos soterrados por uma avalanche que mostrava o caos no controle aéreo brasileiros estamos defronte de uma nova notícia negando todo o clima.

A Civil Air Navigation Service Organization (CANSO), sediada na Holanda publicou em sua revista Airspace Magazine uma matéria de capa sobre o bem sucedido controle do espaço aéreo do Brasil durante a RIO +20, a Copa das Federações e a Jornada da Juventude. Todas são ocasiões em que o controle brasileiro estava preparado para uma elevação no tráfego aéreo em até 30%. No entanto o crescimento foi de 18%.


Importante, a Rio +20 aconteceu em Junho de 2012, portanto entre cinco e seis anos após os referidos acidentes. Se houvesse um caos no controle aéreo esse necessariamente seria de infraestrutura e de recursos humanos e nesse intervalo não haveria mudanças entre o caos e um controle sobre stress de aumento de voos.