por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

TERAPIA PARA PERDER O MEDO DE ALMA – por José Almino Pinheiro


 Dos meus problemas da adolescência, o medo de alma era um que atormentava bastante. Para meu próprio bem essa dificuldade teria que ser resolvida, só não sabia como. Muitas vezes pedia ajuda a familiares que, apesar da boa vontade e esforços, não tinham a fórmula secreta para a cura do medo de alma.

No meu caso, tinha um problema extra, pois só tinha pavor de almas importantes. Achava que as almas da família não tinham motivos para nos fazer medo ou mal. E ainda mais, por puro preconceito deduzia que as almas das pessoas da região não teriam forças suficientes para sair do círculo dos mortos. Outra coisa bem diferente era as almas dos poderosos, essas sim, tinham forças para atormentar quem quisessem. Portanto tinha medo dessas almas poderosas como Pilatos, Herodes, Pedro Álvares Cabral, D. Pedro I, Hitler, Napoleão, Stalin, Getúlio Vargas, etc. Também tinha medo dos personagens que iam aparecendo à medida que aumentava o conhecimento de suas existências.
Lembro de alguns pesadelos como o que fui obrigado, de espada em punho, a lutar contra Dom Fernando Sardinha, todo mordido, liderando uns 50 índios que queriam me pegar para fazer um banquete. Uma alma que me perturbou bastante foi a do presidente Kennedy. Achava que ele viria me buscar para enviar para a guerra do Vietnam.  Por essa época meu irmão e uns primos andavam entusiasmados com a leitura dos enciclopedistas, era Diderot, Montesquieu, Buffon pra lá, Voltaire, Rousseau pra cá, e eu desconfiado que aquilo só podia ser alguma presepada para aumentar os meus medos. Felizmente a fase dos filósofos passou rápida, não deu tempo para imaginar o mal que os enciclopedistas poderiam me fazer, apesar de ser informado que de vez em quando eles se guilhotinavam entre si, e as imagens de alma sem cabeça ou alma de cabeça sem corpo, não sei porquê, não me impressionaram.

A tranquilidade demorou pouco, logo descobriram a psicanálise e começaram a ler alguns livros de Sigmund Freud. Já tentando me proteger, pedia explicações do que se tratava a tal psicanálise, e a explicação dada foi que o Dr. Freud era um cientista que se dedicava exclusivamente ao estudo da mente, tinha desenvolvido técnicas mentais para descobrir o que se passava na cabeça dos outros. Achei que eles estavam mais interessados em descobrir o que se passava na cabeça das meninas. Apesar da minha insistência para que fosse informado do assunto, para também saber o que se passava na cabeça dos outros, eles se negavam a ensinar as tais técnicas de adivinhação. Discutiam bastante sobre o ego, a id, libido, neurose, consciência, etc., depois descobriram o livro de Freud – “A Interpretação dos Sonhos”. Após algum tempo, um deles com o exemplar do livro na mão e o primo com outro livro igualmente do Dr. Freud, que já não me recordo qual era, obviamente para dar consistência ao que iam fazer, me chamaram com entusiasmo para explicar que, com base no que tinham estudado, descobriram meu problema: eu sofria da psicose “Megalo-fantasmagórica” mas que não me preocupasse, garantiram  que esse tipo de  psicose tinha cura, como bem explicava o livro.

Passado algum tempo, na época das férias na fazenda de um tio, que sabia do meu problema com as almas, que já era motivo de gozação entre a primarada e também da psicose diagnosticada pelos novos psicólogos autodidatas, resolveu iniciar a cura me chamando para conversar e seriamente dizendo que o meu problema com as almas, era que eu só pensava em “alma macho”, que devia também pensar nas “almas fêmeas,” algumas delas muito bonitas.  Nunca tinha pensado nessa possibilidade. Acredito que, com a chegado da energia de Paulo Afonso iluminando quase a cidade inteira e a presença das almas femininas, o medo de  assombrações e almas  foi diluindo, ficando até mais  interessante, afinal as almas fêmeas não eram tão bélicas e perigosas como as almas macho.

A BRIGA É MAIOR QUE A DERROTA DE AÉCIO NEVES - José do Vale Pinheiro Feitosa

Ontem o Senador Aloísio Ferreira Nunes, candidato a vice-presidente junto com Aécio Neves foi para a tribuna do Senado reclamar de mentiras e chantagens na campanha eleitoral. Mesmo que alguém acredite na “sensibilidade” do senador, sou levado a crer que seu passado não o faça assim tão sensível.

Na verdade Aloísio está fazendo cenas públicas com duas finalidades. Quer matar dois coelhos de uma cajadada só. À primeira paulada pretende se antecipar a denúncias graves que a candidata Dilma tem contra as manobras sujíssimas da candidatura dele e de Aécio Neves. E, malandro velho, faz a partir de um sinal da própria vitoriosa no pleito em seu discurso comemorativo.

Dilma convocou a união nacional. Passou uma borracha nos ferimentos e manobras sujas da campanha. Diante desta disposição não tem porque ela relembrar as pesquisas eleitorais fraudulentas de dois institutos que foram utilizadas na campanha do PSDB, não tem que denunciar o papel da mídia que fez uma frente de destruição dela e do PT, não tem motivos para relembrar o uso eleitoral dos desvios da Petrobrás, não tem razões para continuar a denúncia contra a manobra fraudulenta da Veja, os milhões de reais utilizados para reproduzir capas da revista, o uso, caríssimo, das redes sociais para anunciar entre o sábado e o domingo a morte por envenenamento, com acusação direta ao PT, do doleiro delinquente.

Aloísio Ferreira Nunes, senador bem votado por São Paulo, põe uma sinuca de bico na Presidenta e seu partido. Diz que não quer o diálogo, denuncia apenas a campanha do PT, esquece as sujeiras da sua e com isso esconde toda as artimanhas conduzidas em nome do seu partido.

E agora a segunda paulada.

Ao levantar a voz desta maneira ele dá um cavalo de pau nas palavras do abatido Aécio Neves no dia da eleição quando admitiu a derrota, dizendo que tinha ligado para Presidenta Dilma para unir o país. Aloísio sabe que esta união não interessa ao PSDB, ele prefere a tese da divisão e da incompetência da Presidenta para conduzir os assuntos políticos do país. É isso que temos pela frente.

Nada de união. Nada de projeto comum. Esta é a ideia do PSDB.

Por outro lado o PMDB já quer a sua fatia de poder, a derrota ontem na votação do Decreto Presidencial que criava os Conselhos Populares foi um soco direto no fígado do setor mais à esquerda do PT. Ali a derrota foi da mobilização do poder popular o qual se apresentando de modo direto, reduziria as “tenebrosas transações” dos “representantes do povo.”  

A turma da Abril já comemorou a derrota. Espera que de derrota em derrota não aconteça a Reforma Política e nem a Regulação da Mídia. Quer dizer, não só a Veja, mas Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, O Globo e jornais televisivos do sistema. Mas na verdade a grande mãe de todas as derrotas é uma que nem o PT levantou a bola, mas se encontra na ordem do debate mundial.

Ontem foi a manifestação do Papa Francisco, o artigo do Paul Krugman dizendo que plutocracia não queria a democracia e temos conhecimento do impacto do livro de Thomas Piketty que é igual ao elefante incomoda muita gente.

E qual é esta reforma magna?

A Reforma Tributária. Aquela que derruba a absurda concentração de renda (85 pessoas mais ricas do mundo detêm toda a riqueza da metade mais pobre da humanidade), pode diminuir as desigualdades e promover políticas inclusivas que elevam a produção e a produtividade dos meios de vida de todo mundo. Só o dinheiro que este pessoal esconde em paraísos fiscais evitaria a morte direta de 29 milhões de pessoas, que faleceram precocemente em relação aos avanços da atual civilização.

Estamos no centro do velho debate. O lucro como instrumento de crescimento revela-se com a sua verdadeira face. Ao concentrar poderes em torno de pessoas, destrói a democracia e é um enorme fator regressivo nos fundamentos da civilização. Quando uma força produtiva inova em alguma coisa, imediatamente o lucro parasita este avanço a tal ponto que se esgota antes de todo potencial de mudança e melhoria de vida.

A reforma tributária, ainda que uma medida gradualista, não revolucionária, é um passo fundamental para ampliar o potencial das inovações e mudanças e é um ajuste de qualidade de vida das pessoas. A reforma é simples: muda a atual estrutura regressiva (taxa o consumo) para uma estrutura progressiva (taxa os mais ricos e detentores de grandes fortunas).


Estes detentores de grandes fortunas, até o Papa reconhece, não têm ética, cabeça e inteligência para conduzir o destino da humanidade.  

"FUROS" da "VEJA-ÓIA"

Terrorismo: as capas da Veja!
A Veja está assim porque ninguém se interessa por comprá-la !





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"FESTA DE ARROMBA" - José Nilton Mariano Saraiva

Era pra ser uma “festa de arromba”. E, para tanto, tudo fora criteriosa e detalhadamente planejado. A inescrupulosa revista “VEJA-ÓIA” houvera antecipado em dois dias sua edição semanal, com uma chamada de capa “criminosa” (embora no texto da reportagem correspondente vigesse o verbo no sentido “condicional” - teria, seria e por aí vai - sinal de nenhuma consistência); irmanada, a principal rede de televisão do país, a “GLOBO”, aderira de pronto ao plano antecipadamente arquitetado e consumira a maior parte do tempo do seu principal noticioso, o Jornal Nacional (na noite anterior) a repercutir com estardalhaço a chamada de capa da “VEJA-ÓIA”; gráficas de todos os portes-tamanhos foram acionadas às pressas para, na virada da noite, reproduzirem MILHÕES E MILHÕES de cópias da citada capa (quem pagou ???) inclusive em tamanho gigante (tipo outdoors), generosamente distribuídas na manhã do dia da eleição; jornalões do Sudeste do país, que já vinham em sistemática campanha contra, de há muito, alinharam-se naquela trincheira e trataram de divulgá-las em letras garrafais em suas edições matutinas. Definitivamente, nada fora esquecido e o “GOLPE” seria perpetrado, sim, sem choro nem vela. Dessa vez não havia escapatória.

Tanto é que, naquele momento (já após a eleição) no “ap” da “IRMÃ-MANDONA”, em Belo Horizonte, o candidato  era bajulado e paparicado por dezenas de “convivas”, oriundos de diversas partes do país, num beija-mão pra lá de asqueroso. Afinal, o homem “já era” o futuro Presidente da República. Daí o “scoth” correr solto e generoso e os variados canapés consumidos numa avidez impressionante.

Igualmente às reuniões da “cosa nostra” (máfia italiana), também ali uma senha seria usada a fim de “cristalizar” o momento. E isso seria feito através de mais um “vazamento seletivo” (qual o preço ???): é que, do interior da hermética sala usada para apurar os votos, no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, um dos privilegiados vinte técnicos envolvidos na operação discaria para alguém presente àquela festa, lá em Belo Horizonte (o candidato ???) e lhe poria a par do andamento da apuração. E assim foi feito, coincidindo com o momento em que o candidato disparava na dianteira. E haja “scoth”. E haja canapés. E haja comemoração. E haja puxa-saquismo. Mas...

Mas, esqueceram de um tal “fuso horário”. Que, aí sim, dividia o Brasil naquele momento não em dois, mas em três. É que em Brasília e estados do Sul-Sudeste e Centro-Oeste vigia o “horário oficial”; nos estados do Norte-Nordeste uma diferença de uma hora a menos; e no Acre e parte da Amazônia, três horas a menos. Portanto, embora já totalizasse os votos a partir do horário de Brasília, os números obtidos só seriam disponibilizados para a população após o fechamento das urnas do Acre, três horas depois e, pois, já perto da sua totalização geral (apenas aquelas privilegiadas vinte pessoas souberam antecipadamente do andamento da apuração).

Por essa razão, chegada a hora, os primeiros resultados da apuração contemplaram as regiões Sul/Sudeste/Centro-Oeste (onde a votação terminara mais cedo) e onde o “playboy do Leblon” disparara na frente (embora à candidata Dilma Roussef colhesse expressiva votação). E foi essa a senha que faltava para ter início o bacanal no “ap” de Belo Horizonte. A apressada conclusão era a de que o  “GOLPE”, enfim, lograra êxito. Dera resultado. Não tinha volta. Xeque-mate.

E foi aí que a força e a união do povo norte-nordestino tratou de por os pingos nos devidos “iis”, restabelecer a verdade verdadeira, mostrar que a coisa não era bem assim. Em resposta ao “caminhão de votos” que o candidato tucano obtivera no Sul-Sudeste, uma “avalanche de votos” na candidata Dilma Roussef demoliu de vez com o sonho e pretensão tucano. Como um rolo-compressor, não restou pedra sobre pedra. O “playboy do Leblon” sucumbiu e teria que esperar por uma outra oportunidade. Dessa vez, sim, houve choro (inclusive do candidato). Ar fúnebre e fim de festa no ninho tucano, o que não impediu que o “astro-principal”, visivelmente constrangido, reconhecesse publicamente a derrota.

Como teria que haver uma explicação para a “virada”, num primeiro momento o comando tucano atribuiu à Região Nordeste o desfecho não favorável (daí o xenofobismo abjeto nas redes sociais); e aí foi só lembrar-lhe que no Sul-Sudeste a candidata oficial conseguira mais votos do que os obtidos no Nordeste, para restar constatado que faltaram votos ao tucano no Brasil todo. Que o Brasil houvera democraticamente optado pelo projeto que contempla a inclusão social, a redistribuição de renda e o bem-estar do seu povo.

À desculpa esfarrapada de que foi uma vitória apertada (quase três milhões e meio de votos, de maioria) lembramos que a Constituição Federal determina que metade dos votos mais um é o suficiente para a homologação da vitória.

 Portanto... chora, tucanalhada, chora !!!


      




Enfim, encerrado o período eleitoral !

Mesmo com uma competição acirrada o resultado não me causou nenhuma surpresa.Votei na Dilma sem nenhuma emoção.Votei por acreditar na continuação dos programas sociais, e na sua boa intenção em corrigir e otimizar seu programa de governo.Tomara que ela seja iluminada na nomeação ministerial, e consiga cumprir algumas das suas metas.

Torci pela vitória da Dilma, sem nenhuma paixão, esclarecida pela opinião de algumas pessoas que respeito, como Zé Flávio, Zé do Vale,Zé Nilton,Everardo, Carlos Esmeraldo...Torci com certa frieza. Não tinha outra opção.

Domingo ,admirada com a tecnologia que dispara resultados imediatos, lembrei as apurações, comícios, e campanhas políticas vividas na infância e adolescência.

O rádio era o nosso veículo de informações. A sonoplastia da marcha da apuração ainda me arrepia...Com papel e lápis na mão anotava os votos , em cada uma das urnas, Minha família sempre ficou dividida entre partidos,candidatos.Minha avó paterna era pessedista doente, e meu pai udenista. Meu coração não sabia por quem pulsar. Era inflamada pelo desejo do meu pai, e respeitava  as expectativas da minha avó. Minha mãe se valia da prerrogativa do voto secreto e silenciava ...Não tomava partido para manter a harmonia e aplacar os ânimos da família. As passeatas se transformavam num carnaval fora de época. Dançantes, cantantes com criativas paródias. Na escola a classe se dividia. Felizmente os conflitos chegavam ao fim, quando o resultado da eleição ficava definido. Havia uma concentração no Crato Tênis Clube, aonde os votos eram escrutinados. Eu sempre ficava com pena de quem perdia...,mas exultava com a alegria do meu pai. Fui testemunha das vitórias da UDN, inclusive  da vitória de Jânio Quadros, quando coloquei na gola do vestido um
broche dourado, representando uma vassourinha. Logo em seguida, a frustração da sua renúncia. Naquele dia, meu primo Bartolomeu vibrou de alegria...E eu quis entender a situação...Aí comecei silenciosamente a torcer por Jango, e a fomentar meu espírito festivo, revolucionário. Eu não tinha completado 10 anos...

Vivi o período da ditadura militar com uma tristeza inexplicável, que se tornou crônica. Esperei muitos anos  pela volta do regime democrático, social.. Quis saber sobre materialismo dialético, mais valia, justiça social, e entender melhor os conceitos de fraternidade, liberdade, igualdade...

A música de Caetano me dizia:..." luxo para todos..." e eu nunca quis pouco!

O período Lula,Dilma mostrou-me uma nova realidade social.Chorei emocionada, quando votei a primeira vez em Lula. No pleito em que ele foi eleito..Antes vivi a tristeza de não ter Brizola como presidente do Brasil.
Nem Brizola, nem Miguel Arraes, meus candidatos do coração.

Acompanho diariamente o momento político,econômico do Brasil e do mundo. Tento ter uma visão sistêmica do panorama universal, mas continuo desconfiada com os nossos veículos de comunicação.Fico aliviada quando leio um texto de Zé do Vale...Considero-o meu guru político.

A todos os escritores do blog que contribuíram  com esta política esclarecedora, agradeço de todo coração!