por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 12 de julho de 2011

Depoimento emocionado de Luis Fernando Veríssimo sobre sua experiência com as drogas:


Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de " experimenta, depois quando você quiser é só parar..." e eu fui na
dele.

Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em
seguida um do Leandro e Leonardo. Achei legal, uma coisa bem brasileira;

Mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais frequente, comecei a chamar todo mundo de "amigo" e acabei comprando pela primeira vez.

Lembro que cheguei na loja e pedi: Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.
Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé.

Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc.

Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores: o Tchan, Companhia do Pagode e muito mais.

Após o uso contínuo, eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca
havia mexido antes. Então, meu amigo me deu o que eu queria, um CD do Harmonia do Samba. Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão
do meu existir. Pensava só nessa parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e
você começa a querer cada vez mais, mais, mais...Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas.

Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha
o Rodriguinho na capa. Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro. Meus
polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo.

Não deu outra: entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12
infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e
pedi a Coletânea As melhores do Molejo". Foi terrível!! Eu já não pensava mais!!!

Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas
a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigres, MC
Serginho, Lacraias, motinhas e tapinhas. Comecei a ter delírio e a dizer coisas sem sentido.

Quando saía à noite para as festas, pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais
estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras...
Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: Ki-Kokolexo.

Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo
muito duro: doses cavalares de MPB, Bossa-Nova, Rock Progressivo e Blues.
Mas o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a Mozarth e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas
a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão
para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante.

Vai perder as referências e definhar mentalmente. Em vez de encher cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que
é droga ou não, faça o seguinte:

* Não ligue a TV no domingo à tarde;
* Não escute nada qu e venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;
* Não entre em carros com adesivos "Fui.....";
* Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe ou ao Sábado do Gugu;
* Mulheres gritando histericamente são outro indício;
* Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa;
* Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
* Não compre nenhum CD em que a capa tenha nuvens ao fundo;
* Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil, e
* Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal
mínima.

Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.
A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não às drogas!!!


(FONTE -> www.ex-vermelho1.blogspot.com/)
Telma

Tiago

Mariano

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Zé Flávio


Isabela

Joaquim
João Marni

Lupeu


Nicodemos

Liduína

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Pedro
Rosa

Roberto

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Autores do livro "No Azul Sonhado"

Abidoral
Manoel Severo
Luiz Pereira


Brandão

Bernardo

Assis Lima
Aloísio

Mara

Chagas
Carlos

Conceição

Cristina
Dedê

Emerson

Leonel

Domingos

Zé do Vale

Everardo

Socorro

Ananias
Tetê

João Bosco (músico)



João Bosco de Freitas Mucci, mais conhecido como João Bosco, (Ponte Nova, 13 de julho de 1946) é um cantor, violonista e compositor brasileiro.


Ciro Monteiro


Ciro Monteiro[1] (Rio de Janeiro, 28 de maio de 1913 — 13 de julho de 1973) foi um cantor e compositor brasileiro.

Costumava cantar informalmente em casa para os amigos, até que um dia, em 1933, Sílvio Caldas, que frequentava sua casa, chamou-o para substituir Luís Barbosa em um programa da Rádio Philips. No ano seguinte foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde passou a cantar sempre em dupla com Luiz Barbosa e caracterizou-se por se acompanhar sempre com uma caixa de fósforos para marcar o ritmo.

wikipédia

Pensamento para o Dia 12/07/2011


“Todo ser vivo deve alcançar a realização; esse é o destino. A extensão e a dificuldade da viagem são determinadas pela natureza dos efeitos cumulativos de muitas vidas. A fim de alcançar o cumprimento no campo espiritual, a ajuda daqueles que têm dominado o caminho é extremamente necessária. Essa orientação pode ser transmitida apenas de um coração para outro coração, quando um parentesco íntimo entre o buscador e o Mestre é estabelecido. Textos, comentários, guias geram apenas dúvidas, discórdias e discussões. Argumentações podem desenvolver apenas habilidade e perícia. Somente a experiência adquirida através da intuição é válida no reino do espírito. Para a jornada da intuição para a iluminação, as camadas de egoísmo e seus males devem ser penetrados e destruídos. O Guru será de grande ajuda nessa aventura. Pois, somente Aquele que alcançou o objetivo pode guiar o peregrino. Sem o Guru, o aspirante tende a vaguear no deserto.”
Sathya Sai Baba

Tagore e o Renascimento Bengali (indiano) - José do Vale Pinheiro Feitosa


Se faço sombra em meu caminho, é porque há uma lâmpada em mim que ainda não foi acesa – Rabindranath Tagore.

Tagore foi o maior poeta moderno da Índia e o gênio mais criativo da renascença indiana. Reformulou a literatura e a música bengali, no final do século XIX e início do século XX. Além da poesia, Tagore escreveu canções (letras e melodias), contos, novelas, peças de teatro (em prosa e verso), ensaios sobre diversos temas, incluindo críticas literárias, textos polêmicos, narrativas de viagens, memórias e histórias infantis: O Jardineiro, O Canteiro do Rei e os Pássaros Perdidos. Grande parte de sua obra está escrita em Bengali.

Tagore nasceu na mansão Jorasanko em Calcutá, o mais novo de treze filhos de Tagore Debendranath e Sarada Devi. O seu pai foi uma das figuras mais relevantes do moderno pensamento indu, tendo implicações na religião com a fundação do bramanismo, além de educador quando formou uma escola, se tornando um dos primeiros líderes indiano a abrir o ensino superior para as mulheres. O seu avô o Príncipe Dwarkanath Tagore foi um dos primeiros comerciantes com a Europa, fundador do ramo Jorasanko da família Tagore se notabilizando por grandes contribuições com o Renascimento Bengali.

O Renascimento Bengali foi um movimento de reforma social no século XIX e início do século XX na região de Bengala, durante o período do domínio britânico. A retomada das características culturais do povo bengali teve início com Hussein Shah, mantendo-se predominantemente hindu e apenas parcialmente muçulmana. Swami Vivekananda, que fundou a Missão Ramakrishna é a figura chave na introdução da filosofia hindu dos Vedas e da Yoga no Ocidente. O renascimento bengali é a retomada do espírito ariano religioso, com a ajuda do espírito racionalista ocidental moderno.

O movimento começou com Raja Ram Mohan Roy (1775-1833) e terminou com Rabindranath Tagore (1861-1941), embora tenha havido muitos fiéis depois que acrescentaram contribuições. Naquele século XIX, Bengala vivia uma era especial de reformadores religiosos e sociais, acadêmicos, grandes literatos, jornalistas, oradores e cientistas. Este conjunto faz a transição entre o período medieval e a modernidade.

A ortodoxia existente, no que se refere às mulheres, ao casamento, o sistema de dote, o sistema de castas e a religião. Um dos primeiros movimentos sociais que emergiram durante este tempo foi o movimento jovem de Bengala, que abraça o racionalismo e o ateísmo como denominadores comuns de conduta civil entre hindus da casta superior educada.

Simultaneamente se aprofunda o pensamento espiritualista reformado, como aquele da família Tagore. O mais importante, era, de alguma maneira, a primeira experiência multiculturalista na Índia, com raízes intelectuais do Upanishads e influências do iluminismo. Era uma versão do Hinduísmo desprovida de práticas como a poligamia e a sati, se tornando uma fé monoteísta, distinta da natureza plural e multifacetada da velha religião hindu. Líderes como Keshub Chunder Sen foram devotos de Cristo, Brahma, Krishna ou Buda. O movimento Brahma Samaj não era das massas e permaneceu restrito à elite, mas a sociedade Hindu aceitou a maior parte do seu programa de reformas sociais. Destes brâmanes surgiram muitos líderes do movimento pela liberdade.

Após a Rebelião Indiana de 1857 ocorreu uma grande manifestação na literatura bengali. Nomes como Ram Mohan Roy, Iswar Chandra Vidyasagar, Bankim Chandra Chatterjee, Akshay Kumar Datta, Michael Madhusudan Dutt, Hem Chandra Banerjee, and Dina Bandhu Mitra fizeram escola. O desvio nacionalista do movimento foi dado com os escritos de Bankim Chandra Chatterjee. Rabindranath Tagore, apesar de criticar o desvio nacionalista foi o compositor de primeira Jana Gana Mana o hino nacional da Índia.

No Renascimento Bengali se destacam dois monstros da ciência. Sir Jagadish Chandra Bose, físico, biólogo, botânico, arqueólogo e escritor de ficção científica. Foi pioneiro na investigação do rádio, ótica e microondas, lançando as bases da ciência experimental no subcontinente indiano. Satyendra Nath Bose, físico e matemático, se destaca pelo seu trabalho em mecânica quântica, fornecendo a base para as estatísticas e a teoria de Bose-Einstein. A partícula bóson é em sua homenagem.

A comparação entre o que ocorreu na Índia no século XIX com o que ocorreu na Europa no século XVI se deve essencialmente à transição entre a era medieval e a modernidade. Na Índia, assim como na Europa isso ocorreu a partir de um povo, em Bengala e na Itália. Não foi um movimento de massa em seus caminhar, mais restrito às classes superiores. Por outro lado, enquanto a consciência renascentistas na Europa ocorre com a expansão marítima desta, na Índia ocorreu sobre a pressão do colonialismo Britânico. Isso levou ao desenvolvimento de uma prática de preservação dos valores Hindus, simultaneamente se abrindo para as influências das outras culturas.

 por José do Vale Pinheiro Feitosa

A poesia de Assis Lima


(Manuel Bandeira, Estrela da tarde)

Diz a vasta academia
que em tempos áureos,
e cáusticos,
heróicos tempos do aedo,
em Cálcida,
os mais divinos poetas
frente a frente se encontraram
e entre si digladiaram
em decisivo certame.
Homero era inquirido,
melhor dizendo, inquirido,
ou por outra, enchiqueirado,
por Hesíodo, o perguntante.
Foi esta a invectiva:
Filho de Meles, Homero, sábio
dos desígnios divinos,
diz-me primeiro: o que é
o melhor para os mortais?
Homero traz em resposta
a chave do que em criança
foi o enigma maior
que ousei me apor em vida:
Primeiro, não nascer
é o melhor
para os sobre a terra,
mas, nascido,
cruzar o mais rápido
as portas de Hades.
Não se dando por vencido
e nem um pouco satisfeito,
Hesíodo retoma o cetro
da douta competição.
Diz-me ainda isto, Homero,
semelhante aos Deuses:
o que julgas ser o mais belo
no coração dos mortais?
Respondendo em áurea loa
que em memória se gravou
por gerações sucessivas,
Homero louva o momento
em que a palavra, cadente,
qual néctar que se derrama
do cantor sobre os convivas
se faz enfim sacramento:
as libações acontecem,
(as verdadeiras, homéricas),
e se o vinho é ponto grau
o encanto se torna pleno
e no coração, mais belo.
Logo Hesíodo,
acabrunhado,
tergiversa,
ataca com aporias,
e com sentenças ambíguas
é Odisseu alvejado,
pois lhe são propostos cálculos
e os teoremas que havia,
e assim, sendo instigado,
a resolver um a um
os mil dilemas da vida,
Homero responde, invicto,
como quem sabe, e sabia.
Se carta marcada havia
ou mesmo isenção, quem sabe,
decerto, algum critério existia.
Homero, o imbatível
nas rodadas do certame,
foi instado ou coagido
a confrontar seus poemas
com os do competidor.
Que os seus, mais belos não houve,
como os seus, já não se faz,
porém narrando combates,
guerras, mortes e massacres
enquanto os versos de Hesíodo
atinham-se ao tema paz.
Pelo critério do rei,
juiz daquele certame,
o sagaz, divino Hesíodo
em Cálcida foi coroado
com os louros da vitória.
Só, na sequência dos fatos,
ignorou o oráculo
que da morte o prevenia,
e trágico fim o colheu.
Já Homero, atento aos fados,
da própria morte lembrado,
para a lápide derradeira
epigrama escreveu:
Aqui a terra cobre
a sagrada cabeça,
compositor de heróis,
divino Homero.

Por José Carlos Brandão

Mucuripe

Entre os barcos e as casas dos pescadores
Há uma mesa com seus bancos fincados no chão,
Alguns copos, um ou dois pratos, talheres
E bocas famintas e olhos arregalados.

Cachorros andam de um lado para o outro
Perseguindo a própria sombra,
Um resto de comida, a vida
Preguiçosa como os gatos pardos,

Que se esparramam por ali,
Na modorra de donos absolutos do lugar.
As árvores projetam a sua sombra verde
Sobre esse chão pobre, cheirando a lixo e dor.

Uma criança chora: é sinal de vida.
Um velho ergue uma garrafa de pinga
Enquanto exibe o peito coberto de tatuagens.
Uma mulher oferece um peixe e grita como louca: Viva a vida!

___________
 por José Carlos Brandão

José Calazans Callou Neto, mais precisamente, Calazans Callou.

Dia 13- quarta-feira - Palco da Urca , na ExpoCrato.
Horário: 20:40 h

Pablo Neruda - Assim que te quero



É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.

Pablo Neruda




Pablo Neruda (Parral, 12 de Julho de 1904 — Santiago, 23 de Setembro de 1973) foi um poeta chileno, bem como um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha (1934 — 1938) e no México.

Pablo Neruda - V

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.


Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
Postado por Pamella às 14:34
Marcadores: amor, coração
Pablo Neruda - Assim que te quero
É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.

Tito Madi

Chauki Maddi, de nome artístico Tito Madi (Pirajuí, 12 de julho de 1929) foi um cantor e compositor brasileiro descendente de libaneses, seu pai e irmãos eram músicos e tocavam violão, alaúde e bandolim. Essa influência fez com que aos dez anos Tito já cantasse em festas da escola.

Nascido em Pirajuí, região Noroeste do Estado de São Paulo, é o filho mais ilustre do município, do qual recebe constantes homenagens e ainda é colunista no semanário local, O Alfinete.

Sua fase de compositor começou no final da década de 40. Dedicava-se, também, a organizar shows e eventos. Em 1952 mudou-se para São Paulo, indo trabalhar em rádio e televisão, onde permaneceu até 1954, quando veio para o Rio de Janeiro.

No Rio continuou compondo e cantando em boates e rádios. Em 1957 teve, finalmente, seu trabalho reconhecido: "Chove lá fora" seu grande sucesso, foi gravado em 1957 e lhe rendeu vários prêmios de composição. A música teve uma versão em inglês, com o nome "It's Raining Outside", gravada por Della Reese e The Platters. O conjunto vocal norte-americano gravou outras versões de músicas de Madi. O cantor e compositor passou por diversas gravadoras, lançou discos seus e fez participações especiais, apresentando-se em shows no Brasil e no exterior, principalmente Estados Unidos. Foi um compositor da geração pré-bossa nova, que teve influência sobre o movimento, com sambas-canções de harmonização moderna como "Cansei de Ilusões", "Sonho e Saudade", "Carinho e Amor" e "Não Diga Não". Outros sucessos, "Fracassos de Amor", "Gauchinha Bem Querer", "Balanço Zona Sul".

Vendeu mais de 100 mil cópias e foi destaque na programação das rádios de todo o país. Ganhou os prêmios mais importantes da época, como os troféus Guarani e Chico Viola. Teve músicas gravadas por grandes nomes da MPB. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, há uma rua batizada com o seu nome.

wikipédia

Amedeo Modigliani

Amedeo Clemente Modigliani (Livorno, 12 de julho de 1884 — Paris, 24 de janeiro de 1920) foi um artista plástico e escultor italiano que viveu em Paris. Um artista principalmente figurativo, ele se tornou conhecido por pinturas e esculturas em estilo moderno caracterizado por faces mascara e alongamento da forma. Morreu de meningite tuberculosa, agravada pela pobreza, excesso de trabalho, alcool e drogas (haxixe).

FLORES. Por Liduina Vilar.


Em todos os aspectos, flores são sempre flores. Lindas, femininas, sensuais e maravilhosas. E quando a gente as recebe, e são dedicadas a nós, em particular, são as mais bonitas, interessantes e únicas da terra viva. Parece que Deus deu um sopro especial e disse: Crescei, ficai lindas, porque existe alguém esperando para acolhê-las". Estas que cultivo em meu jardim, dedico a vocês, do Azul Sonhado. Abraço grande.

Heterônimos, Pseudônimos,Codinomes e Cia ( 3 )

Julinho da Adelaide nasceu quando Chico Buarque passou a ser muito conhecido entre os censores do regime militar, na década de 70. Suas músicas eram proibidas somente porque levavam sua assinatura. A saída para burlar a censura foi a criação de um heterônimo. E deu certo. Acorda amor, Jorge maravilha e Milagre brasileiro passaram pela censura sem maiores problemas. Julinho chegou até a dar uma entrevista para o jornal Última Hora sobre sua carreira em ascensão. O jornalista e escritor Mário Prata, que o entrevistou em 1974, relembra esse episódio no artigo abaixo. A entrevista publicada contém apenas parte do que você pode ler na transcrição integral da fita que a originou.

Julinho de Adelaide, 24 anos depois
Depoimento de Mário Prata


Eu me lembro até da cara do Samuel Wainer quando eu disse que estava pensando em entrevistar o Julinho da Adelaide para o jornal dele. Ia ser um furo. Julinho da Adelaide, até então, não havia dado nenhuma entrevista. Poucas pessoas tinham acesso a ele. Nenhuma foto. Pouco se sabia de Adelaide. Setembro de 74. A coisa tava preta.

- Ele topa?

- Quem, o Julinho?

- Não, o Chico.

O Chico já havia topado e marcado para aquela noite na casa dos pais dele, na rua Buri. Demorou muitos uísques e alguns tapas para começar. Quando eu achava que estava tudo pronto o Chico disse que ia dar uma deitadinha. Subiu. Voltou uma hora depois.

Lá em cima, na cama de solteiro que tinha sido dele, criou o que restava do personagem.

Quando desceu, não era mais o Chico. Era o Julinho. A mãe dele não era mais a dona Maria Amélia que balançava o gelo no copo de uísque. Adelaide era mais de balançar os quadris.

Julinho, ao contrário do Chico, não era tímido. Mas, como o criador, a criatura também bebia e fumava. Falava pelos cotovelos. Era metido a entender de tudo. Falou até de meningite nessa sua única entrevista a um jornalista brasileiro. Sim, diz a lenda que Julinho, depois, já no ostracismo, teria dado um depoimento ao brasilianista de Berkely, Matthew Shirts. Mas nunca ninguém teve acesso a esse material. Há também boatos que a Rádio Club de Uchôa, interior de São Paulo, teria uma gravação inédita. Adelaide, pouco antes de morrer, ainda criando palavras cruzadas para o Jornal do Brasil, afirmava que o único depoimento gravado do filho havia sido este, em setembro de 1974, na rua Buri, para o jornal Última Hora.

Como sempre, a casa estava cheia. De livros, de idéias, de amigos. Além do professor Sérgio Buarque de Hollanda e dona Maria Amélia, me lembro da Cristina (irmã do Julinho, digo, Chico) e do Homerinho, da Miucha e do capitão Melchiades, então no Jornal da Tarde. Tinha mais irmãos (do Chico). Tenho quase certeza que o Álvaro e o Sergito (meu companheiro de faculdade de Economia) também estavam.

Quem já ouviu a fita percebeu que o nível etílico foi subindo pergunta a resposta. O pai Sérgio, compenetrado e cordial, andava em volta da mesa folheando uma enorme enciclopédia. De repente, ele a coloca na minha frente, aberta. Era em alemão e tinha a foto de uma negra. Para não interromper a gravação, foi lacônico, apontando com o dedo:

- Adelaide.

Essa foto, de uma desconhecida africana, depois de alguns dias, estaria estampada na Última Hora com a legenda: arquivo SBH. Julinho não se deixaria fotografar. Tinha uma enorme e deselegante cicatriz muito mal explicada no rosto.

Naquelas duas horas e pouco que durou a entrevista e o porre, Chico inventava, a cada pergunta, na hora, facetas, passado e presente do Julinho. As informações jorravam. Foi ali que surgiu o irmão dele, o Leonel (nome do meu irmão), foi ali que descobrimos que a Adelaide tinha dado até para o Niemeyer, foi ali que descobrimos que o Julinho estava puto com o Chico:

- O Chico Buarque quer aparecer às minhas custas.

Para mim, o que ficou, depois de quase 25 anos, foi o privilégio de ver o Chico em um total e super empolgado momento de criação. Até então, o Julinho era apenas um pseudônimo pra driblar a censura. Ali, naquela sala, criou vida. Baixou o santo mesmo. Não tínhamos nem trinta anos, a idade confessa, na época, do Julinho.

Hoje, se vivo fosse, Julinho teria 55 anos. Infelizmente morreu. Vítima da ditadura que o criou.

Há quem diga porém que, como James Dean e Marilyn Monroe, Julinho estaria vivo, morando em Batatais, e teria sido ele o autor do último sucesso do Chico, A foto da capa. Sei não, o estilo é mesmo o do Julinho. O conteúdo então, nem se fala.
http://www.chicobuarque.com.br/sanatorio/abre_julinho.htm

Dilma... "DECEPCIONA" - José Nilton Mariano Saraiva

Quem não lembra da sórdida e abjeta campanha da qual ela foi vítima às vésperas da última eleição presidencial ??? Como esquecer a profusão de afagos e “carinhosos” rótulos com os quais foi “distinguida” antes e ao longo do penoso processo sucessório: terrorista, mulher-macho, bandida, sapatão, homossexual, inexperiente, guerrilheira, pau mandado, lésbica, poste e por aí vai.
Movidos pelo sectarismo e intolerância, seus abusados detratores chegaram a vaticinar que, elegendo-a, o Brasil estaria abdicando do futuro, cavando a própria sepultura, rumando de encontro ao caos, assinando o próprio atestado de óbito (daí a necessidade de sangrá-la à exaustão e enterrá-la... preferencialmente viva).
E, no entanto, de nada adiantou tão intensa e infame campanha difamatória, já que a maioria da população brasileira houve por bem referendá-la nas urnas, dar-lhe um voto de confiança, sufragá-la sem medo, certamente que agradecida e confiante na indicação do seu “padrinho” político, aquele que tanto fez pelos menos favorecidos em seus oito anos de mandato – Lula da Silva - o maior presidente que o Brasil já teve. Assim, nada mais natural que a “goleada” acachapante e estrondosa nas urnas.
Agora, decorridos apenas seis meses da sua assunção ao “trono”, o “poste” DECEPCIONA ao mostrar que tem luz própria, que uma “presidenta” pode muito bem equiparar-se a um “presidente”, que uma mulher no comando não mete medo a ninguém, que já passou o tempo da fêmea adstringir-se às tarefas domésticas ou apenas servir de objeto sexual e, enfim, que é possuidora da “massa cinzenta” necessária a separar alhos de bugalhos, além de dotada do perfil técnico-executivo-gerencial necessário à empreitada.
Para tanto, nada melhor que começar cumprindo humildemente o que houvera prometido durante a acirrada campanha, qual seja, que o seu governo seria a “CONTINUIDADE” do governo Lula da Silva, em termos de priorização do “social”, de beneficiamento dos menos favorecidos, da opção pelos desafortunados, da busca incessante de catapultar da miséria milhões de irmãos (processo que já houvera sido iniciado pelo “padrinho”).
Para tanto, por qual razão não manter algumas peças que, reconhecidamente, “deram de conta do recado” na administração pretérita, em termos de eficiência administrativo-operacional ??? Por que não aceitar que o próprio antecessor, um homem experiente, ponderado e passado na casca do alho, o ajudasse na escolha e composição da equipe ministerial ??? E aí, a presidenta Dilma novamente DECEPCIONA seus algozes, ao exercitar e por em prática o que cumprira.
Só que (e isso é imprescindível de ser ressaltado), como o sistema político vigente no país sujeita o chefe do poder executivo a depender da tal “governabilidade”, há que se conviver (lamentável e obrigatoriamente), com uma briguenta, difícil, heterogênea e multifacetada coligação suprapartidária, onde os candidatos aos cargos de confiança são indicados pelos partidos componentes da base de sustentação do governo; e aí, não há como escapar às “surpresas desagradáveis” ou aos “desvios de conduta” oriundos e resultantes de um universo tão complexo.
Para tanto, há que se ter a necessária coragem de cortar na própria carne (quando preciso for) como forma de extirpar o mal pela raiz, mesmo e apesar do “prestígio” de algum deslumbrado que se tenha extasiado com o poder momentâneo. E aí, a presidenta Dilma de novo mostra toda a seriedade que a caracteriza e, mais uma vez DECEPCIONA aos “eternamente do contra”, ao apresentar o “bilhete azul” para figurões que atabalhoadamente meteram os pés pelas mãos, se perderam ao longo do caminho. Assim, as demissões de Antonio Palocci (uma indicação do próprio ex-presidente Lula da Silva) e Alfredo Nascimento (do PR) são exemplos vivos da determinação e objetividade que caracterizam a primeira mulher presidenta do Brasil. E haverá, sim, novas “baixas-substituições”, ao longo do seu mandato (podem apostar).
No mais, a presidenta Dilma DECEPCIONA (arre égua... de novo, outra vez, novamente) ao adotar e licitar as obras de ampliação e modernização dos aeroportos brasileiros sob o regime de “concessão” (ou cessão com “prazo determinado” pra devolução) e não o de “privatização” (entrega definitiva do patrimônio público, normalmente a preço de banana, como o fez o ex-presidente FHC, com o setor de telefonia). E no clímax da exploração do “pre-sal” não será diferente, pra desespero dos sectários e intolerantes que insistem em tentar confundir ou misturar tais conceitos e práticas (por má-fé, masturbação intelectual ou mesmo pura ignorância).
De sobra, ao momentaneamente deixar de lado o estilo “gerentona” e exercitar sua porção “ternurinha” (soft ou ligth), Dilma DECEPCIONA ao, propositadamente, inflar o ego do “príncipe dos sociólogos” (FHC) saudando-o de forma irônica na passagem dos seus 80 anos de idade (sinal de que a cada dia se credencia para integrar a equipe do “Instituto Butantã” - ambiente de cobras criadas – quando da política resolver afastar-se).
Por enquanto, a presidenta Dilma decepciona, decepciona, decepciona... (na visão "estrábica" dos seus mordazes críticos), enquanto o Brasil cresce, cresce, cresce... (na visão fria e realista dos números, de conhecimento do mundo todo).