por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 24 de março de 2013

Objeto Sujeito
Paulo Leminski 

você nunca vai saber 
quanto custa uma saudade 
o peso agudo no peito 
de carregar uma cidade 
pelo lado de dentro 
como fazer um verso 
um objeto sujeito 
como passar do presente 
para o pretérito perfeito 
nunca saber direito 

você nunca vai saber 
o que vem depois do sábado 
quem sabe um século 
muito mais lindo e mais sábio 
quem sabe apenas 
mais um domingo 

você nunca vai saber 
e isso é sabedoria 
nada que valha a pena 
a passagem pra Passárgada 
Xanadu ou Shangri-lá 
quem sabe a chave 
de um poema 
e olha lá