por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 31 de julho de 2011

Lapidando o coração.‏ Por Monalissa Figueiredo

Aprendi com o meu pai muito sobre música. Recebi dele um presente extremamente valoroso: um ouvido sensível aos sons do mundo. Música é alegria que desenha no coração, é poesia que dá forma pensamentos, é dança de lembranças que preenchem o que é vazio e te tira da solidão. 

Lembro de quando aos 13 anos ele me chamou para ouvirmos juntos Santana e Eric Clapton tocarem "While my guitar gently wheeps". Nunca mais esqueci desta música.  É uma das minhas preferidas até hoje... É linda, e me faz bailar em território sagrado.

Seus inúmeros CDs não me deixam mentir, seus ouvidos e memória inconfundíveis também não...Caso listasse todas as músicas que me fazem lembrá-lo, teríamos mais trilhas sonoras que anos de vida...srsrsr

Outra vez, em um ontem comum, novamente partilhamos um momento generoso desta vez ao som do Rod Stewart e Amy Belle... ( http://www.youtube.com/watch?v=7RkWs6P2IwE ) sons e momentos igualmente ricos e importantes, moldaram esta cena que ao contrário da letra musicada, (... I dont want to talk about it, how you broke my heart...) tem uma mensagem feliz!

Insisto em não levar um coração quebrado pelo caminho... não acho que tristeza seja semente para ser cultivada por mais de 24 horas..., devemos vivê-la, mas não incorporá-la.  A felicidade precisa de espaço, e se você não esvaziar-se, como terá sorrisos no estoque? Gosto de prateleiras fartas, sobretudo se te oferecem coragem e sabedoria, este último cada vez mais em falta em corações românticos como o meu.  Junto com melodias, tinha sentimento naquele paterno divã caseiro. Trocamos esperanças e crenças, que formariam meus ideais e minhas projeções de futuro, e finais felizes.  E assim como nós, pai e filha, a felicidade tinha par...era a alegria, que trazia em si a certeza de luz para o dia, e a opção de acender o coração, caso a noite fosse escura, ou longa demais.. .

Lembrei do Padre Airton, afirmando que: “...quando a o dia já vai tarde, a noite declina.” Deus nos permite entender que há tempo para tudo...e o que é generoso, é que isso nos mantém motivados a viver o dia seguinte com a mesma fé e disposição. É preciso respeitar os ciclos. Não acho isso difícil. Eu que cresci apostando em jardins floridos, sim, ainda imagino “flores nos vestidos e nos destinos”, vejo claramente que sempre haverá escolha entre o começo de um, e o final de outro de tantos que formam as nossas vidas.

Incorporado este universo, penso na minha reconstrução e consequente superação, como um abraço, que está pronto para receber o horizonte que me espera. Adoro seguir em frente, apostando nessa direção, acreditando no invisível que é a esperança de ser feliz!

Um abraço apertado em todos que me envolvem nesta certeza.
Mona

Monalissa Figueiredo

Azul Musical


Por Lupeu Lacerda


hoje é domingo do pé de cachimbo. e o cahimbo que se pipa na soleira da minha casa mata... os garotos não vão envelhecer man... eles nem tem tempo. e eu digo: - e daí? a cada geração nós nos tornamos mais anacrônicos, mais espalhafatosos e menos úteis e hábeis. hoje é domingo, por convenção de quem? continuo trabalhando no domingo, e o domingo é só uma segunda feira disfarçada. hoje eu não vou fazer um poema. hoje não vou brincar de borba gato. hoje não vou dizer que é domingo. hoje é qwrgf ou ainda ,\zmxb, ou qualquer outra porra! domingo tem de ser belo, tem de ter riso, tem de ter grana, tem de ter... domingo. os garotos que pipam na escada do prédio onde moro não sabem que dia é hoje... tenho inveja deles por isso. eu sou só um cariri homeopático. eu sou. eu.
 "Nem há felicidade falsa/ Enquanto dura é verdadeira". (Fernando Pessoa)



Agosto é o mês dos nossos gostos.

O luar é mais belo
O coração mais iluminado

Não vejo respostas pra ser feliz...
O amor é a única e a força maior.

Ele cura a alma adoecida
Pela dor...

Onde está o amor?

Procure o seu...
Torne-o visível, outra vez!

(socorro moreira)



CONVITE
AOS AMIGOS E AMIGAS,
TENHO A SATISFAÇÃO DE COMUNICÁ- LOS
E DE CONVIDÁ-LOS PARA A MINHA POSSE NUMA
CADEIRA DA CÂMARA DE VEREADORES
DO CRATO, AMANHÃ, DIA 01 DE AGOSTO, ÀS 08:00 H.
UM FORTE ABRAÇO A TODOS.
GEORGE MACÁRIO DE BRITO

Por Rosa Guerrera


GRATA AOS AMIGOS DO CRATO


GOSTARIA DE DEIXAR REGISTRADA A MINHA GRATIDÃO AOS AMIGOS DA CIDADE DO CRATO , POR TER SIDO INCLUIDA NUMA BELISSIMA COLETÂNEA DE ARTISTAS E POETAS DAQUELA CIDADE.

O LIVRO QUE FOI RECENTEMENTE LANÇADO DEDICOU A ESTA AMIGA DUAS PÁGINAS COM POEMAS DA MINHA AUTORIA , FATO QUE ME FAZ REGISTRAR AQUI O MAIS SINCERO AGRADECIMENTO, EM ESPECIAL A MINHA QUERIDA AMIGA POETISA SOCORRO MOREIRA.

Ros@


Por Liduína Belchior



Hoje, 31 de Julho
Parabéns para mim que consegui
viver até o momento.
Parabéns para mim que venci batalhas
para continuar viva,
parabéns para mim por driblar as dificuldades
e conseguir ser feliz
Parabéns para mim por ter uma família
linda e maravilhosa, por ter amigas e
amigos fantásticos. Por todos os amores enfim.


Agradecida a Deus pelo dom da vida. 

Liduína

Sonho de amor


Francisco José




Francisco José Galopim de Carvalho (Évora, 16 de Agosto de 1924 - Lisboa, 31 de Julho de 1988), mais conhecido como Francisco José, foi um cantor português.

A SETA DA ESTRADA - Marcos Barreto de Melo

Inerte na encruzilhada
Apontando o caminho
Mas, sem mostrar o espinho
Que trazia em sua ponta
De plantão por todo o dia
Exposta ao sol e ao calor
Roubando a nossa alegria
Sem com nada se importar
Sempre pronta a indicar
Uma morada, uma dor


Aqueles que não lhe viram
Pelas estradas se perderam
Mas, quem viu a seta e seguiu
Comigo também chorou
Por certo que ainda viu
Resquícios de um tempo alegre
Que tão cedo se perdera
Sentiu a falta do abraço
De quem teimou em viver
Apenas com o que restou

Marcos Barreto de Melo

Outras fotos do lançamento : livro "No Azul Sonhado"- Por Nívia Uchôa


by Nicodemos


Franz Lisz



Franz Liszt (pronuncia-se Lisst), em húngaro Liszt Ferenc, (Doborján, Reino da Hungria, 22 de outubro de 1811 — Bayreuth, 31 de julho de 1886) foi um compositor e pianista teuto-húngaro do Romantismo. Liszt foi famoso pela genialidade de sua obra, pelas suas revoluções ao estilo musical da época e por ter elevado o virtuosismo pianístico a níveis nunca antes imaginados. Ainda hoje é considerado um dos maiores pianistas de todos os tempos, em especial pela contribuição que deu ao desenvolvimento da técnica do instrumento.

Antoine de Saint-Exupéry



Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry (Lyon, 29 de junho de 1900 - Mar Mediterrâneo, 31 de julho de 1944) foi um escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.

ACASO

"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

Antoine de Saint-Exupéry

Último dia de julho/2011- socorro moreira


Amanheceu nublado, neste último dia de julho. Já estamos no segundo semestre do ano, e a vida corre com suspiros e espirros, numa mudança constante. Sinto-me num trem-bala, deixando para trás a paisagem e guardando algumas cores, na impressão... Alguns registros em preto e branco, onde nada entendi, ou nada escrevi. Essa vontade de fazer por mim, por todos, me acompanha. Durmo pra sonhar, e entro nos sonhos festivos da arte.
O amor agora faz parte de um todo, que é meu toldo, e já não me ataca de ansiedades. Meu coração é minado, e ao mesmo tempo inflável das dores e sentimentos humanos.
Que tudo seja iluminado pela luz que não se apaga: fé, esperança, caridade. Elas se opõem às nossas inseguranças, desânimos, mesclada de uma passiva insensibilidade. Marquei encontros nos sonhos, perdi documentos, catei-os em bolsas que já se soltaram de mim. As perdas são irreparáveis... O novo embora escondido, só precisa de um chamado. Hora de recomeçar com a garra que nos resta... Existem perspectivas, limites a superar... Aqui, na vista de cima, e no basal, urgem atitudes, e realizações.
Que todos possam abraçar as novas oportunidades e os amigos que nos são próximos, na natureza emocional.

Cristo ganhou um Cirineu. Vamos identificar o nosso, e os nossos anjos também. Os anjos estão soltos no Planeta. Asas invisíveis, mas a luz intensa os denuncia.
Se a união faz a força, e o consenso é difícil, lutemos com as nossas boas intenções. A boa vontade faz o impossível acontecer!
-Um domingo especial para todos nós!

Socorro Moreira

"Perdidos no espaço" - José Nilton Mariano Saraiva

Tanto quanto a inquestionabilidade que o avião é o meio de transporte mais rápido e seguro do mundo, existe agora a apavorante comprovação (vide diálogo abaixo) de que na operacionalização dos seus comandos (mesmo nos portentosos e luxuosos vôos transcontinentais) às vezes se encontram pessoas flagrantemente despreparadas para lidar com situações de emergência, não convencionais, ou que ultrapassam os ditames manualísticos.
È o que lamentavelmente constatamos ao tomar conhecimento do relatório dado a conhecer nessa sexta-feira (29) pelo BEA, órgão do governo francês que investiga o acidente com o vôo 447, da Air France, contendo a transcrição das caixas-pretas, onde nos é revelada a tensão na cabine do avião nos minutos finais que antecederam a tragédia.
Tal qual cego em tiroteio, na conversa os dois co-pilotos (Bonin e Robert) e o comandante (Dubois) DISCUTEM POR NÃO SABEREM COM PRECISÃO SE O AVIÃO SUBIA OU DESCIA ( INCRÍVEL, NÃO ??? ). Veja, abaixo, a íntegra da conversa na cabine:
23h 10min 51 - Alarme de estol (ou perda de sustentação) - 54 seg;
23h 10min 56 - Bonin: TO/GA (aceleração máxima);
23h 11min 00 – Robert: Tente tocar o menos possível nos comandos laterais;
23h 11min 03 – Bonin: Eu estou em TO/GA (aceleração máxima);
23h 11min 06 – Robert: Ele vem ou não ?
23h 11min 21 – Robert: A gente tem ou não os motores, o que está acontecendo ?
23h 11min 32 – Bonin: Eu não tenho o controle do avião. Eu não tenho o controle;
23h 11min 38 – Robert: Vire à esquerda;
23h 11min 41 – Bonin: Tenho impressão que a gente conseguiu velocidade;
23h 11min 43 – (Barulho na porta da cabine);
23h 11min 43 – Dubois: O que é que vocês estão fazendo ?
23h 11min 45- Robert:O que está acontecendo? Eu não sei o que está acontecendo;
23h 11min 52 – Dubois: Então pega isso logo;
23h 11min 53 – Alarme de estol (ou perda de sustentação);
23h 11min 55 – Alarme de estol (ou perda de sustentação);
23h 11min 58 – Bonin: Tenho um problema; o variômetro não tá funcionando;
23h 11min 58 – Dubois: Ta certo;
23h 11min 59 – Bonin: Eu não tenho mais nenhum dado;
23h 12min 04 – Bonin: Tenho a impressão que estamos com uma velocidade louca, o que você acha ?
23h 12min 07 – Robert: Não sei, mas não solte;
23h 12min 08 – Alarme de estol (ou perda de sustentação);
23h 12min 10 – Alarme de estol (idem);
23h 12min 13 – Robert: O que você acha? O que você acha que devemos fazer?
23h 12min 15 – Dubois: Então não sei, está caindo;
23h 12min 19 – Bonin: Agora está bom, conseguimos estabilizar as asas;
23h 12min 19 – Dubois: As asas estão estabilizadas:
23h 12min 20 – Robert: Horizonte seguro;
23h 12min 26 – Robert: A velocidade ?
23h 12min 27 – Robert: Você está subindo;
23h 12min 27 – (Alarme de estol);
23h 12min 27 – Robert: Você está caindo, caindo, caindo:
23h 12min 30 – Bonin (co-piloto): MAS EU ESTOU CAINDO ?
23h 12min 30 – Robert (co-piloto): CAINDO;
23h 12min 32 – Dubois (comandante): VOCÊ ESTÃO SUBINDO;
23h 12min 33 – Bonin: Estou subindo ? Ok, vou descer;
23h 12min 34 – (Alarme de estol);
23h 12min 39 – Bonin: Ok, estamos em TO/GA (aceleração máxima);
23h 12min 40 – (Alarme de estol – 6 seg);
23h 12min 42 – Bonin: A GENTE SUBIU OU O QUÊ ?
23h 12min 44 – Dubois: Não é possível;
23h 12min 45 – Bonin: A GENTE SUBIU OU O QUÊ ?
23h 12min 45 – Robert: Qual é nossa altitude ?
23h 12min 46 – Bonin: UÉ, EU ESTOU CAINDO OU NÃO ?
23h 12min 46 – Robert: Agora você está caindo;
23h 12min 46 – Dubois: Anh, coloque as asas na horizontal;
23h 12min 46 – Robert: Coloque as asas na horizontal;
23h 12min 47 – Bonin: É o que estou tentando fazer;
23h 12min 47 – Dubois: Coloque as asas na horizontal;
23h 12min 49 – (Alarme de estol – 8 seg);
23h 12min 59 – Bonin: Eu estou tentando virar o máximo à esquerda;
23h 12min 59 – Dubois: O pedal;
23h 13min25 - Bonin: O que será que está acontecendo que o avião continua caindo?
23h 13min 28 – Robert: Tente ver o que você consegue fazer com seus comandos lá em cima, os básicos, etc;
23h 13min 32 – Bonin: No nível 100;
23h 13 min 36 – Bonin: 9.000 pés;
23h 13min 32 – Dubois: Acelere devagar;
23h 13min 39 – Robert: Sobe, sobe, sobe, sobe;
23h 13min 40 – Bonin: Mas estou subindo muito há algum tempo:
23h 13min 40 – Dubois: Não, não, não, não sobe;
23h 13min 40 – Robert: Agora caindo;
23h 13min 45 – Robert: Então me dê os comandos, me dê os comandos;
23h 13min 45 – Bonin: Vai lá, você tem os comandos. Ainda estamos em TO/GA;
23h 13min 55 – (Alarme de estol – 8 seg);
23h 14min 05 – Dubois: Atenção, você está subindo;
23h 14min 06 – Robert: Estou subindo ?
23h 14min 06 – Bonin: Bem, é isso que precisamos, acho que estamos a 4.000 pés;
23h 14min 17 – Alarme “pull up” (três vezes);
23h 14min 18 – Dubois: Vamos lá, vai;
23h 14min 21 – Bonin: Vamos lá, vai, vai, vai, vai;
23h 14min 21 – Alarme “pull up” (quatro vezes);
23h 14min 26 – Dubois: Dez graus de subida;
23h 14min 28 – Fim dos registros.

Fim do dia - Por José de Arimatéa dos Santos


Foto: José de Arimatéa dos Santos
 O sol vai descansar
E a noite começa a cair na cidade
Lá no horizonte ainda poucas luzes
De mais um dia tão produtivo
Teimam em colorir o céu
Assim também é nossa vida
A alegria está presente em tudo
Basta cada ser humano saber encontrá-la
Não tem coisa melhor da nossa existência
Se não viver e conviver em alegria...
E felicidade!

sábado, 30 de julho de 2011

Amanhã é o aniversário de Liduína Belchior. Antecipamos-lhe nosso abraço de parabéns!



"Em todos os aspectos, flores são sempre flores. Lindas, femininas, sensuais e maravilhosas. E quando a gente as recebe, e são dedicadas a nós, em particular, são as mais bonitas, interessantes e únicas da terra viva. Parece que Deus deu um sopro especial e disse: Crescei, ficai lindas, porque existe alguém esperando para acolhê-las".

Liduína Belchior

Felicidades, poetisa amiga !

Fazenda Santa Rita no Piauí- tela de Alfredo Moreira Filho- Foto de João Nicodemos






Casa de meus avôs maternos. Fazenda situada, no município de Picos - Pi. Do Crato até lá, o percurso era feito de caminhão ,e outro texto, a cavalo. Um jovem apaixonado enfrentaria este cansaço para pedir a mão de Valdenora em casamento. Aquela união foi construída, num alicerce amoroso de oito anos. Com material rústico (tela e tinta), ele pintou a casa da noiva, hoje acervo da minha irmã Verônica.
Batendo palma de carnaúba, extraindo a cera, meu avô sustentava os filhos na cidade do Crato, onde estudavam.
Minha mãe conta, que as suas cartas eram usadas pelas crianças da redondeza, nos exercícios de leitura. Descobriu a proeza, quando em férias, enquanto se refrescava nas águas do açude, um bando de adolescentes, declamavam em voz alta, as suas falas. Depois de escutar com atenção as repetições, identificou seus textos de notícias para os pais: Crato X Fazenda Santa Rita.
Tal história me comove... A vontade de aprender a ler e a escrever está inerente em todo ser humano. É um prazer descobrir que as letras são mágicas, formam palavras, frases, traduzem ideias, e às vezes até contos, poesias, romances. Quando terminou o pedagógico lecionou na cidade do Crato por muitos anos... Uma geração do passado esteve sob a sua tutela educacional, inclusive eu, quando fui sua aluna no curso primário.
Visitando Assis Landim, semana passada, ele recordou esta função da minha mãe. Como outros, foi também seu aluno. Lembrei 'a normalista' do meu avô Chiquinho... Música interpretada por Nelson Gonçalves, que tanto encantava minha mãe, na voz de seresteiro do meu pai, quando se acompanhava de Vicente Padeiro, Audísio Teles, nas serenatas apaixonadas, que aconteciam na janela da casa da minha bisa.
Procuro não ser nostálgica... Mas, como viver sem lembranças?
Elas justificam a  vida!

Socorro Moreira

Por Assis Lima


SONHO BOTÂNICO

Há quem se sonhe árvore
à sombra da qual
o animal repouse.
A avó que conheci
plantava bogaris
e cultivava mamonas.
Uma vez a surpreendi
brincando de voar com os passarinhos.
Assim a vejo e a tenho.
Meu avô plantava tabaco.
Era a sua planta de poder.
Raras vezes cantava,
e, ao fazê-lo,
tal uirapuru,
calava as outras aves,
a escutá-lo.
Meu pai sabe a angico,
ao bom angico,
com sua densa e saborosa resina.
Minha mãe, perfumada caroba,
me rimava com cravo e alecrim.
Só Jesus é tão cravo.
Só José, alecrim.
Pela carne da macaúba,
pela polpa do pequi,
pela massa do jatobá
desasnei
e sobrevivi.
Há quem viva à sombra
das carnaúbas,
da samaúma,
do juazeiro,
da figueira
ou do salgueiro.

Mas, como diz um mestre
das plantas medicinais,
toda planta é sagrada,
mesmo os matinhos mais simples.
Folheando um manual de botânica,
encantei-me com o ramo
rico e polimorfo das solanáceas:
ervas,
arbustos,
árvores,
trepadeiras,
tão brasileiras.
O tomateiro,
o pimentão,
várias pimentas,
a beladona
e as ornamentais.
A vida ornou-me,
e o sonho valeu-me.

Do livro "No Azul Sonhado"

Mário Quintana



Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.



EU ESCREVI UM POEMA TRISTE


Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!


Mario Quintana - A Cor do Invisível


SINÔNIMOS


Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor.


Mario Quintana (Caderno H)


CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO


Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.


Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...


E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...


A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.


Mario Quintana


POEMA


Mas por que datar um poema? Os poetas que põem datas nos seus poemas me lembram essas galinhas que carimbam os ovos...


Mario Quintana (Caderno H)


RECORDO AINDA


Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...


Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...


Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:


Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...


Mario Quintana

Michelangelo Antonioni


Michelangelo Antonioni (Ferrara, 29 de setembro de 1912 — Roma, 30 de julho de 2007) foi um cineasta italiano.

Graduou-se em economia na Universidade de Bolonha. Chegando a Roma em 1940 estudou no Centro Sperimentale di Cinematografia na Cinecittà, onde conheceu alguns dos artistas com quem acabou cooperando nos anos futuros; entre eles Roberto Rossellini.


wikipédia

Ingmar Bergman



Ernst Ingmar Bergman (Uppsala, 14 de julho de 1918 — Fårö, 30 de julho de 2007) foi um dramaturgo e cineasta sueco.

Estudou na Universidade de Estocolmo, onde se interessou por teatro e, mais tarde, por cinema. Iniciou a carreira em 1941, escrevendo a peça teatral "Morte de Kasper". Em 1944, desenvolveu o primeiro argumento para o filme "Hets". Realizou o primeiro filme em 1945, "Kris".

Seus trabalhos lidam geralmente com questões existenciais, como a mortalidade, a solidão e a fé. Suas influências literárias provêm do teatro: Henrik Ibsen e August Strindberg.

Teve um romance com Liv Ullmann, com quem teve uma filha. Dirigiu a atriz em dez filmes, começando por Persona.

Talvez o melhor comentário sobre Ingmar Bergman tenha partido de Jean-Luc Godard: "O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipe. O diretor está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é se fazer perguntas; filmar é encontrar as respostas. Nada poderia ser mais classicamente romântico". (Jean-Luc Godard, "Bergmanorama", Cahiers du cinéma, Julho – 1958). [1]

O diretor e roteirista morreu em sua casa em Fårö aos 89 anos, de forma tranqüila – segundo sua filha, Eva Bergman – e, coincidentemente, no mesmo dia em que faleceu Michelangelo Antonioni.[1]

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Isaurinha Garcia


Isaura Garcia, mais conhecida como Isaurinha Garcia, (São Paulo, 26 de fevereiro de 1923 — São Paulo, 30 de agosto de 1993) foi uma das maiores cantoras da MPB, e, com mais de cinquenta anos de carreira, foi considerada a Edith Piaf brasileira. Gravou mais de trezentas canções.Entre seus maiores sucesos está a música "Mensagem".

Foi casada com Walter Wanderley, organista de muito sucesso, que renovou a bossa nova com seu talento e até hoje está presente em trinta países.

Sobrinha do célebre pintor paulista Giuseppe Pancetti, começou sua carreira em 1938, depois de um concurso promovido pela Rádio Record, tendo sido contratada no mesmo ano pela emissora paulista. Neste começo de carreira, inspirava-se em Carmen Miranda e Aracy de Almeida.

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Jesus foi ao paraíso José do Vale Pinheiro Feitosa


Felicidade otimizada – versão 2050.

Nas encostas de Santa Teresa escorre mais história que águas de enxurrada.

Jesus, décima geração carioca de família mineira para assentar, no Escondidinho, vida na cidade. Rio Comprido, o bairro; Morro dos Prazeres, a vizinhança.

Jesus identificava no prazer, a doutrina da elite. Levou o Rio à partição, entre arcaicos e pós-humanos. Ele, um ser arcaico. Ser pós-humano, só adivinhando. Não havia contato entre eles.

Prazeres, conquista dos pós-humanos. Da vida, pelo desenvolvimento da tecnologia. Corpos pós-humanos, distintos da classe de Jesus. Realizado upgrade dos sistemas biológicos, quando Jesus, permanecia igual ao seres antigos. Os pós-humanos já não eram seus corpos, enquanto Jesus, sujeito à escassez, fazia história para superá-la. Seres turbinados, usavam o corpo igual um carro de luxo. Jesus e sua classe, conquistavam equilíbrio entre assimetrias da vida e a paz interior. Seres pós-humanos, mundo conquistado, intimidade difusa, prazeres da vida.

Não bem por acaso. Uma chance em milhões. Era comum os pós-humanos excursionarem pelo centro do Rio. Curiosos, em gôndolas móveis, refrigeradas, isolamento acústico; nos olhos, a alegria de zoológico. Eventualmente, saíam do isolamento, mantendo contato com os arcaicos. Experiências supremas. Sensações, decantadas nos recolhos dos pós-humanos, da Barra, Recreio e parte de Jacarepaguá.

Turismo por quê? Contradição da conquista. Mundo virtual, não se sabia por que, embora de infinita variação, tinha ranço de repetição. Travo, reduzindo imprevisibilidade. Terapeutas recomendavam passeios turísticos. Novas práticas incorporadas ao acervo virtual. Descobrira-se que o contato físico, mesmo breve, apenas toque, ampliava a experiência.

Jesus, pela histórica Barão de Petrópolis, chegava à Rua da Estrela. Ia ao Largo do Estácio, cantar sambas, longos fraseados, misturando rap, funks, variado improviso. Na praça Condessa Paulo de Frontin, o Metrô. Quando punha os pés na praça, veículos de pós-humanos estacionavam. Guardas armados, ocuparam pontos estratégicos. Crianças arcaicas careteavam, provocando olhares admirados nos pós-humanos. Jesus, acostumado àquilo, seguia, indiferente, ao metrô. Na escadaria, sentiu uma mão no ombro. Virou-se. O olhar de felicidade de uma linda moça. Invés de se indignar com o utilitarismo do gesto, abriu largo sorriso. Os olhos, estreitando-se, penetravam intimamente a mulher. Ela jamais experimentara algo igual. Porquanto, deixou, com Jesus, um cartão nano-eletrônico.

Se Jesus pusesse o dígito sobre o ícone dela virtualmente se conectariam. Jesus precisaria de Cyber Café. Ela tinha conexão cerebral. Imediato no ambiente captado pelo cartão nano-eletrônico. Jesus sentia-a de modo difuso, imagem virtualizada por óculos especiais. Ela, sem intermediações.

A sessão de música terminou, foi a um Cyber ali mesmo no Largo do Estácio. Conectou-se com a moça.

Ponto neutro. Zona Sul, Maria Angélica, quase esquina da Alexandre Ferreira. Jesus encontrou-se com Madalena αβ. Alfa, versão amigável com arcaicos. Beta, possibilidades secundárias. Versão especial de engenharia reversa dos sistemas biológicos. Design, poucas unidades no mercado. Tinha contradições. Tendia para a arcaica unidade entre ser e corpo. Unificando-se, propendia para a historicidade da vida. A engenharia molecular projetara-a para ter mobilidade, flexibilidade e longevidade. Substituídos arcaicos sistemas biológicos por outros otimizados, mais agradáveis, duradouros, sem panes, moléstias e envelhecimento, a história não mais existia. A vida, aproveitar, gozar, ter prazer. No erro nato, o encontro entre Jesus e Madalena αβ.

“Sei tudo sobre vocês”. Madalena αβ, procurando o mesmo olhar de Jesus na entrada do Metrô. “Eu, quase nada, sobre você”. Jesus, ignorante, confessava. “Como não sabe? Meus professores diziam que a opção de permanecer como são era de vocês mesmos.” Madalena, precisa, questionou. “Nossa, sim. Mas opção, não. Não temos grana para upgrade. Mudança cara. Manutenção impraticável para a maioria.” Jesus, com razões econômicas. “Mas novas versões são criadas todos os anos, pessoas se modificando.” Madalena, otimista. “Ilusório. Os que puderam fazer upgrade mudaram de nível, inatingível para quem não o fez até então. A barreira entre nós e vocês elevou-se muito. Desde essa separação, mais ninguém pôde ultrapassar o muro que nos separa.” Madalena αβ pegou na mão de Jesus e o levou para o carro.

Entre a Rua dos Mineiros e a Ladeira dos Africanos, janela para a Baia da Guanabara, Jesus e Madalena αβ tocavam-se continuamente. O carro, deixado no estacionamento do metrô em Botafogo. Movimento de corpos, fenomenais. Jesus completava-se nela. Madalena viajava em delírios de prazer. Orgasmos múltiplos, jamais a exaustão. Jesus, nada assemelhado vira. A pele da moça se transformava no curso do prazer. Ora ampliava escalas térmicas; noutras o brilho acentuava-se; a textura se multiplicava, de aveludado ao úmido, áspero ao liso; trocas energéticas como pulsos de choques; aderências qual ventosas. Madalena αβ lhe dissera. “Minha pele é proteção da integridade e canal de comunicação íntima e prazer.” Jesus esgotou-se, suado, deitando-se de bruços com os braços arriados abaixo da cama, respirando agitado, o coração acelerado.

Madalena αβ circulava pelo quarto auto-acariciando o corpo nu. “Meu sangue tem a versão mais avançada de respiróticos. Minhas reservas de oxigênio chegam para 24 horas. Assustei-me ao sentir o funcionamento do teu coração. Um pulsar sedutor, mas se manifesta qual sensação de abismo. Como se a qualquer momento, se abrisse enorme poder desagregador.” Jesus, com a boca ressecada pela respiração apressada, balbuciou com esforço: “Sem coração..respiração...cansaço.. exaustão...deusa...desigual...” “Sou vida otimizada, jamais sangrarei, pois minhas plaquetas são milhares de vezes superiores às tuas, meu sistema de defesa é o que tem de melhor no mercado, os softwares dos meus glóbulos brancos têm capacidade para deletar qualquer vírus, outros micróbios ou venenos existentes. Minha pele, pulmões e aparelho digestivo estão bloqueados para qualquer substância potencialmente tóxica. Meu sangue circula por células energéticas, não preciso da bomba cardíaca...”

Jesus, após descanso, levantou-se. Madalena αβ, aproximou-se de modo sedutor. Continuaram se amando.

O dia amanhecia, quando Jesus, esgotado, adormeceu profundamente. Por volta de 18 horas acordou. Não mais a encontrou. Tomou banho e foi para um Cyber na Gomes Lopes. Conectou-se com ela, propondo contato presencial. Ela, excitada, desejou relação sensual, em meio virtual. Jesus, contrariado, desejava-a feito paz interior, aceitou a proposta. Constrangido, numa área reservada do Cyber, relacionou-se com ela. Finda a sessão, passava da meia noite, desceu o morro, sensação plena, mente em desassossego. Madalena αβ, amor em Jesus. Mais do que sensações, precisava dela, olhar, viajar pupila a dentro, ao encontro da intimidade. Aí, o aleph que os fazia unos, apagava todas as diferenças. Jesus queria fundir-se, refundação deles mesmos.

E Madalena αβ? Em banquete, aos milhares, os prazeres da degustação. Retorno primitivo ao gosto. Não precisava comer para alimentar-se. Nada do que mastigava seria digerido no seu organismo. Tudo seria bloqueado e retirado do corpo por nano-robôs sobre roupas especiais que se prestavam para tal. Por tais vestimentas é que se alimentava pelos mesmos métodos moleculares. Vale dizer que também por eles recebia vitaminas, hormônios, enzimas e outras substâncias que facilitavam a relação sensual com o mundo.

Quebra da segurança? Simulação competente de Jesus? Um quantum de imprevisibilidade.

Madalena αβ, na praia sob o sol. A sombra de Jesus projetou-se sobre ela. Muito curiosa levantou-se. Não compreendia porque o rapaz a procurava. “Porque temos propósitos fundamentais na vida...” Madalena abriu os braços para a vastidão da paisagem, negando. “Que propósitos? O fundamento é o upgrade. A evolução cada vez mais avantajada dos requisitos da felicidade. Estou update” Jesus de mãos postas. “Não é diferente da minha felicidade. Toda essa complicação dominadora é muito simples. É você. O dia de hoje foi vazio. A razão do sol não estava somente em mim, eu precisava de você.” A face interrogativa de Madalena. “Como precisava de mim? Você não se basta? Precisa de outro para viver?” Jesus, inocente. “Você não?” Madalena, terminativa. “Não, tudo que necessito está sobre minha pele. Na minha mente. O que não compreendo basta comunicar meu cérebro com as bibliotecas de inteligência artificial, imediatamente tenho respostas. Quando quero me apresentar diferente posso ser qualquer personagem do passado e do presente, pois existem milhares de arquivos de emoções das pessoas. Já tenho teu arquivo completo. Posso usá-lo quando quiser.”

Jesus parou a conversa, afastou-se um pouco de Madalena αβ e deitou o olhar na imensidão do mar. Inspirou profundamente o cheiro de maresia. Mergulhou seu olhar no vasto verde esmeralda e suas franjas de espuma branca. Voltou-se para Madalena, aproximou-se e deu-lhe forte abraço. Beijou-a com grande paz e, lentamente, afastou-se enquanto dizia: “O upgrade sou eu...Upgrade de cada momento, sem intervalo, até a próxima versão. O update contínuo....”

Madalena αβ olhando-o se afastar na areia branca da Barra da Tijuca, sentiu-se uma versão defasada. E gritou: “Jesus...vou....”

José do Vale Feitosa

Por Tiago Araripe



Que o Jumbo suba ligeiro.
Acima das nuvens de chumbo
O céu é de brigadeiro.

Do livro "No Azul Sonhado"


HOJE EU SEI - Rosa Guerrera




Que existe uma beleza muito mais marcante
no outono da vida!

Hoje eu sei que toda alegria precisa ser prolongada
quando o espaço é curto...
Hoje eu sei que em todo coração existe um canteiro vazio
à espera que sejam plantadas sementes de carinho...

Hoje eu sei que a eternidade pode caber perfeitamente
num terno beijo dado com amor...

Hoje eu sei que só devemos guardar do passado
aquilo que realmente foi vivido e apetecido com verdades brilhantes...

E mais que qualquer outra coisa...

Hoje eu sei... que não importa o tempo nas estações da vida, desde que o
nosso coração pulse sempre numa eterna primavera...

E me permita o grande Oswaldo Montenegro que eu conclua essa mensagem com a frase mais linda que até hoje definiu totalmente a minha vida:

"Que os meus erros sejam perdoados... pois metade de mim... É amor!!!! ... E a outra metade também."

Do livro "No Azul Sonhado"

AMAR É... - Rosa Guerrera




Amar é aquele "ouvir estrelas" de Bilac,
é enxergar o Sol numa noite escura,
é conhecer os segredos do ruído dos mares,
é deitar sonhos nas brancas espumas!

Mas... amar é também a revelação do avesso...
É mistura de suor, de saliva, de tremor,
de ânsias e cansaços!
É a entrega de sonhos transformados em realidade,
é se sentir enlaçada pelo mundo no calor de dois braços,
e acariciada pelo infinito num pequeno sussurro de amor!

Amar é essa coisa sublime e louca,
calma e tempestuosa.
É a eternidade transformada em horas,
é coração ofegante,
mãos entrelaçadas e fusão de corpos desnudos!

Amar é acordar para o dia pensando que a noite não findou...
E num sorriso maroto ver
ainda acesa a luz do abajur...

Amar enfim é se sentir sempre virgem cada vez que a alma vive com toda intensidade um momento de paixão.
AMAR É...

Do livro "No Azul Sonhado"

BANHO E AMOR- por Pachelly Jamacaru

BANHO E AMOR
Marquei encontro com ela,
Nas águas correntes do velho Jaguaribe,
Pra falar das coisas simples do mundo,
Do mundo da gente.
Estava por lá, ocidental, onipresente,
Vermelho-laranja, monossilábica,
A silenciosa majestade poente.
O rio cantava triste,
Parecia canto de gente
Melodiando o crepúsculo
Mundial dos homens,
Desobedientes homens e nós...
Línguas d’água, linguagens das línguas,
Banho e amor.
Sertão, ser tão, mundo aquatroz.
Uma anã no firmamento sentenciava a tarde,
Serpenteando alpondras, buscadora do mar,
Desliza o velho Jaguar na idade do quase-lobo.
Desnudos, serpenteei-lhe
Palavras vãs na hora do desaguar.
Marquei encontro com ela,
Nos encontramos no gozo!

Do livro "No Azul Sonhado"



O Coração de Jesus da casa dos meus pais-- por socorro moreira

julho/1949

julho/1950


Nos anos 50, e até às vezes, nos dias de hoje, quando um casal começava a preparar o enxoval da casa, logo pensava na entronização do Coração de Jesus. Minha mãe, como filha de Maria não fugiu à regra. Meu pai, como pintor, começou a pintar o quadro que ornamentaria a parede da sala .
Ainda menina, eu  lhe falei: pai, você é um artista! Esse quadro é o máximo. Ele olhou-me com humildade e respondeu-me:esse quadro não tem arte. Foi copiado de outra imagem. Artista é o que cria. Mas ele era um artista, isso não me desconvenceu.
As pessoas do seu tempo, aos poucos vão mudando de morada... Os que ainda vivem falam do meu pai com admiração e respeito.
Sim! Eu tive um pai sensível e habilidoso, que sabia fazer arte com o coração e as mãos.



fotos de Nicodemos

Pérolas dos Bastidores - Socorro Moreira / Liduina Belchior

Socorro Moreira disse...


sorriso-simpatia
querer-boa vontade
se nos falta
a tristeza nos mata
.


Liduina Belchior disse...

Para viver
é preciso
querer sorrir.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Por Pachelly Jamacaru


O QUE DE CERTO CADA UM TEM


O rio tem um romantismo que lhe é próprio,
E que o mar não tem; as montanhas não têm;
As pradarias, não; o deserto, não.


A estar no mar, estou a dizer;
O mar tem o sal da vida que o rio não tem;
As montanhas, não; as pradarias, o deserto...


A estar nas montanhas, estou a dizer;
As montanhas têm uma paz de espírito que lhe é própria,
E que só ela tem.


Nas pradarias, estou a dizer;
As pradarias têm o que têm, que o rio, não;
As montanhas, não; o mar e o deserto não têm!


A estar no deserto, falo de solidão...
A estar com Clarice, penso no que Alice não,
Maria sim, Helena talvez, Ana Bela, de quando em vez...


Procuro em cada uma
Um rio, um mar, as montanhas, as pradarias e o deserto,
Que de certo cada uma tem!

Do livro "No Azul Sonhado"


Exposição de Pachelly Jamacaru, no Encosta da Serra




Últimos dias, EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA, Pachelly Jamacaru

VISITEM, ficará até o dia 30 deste mês no HOTEL ENCOSTA DA SERRA.
BlOG DO JUAONLINE
 14 de julho de 2011


Exposição de Ângela Morais no Centro Cultural BNB


Está aberta no Centro Cultural Banco do Nordeste e vai até o dia 13 de agosto a exposição de artes visuais Arte Reversa: Para os Romeiros, Romaria, com trabalhos da artista plástica juazeirense Ângela Morais, atualmente radicada em Fortaleza. A exposição inclui barracas-estandartes, projeção de imagens num mix de peças concebido para estimular o olhar do visitante e a sua compreensão do fenômeno romaria, do qual a platéia é, ao mesmo tempo, protagonista e espectador. O cenário foi montado pelo decorador Walmir Paiva, outro grande artista juazeirense. Quem visita a exposição recebe um kit com 12 lindas estampas (tipo cartão-postal) de obras da artista juazeirense.

Outras fotos do lançamento : livro "No Azul Sonhado"- Por Nívia Uchôa






POR FALAR EM SAUDADE

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Chico Buarque



Saudades! Sim... Talvez..
e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte.
Que bem pensara vê-lo até à morte.
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?...
Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte.
Deve-nos ser sagrado como o pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar.
Mais a saudade andasse presa a mim!
FLORBELA ESPANCA

A poesia de Bruna Lombardi




Bruna Patrizia Maria Teresa Romilda Lombardi (São Paulo, 1 de agosto de 1952), mais conhecida como Bruna Lombardi, é uma atriz, modelo e escritora brasileira.

É filha de Ugo Lombardi e está casada com o ator Carlos Alberto Riccelli com quem tem um filho, Kim, nascido em 1981. A família vive nos Estados Unidos da América.




Uma mulher

(Bruna Lombardi)

Uma mulher caminha nua pelo quarto

é lenta como a luz daquela estrela

é tão secreta uma mulher que ao vê-la

nua no quarto pouco se sabe dela


a cor da pele, dos pêlos, o cabelo

o modo de pisar, algumas marcas

a curva arredondada de suas ancas

a parte onde a carne é mais branca


uma mulher é feita de mistérios

tudo se esconde: os sonhos, as axilas,

a vagina

ela envelhece e esconde uma menina

que permanece onde ela está agora


o homem que descobre uma mulher

será sempre o primeiro a ver a aurora.

Viagem - Por Ana Cecília S.Bastos

Viagem - Por Ana Cecília S.Bastos

Ela registrou seus sonhos no caderno que lhe dei
de presente.
Ela arrumou na mala pedaços de sua alma.
Suas veias abertas sangram em despedida.
Ela diz adeus para lugar nenhum e parte,
sem quandos nem ondes.

Fantasmas melancólicos dormem em sua cama
solitária.

A lágrima sobre a mesa.


por Ana Cecília.

Do baú de Stela Siebra Brito


Metafísica é para isso?

Sei mais falar do que me fere
daquilo que me atormenta
me amedronta
me encurrala me açoita me violenta

Sei mais falar do silêncio
das palavras malditas
incontidas
encurtadas
invertidas

Sei mais falar do meu avesso
atravessado na garganta
sei mais falar do que me cala
e me mata.

No entanto vem o vento
e ultrapasso o desvão da memória humana:

um homem passa de bicicleta
escuto o barulho do mar
cai uma chuvinha fina fria
encharca minha alma
me lava.

Renasço.
Stela Siebra

Uma questão de idade – Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Há trinta e sete anos, recém-casados, eu e Carlos fomos morar na cidade de São João d’Aliança em Goiás, distante cento e cinqüenta e dois quilômetros de Brasília. Nessa época, Carlos trabalhava na construção da estrada São João d’Aliança a Alto Paraíso. São João d’Aliança era uma cidade antiga de uma única rua. Alugamos uma casa e como Carlos trabalhava o dia todo, eu ficava muito sozinha. Antes que pudesse me dar conta que seria difícil ter amigas nessa pequena cidade, duas mulheres com idade de mais ou menos sessenta anos, nossas vizinhas, vieram nos fazer uma visita. Elas foram tão acolhedoras, tão educadas que me senti grata pela delicadeza delas. Apesar da diferença de idade minha e de Carlos, para as nossas novas amigas, pois eu tinha vinte e três anos e Carlos vinte e sete, nos alegramos em ter pessoas tão boas morando perto de nós. Assim ganharíamos experiência com elas e, elas se alegrariam com a nossa juventude.


Moramos apenas dois meses nessa cidade, mas foi o suficiente para reconhecer o quanto as nossas amigas eram bondosas, como a maioria das pessoas que moram em cidades pequenas. Fomos convidados por elas para passar um domingo em Alto Paraíso, uma região montanhosa, cheia de vales e muito verde, onde elas tinham uma irmã que morava lá. À medida que subíamos a serra, ficávamos maravilhados com a beleza de um rio que descia ordenadamente. Era uma visão radiante da natureza. Fomos muito bem recebidos pela família das nossas amigas. Lá chegando, elas nos ofereceram papa de milho. Olhando a mesa repleta de pratos cheios de uma papa amarela, eu logo desconfiei que fosse canjica e aceitei. Carlos disse que não queria. E eu sabendo o quanto ele gosta de canjica, perguntei por que não aceitou e expliquei o que era. Ele respondeu: “É canjica? Então eu quero!” Rimos muito e explicamos a elas que aquilo que elas chamavam papa de milho, na nossa terra é canjica.


Ainda hoje lembro com carinho dessas duas mulheres maravilhosas que nos trataram tão bem e, supriram a falta que sentíamos dos nossos familiares. Com essas lembranças agradeço a Deus por ter colocado no nosso caminho essas pessoas de bem. Tem gente que vem ao mundo para distribuir bondade e sempre são recompensadas pelas Bênçãos Divinas.


Relembrando os fatos ocorridos em épocas passadas, notamos como a nossa percepção do tempo muda à medida que os anos passam. Há mais de quinze anos estávamos conversando com uma prima de Carlos sobre esse período em que moramos em São João da Aliança. Então sem pensar, fui dizendo para ela, que lá nós só tínhamos como amigas duas velhinhas de sessenta anos. Entretanto não foi no sentido de desvalorizar minhas amigas, mas para ressaltar a nossa diferença de idade. Mesmo assim a prima de Carlos, quase que me crucificou, pois essa era a idade dela. Tive muito trabalho para consertar meu erro. Fui explicar que com vinte três anos, achava que pessoas com mais de sessenta anos já eram velhas. Mas com minha idade do momento já não pensava assim. O certo é que fui perdoada e hoje tenho muito cuidado quando o assunto é idade. Aprendi a lição, pois viver é um eterno aprendizado.


Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Colaboração de Monalisa Figueirêdo



A ARGOLA
















 Foto da varanda da casa da minha infância - quase como era há tantos anos.


A ARGOLA

Uma argola solitária na varanda
da minha infância.
Solitária,
inútil,
equivocada:
nunca
nada foi ali pendurado.
Sempre amei as coisas que não significam nada.
Por acaso amei essa argola
de que ninguém se lembra:
enfeite,
estorvo,
encalhe. Certamente linguagem
em sua solerte mudez: memória
no poço fundo
afogada na água suja do tempo e seus dejetos.

Uma argola na varanda,
no pescoço,
nas ventas.
Onde estou, nesse espelho côncavo, convexo, vão?
A minha imagem
perdida
pendurada
na varanda
como uma argola enferrujada no fundo do poço seco
desmoronado
com a casa
e seu sangue, em silêncio.
Deus lê o meu poema com uma esquiva alegria
e nenhum escárnio. Rara a vida e a argola.


                       ____________
                     
                               Gregório Vaz deixa uma mensagem na garrafa.
 
 

FERNANDO LOBO- Norma Hauer


Este é do dia 26.

Foi em Recife, no dia 26 de julho de 1915 que FERNANDO LOBO nasceu e onde compôs suas primeiras músicas, a maioria frevos, o que era natural, por ser de Pernambuco.
O interessante é que quase todos foram gravados por cantores aqui do Rio de Janeiro ou de São Paulo
Em 1937, "Mentira", com Raul Torres (de São Paulo); em 1938 "De Quem Você Gosta", com Almirante; em 1939" Alegria", com Nuno Roland; em 1941 "Não Faltava Mais Nada", com Gilberto Alves...

Já em 1947 gravou seu primeiro samba "Saudade", em parceria com Dorival Caymmi; em 1949, com Francisco Alves, gravou seu primeiro grande sucesso: "Chuvas de Verão ", posteriormente regravado por outros cantores; em 1950, para o carnaval de 1951: "Zum, zum", com Dalva de Oliveira, em homenagem a um aviador que falecera em acidente aéreo, seu amigo Carlos Eduardo de Oliveira.

ZUM ZUM
Parceria com Paulo Soledade

Oi! Zum, zum, zum,
Zum, zum, zum!
Está faltando um!

Bateu asas, foi embora,
Não apareceu.
Nós vamos sair sem ele,
Foi a ordem que ele deu.

Oi! Zum, zum, zum,
Zum, zum, zum!
Está faltando um!
(bis)

Ele que era o porta-estandarte
E que fazia alaúza e zum-zum.
Hoje o bloco sai mais triste sem ele
Está faltando um.

No mesmo ano, um novo sucesso"Chofer de Praça", com Luiz Gonzaga. Em 1951, "Amor de Ontem", em parceria com Newton Reixeira, gravado por Carlos Galhardo.
Em 1952, lançando Nora Nei ao estrelato, gravou "Ninguém me Ama", naquele estilo "fossa", em parceria com Antonio Maria:


Ninguém me ama
Ninguém me quer
Ninguém me chama
De "meu amor"
A vida passa
E eu sem ninguém
E quem me abraça
Não me quer bem.

Vim pela noite tão longa,
De fracasso em fracasso
E, hoje, descrente de tudo
Me resta o cansaço,
Cansaço da vida,
Cansaço de mim,
Velhice chegando
E eu chegando ao fim

Mas quero registrar aqui seu sucesso no carnaval de 1950, gravação de Linda Batista e ainda hoje relembrado em blocos carnavalescos: "Nega Maluca". Até fantasias foram lançadas sobre o tema.

Aqui está a letra humorística de
NEGA MALUCA
Co-autor: Evaldo Rui
Gravação original de Linda Batista

"Tava" jogando sinuca
Uma nega maluca,
e apareceu.
Vinha com o filho no colo
E dizia pro povo que o filho era meu
(Não senhor)

Há tanta gente no mundo,
Mas meu azar é profundo
Veja você, meu irmão.
A bomba estourou na minha mão.
Tudo acontece na vida
Eu que nem sou do amor
Até parece castigo
Ou então influência da cor.

Fernando Lobo faleceu em 22/12/1996, aqui no Rio ,mas deixou um grande "fruto", seu filho Edu Lobo.


Norma

Convite!



CINEMARANA, SESC CRATO, segunda, 1° de agosto, as 19h. Com mediação de Elvis Pinheiro.
LEMON TREE ( Etz Limon, Dir. Eran Riklis, Israel/Alemanha/França, 2008, 106min)
"Lemon Tree (lançado no Brasil com esse título, literalmente "Limoeiro") utiliza um pequeno incidente doméstico em tom de fábula para ilustrar uma situação cujas linhas ge...rais o mundo já conhece relativamente bem. O governo de Israel decide derrubar os pés de limoeiro que pertencem a uma viúva palestina. Os militares decretam o pomar de Salma Zidane (Hiam Abbass, boa presença) uma ameaça à segurança do novo ministro da defesa, Israel Navon (Doron Tavory, milico asqueroso), cuja nova residência é vizinha da solitária viúva." (sinopse retirada do blog CinemaScopio).

Curtas XXIII - Aloísio

Um sorriso
Um querer
É preciso
Pra viver!
Aloísio

Reedições de livros caririenses - Emerson Monteiro


Neste primeiro semestre de 2011, foram reeditadas pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em parceria com as Universidades Federal do Ceará e Regional do Cariri, algumas das obras do escritor cearense J. de Figueiredo Filho, emérito historiador que viveu em Crato e desenvolveu atividades intelectuais de larga repercussão pelo País inteiro, sendo um dos fundadores do Instituto Cultural do Cariri ao qual pertenço.

Avô de dois dos meus amigos, Tiago e Flamínio Araripe, conheci o Prof. Figueiredo Filho quando ele proferira notável discurso por ocasião da vinda a Crato, em 21 de junho de 1964, do Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, no Dia do Município cratense. Ao pleno sol quente das 11h no céu aberto da Praça da Sé, Figueiredo falou a imensa plateia e palanque lotado de autoridades, durante meia hora, repassando os detalhes da epopeia do Cariri. Senhor do assunto e respeitável pesquisador das nossas origens libertárias cumpriu a valer seu ofício. Isto numa fase em que o Brasil afundava nos porões da ditadura que permaneceria no poder mais de duas décadas, com sérios danos às liberdades civis e aos direitos humanos, preço pago das modernizações econômicas que varia o mundo naquele tempo para instalar a globalização dos dias atuais.

Depois, já pelos idos da década de 70, frequentei a sede do ICC, na Rua Miguel Limaverde, instalada na sala principal da residência do historiador, com quem conversava boas horas e de quem adquiri o gosto pelos estudos caririenses bem a seu modo e dedicação.

Agora recebemos sete dos seus livros, reeditados em momento oportuno, para as novas gerações, através das Edições UFC, série Memória, da Coleção Nossa Cultura. Engenhos de Rapadura do Cariri, Folguedos Infantis do Cariri, os quatro volumes de História do Cariri e Cidade do Crato (este com Irineu Pinheiro) ganharam outra publicação como parte de dez títulos que enfocam a história e os costumes do Cariri.

Além desses, também mereceram novas edições Efemérides do Cariri e O Cariri, seu descobrimento, povoamento, costumes, de Irineu Pinheiro, e Juazeiro do Padre Cícero, de Floro Bartolomeu da Costa.

São trabalhos emblemáticos da civilização caririense, motivos autênticos da preservação de nossas tradições e valores, os quais, ao lado de outros ainda adormecidos, demonstram a profundidade que caracteriza a alma desta gente que iniciaria com sucesso a colonização cearense, primeiro aqui estabelecida e só então desenvolvida junto do litoral.