por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Marketing político piorando a situação do político - José do Vale Pinheiro Feitosa

Ao invés de discutir política, de construir uma imagem junto à sociedade, os políticos atuais recorrem ao Marketing. Sob a forma de empresas especializadas, de assessorias de imprensa ou de outros tipos de assessoria mais política, o objetivo é manter a imagem pública do político numa situação adequada.

O Marketing age nas mídias, pois são estas que intermedeiam toda a mensagem de construção da imagem do político. Em recente episódio aqui na cidade vimos uma lição das dificuldades da tarefa e principalmente de erros comuns que provocam exatamente o efeito contrário do que se pretendia.
Aconteceu um incidente numa reunião política que envolvia um personagem destacado da cidade. O incidente poderia ter ficado restrito à reunião, mas ultrapassou-a e chegou ao conhecimento da pessoa que deste modo veio a público protestar sobre o que considerou ofensivo a si. Dado o protesto houve a manifestação de uma terceira pessoa considerando que aquilo resultava de uma prática reincidente e que dado o padrão cairia o incidente sobre a liderança maior a ele.

O que teríamos como marketing: desvincular a liderança do incidente e reduzir o incidente a algo insignificante, inclusive demonstrando carinho público pela personagem atingida. O que resultou do trabalho de marketing? Exatamente o contrário.

A cada ação de marketing realizada mais trazia a liderança maior para o centro do incidente. A repetição sistemática do seu nome com o incidente ampliou a sensação de que afinal ele tinha algo com o assunto. É como um anunciante repetindo o nome várias vezes de uma mercadoria até que ela se fixa na nossa memória.

Por outro lado o incidente foi ampliado ao invés de reduzido e esquecido. Por um longo período ficou sendo martelada a vingança, os processos na justiça, as desqualificações em torno do incidente, dando-lhe gás e sobrevivência. Na verdade até se preparou o público para o nascimento de uma grande montanha derivada do incidente. Ora todo mundo ficou doido para ouvir a exposição ampliada de quem naquela altura deveria era estar sendo preservada e associada a gestos magnânimos como, por exemplo, visitar a pessoa atingida e desfazer o que julgava uma trama.

Pelo contrário a ampliação do incidente com sua sobrevivência em mais um dia, apenas o pôs sob os efeitos perniciosos de uma trama que mesmo se não houvesse, agora passaria a existir. A “trama” dos erros do marketing político. E aí os recursos de marketing também são importantes para o efeito que se deseja. Por exemplo, se o político chama a sua família para o centro do incidente ele só está valorizando o mesmo. É como se jogasse gasolina num monturo que deveria estar se apagando.

Ao divulgar uma explicação havida no ambiente que originou o debate, o conteúdo da explicação deveria ser muito bem cuidado. Qualquer deslize, qualquer ampliação do debate como acusar terceiros pelos fatos e se eximir de todos eles ou qualquer referência à liderança maior, apenas provoca o efeito que não se desejava. Mais põe a liderança maior na roda e a si mesmo onde não gostaria de politicamente se encontrar.

Enfim o Marketing entrou na vida dos políticos e da política como consequência das ciências em torno da comunicação social, da psicologia social e da própria natureza dos meios utilizados. Por isso temos muitos problemas em face do seu uso.

A FACE COMUM DO BILIONÉSIMO SÉTIMO HUMANO, DO BLOQUEIO A CUBA E BOICOTE DOS EUA À UNESCO - José do Vale Pinheiro Feitosa

O que tem a vê a chegada da população mundial a 7 bilhões de humanos, a resiliência dos americanos no bloqueio comercial a Cuba e o boicote da contribuição dos EUA com a UNESCO só por que esta aceitou a Palestina como membro pleno? O denominador comum é a ideologia imperial de natureza anglo-saxônica.

Esperem aí que não estou forçando a barra. Posso cometer uma dificuldade interpretativa ao falar da criança simbólica que nasceu nas Filipinas como sendo o bilionésimo sétimo humano. Agora esclareço: o pavor conservador com a perda de seus privilégios diante desta população crescente. O Filipinozinho agora nascido, bem que a ONU lhe deu uma esperança capitalista, alguma poupança para estudar e à família um capital para começar um negócio. Agora os conservadores chorarem lágrimas de sangue malthusiana por conta do coitado inocente, isso já cheira à própria desconfiança no sistema que adere às suas almas. Nesta hora são piores que os comunistas: não confiam no capitalismo do Adam Smith. Agora a bem aventurança se ameaça.

O neo-malthusianismo, especialmente este da grande mídia, tem a sombra indelével daquelas teorias da Eugenia tão apreciadas pelos Fascistas. O sentimento mais exposto por estes é que está crescendo muita gente não branca e isso lhes subtrai substâncias para a defesa do seu imutável status quo. Não confessam isso, mas demonstram ao alardear a fome na África, a falta de Água no Oriente Médio e na China e falta de energia nos soquetes de suas lâmpadas. Tudo em nome do privilégio. Toda matemática deste povo é mentirosa e não tem o menor respeito. A população mundial cresce a proporções cada vez menores e chegará ao ano de 2100 em quantidade suficiente de meios para se manter, pois os já existentes atualmente são mais do que abrangentes para o consumo previsto no futuro. A fome que existe e o desastre do saneamento é a pobreza em face da concentração de renda.

Por isso os EUA e Israel sozinhos perdem na votação para todos os países pedindo o fim do bloqueio comercial a Cuba e ainda vem com papo de democracia enquanto assassinam políticos estrangeiros. Deve haver alguém de boa fé que ache que o problema se resume ao direito dos americanos negociarem com quem bem quiserem. Mas aí não venham com papo de comércio livre e não pratiquem a chantagem que praticam: se um navio sai do Brasil com uma carga para Cuba e para os EUA, eles não permitem o aportamento nos portos americanos. Não tem quem não fique com raiva de um argumento a favor disso.

Quando a UNESCO que cuida exatamente da paz abriga um povo que vive em luta e os EUA deixam de pagar suas obrigações com a Organização que é da ONU como represália pelo ato, este país se tornou um pária político ou no mínimo poderia ser enquadrado, não pelos critérios de Bush, mas certamente pelo critério da acepção da palavra: em algo do eixo do mal.

Enfim o denominador comum destas três notícias é a própria midiatização dela pelas corporações a refletir-se aderente nos corações dos setores reacionários e conservadores em todo mundo.


Nunca é demais,
Apostar
Todas no AMOR

Presença de Mia Couto no Azul Sonhado

IDENTIDADE

Preciso ser um outro
para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem inseto

Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço

Raiz de Orvalho e Outros Poemas,1999.

chuva

Eu nunca fugi de mim
por isso nunca me cansei

nem dos versos
nem dos sonhos.

A chuva é um sinal
que mais tarde
vem vindo
arco-íris.

E todo arco-íris lava a alma
depois que a chuva
molha os cabelos
das rosas

e os bermudões
das orquídeas.

Se já adultos e velhos não vimos arco-íris algum
havemos de ter por encanto na memória
aquele desenho que fizemos
quando éramos crianças.

E se rosas e orquídeas
é papo de jardineiro tristonho
havemos de lembrar que um dia

mesmo de passagem
desejamos os canteiros
da praça.

O cansaço nem por morte minha
e a fuga de mim é um absurdo.



Nunca duvidem dos sentimentos melhores, que os cratenses distantes nutrem pela sua cidade. Espelho-me nos mais próximos, como: Zé do Vale, Zé Nilton Mariano, Joaquim Pinheiro, Dedê, Carlos e Magali, Domingos, Altina Siebra, Dario Lôbo, Stela Siebra, e muitos outros!
Sou acordada por eles com intimações poéticas, culturais e até políticas.
Estão presentes, tanto quanto nós, nos problemas e conflitos, que afetam o nosso dia a dia.
Agradeço-lhes pelo nível de informação, muito superior à minha- vida enclausurada num mundinho pequeno.
Aplausos para todos os interessados no nosso bem estar e soberana cidadania.
Abraços, agradecimentos, e todo meu carinho!

Amanhã viajo para Fortaleza por alguns dias. A gente permanece conectados!
Este nosso ponto de encontro não deixa o café esfriar.
Tenham um excelente início de semana!

Depilação Luiz Fernando Veríssimo( recebido por e-mail)


Estava eu assistindo TV numa tarde de Domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada o que fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando minha mulher deitou-se do meu lado e ficou brincando com minhas 'partes'.
Após alguns minutos ela veio com a 'brilhante' idéia:Por que não depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer 'outras coisas' com eles.
Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos fiquei imaginando o que seriam 'outras coisas'. Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu, imaginando as 'outras coisas', não tive mais como negar. Concordei.
Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha mente estava vagando pelas novas sensações que só despertei quando ouvi o beep do microondas.
Ela voltou ao quarto com um pote de cêra, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei meio estranho aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de 'dona da situação' que deixaria qualquer médico urologista sentindo-se como residente.
Fiquei tranqüilo e autorizei o restante do processo. Pediu para que eu ficasse numa posição de quase-frango-assado e liberasse o acesso à zona do agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duas bolinhas de porcelana e começou a passar cêra morna. Achei aquela sensação maravilhosa!
O Sr. Pinto já estava todo 'pimpão' como quem diz: 'sou o próximo da fila'!
Pelo início, fiquei imaginando quais seriam as 'outras coisas' que viriam.
Após estarem completamente besuntados de cêra, ela embrulhou ambos no plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los para viagem.
Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer: na Thailândia, na China ou pela Internet mesmo?
Porém, alguns segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino.. Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro PUUUUTA QUEEEE ME PARIUUUUUUU quase falado letra por letra..
Olhei para o plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado grudado. Ela disse que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava passar de novo. Respondi prontamente: Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade!!
Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito com as duas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, e fui para o banheiro.
Sentia o coração bater nos ovos.
Abri o chuveiro e foi a primeira vez que eu molhei o saco antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos só deixando a água gelada escorrer pelo meu corpo.
Saí do banho, mas nesses momentos de dor qualquer homem vira um bebezinho novo: faz merda atrás de merda. Peguei meu gel pós-barba com camomila 'que acalma a pele', enchi as mãos e passei nos ovos.
Foi como se estivesse passado molho de pimenta. Sentei no bidê na posição de 'lava xereca' e deixei o chuveirinho acalmar os Drs. Peguei a toalha de rosto e fiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round.
Olhei para meu pinto. Ele, coitado, tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequeno que mais parecia irmão gêmeo de meu umbigo.
Nesse momento minha mulher bate à porta do banheiro e pergunta se estava passando bem. Aquela voz antes tão aveludada e sedutora ficou igual uma gralha.
Saí do banheiro e voltei para o quarto. Ela estava argumentado que os pentelhos tinham saído pelas raízes, que demorariam voltar a nascer. 'Pela espessura da pele do meu saco, aqui não nasce nem penugem, meus ovos vão ficar que nem os das 'codornas', respondi.
Ela pediu para olhar como estavam. Eu falei para olhar a meio metro de distância e sem tocar em nada e se ficar rindo vai entrar na PORRADA!!
Vesti a camiseta e fui dormir (somente de camiseta). Naquele momento sexo para mim, nem para perpetuar a espécie humana. No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros.
Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar a cueca, mas nada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada... Vesti a calça mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo.
Entrei na minha seção andando igual um cowboy cagado. Falei bom dia para todos, mas sem olhar nos olhos. E passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.
Resultado, certas coisas devem ser feitas somente pelas mulheres. Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino.
Ainda dói...

A Bruxa de Portobello - Paulo Coelho





Ela me dizia que estava aprendendo à medida que me ensinava.

Todos buscam um mestre perfeito; acontece que os mestres são humanos, embora seus ensinamentos possam ser divinos – e aí está algo que as pessoas custam a aceitar. Não confundir o professor com a aula, o ritual com o êxtase, o transmissor do símbolo com o símbolo em si mesmo.

Cozinhamos reclamando da perda de tempo, quando podíamos estar transformando amor em comida.

As coisas não são absolutas, elas existem dependendo da percepção de cada um.

Sugeriu que, pouco a pouco, começássemos a preparar terreno para dizer que ela tinha sido adotada. (...) a pior coisa que podia acontecer é que ela descobrisse por si mesma – passaria a duvidar de todo mundo. Seu comportamento poderia tornar-se imprevisível.

“Diante de mim havia duas estradas
Eu escolhi a estrada menos percorrida
E isso fez toda a diferença” (Robert Frost)

A música é tão antiga quanto os seres humanos. Nossos ancestrais, que viajavam de caverna em caverna, não podiam carregar muitas coisas, mas a arqueologia moderna mostra que, além do pouco que necessitavam para comer, na bagagem havia sempre um instrumento musical, geralmente um tambor. A música não é apenas algo que nos conforte, ou que nos distraia, mas vai além disso – é uma ideologia.

- Por que não me dá a comunhão?
(...)
- (...) a Igreja proíbe que pessoas divorciadas recebam o sacramento.
(...)
- Cristo disse: “Vinde a mim os que estão agoniados, e eu os aliviarei”. Eu estou agoniada, ferida, e não me deixam ir até Ele. Hoje aprendi que a Igreja transformou estas palavras: vinde a mim os que seguem as nossas regras, e deixem os agoniados para lá!
(...)
Penso que, ao sair da igreja, Athena pode ter encontrado Jesus. E, chorando, se atirou em seus braços, confusa, pedindo que lhe explicasse por que estava sendo obrigada a ficar do lado de fora só por causa de um papel assinado, uma coisa sem a menor importância no plano espiritual, e que só interessava mesmo a cartórios e imposto de renda.

Quando escrevo, quando danço, sou guiado pela Mão que tudo criou.

O caminho é mais importante que aquilo que a levou a caminhar.

Para aqueles que viajam o tempo não existe – apenas o espaço.

Desde épocas remotas os seres humanos tinham um ritual onde fingiam ser outras pessoas, e desta maneira procuravam a comunicação com o sagrado.

Quando vc dança, sente desejo? Sente que está provocando uma energia maior? Quando vc dança, existem momentos em que deixa de ser você?
(...) parecia entrar mais em contato comigo, o fato de estar seduzindo ou não alguém deixava de fazer muita diferença.
Se o teatro é um ritual, a dança também. Além disso, é uma maneira ancestral de aproximar-se do parceiro. Como se os fios que nos conectam com o resto do mundo ficassem limpos do preconceito e dos medos. Quando vc dança, pode se dar ao luxo de ser você.

Nos conhecemos quando nos vemos no olhar dos outros.

Procurei, eu mesma, os galhos maiores, e os coloquei por cima dos gravetos; era assim a vida. Para que pegassem fogo, os gravetos deviam antes ser consumidos. Para que pudéssemos liberar a energia do forte, é preciso que o fraco tenha possibilidade de se manifestar.

Para sempre ser lembrado !


Enjôo da Folha de São Paulo com as manifestações dos seus leitores em relação à doença de Lula - sobre a coluna de Gilberto Dimenstein

Publicado na Folha de São Paulo este texto revela o comportamento de certas pessoas na internet. Profunda aversão ao contraditório e inimigos violentos dos oponentes políticos. O Gilberto faz parte do corpo Editorial da Folha de São Paulo e se mostra envergonhado com o fato vivenciado por ele em face das manifestações dos leitores de sua coluna com relação à doença de Lula. O que ele não considera e talvez não passe em sua consideração é que a Folha de São Paulo contribua na raiz deste ódio. O modo como caiu o nível até de comentaristas bem estruturados na grande imprensa certamente está na pedagogia desta raiva toda. Isso sem falar num verdadeiro ódio que emana em blogs de revistas como a Veja e outros. A vinculação entre os internautas virulentos e desumanos e a grande imprensa é tamanha que uma comentarista da Rádio CBN, chamada Lúcia Hipólito, torceu o assunto para tirar vantagens políticas além de querer aplicar em Lula uma teoria geral sobre câncer da laringe. Por isso o enjôo do Gilberto até causa dúvida em nossos frágeis espíritos: será que na verdade ele não estaria comemorando “uma enxurrada de ataques desrespeitosos” para demonstrar que o Lula não recebe solidariedade nem no câncer como disse o Lara Resende sobre a solidariedade mineira? Até o título da nota é estranho, pois ele não poderia se envergonhar do câncer de Lula, mas da manifestação dos seus leitoras a respeito do câncer de Lua. Mas isso pode se inserir na paranóia deste que vos escreve.

O câncer de Lula me envergonhou

Gilberto Dimenstein

DE SÃO PAULO

Senti um misto de vergonha e enjoo ao receber centenas de comentários de leitores para a minha coluna sobre o câncer de Lula. Fossem apenas algumas dezenas, não me daria o trabalho de comentar. O fato é que foi uma enxurrada de ataques desrespeitosos, desumanos, raivosos, mostrando prazer com a tragédia de um ser humano. Pode sinalizar algo mais profundo.

Centenas de e-mails pediam que Lula não se tratasse num hospital de elite, mas no SUS para supostamente mostrar solidariedade com os mais pobres. É de uma tolice sem tamanho. O que provoca tanto ódio de uma minoria?

Lula teve muitos problemas --e merece ser criticado por muitas coisas, a começar por uma conivência com a corrupção. Mas não foi um ditador, manteve as regras democráticas e a economia crescendo, investiu como nunca no social.

No caso de seu câncer, tratou a doença com extrema transparência e altivez. É um caso, portanto, em que todos deveriam se sentir incomodados com a tragédia alheia.

Minha suspeita é que a interatividade democrática da internet é, de um lado um avanço do jornalismo e, de outro, uma porta direta com o esgoto de ressentimento e da ignorância.

Isso significa quem um dos nossos papéis como jornalistas é educar os e-leitores a se comportar com um mínimo de decência.

domingo, 30 de outubro de 2011

Na Rádio Azul


Cinderela e a carroceria cheia José do Vale Pinheiro Feitosa


Cinderela, com uma sacola de plástico, corria desesperada para pegar carona na carroceria do caminhão. Precisava aproveitar os momentos finais da feira para comprar alguns mantimentos que faltavam em casa. O problema da moça é que o cachorro de estimação corria atrás dela latindo e a carroceria estava cheia de gente com as mesmas pretensões que ela.
Moça recatada e artística gostava de versejar ao som da viola, Cinderela teria que se acomodar no espaço inexistente de tantos outros corpos. Alguns corpos que jamais Cinderela gostaria de intimidade. Como o corpo de um sujeito esperto conforme herdou do pai, sujeito chamado de Brasília, mas que dizem teria nome bíblico. Pobre da Daniela ficou logo no aperto da área de influência do venha a nós e a vosso reino nada.
Não é que fosse incomodada fisicamente pelo Brasília, ela foi sendo seduzida com promessas amarelas da solução das dificuldades da vida e a pobre da Cinderela foi se afastando de si mesma. E isso não durou muito no aperto da carroceria cheia. O cachorro da família ainda corria atrás da carroça e Cinderela já estava no jogo do sujeito que dizem tem nome bíblico.
Este ainda perguntou para a moça a razão daquele cachorro tanto ser persistente. Ela explicou-lhe que era o tipo teimoso e tinhoso de animal que sempre teria de dar a última latida. Só quando não houvesse mais cachorro noutros terreiros é que ele se calaria e voltaria para casa. Para o sossego do canto da casa. Dizem que o cachorro nunca parou de ladrar, que a razão estava no cão maior que seguia na carroceria. Dizem que o cão ladrou léguas de viagens, até esmorecer de língua para fora sobre o pó da estrada.
Desta viagem em carroça cheia, restou em Cinderela um vazio existencial. Ela não mais encontrava a sua imagem no espelho. Mesmo os temores do que aquilo significava, pois nem na água seu reflexo aparecia, Cinderela passou a fazer um canto quase gritado, um alternância de desespero e excesso de amor próprio, um abismo entre o sentimento de total isolamento e o exacerbado de que possuía as últimas das verdades. Aquelas verdades que são a antevéspera do juízo final.
Cinderela não é uma pobre coitada, tem o dom de ferir-se e de ferir aos outros com lâminas tão afiadas que as dores não surgem de logo, só depois é que se toma conta de que a ferida é grande. Mas Cinderela guardou em si a beleza que possuía antes de subir naquela carroceria cheia de gente e tomar assento na vizinhança daquele senhorzinho.
Cinderela não era o depósito das penas de ninguém. Ela era e continua sendo o extremado do amor pelo outro. Cinderela é alvo do amor por sua alma artística que traduz sua integridade e que todos desejam de volta ao regato de sua criatividade. Que o regato flua sereno como Cinderela procura ser. Assim como “um fio d´água na serra que encanta mais que o mar”.


BRASIL E O OURO NO VÔLEI FEMININO- por Rosa Guerrera




Não sentí as horas passar ontem a noite . Vibrei até o ultimo instante com a nossa seleção feminina de vôlei num jogo dramático contra a grande rival Cuba .

A raça , a garra e a determinação das nossas meninas do vôlei me deixaram emocionada.

Finalmente conquistamos a ambicionada MEDALHA DE OURO

Hoje , minha homenagem e os meus parabéns .

Vocês honraram e mereceram a vitória .

NEM A MORTE OS SEPAROU- por Rosa Guerrera


O caso que relato abaixo me deixou deveras impressionada , constatando cada vez mais , na minha concepção que o amor quando verdadeiro , além de superar todos os obstáculos , caminha para a Eternidade acrescentando mais um elo na longa corrente de verdade existida aqui na terra.

"Um casal do Estado de Iowa, nos Estados Unidos, que viveu junto durante 72 anos, morreu de mãos dadas em um hospital na semana passada, com um intervalo de apenas uma hora. Norma Stock, 90 anos, e Gordon Yeager, 94, casaram-se em 1939 e tiveram quatro filhos.
Na última quarta-feira, quando iam ao centro da cidade de Des Moines, eles sofreram um acidente de carro. No hospital, foram levados para a unidade de terapia intensiva e os enfermeiros entenderam que não podiam separá-los. "Eles foram colocados no mesmo quarto e ficaram de mãos dadas", disse Dennis Yeager, filho do casal.

Gordon morreu segurando a mão de sua mulher e rodeado por seus familiares. "Foi estranho, eles estavam de mãos dadas e meu pai parou de respirar, mas eu não consegui perceber o que estava acontecendo porque o monitor do coração continuava funcionando", disse Dennis. Uma hora depois, Norma também se foi. "Nenhum deles sobreviveria sem o outro", disse Donna Sheets, outra filha do casal.

No funeral, Norma e Gordon continuaram de mãos dadas. Segundo a família, o casal seria cremado e suas cinzas seriam misturadas. “Eles eram um casal à moda antiga. Acreditavam na frase ‘até que a morte os separe’”, resumiu o filho Dennis."

(As informações são do MSNBC.)

De um alguém para um alguém que se chama Bastinha

Amiga, se for o Wlisses Germano, eu digo:

E o que Wlisses gostava
Não Grécia nem Minotauro
Mas Sapoti que enfeitava
O beco do Padre Lauro.

Ele fez uma música falando do beco da michada.


Borboletas, John Keats e Manoel de Barros


Voltei do cinema absolutamente encantada pela poesia. Não só a poesia romântica de John Keats, tema do filme, mas por toda ela. Pela experiência que um poema oferece. “Bright Star” é o nome de um poema de Keats e também dá nome ao filme – lamentávelmente traduzido para “O Brilho de Uma Paixão”. É uma pena. Se lembrarmos que os tradutores de Keats no Brasil são nada menos que Augusto de Campos e Manuel Bandeira, dá até uma tristeza.
Ouvi críticas severas ao filme de Jane Campion num almoço entre amigos mas também li um lindo artigo na Folha de São Paulo que me levou ao cinema. João Pereira Coutinho lembrou da proximidade de Keats com a poesia grega clássica que muito me atrai desde os tempos de faculdade. Tenho perdidos por aqui os livros traduzidos por José Paulo Paes, riquísimas antologias do período clássico grego e latino. De lá eu tiro Píndaro e seu poema sobre a efemeridade da vida e da beleza como um exemplo: “..o homem é o sonho de uma sombra, mas quando os deuses lançam sobre ele a sua luz, claro esplendor o envolve, e doce então é a vida.” A frase mais conhecida de Keats é “A think of beauty is a joy, forever”, onde quer que a vida breve nos leve – traduz Augusto de Campos. E Bandeira ainda faz graça completando: “Mas ele próprio sentiu, quanto essa alegria dói.“
O filme de Jane Campion trata disso. Da beleza, da efemeridade, do amor romântico, do tempo que não existe mais. O amor é o cotidiano daquela familia que vive nos campos da Inglaterra. A jovem Fanny, musa de Keats, cria suas próprias roupas, ama dançar e acaba fazendo um viveiro de borboletas em seu quarto enquanto o poeta viaja até o mar. Keats cita as borboletas e o milagre da transformação da lagarta numa de suas cartas. É o suficiente para que a casa vire uma extensão do jardim.
Os poemas de Keats são fortemente ritmados e causam vertigem numa leitura apropriada. Ele fala dessa sensação da leitura de um poema para a sua apaixonada aluna e é um dos momentos mais bonitos do filme. Outro é quando ele fala da memória do toque, às vésperas da viagem que terminaria com sua morte.
O filme é lindo, colorido, doce, amoroso. Talvez eu tenha gostado só porque sou romântica, ou porque gosto de poesia no cinema, na literatura, na música e nas coisas banais desprovidas de poesia. Por isso, lembro aqui Manoel de Barros e seu “Retrato do Artista Quando Coisa” que foi lindamente gravado por Luiz Melodia num arranjo só de voz e cordas. Ficou divino. São poetas próximos. “Borboletas já trocam as árvores por mim, Insetos me desempenham…” Exceto pela forma, acredito que Keats gostaria disso.

Bright Star, o trailer do filme – pra dar mais vontade de assistir…


http://patriciapalumbo.com/2010/07/19/borboletas-john-keats-e-manoel-de-barros/

Federico Fellini


Federico Fellini (Rimini, 20 de janeiro de 1920 — Roma, 31 de outubro de 1993) foi um dos mais importantes cineastas italianos.

Fellini ficou eternizado pela poesia de seus filmes, que, mesmo quando faziam sérias críticas à sociedade, não deixavam a magia do cinema desaparecer.

Trabalhou suas trilhas sonoras, na grande maioria das vezes, com o grande compositor Nino Rota.

"Crônica da morte anunciada" - José Nilton Mariano Saraiva

Quando uma figura da grandeza, estirpe e respeitabilidade de um José do Vale Pinheiro Feitosa resolve expor-se publicamente (citando nominalmente pessoas), a fim de mostrar toda a sua indignação e revolta contra (queiramos ou não) uma autoridade constituída (“A política de Samuel Araripe mais uma vez investe contra Almina Arraes”) é porque a coisa é séria e ultrapassou os limites da tolerância e razoabilidade.
No entanto, o triste e deplorável episodio envolvendo uma das mais respeitáveis e queridas figuras da cidade do Crato – D. Almina Arraes – mais uma vez vilipendiada por pessoas ligadas ao atual prefeito do Crato (dessa vez em pleno recinto da Câmara Municipal), parece ser a tal da “crônica da morte anunciada”.
Ou vocês não lembram que meses atrás, quando D. Almina Arraes foi impiedosa e humilhantemente enxovalhada em plena recinto da SAAEC (por parte do seu alienígena presidente, um tal de “doutor” Procópio Benevides, segundo consta afilhado do Tasso Jereissati), os áulicos do prefeito da cidade trataram foi de desqualificá-la, numa tentativa canhestra e inglória de tentar abafar aquela grave ocorrência, enquanto que o “preposto” do chefe da municipalidade (que custa uma verdadeira montanha de dinheiro aos cofres públicos) sequer foi advertido ???
Fato é que eles não têm como esconder que nesses sete anos da (des)administração Samuel Araripe o Crato se desminlinguiu, foi ao fundo do poço (se é que esse poço tem fundo), e hoje é uma cidade entregue à própria sorte (ou às baratas e ratos), porquanto esvaziada e sem quaisquer perspectivas, por conta da falta de vocação administrativa, de habilidade pessoal e de prestígio político do atual gestor municipal (quantos órgãos e/ou instituições – públicos ou privados - foram fechados ou tiveram suas atividades encerradas ou simplesmente transferidas pra Juazeiro do Norte, nesse curto – que parece uma eternidade - período ???).
É o que dá colocar em tão importantes cargos pessoas sem a menor vocação para o exercício da função pública, unicamente com o fito de manter uma “tradição familiar” (os pais do prefeito e do vereador-suplente dirigiram a cidade, décadas atrás).
Registramos, pois, de público, nossa solidariedade ao Joaquim Pinheiro, a D. Almina Arraes (que não conhecemos pessoalmente) e demais membros da família ultrajada.
E aos cidadãos da cidade, um apelo: ACORDEM, POR AMOR AO CRATO !!!

Fernando César e Nazareno de Brito

 Velho Pescador


Introdução: C7M C5+/Ab Am7 G7/9- C7M C5+/Ab Am7 G7/9-

C7M C5+/Ab Am7 G7/9-
Joga a rede no mar
C7M C5+/Ab Am7 G7/9-
Deixa o barco correr
C7M Em7 A7/13- Dm7 A7/13- A7
O que ela recolher, não pode reclamar, a sorte e quem mandou
Dm7 Dm7/C Dm7/B A7
Esta vida é um mar
Dm7 Dm7/C Dm7/B A7
Deixa a onda bater
Dm7 F/G Em7 A7/9+ Dm7/9 G7/9-
Se algum dia querer, sua rede pescar, não o deixe fugir
C7M C5+/Ab Am7 G7/9-
Quando a onda quebrar
C7M
E o vento bater
Gm7/9 C7/13 F7M C7/9-
Alguém vai lhe dizer, é cedo para amar, a praia é seu lugar
F#m7/5- B7/9
Conta-lhe então, que nunca a sua rede
Em7 A7/13
Sentiu a sede da falta de um amor
Dm7/9 Fm7
Que não tem medo, o mar não faz segredo
G7/9- C7M
Ao velho pescador.

As bruxas existem - Mônica Buonfiglio



Na Idade Média, as mulheres que conseguiram o poder, passavam gradativamente a ser consideradas bruxas. A palavra inglesa witch (bruxa, feiticeira) é derivada da palavra anglo-saxônica wicce e da alemã wissen (saber, conhecer) e wikken (adivinhar). Antigamente as bruxas eram chamadas de sábias, até a Igreja atribuir-lhes uma conotação de degradação, de mulheres dominadas pelos instintos inferiores.

As bruxas nada mais eram do que mulheres que conheciam e entendiam do emprego das ervas medicinais para a cura das enfermidades nos vilarejos onde viviam. Também estavam aptas a realizar partos e a preparar ungüentos medicinais. Com o advento do Cristianismo, a era patriarcal acabou por imperar, até porque o Salvador era um homem. As mulheres foram colocadas em segundo plano e identificadas como objetos de pecado utilizados pelo diabo.

É claro que algumas mulheres rebelaram-se. Estas mulheres, dotadas de um poder espiritual - inclusive passado de mãe para filha -, começaram a angariar de novo o prestígio de outros tempos, e isto passou a incomodar o poder religioso. Como admitir que algumas mulheres podiam ser livres e que algumas pessoas respeitavam o que elas ensinavam? Para acusar uma mulher de bruxaria era muito fácil: bastava uma mulher casada perder a hora de despertar, que o marido a acusava de estar sonhando com o demônio.

Para as bruxas do mundo inteiro, o dia 31 de outubro tem um significado muito especial: o deus que representava a natureza (e que possuía chifres, em sinal de poder) saía da infância para ingressar na adolescência, tornando-se jovem e aventureiro (símbolo do alce nas pinturas alquimistas).

Neste dia, essas mulheres homenageavam a deusa Gaia (terra) em sintonia com esse deus (fecundo) para obter cada vez mais conhecimento, gerar filhos saudáveis e criar entendimento entre os familiares. É claro que algumas mulheres em tempos remotos aproveitavam-se desse poder para seus próprios interesses - como aquisição de bens -, praticando a magia negra. Como o próprio nome diz, a feiticeira tinha o poder de enfeitiçar as pessoas, atraindo pensamentos negativos em suas associações a seres infernais, em oposição ao amor de Deus. Essas bruxas, através de pactos com o diabo, também obtinham vinganças sociais.

Infelizmente, as bruxas e as sacerdotisas nórdicas foram quase que completamente esquecidas, sendo associadas ao seu aspecto negativo. Presume-se que a caça às bruxas do passado tenha ocorrido a partir de tensões sociais profundas, e esperamos que as torturas do passado, não voltem a ocorrer em tempos futuros.

Monica Buonfiglio

Um poema de Drummond




AMOR, POIS QUE É A PALAVRA ESSENCIAL


Amor – pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue

E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.

Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

Rocambole de Chocolate Especial !


Ingredientes

Massa:

8 ovos
1 xícara de açúcar
1 xícara de farinha de rosca
1 colher de pó royal
1 lata de nescau ( pequena)

Recheio

1 lata de creme de leite sem soro


Cobertura :

1 lata de leite condensado
A mesma medida de leite de gado
1 colher de maizena
3 gemas

Finalização :

Chocolate granulado e cerejas.

Acompanhamento : Marshmallow

Modo de Preparo Massa:

Bater as claras em neve junte as gemas peneiradas, continue batendo para que fique em ponto bem firme
Junte aos poucos o açúcar e continue batendo, coloque aos poucos a farinha , o fermento e o chocolate.
Forre uma forma com papel manteiga previamente untada, com margarina e trigo
Asse em forno quente por 15 minutos em assadeira retangular
Após assar deixe esfriar
Espalhe o recheio sobre a massa assada, enrole o lado maior da massa
Use a cobertura.
Polvilhe com chocolate granulado, e decore com cerejas.

* Cobertura : fazer um creme com os ingredientes acima citados.


Marshmallow


Ingredientes


3 claras

1 xícara de açúcar

1 xícara de mel karo

1 xícara de água

1 colher de sopa de suco de limão

Modo de Preparo


Faça uma calda em fio com o açúcar, a glucose de milho, a água e o limão
Bata as claras em neve bem firme
Quando a calda estiver pronta, despeje-a ainda quente e em fio na batedeira ligada
Bata até ficar morno
Você verá que conforme vai esfriando ela vai ficando branca

Use em bolos, sorvetes ou em outra sobremesa
* Essa receita aprendi com Zélia Moreira , que aprendeu não sei com quem... É o carro chefe das nossas festas há 30 anos. Sem erros !

" Joga a rede no mar... deixa o barco correr " - Por Socorro Moreira



1979 a 2009 - 30 anos, num minuto.

Deixei Recife com uma dor sem avaliação. Decolei numa noite comprida, e aterrissei numa cidade estranha. Escolha aleatória, como ponto de recomeço : Fortaleza.

Luzes esparsas, lugar de exílio. Eu estava assaltada pelos letreiros luminosos do Recife; cortada por suas pontes ferrenhas; apaixonada pelos seus cais , e chorando os meus ais.

Quem me fez pensar em despedidas?

" Muda-se a cidade, mas não se muda o poço."

E o poço era profundo, escuro, viscoso. Quase não me devolveu ao mundo.

Fortaleza parecia uma noiva com suas roupas e lençóis de rendas. As noites eram provincianas :: violões, canções, e uma sucessão de dias amanhecendo.

Da minha janela eu viajava nas velas do Mucuripe, escutava os boémios do "Bar Santiago", e esticava o pensamento até alcançar o "Nick Bar”, "Tia Rosa”... A música era sempre um convite a entrar na roda, a contar histórias. Embriagada das noites, eu molhava as emoções nas águas do mar; suspirava valsas, choros e antigos sambas . De Kalu para trás, aceitava o desafio... Domínio de letra e melodia, além da frase principal, que condensava a canção : “... Joga a rede no mar, deixa o barco correr...". Um desespero de vida ;uma responsabilidade mais pesada do que a minha própria alma. Um dia despedi-me do vivido. A vida tinha sugado parte da minha alegria. Perdera mais uma vez, um pseudo amor (às vezes a gente jura que encontrou!).
Mudei de estação. Estava outra vez, na estrada:
Cariri / Uberlândia
Uberlândia/Cariri
Cariri/Macaé
Macaé/Mauriti
Uma pressa desmedida; uma vontade incontida, que o futuro chegasse, e aposentasse as minhas asas cansadas. Mas não parei por ali...:
Mauriti/Bela Vista
Bela Vista/Bahia
Bahia/Friburgo
Friburgo/Paraíba
Paraíba/ Ceará... “Eu penei, mas aqui cheguei!
Cheguei aquietada . Desprendida de tudo , sem bagagens.
E aqui estou ... Nuvem de quase novembro.



Não saberia envelhecer na beira da estrada


esperando um trem que não chega.


Não saberia envelhecer , sem meus chinelos, sem buscar um café.


Não saberia envelhecer , sem um rosário nos dedos , cantando versos.


Invejo os tênis , que ainda sentados, esperam !

( socorro moreira)


essa mulher me estranha
quando penso que sou outra
nos espelhos invertidos ,
imagens reveladoras

na projeção de si mesma
descobre o quanto foi tola
foi amante ,foi covarde ,
e foi procrastinadora.

o espelhou ofuscou
o seu jeiinho de moura
escondeu  língua ferina ,
sua caixa de Pandora

escondeu  ventre de Hera-
- sua espera
nas esquinas imaginárias
de uma esfera

mistérios diluídos em quimeras
verdades escondidas
 que os astros lhe disseram !

véus guardados
depois da procissão de passos
véus rasgados
depois de um último bolero

naquele salão dos espelhos
sua imagem fundiu-se,
na fumaça das velas
a luz foi ficando parca...
-  sem estrelas.

socorro moreira

AMIGO(A) por Rosa Guerrera


Deixa que eu fique aqui
Sempre a teu lado
A escutar tua voz,
Ouvir sonhos partidos...
E na mudez aprender tua linguagem
E gargalhar ao som do teu sorriso.

Deixa que eu tire a dor
Que tens na alma,
E dê a tua angústia,a harmonia...
Que eu transforme em versos
Tuas dores
Cantando em compassos
De folia.

Deixa que hoje
Com a alma em festa
Eu agradeça aos céus a alegria,
De sermos tão amigos (as)
Companheiras(os)
Sempre na Fé , na dor, sem fantasias

E se amanhã a morte ou o acaso
Traçar em nossas vidas um “adeus”...
Na tua lembrança fique o meu abraço,
E que eu leve em meu peito o rosto teu!

Antenógenes Silva - por Norma Hauer



Ele nasceu em 30 de outubro de 1906, em Uberaba- Minas Gerais. E daí? Daí que estudou música, virou acordeonista e compositor.
Seu nome : ANTENÓGENES SILVA. Para onde ia levava aquele pesado acordeon e gostava de contar histórias de sua vida.
Conheci-o em 1976 no programa "Sala de Visita", que Raul Maramaldo apresentava na Rádio Rio de Janeiro.
Foi quando contou uma história referente à melodia de "Saudades do Matão", gravada por Carlos Galhardo e em cuja etiqueta do disco de 78 rotações constam os nomes de Jorge Galatti e Raul Torres, como autores. O mesmo ocorrendo no LP "Carrossel de Melodias", de 1958, também com Carlos Galhardo
.
ATENÓGENES contou que compusera essa música em 1920, quando vivia em São Paulo. Afirmou que costumava executá-la nas festinhas infantis, por não ser, ainda, músico profissional.
Anos mais tarde, soube que ela havia sido gravada como sendo de Raul Torres (autor da letra) e Jorge Galatti, como compositor da música.
Entrou na luta pelos direitos autorais, provando ser o verdadeiro autor da música e que Jorge Galatti nunca compôs nada. Em gravações posteriores de “Saudades do Matão” aparece seu nome como autor.

Dentre as músicas de Antenógenes que receberam letra, a que considero mais bonita é "Uma Grande Dor Não se Esquece", gravada por Gilberto Alves.

Antenógenes Silva foi casado com Léa Silva, uma das pioneiras do rádio, onde apresentava um programa para mulheres, tal como outra pioneira, Sagramour de Scuvero o fazia.

No final dos anos 30 eram as únicas mulheres locutoras de rádio , mas Léa Silva, que também era química, lançou um produto "de beleza" de nome "Creme Marsília", por sinal,muito bom.
Era um creme bastante agradável que deixava a pele fresca, limpa e hidratada...mas se deixava "bela" é outra história.
Mesmo após a morte prematura de Léa Silva nos anos 50, Antenógenes formou-se em química e continuou produzindo o produto

Em homenagem à Léa, ele gostava de distribuí-lo em suas apresentações em "shows", sempre acompanhado por seu acordeon
A última vez em que o vi, ele estava com mais de 80 anos, firme com seu instrumento.

Faleceu em 9 de março de 2001 , em seu estado natal, no ano em que completaria 95 anos.

Norma

sábado, 29 de outubro de 2011

A política de Samuel Araripe mais uma vez investe contra Almina Arraes - José do Vale Pinheiro Feitosa

Acabo de ler no blog do Azul Sonhado uma carta de Almina Arraes. Encontrei se dando ao trabalho de salvaguardar seus argumentos contra a SAEC diante da palavra fácil do vereador George Hugo Macário de Brito. Ele teria a acusado de caduca para proteger a administração de Samuel Araripe. Por isso ao considerar a distância dos detalhes do ocorrido fica o extrato do que realmente aconteceu: o estilo debochado e virulento de uma situação política que administra o Crato há oito anos. E em que pese o ácido do vereador, todo ele tem uma nascente e ela é Samuel Araripe. Foi em defesa de sua administração que a caduquice argumentativa do vereador se manifestou no plenário da câmara.

Eu tive contato com o George Macário pessoalmente e à distância por três vezes. A primeira foi numa reunião na Fundação Araripe quando o Pierre e a Violeta (irmã de Almina) o apresentou. Acho que ele teria algumas habilidades que poderiam ajudar a Fundação. A segunda quando tendo feito um texto para recordar as imagens de criança com os aviões da Real pousando no aeroporto do Crato e ele me cobrou não ter citado o avô que era o agente da Real no Crato. Ora meu texto não era um trabalho de pesquisa para esgotar o assunto, era um trabalho sentimental embora com pesquisa, mas não citar o avô dele não havia problema nenhum. Acho que ele queria dar a informação, mas o modo como o fez me pareceu arrogante e depois o li algumas vezes com argumentos que foram a marca dos agentes da administração Samuel em blogs e manifestações orais. Por último, por um amigo comum o Bruno Pedrosa, que demonstrou carinho por ele, inclusive pelo seu viés artístico.

Então fica o registro que pouco conheço o George Macário para fazer um julgamento dele em razão desta fala desrespeitosa e desqualificadora de uma cidadã em defesa dos seus direitos. Aliás, até me surpreendeu. O pai dele, Humberto Macário é muito amigo da família Arraes, até por que se casou com uma filha de Aline, filha de Alexandre Arraes e muito próximos de Dona Benigna, a mãe de Almina. A admiração e amizade de Ernani Silva e do próprio Humberto com a família inclusive causou-me um problema operacional na época de estudante. Então o diretor de um grupo de teatro estudantil que ensaiava o Auto da Compadecida, iríamos nos apresentar em Juazeiro e Humberto avisou à família que se fôssemos seríamos todos presos por subversão. Isso me valeu a perda de dois atores chaves no elenco filhos de Almina. Tivemos que improvisar a substituição de última hora.

Não sei se os filhos e netos estão mais arrogantes por que foram criados num mundo de abundância. Seria possível que aconteça aí o célebre manifesto de oligarquias que se sucedem no poder e acham que todos ficam muitos níveis abaixo das necessidades desta? O que motiva algo assim para defender uma administração num debate na Câmara de Vereador é no mínimo o demonstrativo da escassez completa de alguma moralidade e algum senso de cuidado em ser representante do povo. Os oligarcas costumam desconsiderar as instituições, pois eles sempre vêm primeiro. Se apresentam na assembléia deliberativa da sociedade como se estivessem num bar entre amigos falando dos outro o que bem entendem ou lhe vem à cabeça após alguns graus de álcool na cuca. Mas o pior é que o neto de Aline, filho de Humberto Macário disse o que disse sobre Almina em nome de Samuel Araripe, outro filho de papai político.


a poesia pode
dizer tudo,
sem falar quase nada.

Duas escolas do Crato serão beneficiadas com Laboratório de Arte Contemporânea



(foto) O famoso urinol de Marcel Duchamp imagem emblemática desse tipo de arte. Estudantes produzirão materiais e ações na área da arte contemporânea.

Experiência piloto em artes nas escolas será desenvolvida pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará - SEDUC, através da 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação – CREDE, na cidade do Crato. Trata-se do Projeto Laboratório de Estudos, Vivencias e Experimentos em Arte Contemporânea – LEVE Arte Contemporânea que será desenvolvido com os alunos do Colégio Estadual Wilson Gonçalves e do Teodorico Tele de Quental. O objetivo do projeto é favorecer o contato dos estudantes com as produções artísticas, os espaços de circulação da arte e com os próprios artistas. As atividades do Laboratório constarão de visitações as instituições, ateliers, galerias, leituras visuais e teóricas e produção de trabalhos e ações experimentais no campo da arte contemporânea.

Os diretores das escolas estão confiantes na possibilidade de desenvolvimento cognitivo dos alunos. O Projeto funcionará no contra turno das aulas convencionais e terá inicio a partir desta segunda-feira, dia 31. Essa semana os alunos já estarão participando de atividades vivenciais e no sábado, dia 05 de novembro terão a sua primeira aula performance no centro da cidade, na oportunidade um artista irá ministrar aula e ao mesmo tempo fará a raspagem do cabelo e da barba, o que resultará posteriormente num material pedagógico para as aulas de artes.

Para a professora do Curso de Artes Visuais da Universidade Regional do Cariri – URCA, Nívia Uchôa essa experiência tem importância para o intercâmbio dos alunos com outros universos de pensamento, a partir da arte contemporânea e da cultura. Ela destaca que é necessário que o ensino de Artes nas escolas seja tratado de forma interdisciplinar e contextualizado.

A idéia do projeto nasceu a partir de uma experiência pedagógica em sala de aula desenvolvida numa escola da rede estadual do Crato, localizada no bairro mais populoso da cidade, o bairro Seminário. Em que os alunos tiveram a oportunidade fazer trabalhos no campo da arte que fugia da normalidade que estavam acostumados, como assistir aulas em baixo das arvores, subir em cima das cadeiras escolares, produzir espetáculos, vídeos e fazer trabalhos de artes nos espaços urbanos.

CARTA ABERTA AO VEREADOR GEORGE HUGO MACÁRIO DE BRITO


Aos 87 anos, jamais encontrei quem duvidasse de qualquer história contada por mim. Hoje fui surpreendida com a noticia de que o Vereador George Hugo Macário de Brito, havia dito em sessão na Câmara dos Vereadores do Crato, não ser verdade o caso da SAAEC e que eu estava sem memória, com as idéias perturbadas, demente. No caso, quem mentiu? Estou em plena lucidez , dirijo a minha casa, faço trabalhos artesanais e ainda tenho o computador onde escrevo, leio jornais, falo diariamente com filhos, netos, sobrinhos, amigos e os vejo através da câmara. E não só isso vereador, elaborei uma cartilha de informática, Minhas Lições, para presentear meus amigos incentivando -os a se familiarizarem-se com a internet, para seu conhecimento. I
Imprimi a segunda edição das MINHAS LIÇÕES com temas diferenciadas. Como posso estar demente? Seja mais prudente, reflita e saiba o que vai dizer. Não queira galgar o sucesso prejudicando uns para enaltecer os que não são dignos.


ALMINA ARRAES de ALENCAR PINHEIRO
Crato, 29-10-11


no aceno decifrava
a musa me registrava
e a quadrinha passava
o que Ulisses rimava...

Bastinha Job



Eita, vidinha mais ou menos!

A gente fica encabulada  de tão bem ser recebida.
-Todos que o digam!
A casa de João Marni e Fátima é um " pedacinho do céu"!

Bonanças e vida longa para esta amável família!

"Zorro" X "Sargento Garcia" - José Nilton Mariano Saraiva

Como não somos de ficar em cima do muro, guardar conveniências ou sair por aí sem tirar o sabão do corpo, já tivemos oportunidade de afirmar, aqui mesmo e em diversas oportunidades, que, lamentavelmente, no Brasil os desmandos afloram e se encontram presentes em todas as esferas do poder constituído (Executivo, Legislativo e Judiciário) e não será um Presidente (a) da República sério e bem intencionado (como o é a Dilma Rousseff) que irá debelá-los da noite pro dia, de uma hora pra outra, usando uma simplória varinha mágica de condão. Isso porque se trata de uma “questão cultural”, estratificada secularmente, arraigada em profundidade e solidamente fincada em terreno rochoso; portanto, demandará tempo, muito trabalho e paciência a fim que seja definitivamente varrida do mapa ou exterminada de uma vez por todas.
Agora mesmo, causou o maior qüiproquó e passou a ser discutido nos lares, bares, na rua, supermercados, motéis, igrejas, entre quatro paredes, nos altos escalões e em qualquer rodinha que se estabeleça no meio da rua, a corajosa declaração da ministra-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, ao admitir que “...há bandidos escondidos atrás da toga”, que “...existe corrupção no poder Judiciário, como existe em todos os segmentos da sociedade brasileira e eu tenho o dever constitucional de combatê-la” e, alfim, ao provocar sarcasticamente: "Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. É um Tribunal de Justiça fechado, refratário a qualquer ação do CNJ” (aqui pra nós: qual seria a razão ???).
Ora, todos nós sabemos que não existe no Brasil grupo mais corporativo do que o Poder Judiciário, já que muitos dos seus magistrados se julgam donos da verdade, senhores da razão, intocáveis criaturas, espécie de semi-deuses e, pois, inalcançáveis pelo mortal-comum (talvez em razão da multifacetada cultura adquirida), daí a reação irada e apopléctica do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) César Peluzo, exigindo um pedido de desculpas formal da magistrada. Ao que esta não titubeou em responder “Eu não tenho que me desculpar. Estão dizendo que ofendi a magistratura, que ofendi todos os juízes do país. Eu não fiz isso de maneira nenhuma. Eu quero é proteger a magistratura dos bandidos infiltrados. Estou atenta às minhas responsabilidades, aos meus deveres constitucionais para que um dia eu possa dizer, depois da minha aposentadoria: nunca mais o despotismo, regerá a nossa Nação”.
Aqui pra nós, a verdade verdadeira é que os “pseudos” donos do poder e da razão (integrantes do Judiciário) não admitem qualquer espécie de controle – externo ou interno - e querem é tirar o poder da corregedoria do CNJ para investigar os crimes (graves e diversos) praticados por juízes, delegando a tarefa aos tribunais regionais (onde eles seriam julgados por seus pares, com resultados pra lá de previsíveis).
Basta que se diga que dos 33 juízes punidos pelo Conselho Nacional de Justiça, desde a sua criação (em 2005), o Supremo Tribunal Federal já concedeu liminares suspendendo as penas de 15 deles (e neste momento nada menos que 35 desembargadores estão sendo investigados pela corregedoria do CNJ).
E você, aboletado aí em sua poltrona do outro lado da telinha, sorvendo aquela “loura suada” estupidamente gelada e tirando o gosto com panelada (ou lagosta, por que não ???), acha mesmo que “Suas Excelências” (os nossos bravos juízes) devem continuar mandando e desmandado, casando e batizando, fazendo e acontecendo, sem nenhuma contestação ??? É justo isso ???

O CANTO DO SABIÁ - Marcos Barreto de Melo

Toda tarde tu me chegas
Pra cantar no meu terreiro
E eu fico a te procurar
Entre os galhos do oitizeiro
Mas, não é pra te espantar
Quero só te escutar

Sabiá sei que tu cantas
Por querer me alegrar
O meu peito consolar
Só porque me viu chorar
Quando pela estrada andei
Procurando o que deixei

Meu sabiá, eu chorei
E a você vou negar não
Chorei porque não achei
Aquele velho cajueiro
Onde desenhei um coração
Com as iniciais do amor primeiro

Porque não vi o engenho
A doce cana caiana
A garapa, a rapadura
Aquele doce umbuzeiro
O gado no pasto berrando
E o vaqueiro campeando

Sabiá, também chorei
Quando para o curral olhei
E não vi mais a fartura
Do leite cru no capucho
Porque não vi apitando
O carro de boi na estrada

Sabiá, se eu chorei
Foi porque não encontrei
O riacho de água doce
Onde eu ia me banhar
Chorei ao ver os terreiros
Onde eu corria e brincava
E ao lembrar-me dos brinquedos
Que eu mesmo inventava