Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
Hugo Linard(acordeon), Maropo(EX Ases do Rítmo) na flauta transversal, bandolin e sax, o seu amigo de João Pessoa no vilão 7 e um outro grande músico de cavaquinho, de João Pessoa passando pelo Crato.
Eles fizeram a festa lembrando a brasilidade do "Chorinho".
Noite acontecida com muita boa sorte!
Presenças musicais (Peixoto, Abidoral...),artistas, amigos, iluminados pela noite cratense, e unidos pelo amor à Música!
Tenho escrito cada vez menos. A obra tem coerência com a vida? Quisera criar personagens isentas das minhas impressões sensoriais e espirituais. Mas quem escreve sem mentir é apenas um memoralista. Minha tentativa poética é a minha verdade interior. Tenho pudor de mexer nos sentimentos que apenas avalio no peito do outro. Quem seria o outro? Qualquer pessoa que admiro ou repudio. Estou na faze das transições... Entre o que fui e tudo que desejo ser e ainda me custa sê-lo. Um ser em evolução vive estas crises, em todos os sentidos.
Hoje meu menino confessou-me: to com tantos pensamentos ruins... Tristes, mórbidos, descoloridos... E eu respondi-lhe: só penso o que quero.Só desejo o luminoso.Quando uma notícia triste me surpreende ( e isso acontece sempre), inverto a energia e nem culpo a vida...Culpo a forma de entender a própria vida. Fico uns dias de molho, sem vontade de olhar as estrelas, depois pinto as unhas de vermelho e faço a sangria da minha própria alma para que a vida insista em ser viva. A morte é a perda do sangue nas veias, num rebuliço constante. Quando ela circula harmoniosamente o bem estar é a recompensa.
Escuto de longe Ferreira Goulart falando na TV. Adoro as suas falas. Ele me parece àquela pessoa que tudo já descobriu, mas continua insaciavelmente questionador.
Quero aprender a escrever sem me envolver. Quero ainda fazer poesias líricas acreditando no amor real, platônico, e até aquele inventado, que a gente espera materializar um dia.
Sinto falta dos poetas e escritores que movem minha gira poética, mesmo que seja uma ciranda triste.
Voltem meu povo!
Poesia é vida!
O cinema falado é o grande culpado da transformação
Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez
Lá no morro, seu eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote
Na gafieira dançar o Fox-Trote
Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone..
Já estamos nos articulando para o show de Abidoral Jamacaru que homenageará Noel Rosa.
Dia 16 de agosto será apresentado no SESC CRATO ( um sempre grande parceiro!), e dia 18 de agosto no Terraçus (espaço maravilhoso comandado pelo mago das produções culturais: Kaika!)
Logo, logo vocês já poderão comprar ou reservar ingressos. A renda beneficiará os músicos participantes, e o tratamento ótico do nosso amigo e grande artista Abidoral Jamacaru.
O espetáculo trará de volta os clássicos de um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos.
Não percam!
CONVERSA DR BOTEQUIM!
Sonhos coloridos
Ontem chegou um pacote junto com o meu sono. Estava numa cidade de artistas e um mutirão organizava a casa de alguns. Lembro com nitidez as casas de Abidoral Jamacaru e João do Crato. Qualquer criança se deliciaria com os brinquedos em madeira, tecidos estampados e guloseimas nas prateleiras. Não sei onde meu subconsciente foi buscar tanta informação, detalhes...
A nossa cidade bem que podia ter um bairro de artistas com feira de artesanatos, palco, cafés.
Os convivas exigem tabaco, bebidas alcoólicas, mas elas nem deveriam existir. A arte tem o seu próprio êxtase!
Eu queria um mundo zen. A paz comporta o vazio que instiga o processo criativo. Vamos tomar chá e beliscar biscoitinhos integrais. Vamos cultuar um lugar sagrado onde a arte seja consumida, expandida, valorizada. Eu queria aquele sonho num pedaço de terra do Crato.