por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 7 de janeiro de 2012

As tietes do Vale do Silício - Emerson Monteiro

Vale do Silício, nos Estados Unidos, se trata de região privilegiada em termos de avanços tecnológicos, espalhando inventos novos pelo mundo afora numa velocidade supersônica. Nesse lugar, a partir de 1950 que inúmeras empresas da área da Informática pesquisam e ampliam o leque das opções de mecanismos, sobretudo da eletrônica e das comunicações. O Vale do Silício abrange várias cidades do estado da Califórnia, ao sul de São Francisco, como Palo Alto e Santa Clara, estendendo-se até os subúrbios de San José.

Com isto, desde essa matriz da tecnologia de ponta, chegam ao mercado todo tipo que mais imaginaram as pessoas dos componentes de transmissão do conhecimento humano de artes, cinema, fotografia, edições, música, arquitetura, telefonia, televisão, computação, internet, educação, gravações, etc. Porém, no mesmo perído, cresceu quase em nada o espírito da criatividade dessa gente bronzeada que ora ocupa postos de elaboração das redes avançadas de produção de imagens, peças artísticas em geral, pois verdadeira e avassaladora crise de qualidade dominou os setores dos bens simbólicos, quais sabotadores da informação moderna.
Na música, por exemplo, existem ótimas peças e grupos maravilhosos, oferecidos aos milhares nas lojas, em forma de cds e dvds, contudo, na grande maioria, obras dos talentos das décadas anteriores. Recentemente quase nada apareceu de revolucinário quanto aos valores da estética e do sentido inovador.

Daí se pensar que os vivos das gerações atuais permaneceram marcando passo, de olhos abertos só para as criações tecnológicas, sem, no entanto, corresponder ao mesmo peso de desenvolvimento material dos circuitos eletrônicos em moda. Qual dizem os provérbios populares, é muita galinha para pouco ovo. Escreveu não leu, surgem, nas belas rotinas do aparelhos magníficos, algo moderno que merece alguns minutos de atenção, pouco ou quase nada. Enquanto que violência, pornografia, mediocridade, zoada muita, mau gosto em profusão, embromação mil, parecem querer forçar a porta e invadir as casas onde os aparelhinhos sofisticados vivem bolando pelo chão, nos tapetes, quatos de despejo, nesse período que corresponde às novas ofertas e aquisições dos jovens consumidores, que, queira Deus, ainda não sejam peças alienadas de tanta fome do que é bom, feitos índios descalços apenas admirando as distantes estrelas do progresso verdadeiro.
 
 
 
ESPELHOS DO REISADO
(Ulisses Germano)

Minha roupa tem espelhos
Espalhados na fazenda
São azuis e são vermelhos
As cores de tua renda
Oh! Mateus primeiro os teus
Oh! Mateus são teus os meus
Desejos de vossa prenda!

A inveja é um desejo
De possuir o alheio
Por favor saia do meio
Meu espelho não tem cor
Mestre Aldenir falou
Mestre Aldenir cantou
Na boca de quem é ruim
Quem é bom não tem valor
 
Pra espantar o mau olhado
Que se espalha com o vento
Dou-te o espelho do reisado
Como agradecimento
Tudo nele é refletido
E o mau é repelido
Não sobrando um só lamento

(Dedicada ao mestre Aldenir um Rei nos dias de Reis!)

JOSÉ GONÇALVES- por Norma Hauer



Quem terá sido JOSÉ GONÇALVES?

Ele era, nada mais, nada menos, que o ZÉ DA ZILDA, nascido em 6 de janeiro de 1906, aqui no Rio de Janeiro.

Casado com Zilda Gonçalves, desde 1938, formou com ela uma dupla que começou a atuar na Rádio Transmissora, exatamente onde se conheceram e atuavam com o nome de “Dupla da Harmonia”.

Passando, nesse mesmo ano para a Rádio Cruzeiro do Sul, a dupla foi ali “batizada” por Paulo Roberto de ZÉ E ZILDA. Assim, mantiveram-se juntos até que Zé faleceu, prematuramente, em 10 de outubro de 1954, aos 48 anos.

Um dos maiores sucessos de Zé da Zilda, como autor foi o samba

AOS PÉS DA CRUZ,

gravado por Orlando Silva

Aos pés da Santa Cruz,

Você se ajoelhou

E em nome de Jesus

Um grande amor você jurou;

Jurou mas não cumpriu,

Fingiu e me enganou

P’ra mim você mentiu

P’ra Deus você pecou.

O coração tem razão,

Que a própria razão desconhece

Faz promessas e juras, depois esquece.

Seguindo esse princípio.

Você também prometeu.

Chegou até a jurar um grande amor,

Mas depois esqueceu.

O primeiro sucesso da dupla, como cantores, foi em 1954, no carnaval, com o samba “Ressaca”

“Tá todo mundo de ressaca,

Ressaca, ressaca, ressaca”...

Nesse mesmo ano, com o coro artístico da Odeon, fizeram outro sucesso:”Império do Samba”.

No ano seguinte, saiu a gravação de “As Águas Continuam”, embora ZÉ já houvesse falecido.

Com o falecimento de Zé, Zilda compôs em sua homenagem, os sambas :”Vai, Que Depois Eu Vou” e “Meu Zé” .

Em 1958. outro samba:”Amor, Vem me Buscar”, dela com Ricardo Galeno.

Em 1961 gravou, de Paquito e Romeu Gentil, ainda em homenagem ao Zé, o samba “Vem Amor”.

Ela não se conformou com a morte de Zé mostrando o grande amor que os uniu.

Isso é muito bonito, principalmente tratando-se de dois artistas unidos na vida e hoje na morte.

A ambos, nossa saudade.

O Doutor do baião - Humberto Teixeira - Por : Norma Hauer



POEMA IMORTAL

"Oh, viva encarnação do eterno amor universal
Visão de mil venturas entre o bem e o mal
Às vezes na saudade és o paraíso,
Às vezes verdadeiro inferno trazes num sorriso.

Oh viva encarnação de um beijo ardente,sensual
Imagem de um passado original.
Tu és ventura e desventura,
Presente e despedida,
És ponto e contra-ponto
És a própria vida.

Fogaréu em cena de ciúme
Tu és também o mar e és perfume,
Lago azul, onde desliza um cisne erradio,
Tu és também fremente mar bravio.
Demônio, angelical, eu sei melhor que outro qualquer.
Poema imortal, teu nome é Mulher.”


Essa valsa, uma das que mais exalta a mulher, foi uma espécie de marca de Humberto Teixeira na voz de Orlando Silva. Orlando já gravara de Humberto um samba para o carnaval de 1946: “Só Uma Louca Não Vê”, mas “Poema Imortal”, embora não alcançasse o sucesso que merecia, ficou imortalizada em sua voz.

Mas não foi só isso que Humberto , nascido sob o signo de Capricórnio, no dia 5 de janeiro de 1915, em Icatu, no Estado do Ceará compôs antes de se tornar conhecido como o “Doutor do Baião”. Dois sambas sinfônicos, gravados por Deo e o Coro dos Apiacais praticamente abriram as portas da composição musical para HUMBERTO TEIXEIRA: “Sinfonia do Café” e “Terra da Luz”, em que lembrava que foi no Ceará que, pela primeira vez, os navios negreiros foram proibidos de atracar no Brasil.

Em “Sinfonia do Café” fez uma exaltação ao café, e, por esse motivo, foi convidado a tomar parte do corpo editorial da “Revista do Café”, do extinto Instituto Nacional do Café.

SINFONIA DO CAFÉ


Vem dos montes abexins ou do Yemen...
Das lendas de Omar ou do pastor...
Floresceu em terras várias e distantes,
Mas aqui, somente aqui, conheceu o esplendor!
Bonito de ver!
Que lindo de ver, que orgulho de olhar!
O homem bendiz
A terra onde brota a riqueza sem par!
E canta feliz,
Nos meses de abril,
fazendo a "derriça"
Colhendo os rubis do Café do Brasil!

Café que nasce até nas serras
Que viceja nas terras
Onde dão a copaíba e o jacarandá!
Café que fez a glória de Palheta,
O valoroso bandeirante que nos trouxe
De bem longe,
O ouro-verde para o Grão-Pará!
Café que todo mundo bebe!
Ó fonte de riquezas mil!
Café que fez famosa a Paulicéia
E espalhou aos quatro ventos
E através dos sete mares
A grandeza do nosso Brasil!
Do nosso Brasil!

Humberto foi também responsável pelo lançamento de Francisco Carlos, um cantor que ficou conhecido como “El Broto” exatamente por gravar, de Humberto , para o carnaval, o samba “Meu Brotinho”

Meu Brotinho, por favor não cresça,
Por favor, não cresça,
Já é grande o cipoal..;.”

Esse foi o Humberto Teixeira antes de conhecer Luiz Gonzaga e com ele “estourar” com os baiões do qual o exemplo maior é “Asa Branca”. E também é exemplo de que os compositores são os grandes esquecidos, quando o cantor é exaltado. Quando se fala de “Asa Branca”, o nome de Luiz Gonzaga é exaltado, enquanto o de Humberto Teixeira, autor da letra, nunca é citado.

Ficando conhecido por seus baiões, candidatou-se a deputado federal pelo Estado do Ceará e, nessa qualidade apresentou um projeto, que se tornou lei com o nome de Lei Humberto Teixeira, que previa o envio de caravanas brasileiras ao exterior.

Em uma dessas caravanas, Dalva de Oliveira apresentou-se em, Londres e, com a orquestra de Roberto Inglês gravou um baião de Humberto Teixeira de nome “Kalu”.

Neste trabalho quis mostrar o Humberto Teixeira que conheci quando fomos colegas como funcionários na então Faculdade Nacional de Medicina,

Norma Hauer

Cuca do Amor


3 ovos

150g de margarina

4 xícaras de farinha de trigo

1 e meia xícara de açúcar

1 xícara de leite

1 colher (sopa) de fermento químico

1 limão

1 pitada de sal

400g de goiabada

3 colheres (sopa) de água

1 copo de requeijão

50g de queijo ralado


1 - Comece pela massa. Bata rapidamente os ovos e acrescente a margarina em temperatura ambiente. Mexa.

2 - Agora entra o açúcar, raspas da casca do limão, o sal e a farinha de trigo (de preferência peneirada). Misture.

3 - Por fim entram o fermento e o leite. Agora é preciso mexer até obter uma massa bem uniforme e lisa.

4 - Arrume a massa em uma fôrma untada com óleo.

5 - Agora a cobertura. Derreta a goiabada com a água. Cubra a cuca na fôrma com a goiabada. Coloque em colheradas, não importa que fiquem espaços sem goiabada. Por cima o requeijão, também em colheradas. Para finalizar, queijo ralado por cima de tudo.

6 - Leve ao forno preaquecido por 30 minutos. Sirva quente ou fria.


Dica do Anonymus: Você pode fazer o requeijão em casa. Coloque 300g de ricota picada, 100g de manteiga levemente derretida e meia xícara de leite quente no liquidificador. Bata por 5 minutos. Arrume em dois copos de vidro e leve para a geladeira até ficar bem gelado.


Luiz Melodia



Luiz Carlos dos Santos (Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 1951), mais conhecido como Luiz Melodia, é um cantor e compositor brasileiro de MPB, rock, blues, soul e samba. Filho do sambista e compositor Oswaldo Melodia, de quem herdou o nome artístico, cresceu no morro de São Carlos no bairro do Estácio.

Luiz Melodia foi muito influenciado pela Jovem Guarda, sobretudo Roberto Carlos.

Começou sua carreira musical em 1963 com o cantor Mizinho, ao mesmo tempo em que trabalhava como tipógrafo, vendedor, caixeiro e músico em bares noturnos. Em 1964 formou o conjunto musical Os Instantâneos, com Manoel, Nazareno e Mizinho. Lança seu primeiro LP em 1973, Pérola Negra. No "Festival Abertura", competição musical da Rede Globo, consegue chegar à final com sua canção "Ébano".

Nas décadas seguintes Melodia lança diversos álbuns e realiza shows, inclusive internacionais. Em 1987 apresenta-se em Chateauvallon, na França e em Berna, Suíça, além de participar em 1992 do "III Festival de Música de Folcalquier" na França.

wikipédia




Renúncia - por Socorro Moreira

Deletar um projeto de amor

é matar uma célula amorosa

O efeito tristeza

esvazia por momentos ,

por dias, toda a nossa alegria.

Mas , já dizia minha vó:

Amor unilateral não tem função ...

É solidão braba,

corrosiva !

Renunciar é deixar que a solidão se dilua

escorra , e perca a noção da nostalgia.

Já, já...

o tempo muda...

Volta a primavera,

e com ela

as cores da fantasia !

Ser poeta - por Socorro Moreira


Poeta
é ser dono de todos os sonhos
e não ter nenhum

Viver por palavras :
bolas de sabão de vida curta e bela
Vão, explodem com o toque do olhar

Poeta é a árvore que teima nascer
na areia do sertão
A gritar sua sede
A sonhar
com a nuvem carpideira

Poeta é silêncio
martírio de ser
Dizer-se poeta
é blasfêmia
Sentir-se poeta
é prosaico, simples !



Rabiscos da saudade- por Socorro Moreira

rasguei cartas e retratos

toquei fogo

no papel da paisagem

renasci mil vezes

o tempo cura

mas não apaga

a vida paga

o gozo das lembranças

que ficam adormecidas

em páginas amareladas

você dorme

enquanto escrevo

você sonha

enquanto acordo

tudo nos desencontra ...

e eu quis tanto ,

aportar em tua alma !

só peço à minha caixinha

de trecos,

uma borracha e um lápis...

pra apagar os conflitos

e rabiscar

um verso de saudade

por tudo que não vivemos

ou por um único momento,

em que fiquei nos teus traços.



Molhada de chuva - por Socorro Moreira

O mar ficou no seu lugar.

O sertão me acolhe

com pingos de chuva

num pensamento árido

Estou de volta

com o coração assanhado

Vivi tão grande distãncia ,

que aposto no ficar perto ,

vivendo em separado.

Desligo a tomada

Descarto o filme

que deixei queimar



Vida ... - por Socorro Moreira

No caminho da liberação

o pódio é o infinito.

É saltar para o futuro

sem lembranças doídas

É apostar na paisagem depois da curva

É tomar banho de chuva

e sentir que somos nuvens

É ficar nua

e descobrir o próprio corpo

brocado e bordado...

costurado pela vida.

É um voo em companhia de garças

É o amor divino selando alianças

É viver com simplicidade !

Caminhando - por Socorro Moreira


Caminhando ...
Uns caminhos voam, outros se colam
aos nossos pés cansados.

Caminhando...
Que importa o transporte,
a hora da chegada?

Caminhando ...
O nosso olhar cumpre etapas,
que nos sonhos se mostravam

Caminhando ...
Chegamos na linha do horizonte
e o limite é além, muito além !

Lembranças - por Socorro Moreira


Impossível traduzir a tua alma
Ela é uma esfinge para mim
Para outros,
sempre clara !
Nesse cartão escuro
eu juro que vou escrever
letras douradas.
Dobro-me às tristezas
Pago na íntegra ,
pingo por pingo,
o beijo que provei.
----------------------
Mar que avistei
que senti,
e nele me banhei
barulho na concha do ouvido
canção nunca esquecida
solfejo e grito !
------------------
Vivo nas entrelinhas
Minha cabeça vive uma poética enxaqueca
No meu coração ainda moram estrelas
Elas brilham no dia,
encantadas em natureza !
-----------------------------
olhos no teto
papo pro ar
alma solta
querendo te achar
coração batuca um verso
boca reza um mistério
nariz fareja jasmim
volta pra mim?
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Molhar a grama do jardim
é forrar a cama de esperança.

Quadrilha - colaboração de Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes



Em 1962 esta quadrilha representou o Instituto São Vicente. Identifiquei Maurício e Chico Almeida, Ronaldo Justino, Hélio, Kleber Peixoto, Tarcísio Loiola e a noiva, Amélia Pinheiro.
(Joaquim Pinheiro)

Alguns dentre nós estudaram no Instituto S.Vicente Férrer. Tenho lembranças vivas e saudosas daquela época. Naquele educandário minha base foi plantada , inclusive as amizades, que ainda hoje permanecem. Um abraço especial , nos amigos de outrora , que ainda hoje enfeitam , o mundo dos meus afetos.
(Socorro Moreira)

Mestras do Instituto S.Vicente Férrer- Colaboração de Joaquim Pinheiro



Descobri esta foto das professoras do Instituto São Vicente. Da esquerda para direita: D. Lírida Sabiá, Tia Anilda, Nadir Brito. Embaixo, D. Sélvia Sabiá, Zenilda Cardoso e D. Helena Mariano.
(Joaquim Pinheiro)
Aprendi a ler com Dona Nadir. Ela foi minha professora na série "B" do ensino primário. Acho que correspondia ao curso de Alfabetização atual. Lembro de todas com muito carinho.
Uma homenagem especial à Dona Anilda Arraes- Grande Educadora !
(Socorro Moreira)

Catando letras - por Socorro Moreira


Céu rosado
vento trancado
segura folhas douradas.

lágrimas soltas
escorrem caudalosas
no leito solitário.
----------------------
às vezes ele chega,
escreve uns traçados,
riscos truncados,
fantasmas reais

Um dia quero estar,
nas asas desse anjo
Voar
pra lá e pra cá ...
sorrir dos seus contos
Tomar chá...
Canela, Oxalá
Ser Gabriela,
ante o seu olhar !
---------------------

Voltou
enrolado nas suas falas
Éter
inebriando a sala
tossiu, roncou ...
Acordou meus pesadelos
Comoveu-me
Partiu ,
quando a lucidez do sol
incendiou a casa.
------------------
Não quero a posse
desejo apenas
um cruzar dos olhos
Cruzar é bordar
Implica em perigo
pergaminho, linho ...