por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

BANCOS PÚBLICOS - José Nilton Mariano Saraiva

ATENÇÃO SENHORES FUNCIONÁRIOS DOS BANCOS ESTATAIS PARA A DECLARAÇÃO DE “VIVA VOZ” DO SENHOR ARMÍNIO FRAGA, "JÁ CONFIRMADO" FUTURO MINISTRO DA FAZENDA NUM PRETENSO GOVERNO AÉCIO NEVES:


O BRASIL TEM HOJE TRÊS GRANDES BANCOS PÚBLICOS QUE DETÊM MUITO PODER: O BNDES, O BANCO DO BRASIL E A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. AÍ, TEMOS QUE FAZER AJUSTES E EU NÃO SEI O QUE VAI SOBRAR”. 

O execrável "VAZAMENTO SELETIVO" - José Nilton Mariano Saraiva

Quando compareceu à CPI do Congresso Nacional a fim de prestar esclarecimentos a respeito das supostas irregularidades acontecidas na Petrobrás, o ex-funcionário da empresa, senhor Paulo Roberto Costa,  exerceu na plenitude o seu direito constitucional de permanecer calado. Não soltou um pio.
Em off, entretanto, num átimo de surpreendente sinceridade, assegurou que assim procedia porque se abrisse a boca naquele momento (antes do primeiro turno) a eleição presidencial brasileira corria o risco de não se realizar (embora, àquela altura, já houvesse “aberto o bico” e contado tudo para a polícia federal paranaense).  
Nos bastidores, porém, já houvera vazado e a mídia divulgado com estardalhaço a informação que pessoas comuns, governadores e deputados vinculados a diversas agremiações partidárias (PSB, PT, PMDB e PP, dentre outras) estariam envolvidas no recebimento de polpudas propinas, via superfaturamento na Petrobrás. Dentre elas, os governadores de Pernambuco (o falecido Eduardo Campos-PSB), do Ceará (Cid Gomes-PROS) e do Maranhão (Roseana Sarney-PMDB).  
Eis que agora, às vésperas do segundo turno de uma decisão que tem tudo para ser das mais acirradas, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, resolve divulgar um vídeo de parte do depoimento do senhor Paulo Roberto Costa, onde são nominadas pessoas e partidos políticos supostamente beneficiadas com as tais propinas. Com um estranho e estarrecedor “detalhe”: os envolvidos, bem como os partidos políticos, todos são da base de apoio do governo federal.
Como o PSB (Eduardo Campos), que houvera sido citado lá atrás como um dos beneficiários do esquema, em razão da suposta “propina grossa” que grassou nas obras da Siderúrgica Abreu de Lima (em Pernambuco) agora no vídeo divulgado pelo juiz Sérgio Moro foi omitido ou não citado, conclui-se que teria havido uma espécie de “excesso de cuidado” ou “vazamento seletivo” visando influir no resultado da eleição (afinal, é bom repetir, só o pessoal e partidos da base governista foram citados). 
Seria a chamada “bala de prata”, tão ansiosamente aguardada pela oposição, mas ao mesmo tempo  a prova definitiva de que o Poder Judiciário brasileiro, aqui representado por um iluminado qualquer (dizem que vinculado ao DEM), contrariando o que dele todos esperam, resolveu pela parcialidade em seus julgamentos.
Triste e lamentável, que merece uma resposta do povo (afinal, queiram ou não os opositores do governo, o Brasil mudou e mudou muito, pra melhor, nos últimos doze anos).



Atualização de status
De Everardo Norões
Perguntas a um operário letrado

Bertold Brecht

Quem construiu Tebas,
a das Sete Portas?
Nos livros vêm os nomes dos reis,
mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
quem a reconstruiu?
Em que casas da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
foram seus pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem
triunfaram os Césares?
Na tão cantada Bizâncio
todos os habitantes tinham palácios?
Até a legendária Atlântida
na noite em que o mar a engoliu
viu afogados gritarem por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu dispor?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha chorou.
E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos Sete Anos.
Quem mais a ganhou?

Em cada página, uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década, um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias.
Quantas perguntas.
 
 

O Retorno - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

O senso comum afirma que o brasileiro tem memória curta. Confirmamos essa assertiva no desenrolar da presente campanha eleitoral. De repente, como que anestesiados pelas inserções sublimares da grande imprensa, tendo à frente a diabólica Rede Globo, grande parte do nosso povo passou a admirar o sociólogo, aquele mesmo que recentemente considerou o nordestino um povo ignorante e, que há pouco menos de duas décadas, trouxe-nos o caos quando aderiu ao "Consenso de Washington" e implantou políticas neoliberais em seu famigerado desgoverno. O que vimos, lembram-se? Arrocho salarial, fome, salário mínimo abaixo de cem dólares, menor do que o de países mais pobres, como o Paraguai, a dilapidação do patrimônio do estado brasileiro, quando todo nosso setor de distribuição de eletricidade, nosso precário sistema ferroviário, que no caso do Ceará simplesmente foi extinto, nossas siderúrgicas e mineradoras, e tantas outras empresas estatais foram vendidas na "bacia das almas", mas cujo resultado ninguém soube qual foi, além de altas tarifas e a descapitalização do nosso país. 

No final do desgoverno de FHC, no centro comercial de Fortaleza, inúmeras casas comerciais foram fechadas e transformadas em estacionamentos. Gigantes do comércio varejista, lojas tradicionais cujo capital era nacional, como a Mesbla, o Mapin, a Lobrás, a Eletroradiobrás, as Casas Pernambucanas, o Romcy e tantas outras sumiram para sempre do mercado. Lembram ainda delas? Muitos dos nossos jovens não as conheceram. As políticas neoliberais aplicadas no desgoverno tucano quebraram o país três vezes, tendo que ser socorrido pelo FMI, (Fundo Monetário Internacional).  

A Europa e os Estados Unidos vivem no presente uma grande crise econômica, justamente por ter abusado da aplicação do receituário neoliberal. Crise essa que de certa forma também nos atinge.

Agora esse grupo sediado em São Paulo, o mais nordestino dos estados brasileiro, pois até a seca já chegou por lá, com direito a falta d'água e muita sede de um povo satisfeito com seus atores, pois anestesiados pelas novelas globais, está querendo reassumir os destinos desse país, alardeando uma grande crise em que vivemos. Será por que os aviões saem lotados dos aeroportos? Ou por que as lojas estão cheias de gente comprando? Ou será por que o povo está comendo? Pelo menos três refeições diárias estão tendo e não mais vimos retirantes da seca estendendo a mão em nossas esquinas.

Pensem nisso! Libertem-se das paixões partidárias. Faço esse apelo porque em 2004 fui um dos responsáveis por ter colocado FHC no governo. Penitencio-me hoje. Minhas esperanças foram então frustradas e não desejo ver repetido o filme dos que não olham para o bem estar do nosso povo, mas apenas para os banqueiros e grandes empresários, priorizando o capital à frente do social. Pensemos no futuro dos nossos filhos e netos. Não desejemos para eles o desemprego e desesperanças.