por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 18 de março de 2011

"Crepúsculo Urbano"


Nuances matinais,
agoniza a noite.
Na cidade,
cimento e aço.
-Amanhece!

Nuances vespertinas,
é o ocaso.
Na cidade,
cimento e aço.
-Anoitece!

É o "nascer"
e a "morte" da Estrela.

Aurora - é o início.
Crepúsculo - nem sempre é agonia.
Crepúsculo - uma nova noite.
Aurora - um novo dia.

- E a Vida recomeça!

( Corujinha Baiana - 28 de Setembro de 2009 )

Japão


A imagem que saltava da TV parecia familiar. Dir-se-iam vários meninos brincando com seus carrinhos e casinhas na beira da praia e, de repente, uma onda mais forte , engolia todos os brinquedos e os levava maré abaixo. As imagens, mostraram-se depois, perfeitamente reais, não fossem alguns detalhes: os objetos não se tratavam de miniaturas e , antes de tudo, aquilo não se enquadrava numa simples brincadeira infantil. Retratavam , na verdade, uma tragédia de proporções gigantescas, do outro lado do mundo; dessas que se têm tornado, estranhamente, tão corriqueiras nos últimos tempos. Um terremoto de intensidade recorde no Japão, acompanhado de um tsunami devastador que varreu o norte do país. Prejuízos incalculáveis, reatores nucleares emitindo radiação a céu aberto, mais de cinco mil mortes e milhares de desaparecidos.
Os grandes desastres trazem consigo a possibilidade de refletirmos sobre nossa pequenez diante da imensidão do universo. E as perguntas se sucedem e são inevitáveis. Por que nos últimos anos as grandes hecatombes têm se repetido com tamanha freqüência? Terremoto e tsunami destroçaram a Indonésia; um outro terremoto quase que aniquila o Haiti, depois o Chile e a Itália. Sem falar na tempestade de Nova Orleans , há poucos anos. E as chuvas devastadoras de Pernambuco na ano passado e este ano na região serrana do Rio e no Crato agora em Janeiro? Até que ponto estas catástrofes são mera coincidência; até quando são respostas à ação do próprio homem sobre o equilíbrio instável da natureza? Uma outra questão: as Usinas Nucleares, depois do acidente asiático, devem continuar sendo exploradas como uma forma segura de energia, em substituição ao petróleo e a outras formas mais limpas , como a hidroelétrica?
Quem acompanhou o noticiário da tragédia japonesa deve ter percebido algumas peculiaridades. A primeira delas é o quanto a organização e o trabalho preventivo são capazes de minimizar as baixas. Quando se computarem todas as mortes japonesas talvez alcancemos 30.000 perdas. No Haiti foram mais de 200.000 e na Indonésia mais de 300.000. Como o Japão conseguiu impactar de forma tão forte as suas mortes? Através da tecnologia e do treinamento do seu povo para as situações de calamidade. Esta parece ser uma das maiores lições que depreendemos do desastre japonês: é possível sim, com medidas preventivas, não evitar os fenômenos naturais,mas prevê-los com alguma antecedência e diminuir de forma significativa as perdas humanas.
O maior exemplo, no entanto, que arrancamos da gigantesca tragédia que já se abateu sobre o Japão é a maneira destemida, contida e resignada com que os japoneses enfrentaram a devastação. Sem choros convulsivos, sem atropelos, sem apelos dramáticos. Mesmo diante da fome , da perda e da morte o povo manteve-se controlado: nada de saques, de correrias, de salve-se-quem-puder. Entre nós latinos, afeitos às grandes manifestações sentimentais, á solidariedade de superfície, às lágrimas fáceis e aos apelos dramáticos, a reação japonesa parece-nos estranha e fria. Mas a sua resignação passa-nos a certeza absoluta que, tendo suportado tantas guerras, tantos desastres naturais e duas bombas atômicas; os japoneses forjaram sua alma no fogo e estão prontos a resistir a todas as intempéries. Calmamente se debruçam sobre os escombros e remontam , peça por peça, o quebra-cabeças da sua vida e da sua história. Como se nada houvesse acontecido, como se o tsunami tivesse vindo apenas fechar um ciclo e trouxesse consigo a anunciação de tempos menos turbulentos e mais felizes.


J. Flávio Vieira

LUNA GEMINE - por Stela Siebra




Tenho Lua em Gêmeos:
um dia sou Castor e no outro já sou Pólux
um dia sou matéria
outro dia sou espírito
um dia como carne
noutro dia bebo o sol

às vezes flutuo nas nuvens
os anjos beliscam minha bunda
outras vezes atolo-me no mangue
os caranguejos beliscam–me o calcanhar
que nem é de Aquiles

sou assim
cheia de fases
oscilante e dividida
entre o néctar dos deuses
e o feijão com arroz dos homens

mas...prefiro os dois.

ALCEBÍADES BARCELOS- Por Norma Hauer



Ele nasceu em Niterói no dia 25 de julho de 1902 e faleceu em 18 de março de 1975.

Já aos seis anos veio com sua família para o Rio indo residir no Estácio onde viveu a maior parte de sua vida.

Exerceu o ofício de sapateiro até incorporar-se aos sambistas do Estácio, dentre eles Ismael Silva, Brancura, Baiaco e, depois, Benedito Lacerda. À exceção de Benedito, os sambistas do Estácio fundaram, em 1928, a primeira escola de samba, dando-lhe o nome de "Deixa Falar".

Já nesse mesmo ano, teve sua primeira composição ("A Malandragem") gravada por Francisco Alves, que fez constar da etiqueta do disco apenas seu nome como autor, o que ele não era

. Francisco Alves procurava os compositores do morro, como Ismael Silva e, neste caso, Alcebíades Barcelos propondo gravar seus sambas, participando como co-autor. No caso de "A Malandragem" o nome de Alcebíades Barcelos só constou da partitura musical. Eles aceitavam porque Chico Alves já era um nome conhecido, com várias gravações, e o pessoal dos morros não teria oportunidade de gravar naquela época.

Em 1932 a "Deixa Falar" desfilou pela primeira vez no carnaval com suas músicas "O Meu Segredo" e "Rir para não chorar".
Em 1934 já existiam outras escolas e Alcebíades Barcelos passou a desfilar pela "Recreio de Ramos".

Foi nesse ano que sua primeira música com Armando Marçal, formando a dupla Bide-Marçal "estourou" no carnaval e ainda hoje é conhecida, tendo sido regravada por vários intérpretes: 'AGORA É CINZA".
Foi Alcebíades Barcelos quem "descobriu" Ataúlfo Alves, com ele compondo"Você não sabe, Amor", uma das primeiras gravações de Carlos Galhardo.

A dupla Bide e Marçal gravou com todos os cantores da fase de ouro do rádio, como Galhardo, Francisco Alves, Orlando Silva, Sílvio Caldas, Mário Reis...
Compôs, normalmente, até o início dos anos 60, quando se aposentou, afastando-se de suas atividades. Em 1967 deu um depoimento no Museu da Imagem e do Som, registrando sua passagem por nossa música.

AGORA É CINZA


Autores:Alcebíades Barcelos e Armando Marçal

Gravação original de Mário Reis.


Você partiu, saudade me deixou

Eu chorei.

O nosso amor foi uma chama

Que o sopro do passado desfaz,

Agora é cinza

Tudo acabado e nada mais.


Você partiu de madrugada

E não me disse nada

Isso não se faz.

Me deixou cheio de saudade e paixão

Eu me conformo com a sua ingratidão.


Agora, desfeito o nosso amor

Eu vou chorar de dor

Não posso esquecer.

Vou viver distante de seus olhos, oh querida

Não me deu um adeus por despedida.


Mais uma letra de Alcebíades Barcelos:


O PALHAÇO O QUE É?

Gravação de Carlos Galhardo para o carnaval de 1937


O palhaço está na rua e vem anunciar

Que o Rei Momo já chegou

E é hora de brincar

Este ano vamos ter variedade

Vai ser um barulho na cidade


Hoje tem marmelada?

Tem sim senhor.

Hoje tem goiabada?

Tem sim senhor.

O palhaço o que é?

É ladrão de mulher.


Apesar de ter conhecido grandes sucessos em sua carreira , em 1973 deixou o Estácio, vindo a falecer dois anos depois, no dia 18 de matço de 1975, cego e paralítico.


Norma

ANTONIO MARIA- Por Norma Hauer


Foi a 17 de março de 1921 que nasceu, em Recife, o cronista, locutor esportivo, produtor de rádio e compositor Antônio Maria Araújo de Morais, que se tornou conhecido como ANTÔNIO MARIA.,
Bem jovem, aos 17 anos, já fazia produções musicais na Rádio Clube de Pernambuco, mas aos 19 “pegou um ita no norte e veio ao Rio morar”, onde residiu em um conhecido edifício da Cinelândia, em que já moravam Fernando Lobo e Abelardo Barbosa (o Chacrinha).
Apesar dessa proximidade e de trabalhar como locutor esportivo da Rádio Ipanema, não se deu bem, passou necessidades e resolveu regressar a Recife, indo depois para Fortaleza, onde trabalhou na Rádio Clube do Ceará.
Ainda ali não se fixou, indo para Salvador trabalhar nas emissoras associadas , regressando, definitivamente ao Rio, para trabalhar na Rádio Tupi e depois na TV Tupi, quando de sua inauguração em janeiro de 1951. Na mesma época passou a fazer crônicas para o matutino “O Jornal”, onde permaneceu por 15 anos.
Em 1952 ingressou na Rádio Mayrink Veiga contratado com um alto salário, devido à influência do então Presidente Vargas, a quem ajudara na campanha política para seu regresso ao governo em 1951. Seria corrupção???
Mas foi de grande importância para a recuperação da emissora, que sofrera em 1948, com a ida de seus principais artistas para a Rádio Nacional, Carlos Galhardo, inclusive.
Na mesma época produziu alguns jingles” como aquele que dizia:
A criança acordou,
Dorme, dorme filhinha.
Tudo calmo ficou
Mamãe tem Aurissedina”

E se tornou bastante conhecido quando Nora Ney gravou “Ninguém me Ama” e “Menino Grande”. Depois surgiram “Valsa de Uma Cidade”; “Se eu Morresse Amanhã” e inúmeros outros quando fez parceria com Fernando Lobo, Zé da Zilda, Vinícius de Morais...
Antônio Maria tinha uma cardiopatia inata e, depois de um infarto fulminante, faleceu em 15 de outubro de 1964, com apenas 43 anos.

Norma

César Guerra-Peixe




César Guerra-Peixe (Petrópolis, 18 de março de 1914 — Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1993) foi um compositor brasileiro, filho de imigrantes portugueses de origem cigana.

Bem-bolados




INGREDIENTES
120 g de manteiga derretida
225 g de açúcar refinado
2 ovos
1 ½ colher (chá) de essência de baunilha
170 ml de iogurte natural
210 g de farinha de trigo
2 ¼ colher (chá) de fermento em pó
Uma pitada de sal
150g de nozes moídas

1 lata de leite condensado cozido

MODO DE PREPARO
Cozinhe a lata de leite condensado por 40 minutos na panela de pressão. Retire e espere esfriar antes de abrir.
Pré-aqueça o forno a 180ºC e prepare as forminhas de muffin forrando-as com formas de papel. Numa tigela, peneire juntos o açúcar, a farinha de trigo, o fermento e uma pitada de sal, misturando bem. Junte as nozes moídas e reserve.
Numa outra tigela, misture bem a manteiga derretida, os 2 ovos batidos e o iogurte (use um fouet). Adicione a mistura líquida aos ingredientes secos, mexendo com um garfo apenas para incorporar. Deite a massa nas forminhas e asse por aproximadamente 25 minutos.
Depois de frios, recheie-os  com o doce de leite.

Cobertura


Receita de Fondant CaseiroIngredientes:

500 gramas de açúcar de confeiteiro
½ xícara de leite
1 colher (de chá) de manteiga sem sal
Adicionar, se gostar, gotas de Rum.

Modo de preparo:

Em um refratário, junte a manteiga e o leite e leve ao banho-maria, depois vá acrescentando o açúcar de confeiteiro e mexendo sempre, cozinhe por 10 minutos ou até que fique líquido. 
Cubra os bolinhos com a massa morna.

Dicas:

Guarde na geladeira por até 2 meses.
Na hora de usar, basta aquecer em banho-maria e cobrir os doces ou o bolo com a massa morna.
Depois de pronto, o fondant não pode ser aquecido em excesso; no máximo amornado o suficiente para ficar mole.

* Ontem, comi na casa de uma amiga , um bolinho como os bem-casados. Ela os trouxe da Argentina, e lá são feitos com uma massa especial: alfarroba.Cismei em experimentar fazer algo parecido, pesquisei  na net, vou utilizar esta combinação, e na sequência, outras mais, até chegar ao paladar  memorizado.
Gosto de fazer laborátorio na cozinha.
socorro moreira

Frigideira de Falso Siri- Colaboração de Dona Almina Arraes



Rala um repolho bem fininho e cozinha com água ,sal e fios de óleo.
Escorra.
Faça um refogado, no azeite, com cebola, pimentão,tomate(tudo bem picadinho) !
Depois do refogado coloca um xícara de coco ralado ( fino) e cheiro verde .
Unta um pirex, coloca o recheio, cubra com uma garrafinha de leite de coco.
Bata 2 claras em neve, uma pitada de sal, as gemas,  despeja por cima, e leva ao forno .
Decora com rodelas de pimentão, tomate e azeitonas.

( Receita da Irmã Gabriella)


Só pode ser uma delícia! 
Vantagem: alimento vegetariano.
Aposto no facultativo: adição de peixes, mariscos, crustáceos, etc.
Quem gosta de alimentos apimentados, pode usar a pimenta ,com ou sem moderação.
Ótima sugestão para  tempo da Quaresma.


A exemplo de Dona Almina, enviem-nos receitas simples e especiais. 
Dizem que não existe poeta de barriga cheia, mas que saco furado não fica em pé.
Eu  acrescento um dito:"Comer é a alegria do Zen"!
(socorro moreira)




Mutantes, nas metades...
Nos fixos, eternizados!

Estive pela bola sete:
O giz fugiu
A cerveja esquentou
Meu taco quebrou
Um tiro se ouviu...
Fogos de artifício?

(socorro moreira)

Versos desconectados- socorro moreira


Sou um cisco, no canal dos seus olhos.
Sopra-me ou incorpora-me?

Dia reflexivo.
Aí você chegou
quebrando o meu sigilo

Nada a lamentar
Fico onde estou...
Aceita um licor?

Tudo grave,
acaba despencando do céu
Não quero chuva de afetos...
Quero um pingo!



Todo plano é flexível
Sem vontades explícitas
É secreto o que brota,
em toda palavra dita .

- Labirintos  -
 Neles me perco, e
 acabo saindo pelos buracos de cima

(socorro moreira) 





Não quero a posse
Desejo apenas
Um cruzar dos olhos

Cruzar implica em bordar:
Perigo, pergaminho, linho...

(socorro moreira) 



 


Dono dos meus olhos- socorro moreira





Por que me escondes o olhar?


Um olhar que esconde,


Esconde algum...


Fica claro,


como o sol é forte.


E as luas?

- Sedutoras!

Nunca ofuscam...

Convivem com as estrelas

Embelezam um céu-

-Seus escuros!

Insônia poética- socorro moreira




Esperando o sono chegar...
Entro aqui, entro acolá.
Espio o mundo da varanda
Só um pedaço do céu
Me espreita de lá

E hoje?
Entrei ouvindo Fátima Guedes,
e me derreti toda,
com essa voz de quem comeu sapotis.

Vamos parar, no coreto da Praça?
Esperar a banda passar,
a boemia voltar ...
Hoje eu queria cantar.
Dançar com os olhos
Até madrugada chegar
Não trouxe café...
Faltou pó
Trouxe doce de buriti
Uma caneca, e quartinha.

Pensamento para o Dia 18/03/2011


“Quando falhas são encontradas em alguém, você concluirá que existem deficiências em seu comportamento, isso é tudo. Não conclua que não há um Atma Divino nele. Como resultado da companhia que ele preservou ou da ineficiência da sociedade na qual ele cresceu, as falhas surgiram nele. Elas não são nativas de sua natureza, que é do Atma. Você deve fornecer-lhe boa companhia e ambiente benéfico e persuadi-lo a associar-se a eles. Você não deveria, de nenhum modo, condená-lo como um incorrigível de nascença e mantê-lo afastado.”
Sathya Sai Baba

SIDERAL - por Stela Siebra

Os signos opostos se complementam

Na postagem que fiz ontem sobre signos, Socorro Moreira fez um comentário/pergunta sobre a complementariedade de Virgem e Peixes. Trago agora uma pequena reflexão, que poderei complementar com outra postagem sobre o tema, aprofundando um pouquinho mais.

Socorro:

Claro que existe uma conexão entre o signo de Virgem e o de Peixes, pois são opostos, portanto se complementam.
Virgem vê o detalhe; Peixes vê o todo.
Virgem trabalha; Peixes contempla.
Virgem analisa e critica; Peixes acolhe, absorve.
Virgem organiza e elabora; Peixes dança, pinta,compõe uma música.

Cada signo tem um signo oposto, que o complementa, são opostos que se abraçam.
E nós temos todos os signos no mapa astrológico de nascimento, alguns mais enfatizados e, portanto, mais reveladores de quem somos, das nossas possibilidades, dons, dificuldades a enfrentar e superar.
A Astrologia é um caminho de autoconhecimento.

Abraços estrelares
stela