por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 10 de março de 2012

Sol de um novo dia - Por José de Arimatéa dos Santos

Logo cedo invariavelmente aparece
Lá no céu reluzente
O sol, símbolo inclemente
Da certeza da continuidade da vida que transparece

Todo o movimento da física
Num mundo biológico
Que a existência prova o lógico
Da possibilidade da união com o mundo da metafísica


José de Arimatéa dos Santos
Assim, a paz e o amor
Juntos numa sinfonia
De igualdade e sintonia
Que embelezam a vida sem desamor

Ah! Desejo que o sol sempre
Possa brilhar nos corações
Da humanidade com muitas ações
De solidariedade e justiça solenemente

Museu Vivo - 16 de março, no Sesc Crato- Grande Zé Flávio!


Convite!


terça, 20 de Março de 2012
19:00 até 21:00
Para repensar nossas práticas diante da água, elemento essencial da vida e que está cada vez mais escasso, será lançado no próximo dia 20 de março o livro “Caderno de Viagem - Água pra que te quero!”. A partir das 19h, na Livraria Cultura, a autora Nívea Uchôa bate um papo sobre a produção da obra, que em formato multimídia, traz também um registro fotográfico e um vídeo documentário. Na ocasião, haverá ainda o lançamento do documentário Água pra que te quero!

Livraria Cultura
60160-230 Fortaleza, Brazil

14 de abril! Hugo Linard e Orquetra, no Crato Tênis Clube



Conheci o menino
Carregando notas no peito
Era apenas um músico...
Um menino-
-Um grande músico!

Os bancos escolares
não suportavam sua inquietude
Fazia arte em todas as matérias
Peraltas notas em todas as esferas.

Hugo embalou amores
Fez um mundo musical amoroso.

Ele terá sua festa...
Teremos a sua música!

Parabéns, Linard!

(socorro moreira)



O Príncipe Harry vai à Lapa? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Você já foi à Lapa? A velha Lapa Boêmia virou um daqueles bares de Guerra nas Estrelas: cheio de espécimes completamente diferentes. Nas noites de sexta e sábado longos trechos do bairro são fechados para carros e as tribos se multiplicam. Não precisa nem tomar todas, fumar um baseado ou outro estímulo qualquer: o barato corre solto em cada trecho das suas ruas.

Não precisa nem gastar uma grana em algum bar da moda, que, aliás, não se sabe mais qual é: são tantos, um atrás do outro, todos cheios. Basta circular pelas ruas, a Mem de Sá, sob os Arcos, dar uma volta pela Lavradio até o trecho do Rio Scenarium e seu bares musicais, pegar a Gomes Freire e encontrar alguns templo do velho samba, subir pela Riachuelo e as redondezas incluindo a rua do Resende, a esquina do Bar da Quengas ou pegar bares avulsos.

Se você tomar a Joaquim Silva vai ficar tonto do quanto a moçada mais jovem se multiplica em sons e estilos. Agora compreendi o frisson dos paredões do Ceará com tantas coisas diferentes, embora estronde aquele forró eletrônico repetitivo. Cada bar um estilo, os vendedores nas calçadas com seus “paredinhos”, a vender coisas lícitas estranhas e correndo por baixo um amplo e generalizado “ilícito”. É espetacular: tribos do mundo todo, uma mistura de línguas e aqueles tipos vestidos nalgum lugar dos passados anos 60 e 70 e mais outras coisas adaptadas para os tempos atuais.

A Joaquim Silva é a síntese do mundo e o Rio de Janeiro, sem que pudéssemos perceber, foi se transformando nisso. O próprio crescimento econômico, com a forte cultura nacional brasileira, faz do Rio novamente a cena das tribos mundiais. Em Nova York, Paris, Roma, São Francisco e nem em São Paulo se encontrará um bairro inteiro como este do momento na Lapa. Juro a vocês que tive a sensação da Piazza di Spagna em Roma ao chegar no pico das 23 horas à escadaria de Selarón. O povo fica sentado nos batentes da escadaria até bem mais alto do que fica na Piazza di Spagna. E vai dos estilos largados às mães com seus filhos pequenos.

Aí o Morrisey (Steven Patrick Morrisey, ex-The Smiths), que estava cantando ontem na Fundição Progresso alertou os brasileiros para a chegada do Príncipe Harry: “Como vocês sabem o Príncipe Harry está na cidade. Ele veio pegar o dinheiro de vocês. Por favor, não o dêem para ele.” Na rua uma mocinha perguntou ao amigo como era o nome todo do netinho da vovó: ele é o Henrique de Gales e foi registrado como Henry Charles Albert David.

Babaca. Alguém tombando numa esquina falava no príncipe: todo limpinho, com pose de faz de conta que dança o Reggae. Foi tomar umas num bar da Vieira Souto, a imprensa chegou e o afetadinho com cara de não gostei se refugiou no bar. O bar vai ganhar uma nota com o mito mesmo ausente daqui por diante.

Aí o Jornal Nacional, por uma “coincidência” impressionante- esta Globo é incrível na manipulação de corações e mentes – faz uma “entrevista exclusiva” com David Cameron para dizer o quê aos brasileiros? A Libra está protegida do Euro; temos interesses no Brasil e as Malvinas são da Inglaterra. Aí o helicóptero das organizações gastará toda a gasolina do mundo para acompanhar o carrinho lindinho do principezinho a vender a velha Albion como um outdoor ambulante. Quem sabe ele não vai, igual ao pai, tremer as pernas diante de uma passista de Escola de Samba?

Se for à Lapa, eu gostaria que o Morrisey estivesse de passagem por lá.

Quem é Hugo Linard? José do Vale Pinheiro Feitosa


Quem é Hugo Linard? O estudante, o músico, o pai de família, o aniversariante em sua cidade? Em 16 de abril, na estação da colheita, se houvesse uma praça central de toda a humanidade, neste dia haveria uma retreta. Irineu Sisnando de Alencar e Helena Gomes Alencar Linard, admirando o recém nascido e seus mistérios de futuro desde aquele remoto ano de 1947.
E tenho que me esforçar muito para responder quem é Hugo Linard. A primeira coisa é fugir de minhas próprias lembranças, dos momentos quando crianças aprendíamos a cartilha de ABC com Dona Elvirinha ou Dona Bernadete Cabral.
E aquele acordeom imenso nos braços pequenos da criança. Grande como foram os cem anos de fundação da cidade, imenso e inexplicável como aquela linguagem particular da música qual um Mozart tão precoce já decifrava.
A segunda coisa a me esforçar para entender quem é Hugo Linard, pertence à superação dos próprios impulsos, ações e lembranças dele mesmo. Não saberemos quem é Hugo Linard apenas perguntando a ele mesmo.
E para mim está claro: ele não se explica pelas minhas lembranças e nem pelas próprias lembranças dele. É que há muito aquele modo silente de hoje, econômico nas palavras, deixou de ser explicado apenas por sujeitos individuais. Nem eu e nem ele somos suficientes.
Não adianta acompanhar os graves e agudos de suas travessuras no colégio e a transcendência de seu semblante enquanto os dedos dançam com os baixos e a melodia. E seu Irineu, com o rosto branco e avermelhado de sol e trabalho, um homem forte a comprar gado nos currais e retalhar suas carnes na retidão honesta do seu ganha pão no box do mercado.
O pai empresário, o filho profissional, o músico por nascença, o profissional por expressão, a música por cotidiano. Hugo Linard está narrado, mas ainda não compreendido. Como disse: as lembranças não são suficientes para as dimensões dele.
Então superemos estas limitações e avancemos até a fonte que traduz Hugo Linard. Nem o pequeno Mozart, nem o talento, nem todas as ligações que seus conjuntos enfeitiçaram entre casais. Mesmo que busquemos as estrelas e a lua que brilham contemporâneas às performances dos músicos não serão suficientes a nos explicar. Mesmo por que as longas e ensolaradas tardes de ensaio numa casa da Vila Jubilar também eram Hugo e seu Azes do Ritmo.
A questão central é que a resposta em responder quem é Hugo Linard não está aqui nestas palavras e nesta crônica. A resposta está em mais ou menos 7 gerações de seres que nasceram ou viveram no Cariri e nas redondezas da bacia sedimentar da Chapada do Araripe.
A resposta é... Um patrimônio intangível deste povo. O mesmo que com riso de compreensão comemora o aniversário de Hugo Linard neste 16 de abril de 2012. E que o baile comece.




Non, Je Ne Regrette Rien


Non, Je Ne Regrette Rien
Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien.
Ni le bien qu'on m'a fait,
ni le mal, tout ça m'est bien égal.

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien,
C'est payé, balayé, oublié,
je me fous du passé.

Avec mes souvenirs,
j'ai allumé le feu.
Mes chagrins mes plaisirs,
je n'ai plus besoin d'eux.

Balayés mes amours,
avec leurs trémolos.
Balayés pour toujours
je repars à zéro...

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien.
Ni le bien qu'on m'a fait,
ni le mal, tout ça m'est bien égal.

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien.
Car ma vie, car mes joies,
Pour aujourd'hui
ça commence avec toi

Non, Je Ne Regrette Rien (Tradução)
Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado! (2)

Com minhas lembranças
Acendi o fogo (3)
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!

Varridos os amores
E todos os seus "tremolos" (4)
Varridos para sempre
Recomeço do zero.

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!
Começa com você

Meu Jardim - José do Vale Pinheiro Feitosa