por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 16 de junho de 2011

CANTOANDO PIRILAMPO - por Ulisses Germano

CANTOANDO PIRILAMPO
(Letra e Música: Ulisses Germano)
Dedicada ao amigo Di Freitas

Quando a natureza 
Começar a escurecer
Outros seres vivos
Chegarão até você
Então ouviras 
O canto repetitivo
De uma coruja
A murmurar assim:

O canto nasce
Do bico do passarinho
De alguém que está sozinho
Procurando melodia

A fé é a conseguência
De uma certeza inabalável
Não há nada de improvável
Quando a dúvida vai embora

Mas quando o grilo
No cri cri do repeteco
Fica dando peteleco
No silêncio que é rompido

O vagalume 
Com as estrelas se mistura
Pra viver toda a fatura
Que a natureza oferece

A alegria de ver e viver a chuva-Por: Rosemary Borges Xavier


Chuva que chovia aqui chovia lá
Chuva que deixa uma magia no ar
Chuva que faz apenas chuá
Chuva que já vem me lavar
Chuva queria te levar
Chuva és tu a me encantar
Chuva vem me encharcar
Chuva deixa agora o sol chegar
Chuva que me invade a alegria de ser e viver
Chuva que faz tudo crescer

Contemplação- por Socorro Moreira


Eu espreito :


Um caminho sem chegadas...
Nem por terra , nem por mares
Expurgo de gavetas
Colheita de novas trovas
Resíduos das trovoadas
No esconderijo do tempo
eu percebo as presenças
de tudo que foi negado
Pego as coisas no meu colo
com meu olhar de cansaço
Umas parecem tão novas ...
Outras estão rasuradas.
Se a mão está no queixo
O coração tá parado
procurando algum sinal
nem que venha lá da praça

Malcolm Roberts

Esse instrumento a mais - Emerson Monteiro

Notícia divulgada pelo jornal Diário do Nordeste, edição de 13 de junho de 2011, dá conta de uma pesquisa realizada pelo instituto Detafolha, em parceria com a agência de publicidade Box, onde são avaliados estudos a propósito da utilização, pelos jovens brasileiros, da rede internacional de computadores, a Internet, qual dispositivo de mobilização social. Dos números apurados entre 1.200 entrevistados na idade de 18 a 24 anos, 71% afirmaram que é possível fazer política usando a rede sem intermediários, como os partidos, segundo a notícia.

Isto, segundo especialistas ouvidos, revela um esgotamento do modelo tradicional de mobilização e impõe um desafio aos que pretendem assumir a representação dos jovens.

Cremos, no entanto, que a validação institucional da participação do cidadão na organização política exige sua presença também junto às agremiações partidárias, sob pena de permanecer à margem dos resultados desse processo. A contradição que isto significa são os recentes acontecimentos mundiais do Oriente. No Egito, por exemplo, diante dos esforços da agitação de multidões, o governo do presidente Hosni Mubarak conheceu sua derrota e abandonou o país.

Contudo, os dividendos dessas atitudes sociais bem sucedidas escorrerão, sem sombra de dúvidas, para a classe política já estabelecida nos partidos de antigamente, os únicos donatários habilitados nas regras do jogo e nas tradições constitucionais do Estado, o que representa a sociedade politicamente organizada.

Com isso, todo empenho das lideranças românticas, expresso através dos movimentos das massas, de novo apenas bateram as esteiras, como diz o jargão das vaquejadas, para outros puxarem o rabo do boi e ganhar os prêmios, ou as aragens do poder instituído.

Mergulhar fundo na ordem estabelecida, participar dos métodos de corpo inteiro, ou facilitar o acesso de lideranças comprometidas com os velhos valores em decomposição. No Brasil de recentes décadas, vivemos situações idênticas, nas Diretas Já e no movimento dos Caras Pintadas. Recolhidas as fixas e as bandeiras, outro time entraria no campo a fim de arrecadar o saldo para suas próprias cotas de poder.

Nesse vai e vem, há avanços, porém apenas relativos, em vista do despreparo dos verdadeiros agentes do processo da mudança. Necessitaria de continuidade e condução objetiva das ações empreendidas, invés de largar a conquista nas mãos dos oportunistas de plantão.

Sim que a Internet dispõe de amplo potencial de mobilização social, desde que consolidado junto aos demais instrumentos desenvolvidos no decorrer da história. Em consequência, longe de entregar o ouro ao bandido, a racionalização desses novos meios irá proporcionar resultados vivos em termos de utilização da tecnologia nas transformações coletivas.

Nossos "meninos/as" do vôlei - José Nilton Mariano Saraiva

24 x 16, terceiro set, placar de 2 x 0, “match point”.
Um único, mísero e solitário pontinho separava a nossa seleção feminina de vôlei da sonhada final, em mais um desses concorridos torneios oficiais internacionais, realizado em plena Europa. Foi quando, de repente... “ele” entrou em quadra e a “lambança” se estabeleceu.
Adstrito e privilégio até então do “futebol masculino” (e tão bem retratado por Nelson Rodrigues em suas épicas crônicas, já que o “futebol feminino” ainda não começara sua escalada vitoriosa), o “complexo de vira-lata” pintou no pedaço, materializou-se ali, naquele momento, tomou de conta das nossas “meninas do vôlei” e propiciou uma das mais lamentáveis, tristes e incompreensíveis derrotas já ocorrida em um jogo da modalidade.
É que, por mais paradoxal, contrariando a lógica e o bom senso, “nossas meninas”, visivelmente “apavoradas” ante a perspectiva iminente da vitória e a conseqüente passagem para a final da competição, desequilibraram-se emocionalmente, tremeram nas bases (e expressavam isso através do choro contido, em pleno jogo) e aí, saque a saque, ponto a ponto, minuto a minuto, foram cedendo, caindo, desmoronando sofregamente e em câmara lenta, ao desperdiçarem continuamente cada recepção ao saque adversário; até que o que parecia impossível se concretizou e literalmente emudeceu o mundo esportivo: Cuba 26, Brasil 24 (ou seja, foram jogados fora, sequencialmente e de forma esdrúxula, nada menos que oito oportunidades de se atingir o 25º ponto, fechando o set e determinando o “match point”). Uma tragédia sem tamanho, algo inédito, um desfecho constrangedor e inaceitável. A partir daí, nos sets seguintes, “nossas meninas” como que se eclipsaram, não mais viram a “cor da bola”, entregaram-se de vez e Cuba estabeleceu-se, tomou de conta do jogo, a partida foi ao “tie brack” e... pegamos o avião de volta pra casa. O desastre consumara-se. Irremediavelmente.
Pelo inusitado, pela circunstância atípica de como aconteceu, pela proximidade que tivemos de “detonar” as cubanas, nunca uma derrota doeu tanto, marcou com tanta profundidade (se bem que, à época, não era nenhuma “novidade”, já que os nossos “meninos(as) do vôlei” tremiam de véspera quando tinham que bater de frente com russos, americanos e cubanos).
Mas, como após o vendaval sempre vem um período de calmaria (assim como não há mal que dure para sempre), lambidas as feridas e cauterizadas as cicatrizes, o impacto do sofrido e humilhante baque acabou por funcionar como uma espécie de divisor d’aguas.
Assim, após uma necessária pausa pra absorção e reflexão do acontecido, cartas na mesa e mudança de postura através da alocação de novas verbas e maior apoio ao esporte, da preparação meticulosamente revista e ajustada, da entrega do comando técnico a reconhecidos estudiosos do assunto, do estímulo às jogadoras(es) a atuarem no exterior (onde adquiririam a necessária experiência), além do fundamental incremento do intercâmbio com os então melhores do mundo; e foi dessa forma paulatina (por cerca de 15 a 20 anos, ou mais), que as coisas foram mudando, acontecendo, transfigurando-se, num aprendizado duro, penoso e paciente. Atravessamos gerações.
Mas mudou tanto (da água pro vinho) e a lição foi tão competentemente digerida, que, hoje, num esporte por demais competitivo e praticado por atletas do mais alto nível técnico, as “meninas e meninos” do vôlei brasileiro são vistos “de baixo pra cima”, com reverência, com extremado respeito, com uma espécie de louvação a “deuses” dignos de admiração e reconhecimento (e até com inveja, por alguns) em razão da excelência do jogo praticado em quadras de todo o mundo.
Se antes tremíamos quando nos defrontávamos com os grandalhões da Rússia, Cuba e Estados Unidos (e não há porque humildemente reconhecer isso), hoje são eles que nos estudam, que procuram novas estratégias na tentativa de nos barrar, que enveredam por novos caminhos que possam obstar nossa sede insaciável de títulos (como se quiséssemos “compensar” o longo interregno perdido lá atrás): assim, somos repetidamente, ano a ano e já há um certo tempo, campeões olímpicos, campeões da liga, campeões do mundo, campeões de tudo que é competição internacional. Definitivamente, o Brasil chegou lá. E em dose dupla: nas versões masculina e feminina.
Certamente que para que tal “revolução” acontecesse, uma das pilastras indutoras fundamentais foi a transmissão dos jogos “ao vivo” pela televisão, devido ao seu “efeito pedagógico” multiplicador e imediato: o vôlei passou a ser praticado ou revigorado nas escolas e universidades, nas ruas e praças, nas cidades e no meio rural, na periferia e em lugares seletos; enfim, onde houvesse um espaço disponível para se instalar uma quadra de vôlei (ou um campo de futebol), esses espaços eram ocupados e freqüentados por uma multidão de jovens sonhadores, visionários, sedentos e ávidos em se tornarem igualmente um ídolo esportivo.
Os jogadores-heróis (detentores daquela condição que, lá atrás, Nelson Rodrigues cognominara com propriedade de “saúde de vaca premiada”, em razão da incrível força física demonstrada) foram devidamente orientados (e não se furtaram, engajando-se com satisfação) a participar dessa nova realidade, através de visitas às comunidades carentes, de pacientes incursões a hospitais onde jovens padeciam de alguma enfermidade grave (confortando-os) e, principalmente, da transmissão (via telinha) de mensagens de estímulo aos mais jovens e carentes, orientando-os, incitando-os e estimulando-os a freqüentar a escola e à prática do esporte (qualquer esporte) e, consequentemente, abandonando as ruas e fugindo do perigo cada vez maior do contato com as drogas.
Fato é que as bases foram lançadas e suas ancoras firmemente fincadas.
Isto posto, animadoras e viáveis são as perspectivas de que surjam novos Gibas, Leilas, Murilos, Natálias, Vissotos e Jacquelines, nos mais diversos rincões do país, e o Brasil continue nesse estágio fulgurante (afinal, nunca é demais aprimorar) de potencia mundial. Em todos os esportes e tendo plena consciência de que se foi difícil chegar lá, se o caminho para alcançá-lo foi por demais extenuante e sofrido... muito mais difícil será manter-se no topo.

Indiferenças Diárias- por José do Vale Pinheiro Feitosa




Quando voltares dessa ida,
trazei os rastros que abandonaste no caminho,
as saudades tricotadas num beijo de chegada.

Se vais para bem longe,
encurtai os segundos de minha espera,
solta o elástico esticado da distância.

Mulher há um vazio de odores,
teus perfumes que levaste com a brisa oeste,
trazei com as luzes da alvorada.

A distância que gera tempo,
não deixai que leve uma gestação humana,
apenas que brote no lapso de uma flor.

O amor não é medida de intervalos,
é chama queimando esquecimentos,
um salto por sobre o horizonte do olhar.

O amor é feito de você,
cada partícula um Aleph de teu ser,
o calor agita micelas,
realizado de todas promessas.

Quando fostes com teu olhar de volta,
aquietei-me na estação de embarque,
pois no vácuo os pulmões não respiram.

A mancha de vinho da mesa tinta,
pinta, apaga os tecidos da madeira,
transforma variedade em corpo unicolor.

No copo minhas impressões digitais,
revelam o culpado das aberturas espaciais,
o temporizador das indiferenças diárias.

por José do Vale Pinheiro Feitosa

Ivan Lins


Ivan Guimarães Lins (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1945) é um músico e compositor brasileiro, e um dos artistas brasileiros de maior sucesso no mundo.

Seu hit "Love Dance" é uma das canções mais regravadas na música mundial.

Ariano Suassuna



Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa, 16 de junho de 1927) é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro.

Ariano Suassuna, um defensor da cultura do Nordeste, é um dramaturgo brasileiro, autor de Auto da Compadecida e A Pedra do Reino.

Paulo Gracindo



Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, mais conhecido como Paulo Gracindo, (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1911 — Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1995) foi um ator brasileiro.