"Sofia!":
Sofia, quando teu olhar sorria e tua boa se entregava à avó, o mundo não era mais inocente. O mundo já tinha de tudo que na vida encontras. Mas posso dizer que teu mundo tinha o encanto da decência. De uma família decente. Desde antes dos teus bisavós, até teus pais, com uma feliz passagem por esta avó. Que te mostra aqui. Uma avó que de vez em quando analisa o tempo passado só para que não percebamos a imensa quantidade de tempo novo que ela inventa. E quem inventa tempo como ela, é criadora de vida, de aconchego, de solidariedade ao outro. Que existe não para promover inveja, mas para espelhar as nuances da vida. Não vou vangloriar a avó que tens. Vou louvar você por inventado esta avó.
Você ainda não me conhece,
Desejo-lhe um fazer de anos vindouros do melhor que possa para você e para os outros. Sempre pensando e refazendo tudo que achar necessário. Quem refaz porque acha necessário, é livre para viver.
Abraços
José do Vale
por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
50, 05, 80, 08 - José Nilton Mariano Saraiva
Quando JK, um dos maiores presidentes do Brasil, materializando uma promessa de campanha se decidiu pela relocalização/transferência da capital federal, do Rio de Janeiro para o planalto central do Brasil, a virgem e inóspita região do cerrado goianense serviu de abrigo para a “terra prometida”; e, assim, sob o comando de Oscar Niemayer, vimos surgir - vapt-vupt - a moderna Brasília e suas arrojadas linhas arquitetônicas pra lá de revolucionárias. De pronto, objetivando expressar a dinamicidade e a incrível transformação daquela área em tão pouco tempo, competentemente a turma do marketing do Governo Federal houve por bem cunhar a expressão “Brasília - 50 anos em 05” (ou seja, aquilo que em condições normais só seria feito em 50 anos acabou sendo feito em apenas 05 ).
No Crato, dos dias atuais, a coisa funcionou exatamente em sentido inverso: após uma administração caótica, cuja característica maior foi o desgastante confronto frontal do prefeito da cidade com o Governador do Estado (daí o abandono a que a cidade foi relegada pelo Chefe do poder executivo estadual) o senhor Prefeito sai rotulado com o sinônimo de incompetência e improdutividade (daí despedir-se melancolicamente do poder), já que deixando atrás de si um rastro de decepção e frustração. Tanto é que, além de não ter conseguido sequer eleger o sucessor (apesar da caneta na mão - e até por isso mesmo), foi oficialmente notificado/acusado pelo Tribunal de Contas dos Municípios de “improbidade administrativa”, mercê do “possível” desvio de generosas verbas públicas para atividades outras, desconhecidas dos órgãos competentes (assim, a tendência é que mui provavelmente terá que devolver aos cofres públicos, mais cedo ou mais tarde, a parte da grana para a qual não existe comprovação de uso adequado).
Fato é que, em razão do descomunal estrago propiciado na gestão que agora chega à fase crepuscular, é fácil constatar que o Crato, que já apresentava evidentes sintomas de decadência, perdeu nos últimos 08 anos muito daquilo que há bastante tempo detinha (Sesi, Sebrae, Escola do São José e por aí vai) ao tempo em que deixou de ganhar, por omissão ou falta de prestígio, empreendimentos de porte e que todos consideravam como certeza absoluta: o Campus da UFC, a Escola Técnica Federal, Aeroporto, Hospital e muito mais. Hoje, poder-se-ia até afirmar que o quadro propiciado pela enxurrada que inundou a cidade meses atrás poderia ser apresentado à posteridade como o emblemático retrato da própria administração municipal: um caos.
Temos, então, duas posições antagônicas, diametralmente opostas: se para caracterizar o estupendo e célere progresso de Brasília cunhou-se a expressão “50 ANOS EM 05”, no Crato o mais apropriado seria afirmar que a cidade regrediu ”80 ANOS EM 08” (ou alguém tem dúvida de que a cidade experimentou um desgastante, penoso e angustiante processo de desconstrução, desfazimento e retrocesso nesse tempo ???).
Agora, nesse derradeiro dia do ano de 2012 e no momento em que todos desejam a todos um ano de 2013 repleto de prosperidade e paz, só nos resta ficar na torcida para que o novo e jovem mandatário da cidade (um empresário privado de sucesso, mas sem qualquer experiência no gerenciamento da coisa pública), consiga fazer com que no Crato a “roda volte a girar”.
Na oportunidade – para não dizer que não falamos de flores – expressamos aos conterrâneos o nosso ardente sentimento de que as coisas mudarão pra melhor na vida de todos nós, sofredores cratenses.
Aleluia, aleluia, aleluia !!!
Gosto dessa coisa de fim de ano de todo mundo dizendo feliz
ano novo, paz, saúde, prosperidade. É um espalhar de positividade e afetos. É
uma vibração benéfica para todos e que se irradia para o planeta. Vamos
espalhar alegria e afeto.
FELIZ 2013 PARA TODOS NÓS DO AZUL SONHADO! TODOS NÓS DO PLANETA
AZUL!
AUGURI! - José do Vale Pinheiro Feitosa
Saudações por mais um ano. Pelo que chega. Que significa
tratar do futuro. Sobre a forma de desejo que é muito mais do que uma
subjetividade. É ponto de cruz do acontecido e deste acontecendo. Que se diga
não é um mero acontecer: é uma ação humana para que assim seja.
Ao saudar a todos por 2013 não apenas imagino as forças imponderáveis
da natureza ou do destino se assim preferirmos. Imagino as iniciativas, as
tramas, as ações humanas que por isso mesmo se tornam projeções daquilo que
pensamos, que imaginamos, mas na verdade, a priori, já estamos realizando.
Saúdo a grande renda de bilros que a nossa sociedade constrói
na história. Por vezes redefinindo o desenho do papelão, repondo os espinhos,
cuidando dos bilros, com as mãos ágeis a compor uma imagem que traduz a todos.
Desde o sorriso do momento ao ar grave dos tempos.
Saúdo os nossos roedores, comedores, chupadores, de macaúba.
Que respeitam o tronco da palma e, pacientes, aguardam que os cocos se desprendam
dos cachos. E um especial abraço para os sitiantes do nosso espaço, os trabalhadores
das nossas terras, os operários, vendedores, comerciantes, industriais da nossa
vida e do nosso futuro.
Uma varanda no amanhecer, uma paisagem de serra e vale, um
verde que brilha no cento da caatinga, as águas cristalinas da fonte e um céu
que não é puro azul. Como somos de fazer, o céu se apinha de criações brancas,
cinzas e por vezes pretas precipitações que até chegam a levar nossas construções
inseguras.
Ao nosso Cariri, ao querido Crato, no pedaço de chão que
alguém fez para sonhar, qual rosto tenha este sítio, este espaço, este canto,
qual quintal sobre ou não para se ter sombras e pedaços inteiros de sol claro,
que afinal somos equatoriais. E na falta de uma sacada que seja neste
apartamento domiciliar, que os largos e praças repitam a nossa alma paciência.
Que espera a macaúba e o piqui se soltarem dos galhos para
então saboreá-los, de tantos modos diferentes. O piqui se impregna no olfato e
o liga de tal modo ao gosto que basta ferver na panela para uma fome descomunal
se apresentar. E a macaúba, com nossos dentes amarelos e a amêndoa interior que
solta o óleo do sabor, é a sobrevivência no bilro que faz a renda da vida.
A todas essas coisas pelas quais levantamos a voz como um
Italiano no fim de ano: AUGURI!
Feliz 2013!
Passagem de Ano é
sempre uma noite especial.
As pessoas festam,
rezam, fazem reflexões, apostam na sorte, enchem-se de esperanças,se fortalecem
para que, na contabilidade das perdas e danos, consigam segurar seus potes de
mel, num saldo de alegrias.
Hoje, o banho será
mais demorado, a casa mais limpa, papeis expurgados, abraços e sorrisos em multiplicidade.
Somos todos noivos de um momento novo. Somos todos noivos de um ano que prepara
bombas e bolas de assopro. Aposto na PAZ. Ela nos trará o mais!
Dinheiro, saúde, amor,
sucesso...?
- Como bem disse Bastinha, que venha mais poesia!
domingo, 30 de dezembro de 2012
Sobre descargas - José do Vale Pinheiro Feitosa
Estou repetindo o que li: quando Henry Kissinger visitou a
China, perguntou ao chefe de Estado o que achava da Revolução Francesa e aquele
respondeu que fazia muito pouco tempo que havia ocorrido para se fazer uma
avaliação mais correta. A China é uma organização de governo milenar e o tempo
de sua cultura mais largo e aprofundando em termos de história humana.
Durante as escaramuças iniciais da Revolução Francesa no que
seria o Parlamento, ou Terceiro Estado, em suas reuniões quem se sentava à
esquerda se unia em torno de mudanças no Governo, no Estado e na Sociedade e
quem se sentava à direita, membros do clero e da nobreza, se uniam em conservação
dos mesmos. Daí surgida a dicotomia esquerda e direita, progressistas e
conservadores.
No início dos anos noventa, embalados com a queda da União
Soviética e com a possibilidade de uma política mundial unipolar centrada nos EUA,
a direita, ou conservadores, ou neoliberais, teve base para expandir o discurso
do fim da história. Cessada toda a assimetria ideológica, agora seria uma
estrada traçada pelas forças vivas do mercado. Historicamente isso significa a
vigência de uma lei e de uma ordem única bem ao gosto daqueles que se reuniam à
direita.
Mesmo com a crise do modelo neoliberal, que em economia
significa essencialmente financeirização e desregulamentação, os conservadores
continuam com horror à possibilidade de que exista quem pense de outro modo. Quem,
aliás, pense porque vive a necessidade de viver e viver é um misto de bem-estar
espiritual e suprimento de suas necessidades materiais essenciais (o que seja
isso uma vez que muda tanto).
Os efeitos da Revolução Francesa, como disse o líder Chinês,
continuam, historicamente duzentos ou trezentos anos é muito pouco para a história.
Direita e Esquerda estão na pauta do debate não apenas em palavras. Não é
possível apertar a descarga da divergência e jogar tudo na rede sanitária.
Refugiar-se num tempo inexistente é a existência no vácuo, logo preenchido pelo
mais recôndito que lhe existe na alma.
Quando não se pensa igual a mim isso revela o quanto de
diferença há na visão de mundo. Mas precisamos qualificar onde permanecem as
diferenças e, no meu entender, só existe um elo comum: a Constituição Federal. Assegurando
o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. E onde se encontram as
diferenças ao chocar os ovos da serpente?
Na solução que funda todo aquele exercício constitucional. “Na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica de controvérsias...” E tomemos por base um fio de fronteira entre ser
e não ser: constituímos um “Estado de Direito Democrático” fundamentado na “soberania,
na cidadania, na dignidade humana, nos valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e no pluralismo político.” E, claro, “todo poder emana do povo, que
o exerce por meio do seus representantes
eleitos direta ou indiretamente nos termos desta Constituição.”
Com todo este “conservadorismo” a me tomar o penúltimo dia
do ano me reporto à chocadeira dos ovos da serpente. Mesmo sabendo que nos
extremos a gema do ovo gerará a serpente do braço vingador, que envenenará todo
o exercício constitucional pretendido.
Patrick Dimon, na noite cratense
Ao vivo, todo artista emana novo brilho.
Ontem deixei a toca e fui pro Tênis Clube com filhos, noras, irmã, cunhado. Assistimos Patrick Dimon. acompanhado pela banda de Hugo Linard. Deliciamo-nos com a voz de Leninha, Jr.Rivadave e Patrick .
A banda está bem composta. Perfeita para alegrar qualquer baile, em grande estilo.
Lindo repertório! Noite feliz!
Impossível não dançar soltamente, e com todos, a canção popular: "Volare".
"Roberta" foi a chave para uma sequência de músicas que animavam bailes, praças, e inspiravam serenatas, nos anos 60. Não senitmos saudades. O sentimento antigo era novo em folha, como a noite de ontem, que nos deixou em estado de graça.
Ainda bem que festa é uma pausa. Precisamos cumprir devoções, obrigações, e ficar no silêncio do descanso. Esquecemos o fatalismo da morte. Celebramos com "Champagne", a vida!
RECEITA DE ANO NOVO
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo
Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com
todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um
ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas
do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo
seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se
come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber
champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas
intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas
besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a
partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça
entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um
Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo
novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
sábado, 29 de dezembro de 2012
Carinhosamente para Marina - José do Vale Pinheiro Feitosa
Uma porção de mar que banha uma região. A face da terra moldada
pelas vagas dos mares. Os mares, marés, esse conjunto que oscila como um
eletrocardiograma por vezes em ritmo sinusal, noutros em arritmia convulsa e
transbordante. O mar de Marina.
Que é para os brasileiros o DNA que toda cultura expressa.
Começamos a ser algo no universo variado dos povos, a partir de duas doçuras do
viver. Falo dos presentes. Que são os que nasceram após os anos 30 do século
XX.
Os doces que encantam as cordas vocais, moldam a face do
povo, dissolvem a rigidez dos momentos e multiplicam o futuro como algo
necessário. Viver é uma necessidade e não apenas uma opção, embora tantas
decisões façam parte.
Um dos referidos doces tem a melodia de Pixinguinha e sempre
que os brasileiros se fazem em rodas, com algum violão, ela surge como
expressão da alegria de ser e viver neste território. Quantos povos podem
exprimir conjuntamente: meu coração, não sei por que, bate feliz, quando te vê.
E seguir pelas ruas com os olhos contentes pela visão a
despertar-lhe felicidade. Ora não existe fortuna maior na história do que
pertencer a um mundo que não apenas se ilumina pelos nossos sentimentos, mas,
ao contrário, ele é quem é a fonte da felicidade. A verdadeira felicidade:
aquela que está lá e se manifesta com a própria força de seu bem-estar.
Mas não me julgues radical. Não pulo para o outro lado da
rua, como um rude a construir mensagens de sim e não. Sei da paz interior que
inventa contentamento uma vez reconhecendo outra doçura da cultura brasileira.
Pertence ao meu domínio, à elaboração afetiva no meu
interior, aos meus cuidados: que eu gosto e que é só meu, Marina você já é bonita
com o que Deus lhe deu. A felicidade interna que por necessitar de tantas
filigranas se aflita com este rosto pintado desnecessitado de cores quando é
minha Marina, morena, Marina.
Não tenho como interditar o feito e tampouco negar a minha
felicidade interior. E diante do inevitável, do expressamente acontecido, como
acomodar no mesmo espaço este sentimento que quando se zanga, não sabe perdoar?
E desse modo, entre o perdão que já nasceu com o pecado e o imperdoável que se
desmanchando no ar resta-me ficar de mal com você.
E maravilhosamente a cultura une essas doçuras da música
popular: o objeto da felicidade retorna à sua matriz externa de bem aventurança
no espaço deste espetacular mundo. A grande felicidade é objeto real deste
mundo a iluminar a pequena felicidade reconstruída nas sensações da memória e
nos sentimentos de aproximação da vida.
À Marina um olhar Carinhoso.
Como a serpente porá seus ovos no ano que chega? - José do Vale Pinheiro Feitosa
Um dos principais colunistas do jornal O Globo informou (ou
inventou) uma notícia da revolta de um passageiro quando da falta de luz no
Galeão (não foi um apagão, foi localizado no prédio do Aeroporto). O
passageiro, segundo Ancelmo Gois, revoltado com a situação teria dito: Se
alguém votar no Lula ou na Dilma é filho da puta. Antes de seguir adiante:
Ancelmo é um neoudenista, a serviço da família Marinho, veio do Partidão,
detestava o Brizola (por razões de afinidade de emprego) e agora é um legítimo
opositor de Lula e Dilma com estímulo para receber igual xingamento de retorno.
Esse clima de palavrões anda solto na internet. Literalmente
a manipulação, o preconceito, o ódio, o xingamento virou a língua de mentes em
excitação insana. Um dos primos mais queridos me envia diariamente de dois a três
e-mails com uma fixação mórbida em petistas, lulistas e no próprio político. O baixo
nível de argumentação e o preconceito são de tal ordem que imagino os fascistas
têm uma fábrica de produção de e-mails em alta atividade. Pelo que vejo, é uma
determinada senhora que é a fonte de todas as diatribes. Certamente que recebe
ou busca em alguém. A frequência mostra um martelar para criar hegemonia e
promover golpes políticos e nas instituições.
O conteúdo e a prática não deixam dúvida: são os mesmos dos
idos dos anos 60 ocasião em que uma direita raivosa preparava o golpe de 64.
Quando esse pessoal sentir-se com maior repercussão não tenham dúvidas: vão
enaltecer o golpe e apresentar um discurso direitista agressivo, denunciando,
denegrindo, agredindo e tentando formar grupos de pressão para intimidar quem
pense diferente. Isso não é tudo e tem mais. Muito mais.
Em recente artigo o jurista Nilo Batista, ex-governador do
Rio de Janeiro, denunciou o clima de delação e punição que permeia o tecido
social brasileiro. Há uma verdadeira vaga conservadora, querendo baixar o pau
nos marginalizados, defender quem tem renda e denegrir a maioria despossuída. Essa
onda conservadora invadiu, inclusive, partidos mais à esquerda no espectro
político nacional e agora o clima é querer filmar as pessoas no seu livre ir e vir,
ter chips nos carros para detectar as pessoas em deslocamento, sem contar as
transações com cartões e o uso de celular que detectam as pessoas o tempo todo.
Além é claro desta internet.
A questão sempre não é o bem-estar coletivo. É que empresas
particulares, grupos específicos ou pessoas de má fé podem acessar essas
informações para, no interesse próprio, atacar direitos e a segurança de outras
pessoas. Além, é claro, deste clima geral de denúncia e punição, que sempre
serve para a desgraça de muitos e o benefício de alguém. Ou alguém duvida que
aquelas histórias da Revista Veja com Carlinhos Cachoeira não tenha sido uma operação
de mão dupla?
Tomei conhecimento que aí no Crato o clima de debate sobre a
administração da cidade e sobre as opções de políticas públicas ou de política
no sentido mais geral, quase sempre terminava com alguém recebendo um processo
na justiça. É a respeito disso que falamos neste texto: um cidadão no pleno
exercício de seu direito político e da sua liberdade de falar sobre sua cidade,
recebe um processo, que lhe custará caro, aborrecimento, tomará seu tempo,
além, é claro, de que no Brasil ser processado sempre tem uma conotação
negativa. O que pretende quem o processa?
Pretende interditar o debate e o livre processo democrático.
Isso é parte do sentimento conservador, elitista e golpista. Se a Justiça
passar a ser parte desta coisa, é preciso reagir contra a litigância de má fé,
o denuncismo e o punitivismo.
Tempo de preparo: 1 h
Rendimento: 22 porções
Ingredientes da Receita de Bolo Souza Leão
5 1/2 xícaras de açúcar
2 xícaras de água fria
2 xícaras de manteiga
1 colher (chá) de sal
1 kg de massa de mandioca
16 gemas
3 xícaras de leite de coco
2 xícaras de água fria
2 xícaras de manteiga
1 colher (chá) de sal
1 kg de massa de mandioca
16 gemas
3 xícaras de leite de coco
Como Fazer Bolo Souza Leão
Modo de Preparo:
Unte uma forma grande.
Em uma panela, coloque açúcar, água, misture, leve ao fogo alto e, mexendo sempre, deixe o açúcar se dissolver e a calda começar a ferver. Pare de mexer e deixe a calda ficar em ponto de fio brando.
Tire do fogo, junte imediatamente a manteiga e o sal, misture e deixe esfriar.
Em uma tigela, coloque massa de mandioca, alternadamente, junte gemas uma a uma, leite de coco, amasse bem, acrescente a calda fria, misture e coe três vezes em uma peneira fina. Coloque na forma, leve ao forno e asse em banho-maria por cerca de 50 minutos ou até ficar dourado.
Unte uma forma grande.
Em uma panela, coloque açúcar, água, misture, leve ao fogo alto e, mexendo sempre, deixe o açúcar se dissolver e a calda começar a ferver. Pare de mexer e deixe a calda ficar em ponto de fio brando.
Tire do fogo, junte imediatamente a manteiga e o sal, misture e deixe esfriar.
Em uma tigela, coloque massa de mandioca, alternadamente, junte gemas uma a uma, leite de coco, amasse bem, acrescente a calda fria, misture e coe três vezes em uma peneira fina. Coloque na forma, leve ao forno e asse em banho-maria por cerca de 50 minutos ou até ficar dourado.
*Portal de Receitas Típicas
Data Vênia
Jesualdo entrou no escritório com aquele ímpeto de furacão Katrina. Esperara por mais de uma hora
na sala de espera do advogado, ansioso, aguardando a saída de um senhor
careca que cuidava de uma das coisas mais enroladas desse mundo
: Inventário de gente rica. Ficou ali,
tentando ler revistas antigas, sem se concentrar nas notícias, como se
estivesse sentado em folha de cansanção.
Os minutos se arrastavam tartarugadamente. Quando a atendente, por fim ,
liberou sua entrada, foi como se lhe tivessem arrombado as tariscas de uma gaiola. O causídico ali estava à sua frente,
calmo, impassível, sem maiores motivos para desespero, afinal casos eram apenas
casos e se sucediam monotonamente, todo santo dia, diante do seu bureau. Não contendo
a ansiedade represada por muitos minutos na saleta de espera, Jesualdo disparou
:
---
Doutor, quero entrar com um processo de
danos morais!
Afeito
ao desespero comum de seus clientes, Dr. Cacionildo aprendera que se fazia
mister atendê-los como se estivesse degustando um prato de papa quente: era
preciso começar pelas beiradas até chegar ao fundo do pirex. Com olho clínico percebera alguns hematomas,
em fase de regressão no rosto do cliente. Levantou-se, pois, da cadeira e cumprimentou-o
formalmente. Quis saber-lhe do nome . Pediu para ficar tranqüilo que aquela era sua
especialidade. Inquiriu-o se estava tudo bem com ele e com a família, falou
sobre a estiagem no Nordeste que estava uma verdadeira calamidade, dissertou
brevemente sobre as dificuldades que vinha passando com as criações na sua
fazenda e interessou-se saber se ele também era pecuarista e como estava se
virando para alimentar o bando. Quebrado o gelo, no tangenciamento do problema central,
Cacionildo , finalmente meteu a colher no fundo do prato:
---
Pois, não, seu Jesualdo ! Em que posso
servi-lo ? Quem feriu de morte
seus princípios morais, homem de Deus ?
Jesualdo,
já abancado devidamente num cadeirão em frente ao bureau do adovogado, um pouco
mais restabelecido, foi direto aos finalmentes:
---
Quero entrar com um processo contra a Coca-cola, por danos incalculáveis à
minha moralidade e , inclusive, à minha integridade física.
O
doutor, mesmo sem ciência do objeto causador do dano e suas possibilidades
jurídicas, viu-se diante de sentimentos díspares. De um lado a alegria de poder
estar processando uma grande empresa, multinacional, de patrimônio incalculável
e, pois, com amplas condições de pagar gordas indenizações. Do outro a
percepção de que traria , na defesa, grandes escritórios nacionais, com pesada
influência política e econômica nas decisões do judiciário, máxime em
instâncias superiores. Pediu, então, a Cacionildo que detalhasse, data
vênia, toda a questão com fins de se ter
um melhor diagnóstico e prognóstico da
causa a ser encetada. Pela história comprida e cheia de reentrâncias que
Jesualdo começou a narrar, o advogado rápido percebeu que seria muito mais
enrolada a consulta que a do careca do inventário.
Jesualdo
informou que estava casado há mais de vinte anos não com uma mulher mas com uma mistura de
jararaca com lacraia. Ele sempre fora um ferrolho, mais por temor e menos por
virtude. Há uns dois anos, sabe-se lá como, começara um rolo com uma colega de trabalho. Coisa
debaixo de sete chaves, mais escondida do que
quenga de cardeal. Sabia do
perigo que corria, mas o temor estranhamente lhe instigava de forma quase que
suicida. Gabriella , a namorada, não era
uma beleza clássica. Divorciada, era fraca de feição, mas tinha lindos e
acolhedores air-bags e, da cintura para baixo, tanajurava-se maliciosamente. O
romance, discreto, ia de vento em popa, até que
a CNN da vizinhança desconfiou e terminou divulgando-o em várias edições especiais. Quando a manchete
bateu nas orelhas afiadas da esposa, esta não perdeu tempo recolhendo provas.
Quebrou o pau no pobre do Jesualdo, fez o maior escândalo e o expulsou de casa.
Ele , ao menos, teve a felicidade de sair levando a mala, ao invés de ir dentro
dela, como vem acontecendo mais modernamente.
Os meses se passaram e a raiva não aplacava. Jesualdo começou um
discreto cerca-lourenço, ajudado por amigos e familiares, mas a esposa não
queria nem ouvir falar no seu nome. Dera entrada oficial no pedido de divórcio.
O tempo, no entanto, o solucionador mor
dos problemas da humanidade, começou a surtir efeito e a dismilinguir o ódio
incontido da esposa, até porque havia opiniões fidedignas ( embora não
confiáveis de todo) de que Gabriella já navegava em outras naus. Conversa vai,
conversa vem, finalmente, após mais de um ano ,Jesualdo conseguiu marcar um
jantar com a esposa onde pretendia conversar amenidades, encetar uma nova
aproximação, fugir do passado como o cão da bíblia e, quem sabe, na melhor das
hipóteses , terminarem num motelzinho, reacendendo o fogo antigo arrefecido
pelas curvas tanajúricas gabrielianas. Segundo Jesualdo, tudo corria conforme
planejado. Escolheu um restaurante caro, uma mesa reservada, à luz de velas , uma música de fundo
adocicada, dessas contraindicadas a diabéticos. Entabulou assuntos amenos,
pediram um prato de frutos do mar, um vinho branco de boa safra. Tudo corria
bem, as mãos tinham se tocado algumas vezes e Jesualdo disse que tinha dado uma
certa “formigagem” nos dois. Mas aí veio a tragédia! Num instante, estabeleceu-se, novamente, uma praça de
guerra. Esporros da esposa, garrafada de vinho na testa de Jesualdo, fuga ,
intriga redobrada, audiência de divórcio novamente desencadeada. E tudo por
culpa da Coca-Cola !
---
Da Coca-Cola ? Mas como, seu Jesualdo?
Onde ela entra na história ? Não entendo ! --- Saltou de lá o advogado.
---
Da Coca-Cola sim, doutor ! Quando chegou o prato principal , a Lagosta ao
Thermidor, minha mulher resolveu pedir uma Coca-Cola !
---
Sim, Jesualdo, mas qual o problema ?
---
Ora Dr. Cacionildo, a Coca me lascou! Agora ela não tá com essa mania besta de
botar os nomes das pessoas na latinha? Pois adivinhe o que estava escrito na
coca que minha mulher pediu ? “Quanto
mais GABI , Melhor !” Fudeu ! Quero indenização !
J. Flávio Vieira
Todo feio tem direito a mentir- Por Xico Sá
Todo feio tem direito a mentir
Xico Sá
Todo homem dito feio ou mal-diagramado, como costumo aliviar para o nosso lado, deve ter o direito sagrado à mentira amorosa.
É fácil ser um Marlon Brando (ah, O Último Tango em Paris!), um George Clooney, um Denzel Washington, um Brad Pitt, um Rodrigo Santoro, para ficarmos aqui no mundo macho do cinema que serve de colírio para as moças.
É moleza ser esteticamente arrumadinho. Estas criaturas sim, não carecem da mentira. Se tergiversam, se pisam na bola, se aprontam e saem com mirabolantes enredos – cada história monstra sem pé nem cabeça – é por pura cara de pau, safadeza braba mesmo.
Os feios, todavia, dependem da mentira como um burro precisa de capim. Não falo obrigatoriamente das grandes mentiras, das trapaças épicas, trato do varejão dos pequenos enganos, aquela forma sutil e necessária de editar a vida, arrumar as versões para não ser atropelado pela pessoa amada.
Todo macho feio, e a sentença deveria constar da Declaração Universal dos Direitos do Homem, tem direito à mentira, à lorota boa, como diz a música do rei Gonzagão, bravo cabra de Exu, Pernambuco, que se declarava um mentiroso nato.
É fácil ser um Apolo, uma beleza, tudo bem assentado, pele sem as marcas do tempo e, para completar a perfeição, com o bolso farto de grana. O bolso, aliás, segundo algumas moças mais espertas, é o melhor pedaço da nossa lição de anatomia.
Vai ser feio nessa encarnação, amigo, para sentir que sacrifício medonho. Uma provação a cada esquina, a cada baile, a cada tentativa de sociabilidade ou acasalamento.
Em sendo assim, mentir torna-se mesmo um direito sagrado. Repito: a mentira de varejo, não obrigatoriamente aquela grandiosa da qual falam os Dez Mandamentos e outras tábuas divinas
Coerência e retidão 100% é dever, obrigação mesmo, da cartilha do homem muito bonito. Aí sim, imperdoável possuir todos os predicados e facilidades de um boa vida e ainda assim infringir os códigos morais da boa conduta.
Como é melancólico, como é horrível e triste quando uma mulher flagra um bonitão, um galã salivante de pulhas, tetras, fraudes e mentiras.
E o sinal mais óbvio do mentiroso, você sabe, leitora querida, é o falso juramento. Quando o cara aparece cheio de “eu juro, eu juro”, já viu, né, cometeu algum deslize. Fez alguma merda, para usar termo mais chulo, porém mais apropriado a tais ocasiões.
Além da licença poética para arrumar um pouco as histórias e pisadas na bola, deixo aí, meu caro companheiro de infortúnio estético, mais uma vantagem que me foi soprada, de forma espírita, pelo Sérge Gainsbourg: “A beleza, amigo, é passageira; a feiúra é para todo o sempre, amém”.
Sim, o Gainsbourg é aquele cantor e compositor francês do maior hino de motel de todos os tempos, Je T’aime Moi Non Plus.
& MODINHAS DE FEMEA
Bobos dos homens quando se acham os reis da trapaça e da esperteza. Mentir bem mesmo é arte secular das fêmeas. Até porque elas não gastam à toa o poder da fábula.
Usam apenas em momentos pontuais e certeiros. Elas têm o dom de iludir, como diz a canção. Toda mulher já nasce potencialmente uma Greta Garbo, uma grande atriz.
Impressões de leitura -Busca no Google
Quando Caio nasceu, eu
esperava Marina.
Quando Victor me
chegou esperava Mariana.
Quando André saiu do
meu ventre, perguntei pro doutor: é menina?
Podia ser minha
Maria...
Hoje sou feliz com as
noras e netas, irmãs (todas Maria) e sobrinhas- meninas!
Deus me livre que os
varões da família não existissem.
Deus me livre que os meus amigos não fossem
próximos de mim.
Amo o masculino sensível que existe em ti.
Amo o masculino sensível que existe em ti.
A maioria dos poemas
foi ditada pelo coração dos homens. Poemas com razão.
Quantas musas
inspiraram canções?
Luiza, Carolina, Rosa,
Januária, Doralice, Dora, Dina, Clarisse, Abigail, Célia, Naná, Isaura, Ana
Luiza, Mônica, Irene, Laura, Teresa,
Verônica,Maria... E Marina!
Músicas bonitas aprendi com meu pai.Meus ouvidos estavam sempre antenados na sua voz boêmia, de
homem sentimental
As amplificadoras do meu tempo de infância, o rádio, as festas dos Padroeiros, os discos de cera, vinil, nos ensinavam canções.Algumas ou muitas, pertencem à nata do cancioneiro brasileiro.Assim como Dora.
Acho que o meu coração quer guardar o mundo em mim... Acho que em meu coração habita um amor sem
fim!
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