por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 28 de setembro de 2013

Efeito "pedagógico" - José Nilton Mariano Saraiva

Partindo-se do pressuposto de que o Jornal do Cariri não cometeria a irresponsabilidade de trazer a público algo tão grave sem que seus responsáveis detenham em mãos os competentes documentos comprobatórios (e se não tiverem, que sejam sumariamente processados) afigura-se-nos por demais sérias e passíveis de rigorosa apuração as denúncias de que a Diocese do Crato se acha envolvida em atos de corrupção e malfeitos e o seu líder maior, Vossa Excelência Reverendíssima, Bispo Diocesano Dom Fernando Panico, acusado de estelionato e formação de quadrilha.

Afinal (segundo o jornal), quando nada menos que 52 (cinqüenta e dois) dos 54 (cinqüenta e quatro) padres vinculados à Diocese se reúnem com pauta definida e elaboram um abaixo-assinado (que já estaria circulando nas paróquias) pedindo a saída do “chefe”, é porque algo de muito sério ocorreu.

Assim é que, nos últimos 24 meses a Diocese teria emitido 35 cheques sem fundo, passado pelo vexame de enfrentar protestos de uma dezena de títulos, além do que existiria uma ordem judicial de busca e apreensão do carro em que o senhor Bispo circula.

Pra completar, o senhor Bispo estaria construindo uma mansão orçada em R$ 1,5 milhão, erigida num imenso terreno que teria sido adquirido à Diocese por um membro da própria Igreja Católica (monsenhor Dermival), por irrisórios R$ 60.000,00.

Ao comparecer à Delegacia de Polícia a fim de prestar esclarecimentos sobre (uma imagem constrangedoramente lamentável até para ateus, agnósticos e por aí vai), o senhor Bispo alegou “falha administrativa”, limitando-se a informar que a venda das casas já foi cancelada (como se isso o eximisse de culpa e apagasse o crime perpetrado) e que a tal mansão de R$ 1,5 milhão lhe teria sido “DOADA” pelo monsenhor Dermival (ainda segundo o jornal).

Agora, cá entre nós, vejam vocês o “efeito pedagógico” de atos e atitudes praticados por determinados líderes: a) uma das desculpas usadas pelos fiéis de Cícero Romão Batista a fim de justificar o extraordinário patrimônio por ele amealhado (sem que tivesse renda compatível ou herdado alguma riqueza), foi a de que tudo seria oriundo de “DOAÇÕES” (como se vê, o mesmo argumento de agora); e, b) como estratégia para tirar o Bispo do foco dos holofotes, uma das sugestões seria convencê-lo a requerer sua aposentadoria de imediato (método usado pelos maus políticos e integrantes do nosso Judiciário, depois de “aprontarem”).

Alfim: se há consistência (veracidade) no que foi divulgado - que a corrupção fez moradia na Diocese do Crato - nada como uma auditoria rigorosa para por os pingos nos devidos “is”; no entanto, se as denúncias são inconsistentes (inverídicas), está a Diocese do Crato na obrigação moral de processar seus detratores, exigindo-lhes retratação pública (a omissão seria desastrosa).


No mais, a divulgação de uma “requentada” reportagem sobre o esforço do Bispo em conseguir a “reabilitação” de Cícero Romão Batista mais atrapalha que ajuda, porquanto ficaria explicitada a tentativa de “desviar o foco” da questão substantiva: há ou não corrupção na Diocese do Crato ???