por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Folha de um diário- socorro moreira


Tenho escrito cada vez menos. A obra tem coerência com a vida? Quisera criar personagens isentas das minhas impressões sensoriais e espirituais. Mas quem escreve sem mentir é apenas um memoralista. Minha tentativa poética é a minha verdade interior. Tenho pudor de mexer nos sentimentos que apenas avalio no peito do outro. Quem seria o outro? Qualquer pessoa que admiro ou repudio. Estou na faze das transições... Entre o que fui e tudo que desejo ser e ainda me custa sê-lo. Um ser em evolução vive estas crises, em todos os sentidos.
Hoje meu menino confessou-me: to com tantos pensamentos ruins... Tristes, mórbidos, descoloridos... E eu respondi-lhe: só penso o que quero.Só desejo o luminoso.Quando uma notícia triste me surpreende ( e isso acontece sempre), inverto a energia e nem culpo a vida...Culpo a forma de entender a própria vida. Fico uns dias de molho, sem vontade de olhar as estrelas, depois pinto as unhas de vermelho e faço a sangria da minha própria alma para que a vida insista em ser viva. A morte é a perda do sangue nas veias, num rebuliço constante. Quando ela circula harmoniosamente o bem estar é a recompensa.
Escuto de longe Ferreira Goulart falando na TV. Adoro as suas falas. Ele me parece àquela pessoa que tudo já descobriu, mas continua insaciavelmente questionador.
Quero aprender a escrever sem me envolver. Quero ainda fazer poesias líricas acreditando no amor real, platônico, e até aquele inventado, que a gente espera materializar um dia.
Sinto falta dos poetas e escritores que movem minha gira poética, mesmo que seja uma ciranda triste.
Voltem meu povo!
Poesia é vida!

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