por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Um brega das antigas...





 Pois hoje amanheci o dia cantando ou lembrando uma música das amplificadoras dos anos 60, que animavam praças e ruas. O brega existia, e a gente curtia! Não comprávamos os discos, mas decorávamos aquelas letras de canções, instantaneamente. Ainda hoje é assim... Por que elas me irritam mais? Ah, os tempos da impertinência. Como me tornar uma senhora tolerante? 
TOLERÂNCIA- um predicado necessário. Exigível com nós mesmos! Vou morrer sem concordar e concordando o tempo inteiro. 
Paradoxalmente, a vida se repete com novos olhares, novas vestes, mas com os mesmos sentimentos.

Matemática Moderna- Socorro Moreira




A gente dos anos 50 não estudara Matemática, baseada na teoria dos conjuntos. De repente ela foi introduzida, e os professores da cidade precisavam de reciclagem. Foi um processo sem mestre. “Os mestres” se viraram! Fui um deles. Entendi que era um exercício de lógica, de uma nova forma. De repente a Matemática valia-se da linguagem literária para ser traduzida para a linguagem numérica. Quando isso acontecia, o problema estava resolvido... O resto era apenas cálculo. Por isso aquela inovação me pareceu descomplicar uma aversão quase natural, que a classe estudantil sentia pela velha Matemática. Por alguns anos vivi este universo. Brinquei neste parque, e tentei  envolver a meninada da época, no lúdico estudo. Parecia dar certo, e muito!
Não deveria ter saído do Crato pra morar noutras terras. Não tinha que ser bancária; não precisava desaprender lógica para experimentar o ilógico. Caí numa disciplina rigorosa de vida. ”Sofri, mas mesmo assim eu fui feliz”.
Vez por outra, agora um tanto menos, esbarro com três ou quatro gerações que foram meus alunos. A maioria já de cabelos brancos... Incrível!
Fui professora  aos 16 anos, e sou aluna desaplicada aos 61 anos.
Queria da vida apenas aprender a ser menos resistente, menos desacelerada, mais suave... Mais doce e poética!
Foi por uma inversão de desejos que a poesia foi convidada a entrar na minha vida.
Hoje já não quero samba, violão vadio, argolas douradas... Já nem posso viver de guloseimas... Qualidade de vida implica na serenidade dos anseios.
Alguns rezam compulsivamente (alguns até ignorantemente). Outros brigam por poder associado ao dinheiro ( aquele bichinho que compra o exagero).Existem outros, que fazem arte.Admiro-os!  Arte engajada... Mais admirável ainda!
Meus respeitos a todos que sabem viver, e nos ensinam!
Aprendo com vocês, mesmo com repetências sucessivas dos velhos e recalcitrantes erros.
Enquanto existir vida, estamos aqui para crescer.