por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 6 de abril de 2011


o poeta
escreve poemas
"de ouvido"...

quem duvida?

De Nicodemos pra Brandão




nageva leve meu poeta
que as águas desenham os destinos
sem pressa...
mansamente...

navegar é preciso
necessidade e precisão

navega que o relógio pára
o Tempo não.

sempressa
navega navega...

Para lembrar...




1975
Tornou-se fundo musical .
Adquiriu forma, cor, cheiro, sabor...
Recife passou. A melodia ficou.

POEMA NUMA FÁBULA DE ISOPOR - por Ulisses Germano



POEMA NUMA FÁBULA DE ISOPOR: 
PÁLPEBRAS AUDITIVAS



Falam de liberdade
Como se a liberdade
Fosse um estado de vida
Não deliberado
De contar vantagens


Falam de liberdade
Como se liberdade
Fosse ligar o som do carro
E exibir um "paredão"
Da intensidade do desejo
De se ver notado
Importante, prestiagiado
Diante de um bem 
que lhe confere status 
prestígio de chocolate


Falam de liberdade
como se a liberdade
estivessa no direito
de criar o próprio direito!

Diante de tanta liberdade
Tomei a liberdade
de comprar um protetor auditivo
Para evitar a irratabilidade
provocada pelos decibéis
de tudo que é aparelho de som
ao ar livre poluído

Diante de tanta liberdade
Tomei a liberdade
de usar um protetor auditivo:
Só assim os ouvidos possuem pálpebras!

Diante de tanta liberdade
Tomei a liberdade deliberada 
de escrever este poema-fábula
Que fala da liberdade dos que se acham
donos  da própria liberdade
sem nunca terem lido 
a moral de toda essa história:

Consiga um povo educado
E acharás civilização.
Coitado dos passarinhos!

Ulisses Germano
Crato, abril seis do onze

 P.S. Os protetores auditivos são vendidos em casas de material de construção. Custa R$ 3,00.




Gostaria de saber voar...

Imagem/Internet

Gostaria de saber voar.
Voar igual aos pássaros de cores fortes e vibrantes;
Igual as gaivotas ou águias em luta;
Ou, a um beija-flor que impressiona a sua fêmea num vôo rasante num
Momento de conquista.
Gostaria de saber voar. Sim, eu gostaria.
Deixar me levar na correnteza dos ventos e na leveza das nuvens passageiras.
Deixar o pensamento voar com o vento
e dançar ao som do sentimento.
Gostaria de saber voar... Voar, simplesmente.
Deixar o corpo flutuar e me deixar levar entre uma montanha e outra;
Brincar nesse espaço infindo... E apenas estaria indo..., indo...
Sorrindo... e indo... indo...
Gostaria de saber voar.  Apenas voar!
Visitar ruas, casas, estradas...  Visitar mil mundos...
Num sentimento profundo!
Voar em linhas retas e curvas. Brindar com as noites e rodopiar com as estrelas;
Tocar a lua com a mão e vê-la bem de perto.
Será que eu poderia?
Nem sei... Mas, bem que eu gostaria...

Mara
04/04/2011
Agorinha...

Recado!

Estou sentindo falta da nossa Corujinha

Noite, traga-a de volta!

Peço ao vento, que nos traga Mara Thiers...

- Onde se escondem estas meninas?


Acalanto- socorro moreira


Ele continua aqui,
basta imaginá-lo.

- Ele é o meu passado ...
Sei desejá-lo !

Pescá-lo em versos
Soltá-lo em prosa
- Silenciosa !

E assim ,
desconheço o tempo...
-Um senhor ilusório,
que às vezes me cumprimenta,
com a fantasia que eu permito.

Acalantos - canto -
pra entrar nos seus sonhos.



Gabriela Mistral






GOTAS DE FEL

Trad. de Ruth Sylvia de Miranda Salles


Não cantes: sempre fica

à tua língua apegado

um canto: o que faltou ser enviado.



Não beijes: sempre fica,

por maldição estranha,

o beijo a que não chegam as entranhas.



Reza, reza que é bom; mas reconhece

que não sabes, com tua língua avara,

dizer um só Pai Nosso que salvara.



E não chames a morte de clemente,

porque, na carne que a brancura alcança,

uma beirada viva fica e sente

a pedra que te afoga

e o verme voraz que te destrança.



Gabriela Mistral, pseudónimo escolhido de Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga (Vicuña, 7 de abril de 1889 — Nova Iorque, 10 de janeiro de 1957), foi uma poetisa, educadora, diplomata e feminista chilena.

Foi agraciada com o Nobel de Literatura de 1945.

wikipédia

Theda Bara



Theda Bara (Cincinnati,Ohio, EUA, 29 de julho de 1885 – Los Angeles, Califórnia, EUA, 7 de abril de 1955) foi uma atriz norte-americana do cinema mudo. Uma das primeiras vamps do cinema norte-americano, seu nome artístico era um anagrama de "Arab death" ("morte árabe"). Justificou-o no filme que a consagrou: "A Fool There Was" (Escravo de uma paixão) (1915).

Na verdade, "Theda" era uma alcunha da infância para Theodosia, e "Bara" era aparentemente uma forma encurtada de seu sobrenome materno, Baranger.

Bara era uma das atrizes mais populares do cinema de sua era, além de ser um símbolo sexual dos mais adiantados do cinema. Seus papéis de mulher fatal deram-lhe a alcunha de "Vamp", que logo transformou-se em termo popular para uma mulher de ares predatórios.

Junto com a atriz francesa Musidora, popularizou a personalidade vamp nos primeiros anos do cinema mudo e logo foi imitada pela atrizes rivais tais como Nita Naldi e Pola Negri.

Outros títulos típicos: "The Tiger Woman" (Coração de tigre) (1917), "Cleopatra"(1917), "When a Woman Sins" (Quando a mulher peca) (1918), "The Unchastened Woman" (Mulher libertina) (1924). Dos mais de quarenta filmes que estrelou, apenas seis chegaram até os nossos dias.

wikipédia





Lançamento do Portal do Escritor Pernambucano
e da Antologia “O Planeta Feito Quintal – Uma visão ecológica”


Lourdes Nicácio


O “O Planeta feito Quintal - Uma visão ecológica”, organizada pelos escritores Lourdes Nicácio, Lúcio Ferreira e Telma Brilhante, trata-se do segundo número de uma série de antologias voltadas para a preservação do meio ambiente. A primeira foi a “Antologia das Águas” publicada em 2007. Um projeto desenvolvido pela Editora Novo Horizonte despertando os homens à compreensão da linguagem do nosso Planeta. Na introdução, diz um dos escritores, o mestre e especialista em Ecologia de Campos, que “aí está o caminho: saber usar o que a natureza nos oferece, mas respeitar seus limites, sua resiliência, ser sutentável e integrante”. A Antologia reúne textos em prosa e verso de autores a exemplo de Ariadne Quintella, Aluízio Furtado de Mendonça, Lourdes Sarmento, Lúcia Chiappetta, Olímpio Bonald, Tereza Tenório, Antônio Neto, Petrúcia Camelo, Rosa Lia Dinelli, Zuyla Cartaxo, Maria Pereira, Aglaura Catão e de outros, formando ao todo 75 autores participantes. Foram homenageados nessa edição os centenários de nascimento do pintor e paisagista Burle Marx; poeta popular Patativa do Assaré; Vitalino, o mestre do barro.

O lançamento foi realizado no dia 27 do mês de agosto de 2009,no auditório da Academia Pernambucana de Letras, quando também foi lançado pela Editora Novo Horizonte o “Portal do Escritor Pernambucano”, site hoje parceiro do JC online. O Portal idealizado por Raphaela Nicácio, e apresentado como seu trabalho de conclusão do curso de jornalismo, na faculdade Aeso, conseguindo nota dez, foi apresentado por Raphaela, no auditório da APL, em telão, destacando-se novos links, novas propostas, com divulgação de autores e obras entre este e outros países, uma vez que o intercâmbio será facilitado através de colunistas colaboradores.

A jornalista sensibilizou o auditório, quando, com um clique do mouse, apresentou na voz do ator Eduardo Gomes, o poema “A gaiola” da poeta e acadêmica Maria do Carmo Barreto Campello de Melo, bem como a página ilustrada com foto e dados biográficos do poeta Alberto da Cunha Melo. O presidente da Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda, acadêmico Carlos Severiano Cavalcanti, apresentou belo texto em nome dos autores contemplados pelo Portal.
Dentre outras iniciativas louváveis, pelo Site, enfatizou -se o Portal Escola com espaços destinados a trabalhos, produções literárias de professores e alunos. ”A parceria com o JC online possibilita a criação deste novo espaço, com excelentes expectativas, em favor da Literatura Pernambucana”, diz a jornalista e editora do Portal, Raphaela Nicácio.


O auditório, lotado, continuou atento, também, com as exposições a respeito da antologia. Os escritores Telma Brilhante, Lúcio Ferreira e Lourdes Nicácio falaram demonstrando preocupação com o meio ambiente, e satisfeitos com a organização de “O Planeta Feito Quintal – Uma visão ecológica”. A atriz Geninha da Rosa Borges e a poeta Rosa Dinelli declamaram em defesa da Amazônia, com refrão pelos próprios convidados (escritores, poetas, artistas plásticos, jornalistas, professores, alunos). A Antologia, já na página do Portal do Escritor Pernambucano, decorava o ambiente pela beleza da capa com foto do premiado jornalista e fotógrafo Marcus Prado. Um trabalho vitorioso. Uma noite movimentada e feliz.

* Esta noite é passada, mas o livro é presente, e atualíssimo! 
Tive a honra de ganhá-lo, neste dia, e já comecei a deliciar-me com a sua leitura.
Achei a concepção e arte  muito bela, e senti vontade de copiar algumas ideias.
Telma Brilhante faz jus ao sobrenome... Parabéns, amiga!
Obrigada pelo presente, que logo colocarei à disposição dos nossos colaboradores.
Com este exemplar , a exemplo da obra do Emerson, Geraldo Ananias, Zé do Vale, Zé Flávio, Carlos Esmeraldo, Brandão, Leonel, Lupeu,Everardo Norões, Ana Cecília,Rejane Gonçalves,Assis Lima, Geraldo Urano, ... (muitos já fazem parte da nossa estante doméstica e virtual).

Abraços! 


Um mundo melhor - Emerson Monteiro


A busca incessante dos inesperados dias harmoniosos vem tocando de perto a multidão, enfileirados cordões na ideia dos sonhos de paz, saúde e trabalho através das longas páginas da história. Contudo, registram-se raros momentos quando houve equilíbrio no seio das pessoas e a construção da ordem coletiva preencheu de tranquilidade as ocupações e as famílias, deixando só uma margem cinza de pensar noutras finalidades para a existência dos objetos animados. Alguns consideram que o acaso serviu de base a tudo, e, na maioria das vezes, ponderam que os dramas seriam desvirtuamentos da real sabedoria, numa ausência absoluta de sentido para tantos procedimentos ilustrados de progresso, avistando no horizonte do passado apenas as guerras, as apreensões, no faz de conta de viver que muitos demonstram, e o quanto de atraso ainda domina humanos corações endurecidos.
A faina de conduzir os negócios do Estado, nas sociedades do tempo e do espaço, quase que caiu na desonra de mãos imprudentes dos mercenários sequiosos da fortuna a qualquer preço, enganando as expectativas do povo, numa sem-vergonhice de não ter tamanho, profissionais espécie de viciados em frutos podres à sorte dos orçamentos, qual elementos maléficos, vilões constantes das ficções policiais, a destruir e fornicar colheitas de espinhos nas plantações da esperança.
Bom, mas a destinação desse projeto maravilhoso da natureza demonstra com bravura sinais de possibilidades outras de sucesso, ao que se propõe, longe das intromissões dos vândalos. Ninguém, de cabeça no lugar, cogitaria viver comédia de erros diante das normas exatas que produzam o movimento incessante das ondas do Universo, eliminando os valores originais da felicidade próxima. Nisto residem chances de seguir na direção correta, apesar das imaginárias contradições.
Falar de criar mundo melhor exige demonstração nos planos e nas ações dos grupos inteiros das novas criaturas, titulares do exemplo, esforço conjunto de quem acredita na igualdade e no direito, sob persistente disposição de lutar. Os desafios a vencer favorecem o exercício da coerência dos fiéis seguidores da verdade plena.
Por isso, independente de credo, raça, pensamento, larga margem de transformação adquire condições de prevalecer e remover o entulho das antigas invasões bárbaras do atraso daqueles desordeiros intrusos.
A notícia dessa visão vem de longe e circula a imediação do desejo desde eras perdidas, fé que demonstra, pois, o gosto da constância de prosseguir até chegar ao tempo dos sabores da certeza. Religiosos ou leigos, pouco importa o endereço da coragem e a sequência dos acontecimentos sinceros na construção deste porto do futuro justo e feliz.



PROVÍNCIA, MINHA PROVÍNCIA 
UM DIA VAIS ACORDAR
ESPERO QUE SEJA BREVE
A TEMPO DE TE SALVAR!

Ulisses Germano 
Crato...05042011



CÍCERO NUNES-Por Norma Hauer

Em 6 de abril de 1912 nasceu, aqui no Rio de Janeiro, o compositor e violonista ´CÍCERO NUNES.

A partir dos 14 anos exerceu algumas profissões modestas, até que de 1931 a 1935, ocupou o posto de motorista de hospital, onde, através de um companheiro de trabalho que dedilhava o violão, teve despertado seu interesse pela música, passando a executar o instrumento, e a compor canções.
Em 1935, já com alguma produção musical, mostrou músicas ao compositor Buci Moreira, que, gostando de sua obra, o incentivou a continuar produzindo. Em parceria com Buci, fez o samba "Boa impressão", que foi interpretado pela cantora Dalila de Almeida, no programa da Rádio Philips "Samba e outras coisas", de Henrique e Marília Batista..

Por essa época, passou a viver da música, acompanhando cantores ao violão, o que faria por cerca de 12 anos.

Em 1936, escreveu de parceria com Portelo Juno "Oh seu José", gravada por Castro Barbosa. No ano seguinte, também em parceria com Juno, lançou "Me dá, me dá", gravado por Carmen Miranda, com a qual obteve grande êxito.
Passou, então, a compor principalmente choros humorísticos. Em 1938, Dircinha Batista e Barbosa Júnior gravaram seu choro "Ele não dorme sem apanhar" e Patrício Teixeira, o samba "Ao voltar da batucada", parceria com Max Bulhões.
A partir de 1944, começou a compor samba-canção, gênero que lhe trouxe grandes êxitos, dois quais destaca-se "Apogeu" com Herivelto Martins, gravada por Francisco Alves.
Em 1945, fez sucesso com o samba "Aquela mulher", gravado por Nélson Gonçalves e em 1946, com o samba "Mensagem", em parceria com Aldo Cabral .Gravado por Isaurinha Garcia, fez a cantora paulista ficar conhecida em todo o Brasil.
“Quando o carteiro chegou
E meu nome chamou
Com uma carta na mão.
Ante tcerteza tão rude
Não sei como pude
Chegar ao portão...”

Em 1947, ingressou na União Brasileira de Compositores, ocupando o cargo de Vice-Secretário, sendo o responsável pela administração da revista "Música e letra", e pela cobrança de direitos autorais de revistas especializadas em publicação de letras.

Mas não abandonou a composição fazendo-o em diferentes gêneros, como os baiões "Um cabra não chora" e "Manjericão", ambos em parceria com Humberto Teixeira.
Continuou compondo até 1961, gravando com Isaurinha Garcia, Jamelão e Moreira da Silva.

Como tantos outros compositores de sua época, abandonou a carreira com a entrada da Bossa Nova, em nosso meio musical.

Cícero Nunes faleceu em 3 de dezembro de 1993, aos 81 anos

Norma

Cena da Insensata Cidade Grande - Por: José do Vale Feitosa




Uma crônica politicamente correta é uma contradição. Acontece que a crônica é filiada ao tempo do cronista, é cheia de preconceitos, de julgamentos e conclusões que certamente serão superadas. Por isso as crônicas tendem a ser datadas. Fora de sua época perdem o fio do tempo. Como no estacionamento de um hospital, hoje à tarde, aqui no Rio de Janeiro.

Hospital ultramoderno, só atende particular e planos de saúde de primeira linha. Na sua portaria o anúncio que é uma unidade "acreditada por padrões internacionais". Tem padrão de qualidade atestado pela Joint Comission lá do centro da boa imagem. Como aquele antigo samba, tem ar-condicionado para os dias de calor, televisão de plasma, recepcionistas com paletó feitos os leões de chácara de boate. Pense num lugar para você exibir numa roda da sociedade. Agora se pode falar da parafernália de monitores que controlam tudo, dos respiradores com tantos sensores que só a NASA possui para os seus homens na lua. Também, quando no CTI, os nossos corpos estão como os astronautas: na artificialidade total. Quando o sujeito, satisfeito com o atendimento qualificado, for buscar seu parente agora feito cadáver, entenderá que o morgue de trinta metros quadrados tem mais valor simbólico que os milhares de metros de todo o restante do hospital.

Então estou no estacionamento. O meu foi grátis. Médico tem passe livre. Pego o carro e me encaminho para a saída. Tem uma fila de três carros à espera para sair. Não tem motivo para aquela fila e examino o que ocorre.

Um Honda, Civic, com pintura brilhando no cair da tarde. O carro pára bem em frente à cancela automática do estacionamento. Ao invés de passar o cartão, a motorista desce e bate a porta. Era uma mulher alta, magra, com os cabelos curtos, óculos escuros desnecessários naquela luminosidade, empertigada e com ar acicatado. Toda a fila de espera é um mero detalhe. Ela esqueceu-se de pagar o estacionamento, larga o carro e se dirige ao caixa. Os outros que a esperem. Não está nem aí para o que pensam.

Meu olhar de poucos amigos a acompanhou por todo o trajeto. Com movimentos resolutos me deixou na síndrome da cidade grande: para que tanta pressa? Era aquele andar pisando sobre a gentinha que incomodava os que esperavam. Entrou no caixa, fez as transações de praxe e retornou em direção ao seu carro. Veio com o mesmo porte, a mesma indiferença e chegou ao seu carro.

Meteu a mão na maçaneta e nada. O carro, para sorte deste sujeito despeitado que lhes escreve, tinha aqueles alarmes que trava tão logo se feche a porta. Ela não se deu por achado e retornou ao caixa em busca da suposta chave esquecida no balcão. Mas a chave, estava bem penduradinha na ignição do carrinho dela. E o carrinho, adivinhem, só abriria com chaveiro. A fila parada e ela cercada de homens com ar abobalhado por nada poder fazer a não ser instintivamente sair puxando todas as maçanetas das quatro portas do veículo.

Não teve outro modo. Inverteram a mão e os que esperavam saíram pela entrada. Eu fui o primeiro a ser solto e animado com o enredo. Afinal não é todos os dias que se vive uma cena destas. Nem todos os dias que nosso espírito anda por vinganças tão mesquinhas.