por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

VOLTARÁ ou VOARÁ ??? - José Nílton Mariano Saraiva

Tida no meio “judiciário prisional” como um revolucionário instrumento no combate à criminalidade, porquanto capaz de permitir o monitoramento diuturno daquele marginal liberado da prisão propriamente dita (o cárcere), para cumprir “prisão domiciliar” (em casa), a tal da “tornozeleira eletrônica” já provou que não passa de um colossal embuste (e, por extensão, desmoralizante da prisão domiciliar).

Incrustada no tornozelo daqueles bandidos de maior “prestígio” (grana) e/ou dos que apresentam “bom comportamento” (estratégia enganadora, mas às vezes eficaz), teoricamente a tal “tornozeleira eletrônica” seria capaz de fazer com que o não cumprimento do castigo por parte do bandido (ficar dentro de casa durante todo o dia) de pronto o trouxesse de volta à prisão, porquanto facilmente localizável na transgressão do que fora pactuado.

Como, no entanto, na nossa estrutura prisional a área de “recursos humanos” é por demais pobre e deficitária, faltam agentes para acompanhar o “monitoramento eletrônico” ou mesmo para se fazer presente (por falta de recursos materiais) numa possível detecção de fuga por parte dos “privilegiados usuários” da tal tornozeleira. Como consequência, a imprensa já flagrou (e filmou), bandidos de “prestígio” (grana) que dela fazem uso, “melando o bico” (enchendo a cara) em plena orla da badalada praia de Ipanema, sem serem importunados; também, já tivemos bandidos que foram liberados por “bom comportamento” (usando a respectiva), sendo presos em flagrante na prática de assalto e retornando ao “lar doce lar”. Na Internet, então, já há “didáticas lições” (um autentico e pormenorizado manual) de como se livrar da malfadada (e inútil) tornozeleira.

Tal reflexão é só pra lembrar que, depois de ter feito a tal “delação premiada”, onde incriminou meio mundo e mais a outra banda, o tal Nestor Cerveró (vulgo “farol baixo”, para os íntimos) acaba de ser liberado para passar o Natal e Final de Ano em casa, no aconchego do lar, junto aos familiares. Evidentemente que usando a “tornozeleira eletrônica” (serão cerca de 10 dias de “folga”, antes do possível retorno à prisão).

Mas, aqui pra nós, uma dúvida atroz (e que ninguém nos interprete erroneamente): com vultosos e comprovados depósitos em bancos do exterior (oriundos da propina na Petrobras), com a família e uma legião de amigos dispostos a protegê-lo (por cima de pau e pedra), e já condenado em um dos processos (e com perspectiva de condenação em outros), será que a “tornozeleira eletrônica” se constituirá intransponível obstáculo para, ao invés de “VOLTAR” (à prisão) Nestor Cerveró preferirá “VOAR” (para a liberdade, mesmo que bandida) ??? Afinal, o próprio advogado de Cerveró, atualmente preso pela Operação Lava Jato, já declinou para um dos seus filhos (que gravou a conversa), que “cansou” de ilegalmente transportar bandidos, via terrestre, para o Paraguai, de onde se mandaram rumo à Europa. Ou restará ao “farol baixo” uma nesga de dignidade e honestidade, para pagar pelos malfeitos aqui praticados ???

E então, Nestor Cerveró  VOLTARÁ ou VOARÁ, essa é a pergunta que todos se fazem.