por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Poema torto - Aloísio

Poema torto
De luto nasceu
Quando veio à luz
O poeta morreu

Aloísio

Curiosidade !

A dica foi do Victor, que aprendeu nem sei com quem...
Se a gente somar nossa idade ao ano em que nascemos, o resultado da soma é sempre 111!
Ex:

 60 anos + 51 = 111
(Besteira, né?)
Dizem os místicos que o dia de hoje foi especial! Quero crer...

Gente, tenham um excelente final de semana!
"No azul sonhado" é  um portal amoroso, que congrega  gente amiga e do bem!


Uma lua que se mostra


A lua está a pairar
Quem quiser espiar
É só esticar o olhar
E o firmamento fitar
Embora nem todos saibam admirar
E em sua beleza encontrar
o que vai em seu ser encantar


Rosemary Borges Xavier-Recife-PE

Show "Traduções Cariris" abre a XIII Mostra Cariri das Artes


A mais importante semana do ano no Cariri começa hoje !

A festa começa com a apresentação do Tradições Cariris, marcado pela interseção entre as tradicionais batidas dos Zabumbeiros Cariris e a união de músicos emblemáticos da região como Abidoral Jamacaru, Luiz Carlos Salatiel e João do Crato.

O som do grupo conta ainda com os teclados e a sanfona de Ibbertson Nobre, a bateria de Saul Brito e o baixo de João Neto.


Simbora !

Local : Praça Padre Cícero - Juazeiro do Norte

Hora - 20 H

Data - 11/11/11

Por que e como ensinar ética aos filhos (Por Ceres Araújo)

Vivemos em uma época tão rica em tecnologia e tão pobre em ética. Estamos criando "super bebês" e "super crianças", nascidas na era digital, precoces no seu desenvolvimento, ávidas de novidades, ligadas a muitos estímulos ao mesmo tempo e também capazes de muitas ações simultaneamente. Nossos filhos têm seus cérebros formatados pelas ricas experiências que estão vivendo, pois o cérebro é uso dependente. Ou seja, é uso dependente no sentido de que as redes neuronais se formam em função das experiências de vida. Assim é vivendo a vida, é processando estímulos repetidamente que as cadeias neuronais vão se fixando. Isso em todas as idades.
Nesse sentido, eles são muito diferentes de seus pais e de seus avós e bisavós. Cumpre incluir esses últimos, pois a idade média de vida tende a aumentar e o convívio, entre quatro gerações, passa a ser algo freqüente. As diferenças na forma de viver a vida são progressivamente cada vez mais marcantes. Entretanto, princípios, normas e regras de conduta sempre foram e continuarão a ser o que distingue a humanidade no ser humano e continuarão imprescindíveis para sempre. Ética e moral são adquiridas e não inatas, são próprias do homem que cria uma natureza moral sobre a sua natureza instintiva. Uma pessoa só é ética quando se orienta por princípios e convicções.É função inalienável dos pais transmitirem uma conduta ética a seus filhos. Ética é uma matéria que faz parte do aprendizado de vida, no qual os pais devem ser os melhores professores. Então, como se ensina ética? Ensina-se aquilo que se tem e aquilo que se é. O que vai ser transmitido para os filhos não é o que se origina de um discurso verbal, mas sim o que se é e como se age. Sabe-se que a criança é um perfeito sensor para captar o que se passa na mente dos pais. A colocação dos limites adequados às atuações da criança é uma das formas importantes para se ensinar conduta ética. O "não" é um organizador fundamental da vida psíquica e necessário para que a criança se desenvolva. Receber "não" significa ter que lidar com frustração, adiar satisfação de necessidade e entreter tensão interna. Além disso, esse mesmo "não", serve também para que a criança aprenda, por insistir no seu intento, alternativas inteligentes e aceitáveis para obter o que ela deseja. Aprende, assim, a controlar impulso, a regular as emoções, a desenvolver inteligência e o respeito pelo outro.Como a psicologia vem demonstrando, em inúmeros artigos publicados, limites fazem bem e são fundamentais para que o ser humano cresça forte e feliz. Uma criança, que vive sem os limites adequados, não se transforma em um homem íntegro e livre como se acreditou, ingenuamente, décadas atrás. Ao contrário, se transforma em alguém inconsistente, desorientado e dependente. Por quê?
Por que a criança que apenas recebe sim, não precisa fazer confrontos, não precisa exercitar sua inteligência para buscar alternativas para conseguir o que quer, não precisa lutar para convencer os pais de que ela está certa. Tudo é possível a priori e isso a faz fraca, muitas vezes uma tirana em casa e uma covarde fora de casa, pois não teve chance de verdadeiramente lutar pelo que queria e que foi impedido. O confronto com os pais prepara a criança para os confrontos da vida. A criança enfrenta os pais para conquistar autonomia. Essa batalha precisa ser gloriosa, logo os pais têm que ser fortes, senão não tem valor a luta. Primeiro com birras (onde tem que perder para os pais) depois com argumentações (onde pode ganhar muitas vezes). A criança e o adolescente vão lutando para se afirmarem, para ganharem autonomia. Quem não passa por isso, não sabe o que quer e fica dependente da posição, da colocação do outro ou para se submeter ou para fazer o contrário, por não ter desenvolvido referênciais próprios.
Nascida ligada ao mundo dos instintos e impulsos, a criança precisa aprender a transformar impulsos em afetos discriminados e essa é uma tarefa que perdura durante toda a infância e mesmo durante a adolescência. Gostar, amar, querer, ser gentil, generoso e tolerante co-existem ao lado de odiar, detestar, ter inveja, ciúmes, etc.. Porque não se trata de pregar a velha ética, na qual se exigia que o homem devesse ser bom, nobre e sempre ativo e disponível a servir, seguindo os valores éticos de piedade, fidelidade, coragem e racionalidade. O ideal da velha ética era a perfeição e todos os componentes negativos do ser humano deveriam ser reprimidos e suprimidos. A ética segue o processo histórico e a nova ética é a do homem contemporâneo, que se confronta com a pluralidade de sua natureza e reconhece seus atributos positivos e negativos, suas qualidades e suas limitações e que muitas vezes se vê inseguro quanto a seus valores. É justamente pela integração do lado primitivo da sua natureza que o ser humano ganha tolerância e o sentimentos de pertencer à sua espécie, solidariedade e responsabilidade coletiva. Respeito pelo outro e respeito a si mesmo são condições determinantes para um comportamento ético. Assim, não se trata de ensinar ao filho ser sempre o "bonzinho", pois se corre o risco de ser o bobo, mas se trata de ensiná-lo a assumir a responsabilidade por suas ações, desde os primeiros tempos de vida. Trata-se de ensiná-lo que os limites de seu próprio espaço terminam ao começar o espaço do outro. Também, como mãe ou pai, dar um exemplo de autonomia e liberdade interna para fazer escolhas. Escolhas, não para ganhar amanhã, mas que dêem sentido ao hoje. O mundo e o nosso país precisam de famílias, onde os pais ensinem às suas "super crianças" que os bens de consumo, a liberdade individual e a própria felicidade se conquistam com condutas éticas e não tentando levar vantagem em tudo, para que no futuro não aceitem, por exemplo, a corrupção como um meio justificado por um fim.

Transcendência-Imanência-Transparência - Leonardo Boff

Não há tradição cultural que não se refira a um Princípio criador ou a uma Energia originária ou simplesmente a Deus. A grande questão é como expressar essa Realidade. Aqui mais que os teólogos que falam sobre Deus contam os que falam com Deus como os místicos e os profetas, cujo testemunho não pode ser negado. Na história do pensamento se delineiam três maneiras de falar com referência a Deus.
A primeira fala de transcendência. Deus é tão outro que tudo o que dizemos dele é mais mentira que verdade. O melhor é calar ou apenas sorrir amavelmente como Buda. A segunda fala de imanência. Deus é experimentado de forma tão intensa que ele se anuncia em cada coisa. Assim vem enraizado dentro do mundo. E é chamado por mil nomes. A terceira fala de transparência. Busca um caminho intermédio. Deus não pode ser tão transcendente, pois se assim fosse, como saberíamos dele? Ele deve ter alguma relação com o mundo. Anunciar um Deus sem o mundo, faz fatalmente nascer um mundo sem Deus. Também não pode ser tão misturado com as coisas que acaba sendo uma parte deste mundo. Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe. Ele é o suporte do mundo não porção dele.
É aqui que tem sentido a transparência. Ela afirma que a transcendência se dá dentro da imanência sem perder-se nela, caso contrário não seria realmente transcendência. E a imanência carrega dentro de si a transcendência porque comparece sempre como uma realidade aberta a intermináveis referências. Quando isso ocorre a realidade deixa de ser transcendente ou imanente. Ela se faz transparente. Encerra dentro de si a imanência e a transcendência. Tomemos o exemplo da água. A água é água, jorrando da fonte (imanente). Mas é mais que água. Simboliza também a vida e o frescor (transcendente). Ao transformar-se em símbolo de vida e frescor, a água se torna transparente para estas realidades. E o faz por ela mesma e nela mesma.
Essa talvez seja a forma mais sensata de falar sobre Deus e a partir de Deus. Na forma do paradoxo. Por um lado devemos afirmar que todas as nossas palavras são inócuas. De Deus não podemos fazer nenhuma imagem. Por outro lado, não podemos dizer que Deus é o totalmente indeterminado, qualquer coisa vaga, um fundo sem fundo. A realidade de Deus (não sua imagem) é um concreto concretíssimo, o ser em plenitude, portanto uma realidade concreta, mas sempre para além de qualquer concreção. É representado pela água, mas ele não é água. Identificar água e Deus é cair na idolatria.
Nesse paradoxo a transparência ganha relevância. Ela faz que o inatingível (transcendência) se torne atingível através e dentro de algo concreto (imanência), mas transfigurado-o em símbolo (transparência). É o que o cristianismo afirma de Jesus. Ele é um camponês/artesão mediterrâneo (imanente), mas que viveu de tal modo (transparente) que nos permitiu entrever Deus (transcendente). "Quem vê a mim, vê o Pai". Como? Na forma como se dirigia a Deus, chamando-o de Paizinho querido (Abba), o que supõe que se sentia seu filho. Depois, agindo de um jeito que sua existência era uma pró-existência, vida para os outros, especialmente, os últimos e desprezados. O que disse e fez, foi para nos induzir a ter a mesma atitude que ele teve. Assim descobriremos que somos também filhos e filhas, em comunhão com ele.
Ele se fez transparente para Deus, não rebaixando os que vieram antes dele, mas radicalizando seu dinamismo, tornando-se um ponto referencial. Deus, então, está no mundo, mas para além dele.

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Texto(de uma profundidade ímpar): Leonardo Boff
Postado em atendimento à sugestão/pedido da Socorro Moreira.

"Divisão da Igreja" - Leonardo Boff

A Igreja hoje é uma Igreja partida, dividida, e há dois modelos em conflito, que é o da Igreja-instituição, da Igreja-hierarquia, da Igreja-poder, que se estrutura em papa, cardeais, bispos, dioceses, paróquias e SE REPRODUZ COM MUITA DIFICULDADE, PORQUE HÁ CADA VEZ MENOS PADRES PARA MANTER A REPRODUÇÃO DESSA IGREJA.
Junto dela está surgindo um novo tipo de Igreja, que eu chamaria “Igreja-rede-de-comunidades”, que está assentada não no poder, mas na vida. Isto é, o diálogo “fé-vida”. Nas comunidades, nas associações de moradores, grupos que vivem a fé nos seus encontros e que têm sua força no arquétipo cristão, não na instituição, nas suas tradições, mas o cristianismo como uma instância de esperança, tendo como referência comum a Bíblia, e aberta para a sociedade.
MAS NÃO A SOCIEDADE PORTADORA DE PODER DE DECISÃO, O PACTO VELHO, QUER DIZER, A IGREJA PODER RELIGIOSO SE ASSOCIA COM O PODER CIVIL. Não, é a Igreja com as classes emergentes, com os destituídos, pobres, marginalizados, excluídos, que são a grande maioria. Então, pra mim, está se dando aí um novo pacto do cristianismo, no sentido dos primórdios, que era feito de escravos, de portuários, de destituídos, de soldados, e estamos vivendo esse tipo de cristianismo, que tem hoje uma dimensão mundial. Muito forte na África, na Ásia, muito forte no Primeiro Mundo: você vai à Alemanha, Itália, Estados Unidos, está cheio de grupos e comunidades do Terceiro Mundo que têm como referência a perspectiva libertária do cristianismo. A outra é o cristianismo da reprodução e é ocidental. É produto da cultura ocidental, de tal forma que não dá pra fazer a história do poder do Ocidente, reis e príncipes, sem fazer simultaneamente a história da Igreja.

Texto: Leonardo Boff
Grifos: JNMS

A oposição tucana desfila no carro alegórico da presidenta Dilma - José do Vale Pinheiro Feitosa

Se tem uma coisa no tratamento técnico da gestão do Estado em termos de crítica esta se refere à eficiência da própria técnica. Que benefícios as medidas técnicas conseguem para o maior número de pessoas possíveis? A Presidente Dilma Roussef, desde que é ministra tem se caracterizado pelo aspecto técnico de fazer mais com o mesmo.

Por exemplo, agora mesmo, quem não sabe que todo investimento depende de uma estrutura para fazer acontecer algo. Estruturas pequenas ou corrompidas (viciadas) desperdiçam meios e recursos. O Governo Federal tem estrutura suficiente para fazer frente a um desenvolvimento que diminua desigualdades entre pessoas e regiões? Não até pela Constituição isso cabe muito aos municípios e aos Estados.

Fora a sacanagem que desviam recursos das finalidades, as ONGs são extremamente necessárias, pois multiplicam quadros técnicos e meios pelo interior do país. Uma coisa é o uso pervertido das mesmas e outra é ampliar a rede de agentes que possam dar eficiência aos recursos coletivos (do Estado) em termos da capilaridade de municípios e localidades.

O título acima é uma ironia com a oposição, iniciaria brincando com as frases dos governadores do PSDB num recente encontro com a presidenta. O governador Geraldo Alckmin: "Grande presidente que trabalha muito pelos paulistas, por todos os Estados e pelo Brasil". Beto Richa: "relação parceira, republicana e extremamente respeitosa para com o nosso povo tão sofrido." Teotônio Vilela Filho: "Alagoas está com saudades da senhora". Anastasia: "Não chegaríamos a este momento, se não houvesse a boa vontade, trabalho coletivo e parceiro".

A ironia seria: foi autorizado aos governadores contratarem novos empréstimos. O de São Paulo em mais R$ 7 bilhões, o de Minas em mais R$ 3 bilhões, o do Paraná em mais R$ 1,192 bilhões e o de Alagoas em R$ 666,00 milhões. O que não é ironia é a política que o país emprega desde o início da crise: ao invés de retrair os gastos, estimular a produção. Só nestes estados serão injetados quase doze bilhões de reais em sua economia.

Como somos um país, dinheiro aplicado aqui repercute lá e o de lá aqui. O programa do governo federal é ampliar em todos os estados algo em torno de R$ 21 bilhões. Agora junte a lógica completa: recursos distribuídos e não concentrados, capilaridade da injeção de novos recursos e boa gestão financeira para as finalidades que se propõem é a fórmula da eficiência buscada.

A Presidenta pode errar nesta política, mas que tem uma lógica isso lá tem. E por falar nisso o governador Eduardo Campos de Pernambuco está tomando a imagem de um grande CEO da gestão estatal brasileira. Assim como um grande executivo: estratégico, precisão no diagnóstico, nas decisões e nas mensurações dos resultados.

Mostra SESC CARIRI 2011- Participe!


Elza Soares é destaque na abertura da 13ª Mostra SESC Cariri de Culturas


BRINCANDO COM AS LETRAS- Colaboração de Stela Siebra


ALFABETO
José Paulo Paes


O A é uma escada
bem aberta, pela qual
se sobe ou se desce.

As duas barrigas
do B nos ajudam
a escrever “Balofo”.

O C é uma foice
sem cabo, mas corta. Aliás
não “corte” sem c.

Embora princípio
da palavra “Dedo”, o D
parece uma unha.

Tem jeito de garfo
a letra E, assim no fim
da palavra “Fome”.

O F deve ir
a um dentista, corrigir
os dentes de cima.

O G engoliu
a própria língua. Por isso,
é a letra de “Gago”.

O H, uma cama
de lado, mas sem nenhum
dorminHoco em cima.

Na orquestra das letras,
o I de tão fino, é flauta
ou então flautim.

Nessa mesma orquestra,
o J, um trombone, jorra
música também.

O L é a única
perna do saci peraLta:
eLe puLa que puLa.

No M, o caMelo
tem suas duas corcovas
já no próprio nome.

N, uma porteira
de fazeNda, separando
a casa do pasto.

O O, uma bOca
que, num espanto redondo,
diz apenas: Ó!

O P é a perna
de pau que o pirata tira
na hora de dormir.

O Q era um O
que virou gato: aí está,
de costas, com rabo.

O R: um peru,
Peito estufado, a passear
Pelo galinheiro.

O S, a serpente
Sinuosa, ou a minhoca
no chão, eStorcendo-Se.

No alto do Telhado,
o T é uma antena de
TV que se vê.

O U, um buraco
na calçada, que atravesso
num único puLo.

Asa de gaivota,
o V. Lá estão elas, vejam
VVVVV.

X, duas espadas
que se cruzam, na semi-
final do alfabeto.

O Z, um relâmpago
corta, zás! O céu aZul
antes do trovão.

Deserto azul - Socorro Moreira




Dia pintado de azul.

Vivo os meus estios
Sem cios
Sem chorar porisso

Pele rasgada
Olhar cansado de esperar a noite
Dia brincando de paciência


Começou a nublar
Sinto um cheiro de manga no ar
Zoadas diurnas nos quintais
Chaleira fervendo...

Aroma de nostalgia.