por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 13 de março de 2012

Amo-te Muito - José do Vale Pinheiro Feitosa e João Chaves




Liberta-te dos desfechos, eles são interpretações e cansaços simulados pela enxurra das novidades. Atenta-te ao princípio e se ânimo tiveres, larga-te das juntas travadas, dos ais de queixas e subas ao princípio de tudo.Ao amor.

Todo este enredo de vitoriosos e perdedores, de juras e traições, de intensidade e borralho, apenas são os acidentes da paisagem. Podem ou não se encontrar na jornada. Porém a única coisa que encontrarás, não por acidental ou incidental é o amor. Aquele que se sintetiza no corpo amado, nos sonhos que ele inventa, nos sorrisos que brotam as flores. As cores, assim como esta canção de João Chaves, cantada por Nara Leão e Luiz Claudio. Acima e abaixo desta postagem.

Podem estrebuchar nas feitiçarias desta ganância burguesa, deste lixo dos teus sentimentos, sob ou sobre tudo paira a solução do amor, em gênero separado, em gênero fundido, um amor é um amor como tudo que se encontra na necessidade e não na eventualidade.

Amo-te muito, como as flores amam
O frio orvalho que o infinito chora.
Amo-te como o sabiá da praia
Ama a sangüínea e deslumbrante aurora.

Oh! Não te esqueças que te amo assim.
Oh! Não te esqueças nunca mais de mim.

Amo-te muito como a onda à praia
e a praia à onda, que a vem beijar...
Amo-te tanto como a branca pérola
Ama as entranhas do infinito mar.

Amo-te muito, como a brisa aos campos
e o bardo à lua derramando luz.
Amo-te tanto quanto amo o gozo
e Cristo amou ardentemente a cruz.



"Bons Alunos" - José Nilton Mariano Saraiva

O livro “Os Cabeças de Planilha” (Luis Nassif), põe a nu e desmascara um dos nossos heróis de infância, tal a gravidade das revelações desconcertantes e estarrecedoras sobre Rui Barbosa, o nosso "Águia de Haia", quando este “esteve” Ministro da Fazenda de Deodoro da Fonseca.
Há que se atentar, por dever de justiça, que em nenhum momento se colocou em xeque ou se tentou “desqualificar-desconstruir” a figura do “INTELECTUAL” Rui Barbosa, subtrair os méritos do mundialmente conhecido “Águia de Haia” ou negar o valor do nosso herói da infância; até porque seria pouco inteligente e se estaria a navegar na contramão da história.
Isto posto, preservando o mito, deixando-o imune à polêmica que decerto geraria e, até, blindando-o hermeticamente, a minuciosa pesquisa foi feita em cima do “HOMEM”, do “MORTAL” e, especificamente, do “POLÍTICO”, Rui Barbosa.
E o resultado que emerge é de deixar qualquer um grogue, de queixo caído e aparvalhado ante o surgimento de uma figura tão desonesta, mesquinha, aética e desprovida de caráter.
Resta-nos uma triste constatação: como “na prática a teoria é outra", os belos ensinamentos e magníficas lições do “INTELECTUAL” Rui Barbosa, tratando sobre a honra, a ética, a moral e os bons costumes, sucumbem inexoravelmente quando confrontados com o "modus operandi" desonesto e mafioso do “POLÍTICO” Rui Barbosa. Como se ele estivesse a nos sussurrar a velha máxima: “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.
Na verdade, Rui Barbosa, o “POLÍTICO”, foi tão ou mais pernicioso e nefasto que a “cambada de picaretas” (Sarney, Renan, Agripino, Romero & Cia) com assento no Congresso Nacional, nos dias atuais. Tráfico de influência, malandragem, privilégios a amigos, jeitinho, recebimento de propinas, favores em troca de vantagens, desonestidade, corrupção, falsidade e improbidade administrativa estiveram sempre e sempre presentes no seu dia-a-dia. Diuturnamente. Enquanto no poder esteve e dele se serviu. E isso, lá atrás, há mais de 500 anos. Seriam os políticos de hoje tão “bons alunos”, e aprendido com ele ???
Abaixo, algumas “peripécias” do nosso grande “moralista”, Rui Barbosa:

01) “Quando saiu do ministério, Rui JÁ ERA UM HOMEM RICO, PARTICIPANDO DE TRÊS EMPRESAS CRIADAS NO “ENCILHAMENTO”. Ainda se tornou presidente da estrada de ferro Goiás-Mato Grosso e do Banco Impulsor. Entre fevereiro e maio de 1891, em plena agonia do Encilhamento, o Banco patrocinou cinco novos lançamentos no mercado".
02) “Rui Barbosa viu na reforma monetária a possibilidade de beneficiar grupos específicos – e de ser beneficiado por eles. BENEFICIOU ESPECIALMENTE O CONSELHEIRO FRANCISCO DE PAULA MAYRINK E SAIU DO GOVERNO SÓCIO DE TRÊS EMPRESAS DELE”.
03) “A concessão do poder de emissão a alguns bancos – ainda no final do Império – conferiu a seus proprietários, além de riqueza, enorme poder político. Mostrava claramente como Rui Barbosa tornou-se crítico exacerbado da política monetária anterior e, DEPOIS QUE ASSUMIU O MINISTÉRIO, DESMONTOU A ANTERIOR E MONTOU UMA NOVA, BENEFICIANDO GRUPOS ALIADOS E SE ASSOCIANDO A ELES”
04) “As pressões vinham acompanhadas de uma imensa 'atoarda' na imprensa, ATINGINDO UM MINISTRO DA FAZENDA MORALMENTE FRAGILIZADO PELAS CONCESSÕES ESCANDALOSAS CONFERIDAS AO CONSELHEIRO MAYRINK”.
05) “No Ministério da Fazenda de Deodoro, além do Encilhamento, RUI ESCANCAROU AS PORTAS PARA O ENDIVIDAMENTO DE ESTADO E MUNICÍPIOS. Em 14 de agosto de 1890, pouco antes de se reunir o Conselho Constituinte, Rui se antecipou e fez Deodoro aprovar um decreto pelo qual o governo federal garantiria qualquer empréstimo aos estados até o limite de 50 mil contos. A INTENÇÃO SERIA FAVORECER DOIS INTERMEDIÁRIOS LIGADOS A UM GRUPO DE BANQUEIROS INGLESES: João Pereira da Silva Monteiro e Alberto José Pimentel Hargreaves, que articularam essa medida com Rui”.
06) “No início de 1891 - JÁ RICO - TENDO SAÍDO DO GOVERNO PARA DIRIGIR COMPANHIAS FILHAS DO “ENCILHAMENTO” E DO CONSELHEIRO MAYRINK, Rui lamentava as decisões tomadas. Se não tivesse sido pressionado, diria ele, metade da dívida pública teria sido resgatada”.
07) “Com o cunhado Carlos Viana Bandeira, o Carlito, e o Conselheiro Mayrink, Rui participou da fundação do Banco Vitalício do Brasil, que, como quase todos os empreendimentos de Mayrink, era sub-capitalizado, com a subscrição constituída por notas promissórias. SEGUNDO AFONSO ARINOS, NENHUM BANCO AUTORIZADO A EMITIR POR RUI REALIZAVA SEQUER O CAPITAL ESTATUTÁRIO. O Banco acabou fechado antes que explodisse o escândalo”.
08) “Quando deixou o governo, no bojo de uma renúncia coletiva do Ministério, RUI FOI PRESENTEADO POR MAYRINK E OUTROS BANQUEIROS COM UM PALACETE EM LARANJEIRAS; segundo relatou seu cunhado Carlos Viana Bandeira, foi sua mãe (sogra de Rui) quem o convenceu a não aceitar o presente, porque "tal coisa não cheirava bem".
09) “Rui Barbosa defendia que, em países com elevada propensão ao entesouramento, havia a necessidade de uma maior quantidade de base monetária para fazer circular o mesmo volume de transações. Com isso, justificava a autorização para a criação de BANCOS EMISSORES DE “MOEDAS INCONVERSÍVEIS”. Assim, como em tantos episódios cinzentos da história do Brasil, O PROJETO DE RUI BARBOSA APRESENTAVA UMA PROPOSTA LEGITIMADORA PARA UM CONJUNTO DE PRIVILÉGIOS ESPANTOSAMENTE AMPLOS".
10) “A ficha de Deodoro só caiu mais tarde, QUANDO RUI VENDEU A “QUINTA DO CAJU”, DE PROPRIEDADE DA UNIÃO, SEM CONSULTAR O PRESIDENTE E POR UM PREÇO CONSIDERADO IRRISÓRIO. A venda foi anulada e Rui pediu demissão pela nona vez, mas, nessa ocasião, Deodoro aceitou”.
11) “Em 1893, dois anos depois de deixar o governo, Rui ESTAVA SUFICIENTEMENTE RICO PARA COMPRAR O PALACETE NEOCLÁSSICO NA RUA SÃO CLEMENTE, EM BOTAFOGO (*), que pertencera ao Barão da Lagoa”.

(*) De tão triste lembrança, ainda hoje no referido endereço funciona a “Fundação Casa Rui Barbosa”, como que, ironicamente, a querer perpetuar os desmandos cometidos pelo patrono.

Homenagens de amigos para Hugo Linard- Colaboração de Renata Linard




Há 19 anos divido profissionalmente os palcos com meu pai, porém desde a minha concepção, infância e adolescencia vejo nele um professor, um exemplo ímpar que me surpreende todos os dias pois o meu pai é alma, é invenção é tudo sempre novo, surpreendentemente novo. Costumo dizer " canto o encanto vindo da alma..." Painho Você faz parte dessa alma.
Leninha Linard Linard

Parabéns Hugo Linard! Cara tu tens é história, viu?
Com ouvidos excepcionais e um talento iluminado pela sanfona e o teclado que já conheces desde os treze anos de idade, vejo em ti uma qualidade que vai além da música: apesar dos vários convites recebido por vários expoentes da música brasileira para fazer parte do seu elenco, nunca te envaidecestes ao ponto de deixar teus familiares e seguir feito retirante em busca de aventura em outras terras. Fizestes da música tua verdadeira vida junto aos teus enfrentando os altos e baixos, graves e agudos do dia a dia e hoje tenha a convicção de que tens um legado escrito nas páginas da história do nosso Crato.
Celso Siebra

QUERO EXPRESSAR OS MEUS PARABÉNS E DE TODOS OS MEUS IRMÃOS MESTRE HUGO LINARD...QUE INICIOU ESSA BELEZA DE ARTE AOS CINCO ANOS DE IDADE...E ABRILHANTOU A JOVEM GUARDA ..A VELHA GUARDA... A GUARDA ATUAL .. E ATÉ A GUARDA MUNICIPAL...NÓS TE ACOMPANHAMOS DESDE OS 10 ANOS DE IDADE QUANDO MEU PAI LUIZ BARRETO ...MUITO AMIGO DO TEU PAI FAZIAM AQUELES CONTRATOS NO CRATO TÊNIS CLUBE...É UMA HONRA PARA MIM NENEN BARRETO, ANA XENOFONTE, VIRGÍNIA E LUIZ BARRETO ...CITO ESSES NOMES POR CAUSA DO MADRIGAL INTERCOLEGIAL DO DIOCESANO O QUAL VOCÊ SEMPRE ESTEVE PRESENTE SEMPRE QUE DONA BERNADETE TE CHAMAVA E DIVANI TAMBÉM....UM ABRAÇÃO DA FAMÍLIA BARRETO XENOFONTE....NENEN BARRETO...

Como se exigia qualidade de um músico antigamente!!
Você e o meu pai precisaram assistir duas vezes ao filme Aeroporto para poderem absorver a rica melodia da tilha sonora do filme.
Hoje, algumas melodias já vêm até embutidas nos "pacotes" que acompanham alguns instrumentos musicais.
Daí esse alastramento de músicas e músicos medíocres que presenciamos atualmente - via de regra.
Excelente e dignificante a matéria da entrevista com Hugo.
Hugo Linard representa o que o Crato tem de melhor em qualidade humana e musical.
Em nome do meu querido pai, seu antigo parceiro musical, mando-lhe um abraço em forma de carinho e amizade.
 Nélio Falcão ‎Hugo Linard

Amigo Hugo Linard, eu que agradeço o que você e o Azes do Ritmo fez e faz para alegrar os nossos corações e vida. Nunca esqueço quando aquele clube lotava tendo vocês, artistas locais, como atração. Era muito bom mesmo!! Conte comigo nessa nova "empeleita" aí, tranquilo? Aquele abraço camarada! Kaika Luiz

Declaro aqui sem alarde/Pra quem quiser me ouvir/Meu amigo Hugo Linard/Sabe como divertir! Ulisses Germano Leite Rolim

Airton Brandao 
Pode ser q talvez me conheça...é possível...mas não deve se lembrar de mim...2 momentos, quando tocou e eu escutei, "sobre o céu de Paris..", sozinho, no acordeon, me senti na própria, e isso marcou meus 16 anos ai no Crato, e qdo eu e Tota pinto,1980, na casa de Afonso Pinto, na beira do canal, atraímos vc q passava, com a musica I Will, dos Beatles, qdo a executávamos em 2 violões e 2 vozes..e fomos magistrais, senão o mestre não viria....conheço sua sanfona desde 1962, seu trabalho musical ao longo dos anos...grande musico...parabéns Hugo Linard...

Rita Atir Guedes 
Hugo, sou Rita Valente(rs).Lembra? Adorei os relatos sobre tia Rosa e Chiquinha Piancó.Ela certa vez puxou minha orelha porque eu entrei na sala de aula comendo.
Quanto a você, adorava vê-lo e ouvi-lo tocar sanfona.Você morava na Duque de Caxias em frente a minha casa. Seu talento musical é motivo de orgulho para todos nós cratenses.Um forte abraço

Quem é Hugo Linard? José do Vale Pinheiro Feitosa

Quem é Hugo Linard? O estudante, o músico, o pai de família, o aniversariante em sua cidade? Em 16 de abril, na estação da colheita, se houvesse uma praça central de toda a humanidade, neste dia haveria uma retreta. Irineu Sisnando de Alencar e Helena Gomes Alencar Linard, admirando o recém nascido e seus mistérios de futuro desde aquele remoto ano de 1947.
E tenho que me esforçar muito para responder quem é Hugo Linard. A primeira coisa é fugir de minhas próprias lembranças, dos momentos quando crianças aprendíamos a cartilha de ABC com Dona Elvirinha ou Dona Bernadete Cabral.
E aquele acordeom imenso nos braços pequenos da criança. Grande como foram os cem anos de fundação da cidade, imenso e inexplicável como aquela linguagem particular da música qual um Mozart tão precoce já decifrava.
A segunda coisa a me esforçar para entender quem é Hugo Linard, pertence à superação dos próprios impulsos, ações e lembranças dele mesmo. Não saberemos quem é Hugo Linard apenas perguntando a ele mesmo.
E para mim está claro: ele não se explica pelas minhas lembranças e nem pelas próprias lembranças dele. É que há muito aquele modo silente de hoje, econômico nas palavras, deixou de ser explicado apenas por sujeitos individuais. Nem eu e nem ele somos suficientes.
Não adianta acompanhar os graves e agudos de suas travessuras no colégio e a transcendência de seu semblante enquanto os dedos dançam com os baixos e a melodia. E seu Irineu, com o rosto branco e avermelhado de sol e trabalho, um homem forte a comprar gado nos currais e retalhar suas carnes na retidão honesta do seu ganha pão no box do mercado.
O pai empresário, o filho profissional, o músico por nascença, o profissional por expressão, a música por cotidiano. Hugo Linard está narrado, mas ainda não compreendido. Como disse: as lembranças não são suficientes para as dimensões dele.
Então superemos estas limitações e avancemos até a fonte que traduz Hugo Linard. Nem o pequeno Mozart, nem o talento, nem todas as ligações que seus conjuntos enfeitiçaram entre casais. Mesmo que busquemos as estrelas e a lua que brilham contemporâneas às performances dos músicos não serão suficientes a nos explicar. Mesmo por que as longas e ensolaradas tardes de ensaio numa casa da Vila Jubilar também eram Hugo e seu Azes do Ritmo.
A questão central é que a resposta em responder quem é Hugo Linard não está aqui nestas palavras e nesta crônica. A resposta está em mais ou menos 7 gerações de seres que nasceram ou viveram no Cariri e nas redondezas da bacia sedimentar da Chapada do Araripe.
A resposta é... Um patrimônio intangível deste povo. O mesmo que com riso de compreensão comemora o aniversário de Hugo Linard neste 16 de abril de 2012. E que o baile comece.


LANÇAMENTO DO CORDEL - UMA RUMA DE RIMA NO RUMO ALOSTRÓFICO




ALOSTRÓFICO

Poema cujas estrofes são todas desiguais entre si, quanto ao número de versos ou quanto ao número de sílabas métricas de cada verso (estrofes heterométricas). Em inglês, deve-se a Milton a introdução do termo alloeostropha, no prefácio de Samson Agonistes, aplicando-se quer às estrofes irregulares quer ao poema que as contém. 



Cacaso (Antônio Carlos Ferreira de Brito)



Antônio Carlos de Brito, conhecido como Cacaso, (Uberaba, 13 de março de 1944 — Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1987) foi um professor universitário, letrista e poeta brasileiro.
3 Poemas

Cacaso
(Antônio Carlos Ferreira de Brito)


Descartes

Não há
no mundo nada
mais bem
distribuído do que a
razão: até quem não tem tem
um pouquinho


Fatalidade

A mulher madura viceja
nos seios de treze anos de certa menina morena.
Amantes fidelíssimos se matarão em duelo
crepúsculos desfilarão em posição de sentido
o sol será destronado e durante séculos violas plangentes
farão assembléias de emergência.

Tudo isso já vejo nuns seios arrebitados
de primeira comunhão.


Lar doce lar
(para Maurício Maestro)

Minha pátria é minha infância:
por isso vivo no exílio


Cacaso (Antônio Carlos Ferreira de Brito) nasceu em Uberaba (MG), no dia 13 de março de 1944. Com grande talento para o desenho, já aos 12 anos ganhou página inteira de jornal por causa de suas caricaturas de políticos. Antes dos 20 anos veio a poesia, através de letras de sambas que colocava em músicas de amigos como Elton Medeiros e Maurício Tapajós. Seu primeiro livro, "A palavra cerzida", foi lançado em 1967. Seguiram-se "Grupo escolar" (1974), "Beijo na boca" (1975), "Segunda classe" (1975), "Na corda bamba" (1978) e "Mar de mineiro (1982). Seus livros não só o revelaram uma das mais combativas e criativas vozes daqueles anos de ditadura e desbunde, como ajudaram a dar visibilidade e respeitabilidade ao fenômeno da "poesia marginal", em que militavam, direta ou indiretamente, amigos como Francisco Alvim, Helena Buarque de Hollanda, Ana Cristina Cezar, Charles, Chacal, Geraldinho Carneiro, Zuca Sardhan e outros. No campo da música, os amigos/parceiros se multiplicavam na mesma proporção: Edu Lobo, Tom Jobim, Sueli Costa, Cláudio Nucci, Novelli, Nelson Angelo, Joyce, Toninho Horta, Francis Hime, Sivuca, João Donato e muitos mais. Em 1985 veio a antologia publicada pela Editora Brasiliense, "Beijo na boca e outros poemas". Em 1987, no dia 27 de dezembro, o Cacaso é que foi embora. Um jornal escreveu: "Poesia rápida como a vida".

Em 2002 é lançado o livro "Lero-Lero", com suas obras completas.


Os poemas acima foram extraídos da publicação "Inimigo Rumor 8", Viveiro de Castro Editora, Rio de Janeiro – 2000, págs. 06 a 19.