por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Lá - por João Marni


Quando eu perceber que o fim se avizinha (futuro, primo do presente), recolher-me-ei ao leito, exigirei silêncio, lençóis brancos e cheirosos, uma janela pela qual deverão vagar meus olhos e por onde revelarei o que fiz de bom e de ruim. Não escreverei mais nada, acharei até os meus melhores amigos uns chatos, serei tolerante apenas com os meus netos, pois estes não irão interromper minha conversa com Deus.

A idade e a mudança - Lya Luft



Cabeça, centro do pensamento
Onde guardo sentimentos
Que às vezes me acorrentam
Às lembranças do passado
Outras vezes me deixando
Voar pela imensidão
Muito maior que a distância
Entre a Terra e Plutão

“Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo.

Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades. E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.

Foi um momento inesquecível... A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.

Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'
Onde, não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo.

Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.

Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas, mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama-se ‘mudança’.
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.

A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.

Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.

Mudança, o que vem a ser tal coisa?

Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.

Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.

Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.

Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.

Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional.

Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.

Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.

Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...”

Lya Luft

Distância- por Socorro Moreira


Intransponível distância
Entre a terra e o céu

Sem o teu endereço
Não alcanço o teu segredo

Distância

Entre o que se deseja
E o que se pode ter

O ser é mais próximo
O ter é mais árduo

Distância

Entre o amor e a paixão
Entre o certo e o carecido

Distância incalculável
Entre a vida e a morte

Entre o teu pensamento
E o meu
Entre a tua vida e a minha

Proximidade absoluta
Entre a vontade de viver
E a paz de ser feliz

Distância imponderável
Em conseguir!

Sentimentos- socorro moreira



Não dou nome aos bois.
Sentimentos ficam sem batismo
Sem registro...

Eles se transformam.
Por qualquer motivo
Vestem máscaras.
São volúveis...
Nunca levianos!

Sou movida por eles
Implico com a calma de alguns
Evoco a serenidade de outros
E xingo
Os que me tornam comum

Não sei guardar segredo
Do que sinto
Sei ficar indiferente
Mudar de intenção
Ocupar atenções
Catar o novo
Que renova em qualidade
O que me deixou na mão.

Meus sentimentos são eternos
Porisso esperam comigo
A morte física
Noutro plano
Certamente se misturarão
Ao grande coração.

Enquanto isso
Vivo em uníssono
Com os sentimentos
De pessoas verdadeiras.
-Elas fazem a diferença!
(Socorro Moreira)



Alimento sentimento
Sinto
Na medida
Em que inspiro.

Gosto muito
Em apenas um segundo.

Desgosto com a gota d'água
E uma lágrima

Depois esqueço
Encho-me de novo pensamento

Desconjuro lembranças
E vivo intensamente
O lembrar
Que não desencanta

Socorro Moreira

por socorro moreira


O homem é a caneta
A natureza é a tinta
O papel é o guarda - poesia
Às vezes ele solta um verso
Às vezes prende o soluço,
Ou se borra em lágrimas.


De passagem ... - Rosa Guerrera



O que somos , senão pessoas que se cruzam de passagem nas ruas, nas praças , nos sentimentos uns dos outros?A infância por exemplo ,ela entra e sai de passagem nas nossas vidas deixando apenas uma lembrança de algo que não tem retorno.De passagem os puros sentimentos também partem . O dia de ontem por sua vez foi uma pequena passagem para a noite que se fez presente e vice versa. De passagem convivemos com pessoas que partiram, de passagem as lágrimas sumiram, de passagem o riso se fez presente, de passagem somem as ilusões, morrem os abraços,silenciam as palavras ,os lábios se fecham aos beijos e de passagem vão surgindo também as esperanças .Tudo rapidinho como a própria vida!E tudo passageiro num show sem reprises.
E de nada adianta tentarmos fugir a essas passagens sejam elas boas ou más..Os nossos perfis se confundem a medida que vamos vivendo e não podemos jamais afirmarmos que estacionamos nosso carro de vida exatamente no local mais desejado, porque tudo caminha para alguma coisa que não está ao alcance das nossas mãos .Na realidade , o ontem passou , e o amanhã é um traçado não desenhado por nós. Apenas o hoje existe , mesmo sabendo que ele faz parte de mais uma passagem.Então que surjam as primaveras e os outonos nas nossas vidas, que surjam e morram os amores, que abraços sejam divididos , beijos sejam roubados,alegrias sejam vividas sem que nos importemos em analisarmos se somos ou não aceitos nas nossas opiniões .
No mundo sempre existirão pessoas que vão nos amar por aquilo que somos e outras que vão nos censurar , nos ignorar , ou até mesmo nos odiar pelo mesmo motivo . O importante é mesmo nos acostumarmos.Afinal , tudo nesse mundo são coisas de passagem...


rosa guerrera

Duas canções brasileiras notáveis - por José do Vale PInheiro Feitosa

São duas canções que tratam profundamente de um momento histórico do Brasil. Ainda com as franjas do campo, o bucólico da pequenas cidades. Quando a superfície da terra era medida no passo das pessoas e dos animais. Quando se apartar era definitivo. E mesmo assim este momento que vivemos foi montando sobre esta grande jornada do campo para as cidades. Quem perceber a dimensão disso, certamente tem o poder de dominar os tempos atuais.

O Azulão foi uma poesia de Manoel Bandeira musicada por três grandes músicos, entre os quais Radamés Gnatalli e Camargo Guarnieri. A que fez mais sucesso foi a de Jayme Ovalle, composição curtaa, tão curta quanto o poema, mas de uma linha melódica muito sofisticada. É referência de cântico em todo o mundo. A primeira vez que a ouvi foi como trilha sonora em filme de Humberto Mauro. Depois no belíssimo filme de Walter Lima Jr. "Inocência".


Adeus Guacyra


Composição: Joraci Camargo e Hekel Tavares

Adeus Guacyra,
Meu pedacinho de terra
Meu pé de serra,
Que nem Deus sabe onde está.

Adeus Guacyra
Onde a lua pequenina
Não encontra na colina
Nem um lago prá se oiá

Eu vou embora
Mas eu volto outro dia
Virgem Maria, tudo há de permitir
E se ela não quiser
Eu vou morrer cheio de fé
Pensando em ti


Azulão

Composição de Jayme Ovalle e Poesia de Manoel Bandeira

Vai, Azulão, Azulão
Companheiro, vai
Vai ver minha ingrata
Diz que sem ela o sertão
Não é mais sertão
Ai, voa Azulão
Vai contar, companheiro, vai

OS IMORAIS no CINEMARANA


CINEMARANA do SESC CRATO, segunda, 26 de setembro, às19h.
OS IMORAIS (The Grifters, Dir. Stephen Frears, EUA, 119min, 1990)
Lilly (Anjelica Huston) trabalha para um gângster e aposta o dinheiro dele em corridas de cavalos. Afastada há muitos anos de Roy (John Cusack), seu filho, decide reencontrá-lo, provocando reações de amor e ódio. Ela se torna rival da sua namorada, Myra (Anette Benning), o que faz disputar o amor do próprio filho.

Jazz em Belo Horizonte - por Geraldo Oliveira


Belo Horizonte sempre foi uma cidade representativa no cenário do jazz e da musica instrumental no Brasil.
Nos anos 50, o baixista Paulo Horta, irmão de Toninho criou o Jazz Fã Clube. A partir das audições noturnas, o grupo desenvolveu o gosto pelo jazz, ouvindo as bigs bands americanas, cantores e instrumentistas, desde o “Be-Bop” criado pelos negros. A geração de músicos ao lado de Paulo Horta era composta por músicos Luizinho Carneiro, Delê, Valtinho, Chiquito Braga, Aécio Flavio, Jairinho, Pascoal Meirelles, Hélvius Vilela, Ildeu Lino Soares e tantos outros.
Estes instrumentistas sustentavam suas famílias tocando na noite de BH e no interior, fazendo bailes, horas dançantes, e até carnavais. Mas pelo menos uma vez por ano, eles se reuniam e promoviam festivais de jazz e bossa nova no Instituto de Educação, na Secretaria de Saúde e Assistência (hoje Minascentro) e no Francisco Nunes, principal teatro da época.
Entre mostras e concursos, os festivais tinham como padrinhos, músicos e bandas vindas do eixo Rio - São Paulo, como Zimbo Trio, Tamba Trio, o saxofonista Vitor Assis Brasil e o pianista Guilherme Vaz. Orquestras mineiras foram criadas para estes eventos como a do Maestro Figo Seco, e do Maestro Peruzzi.
Uma nova geração de instrumentistas viriam se juntar a eles: Wagner Tiso, Paulo Braga, Nivaldo Ornelas e Milton Nascimento. Este encontro se deu na boate “Berimbau” do Edifício Maleta, centro de Belo Horizonte, reduto da boa musica e do jazz no final dos anos 60 - pré Clube da Esquina.
... Outros grandes nomes dessa geração eram: Hugo Luiz, Maestro Torres, Maestro José Guimarães, Getúlio, Dino, Plínio, Washington, Pedro Mateus e Luizinho da Guitarra. A maioria desses músicos foram uma grande referência para o guitarrista mineiro Toninho Horta, que hoje tem carreira sólida no exterior.
Nas últimas décadas, desde os Festivais de Inverno de Ouro Preto há 30 anos, foram desenvolvidas inúmeras iniciativas para a divulgação da música de qualidade. Surgiram instrumentistas que ao mesmo tempo são compositores e que desenvolvem suas carreiras gravando discos e se apresentando ao vivo. São eles: Marcus Vianna, Túlio Mourão, Gilvan de Oliveira, Geraldo Vianna, Cleber Alves, Juarez Moreira, Yuri Popoff, Chico Amaral, Celso Moreira, Beto Lopes e outros.
Hoje Minas Gerais é o estado onde mais se promove os festivais de jazz no Brasil. Vale a pena lembrar que o I Seminário Brasileiro da Musica Instrumental, idealizado e organizado por Toninho Horta e UFOP na cidade de Ouro Preto foi marco na história da musica instrumental em julho de 1986. Várias trabalhos foram desenvolvidos a partir do intercâmbio e estudos práticos e teóricos de musica, entre profissionais e estudantes de todo território brasileiro.
A cidade de Belo Horizonte recebe todo mês artistas de fora, mas também promove as pratas da casa. Para Toninho, “a prata” é “ouro”. O seu grande desejo atual é de dar um suporte maior aos mantenedores desta corrente musical singular e de inspiração infinita, que é o jazz de qualidade que se faz em Belo Horizonte.
Toninho Horta é hoje o guitarrista brasileiro com mais atividade no cenário do jazz internacional, com participações em festivais, teatros e clubs, e ministrando workshops em escolas de musica e conservatórios.
Por esta sua representatividade musical e cultural, além de sua intensa luta com a música de qualidade e as futuras gerações de instrumentistas, com certeza este projeto dará um grande avanço na consolidação da música instrumental e do jazz que se faz em Belo Horizonte para o mundo.

geraldo de oliveira

A PRAÇA SIQUEIRA CAMPOS É DO POVO COMO O OVO É DO OMELETE... por Ulisses Germano

Praça Siqueira Campos, Crato-CE nos idos...

O que era não mais volta
Saudosismo é doença
De quem não mais se revolta
E vive da falsa crença
Que deixa o tempo parado
E o pensar petrificado
Petrificando a presença

A praça Siqueira Campos
Localizada no Crato
Sofre a dor de tantos trampos
Dos ignorantes de fato
Levaram os postes antigos
Pra perto dos abrigos
Onde vive o disparato 
 Já descaracterizada
Pela ação dos "engenheiros"
Hoje pode ser chamada
De Praça dos Empreiteiros

(...)

Quando o ignorante age
Nasce muita estupidez
A razão vira um ultrage
E o que sobra é a mesquinhez
Quem se gaba em ser doutor
Na verdade é um ator
Vestido de sordidez

(Cordel: A Praça Siqueira Campos é do Povo como o Ovo é do Omelete... Ulisses Germano)
















Duas faces de uma só natureza - Emerson Monteiro


A mulher e o homem são aspectos distintos, porém integrais, da natureza que os dois formam e se repetem ao infinito. Houvesse ausência de um, e deixaria vazio de não ter tamanho, a ponto da total interrupção dos acontecimentos biológicos que representam a longa história de todos nós.

No decorrer do tempo, contudo, devido aos motivos dos que buscam aprender das condições normais, invés de somar, excluem e criam divisões, a pretexto de reinar a fria competição, a concorrência desleal, da selvageria de um dos sexos, quando eles mesmos sozinhos se completam.

As características da mulher e do homem representam perfeição em termos de organização social, na elaboração da célula mãe da família e dos grupos. De sã consciência, ninguém levantará bandeira de superioridade entre esses dois aspectos essenciais do casal humano à procriação e educação das gerações, no sentido da construção ideal de uma sociedade justa.

As definições de cada um desses distintos elementos compõem a vida e pedem apenas que se respeitem no tanto certo de estabelecerem a felicidade ideal das pessoas. Exemplos haverá aos turbilhões de quem compreendeu tais características próprias da mulher e do homem, frutos da ciência universal. Isso põe a pensar no quanto ainda precisam conhecer dos segredos da paz, até rezar do jeito correto nas cartas das existências coletivas.

A riqueza dessas peculiaridades dos sexos rasga vistas dos que querem aprender o objetivo da lei da Criação, seus sabores e suas normas dignas da mais lúcida exatidão matemática.

Ao observar, pois, a ação amistosa entre os irmãos, o viajante das estrelas conclui que sem a mãe ou sem o pai nada existiria para merecer nome de filhos, e nenhuma história nasceria antes de tudo para se conhecer.

Eis, por isso, qual a solução das crises que sustentam a ilusão de serem opositores as duas manifestações dos que vierem morar algum tempo neste chão comum de dois.

credo

Triste quando alguém nos detesta.
Torce o nariz e franze o cenho.

Triste quando alguém nos odeia.
Muda de calçada e foge da praça.

Pensa em nos assaltar
e nos matar na esquina.

Pensa em pôr nossa fotografia
debaixo do ninho de uma coruja,

uma coruja cega e manca
em noite de lua cheia.

Aterrorizante quando alguém
planeja nossa morte.

Testa veneno em camundongos,
compra uma arma de traficante.

Suo frio só de pensar nas artimanhas diabólicas
que um estranho nutre mentalmente sonhando
com a nossa desgraça.

Triste e patético quando alguém se desvencilha
do nosso abraço e prefere pular do desfiladeiro.

É tão triste quando alguém que nunca nos viu dormindo
nem chorando nem atormentado com a própria sorte
ainda tenta nos esfolar como se esfola um bode.

Triste quando alguém não vai com a nossa cara.
E pede ao vizinho o telefone da polícia.

E pega no nosso pé.
E enche nosso saco.

É triste, meu deus
quando o santo de alguém
não bate com o nosso arcanjo.

É bem mais triste, confesso,
quando esse alguém consegue
incutir em nossa alma tal tristeza.

Ou essa vingança,
uma vontade inebriante
de roubar da mão
do carrasco
a lâmina.

É triste ver a cabeça do nosso inimigo
rolando escadaria abaixo com os olhos abertos.

São Jorge me proteja
e São Benedito me prepare
um cafezinho quente na sua choupana.

Sara Montiel em "noites de casablanca"


Não Vou Sair - Celso Viáfora

Não Vou Sair - Celso Viáfora


A geração da gente
Não teve muita chance
De se afirmar, de arrasar, de ser feliz
Sem nada pela frente pintou aquele lance
De se mudar, de se mandar desse país
E aí você partiu pro Canadá
E eu fiquei no "já vou já"
Pois quando tava me arrumando
Pra ir
Bati com os olhos no luar
E a lua foi bater no mar
E eu fui que fui ficando...

Distante tantas milhas
São tristes os invernos
Não vou sair, tá mal aqui, mas vai mudar
Os velhos de Brasília
Não podem ser eternos
Pior que foi, pior que está, não vai ficar
Não vou sair
Melhor você voltar pra cá
Não vou deixar esse lugar
Pois quando tava me arrumando
Pra ir
Bati com os olhos no luar
E a lua foi bater no mar
E eu fui que fui ficando...

Postado por Aloísio

Um clássico-uma música!


Entre "tapas e beijos"... o "morde e assopra" - José Nilton Mariano Saraiva

Transmitido ao vivo pela TV Assembléia, semana passada (15/09/11), o plenário da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará acolheu os participantes de um seminário abordando o tema “Um basta na corrupção”, promovido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp) e solicitado pelo Deputado Estadual Fernando Hugo (ao qual fizemos questão de comparecer).
Além do próprio, dentre os componentes da eclética mesa figuravam: a jornalista Adisia Sá, o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza Tim Gomes, o jurista Almir Pinto, a conselheira do TCE Soraia Vitor, o presidente da OAB-CE Valdetário Monteiro, o representante do Ministério Público promotor Romério Pinheiro, o bispo emérito de Limoeiro do Norte Dom Edmilson Cruz; o procurador-chefe da Fazenda Nacional Luiz Martins e o Deputado Federal Raimundo Gomes de Matos, que foram unânimes em condenar, sob aplausos, o atual estágio de corrupção vigente no país.
Vale ressaltar o reconhecimento de quase todos para com a presidenta Dilma Roussef que, segundo Tim Gomes "...dá exemplo à sociedade com a demissão sumária de ministros envolvidos em atividades irregulares”; já a jornalista Adísia Sá foi direto ao ponto, ao contundentemente declarar: "Fala-se muito de combate à corrupção. Por que não se diz onde estão? Estou cansada de ouvir a mesma coisa. Temos que dar o nome dos responsáveis. Apontar nomes, provar e punir", cobrou Adísia, elogiando a presidente Dilma Roussef, "...que já pôs na rua vários ministros. Isso é um exemplo para governadores e prefeitos".
A surpresa, entretanto, deu-se quando a palavra foi facultada a algumas pessoas que antecipadamente se haviam inscrito. Foi então que, o Deputado Estadual Moésio Loiola surpreendeu (agradavelmente) a todos. Após as saudações de praxe, manifestou seu profundo desconforto com as recorrentes acusações assacadas contra os políticos em geral e os componentes do legislativo estadual, em particular (embora nas as desmentisse), mas que estariam sendo injustiçados e, dirigindo-se diretamente ao presidente da OAB-CE Valdetário Monteiro, - olho-no-olho - chamou-o de querido, simpático, inteligente, mas...
Mas que ele tomasse providências (e urgentes) porque o poder Judiciário pouco diferia dos poderes Executivo e Legislativo em matéria de mordomia, nepotismo, fisiologismo e que as maracutaias são tantas que tornam praticamente impossível identificar os envolvidos; acusou peremptoriamente (com todas as letras, pontos, vírgulas, acentos e exclamações) a existência de desvio de conduta, fraude, estelionato, negociação de sentenças, venda de liminares, manipulação na distribuição de processos, grilagem de terras, favorecimento na liberação de precatórios, contratos ilegais e malversação de dinheiro público e – muito mais grave - que tinha conhecimento, de fontes fidedignas, que muitos juizes não se davam ao trabalho de sequer ler os processos, manusear os autos, a fim de emitir as sentenças respectivas, dependendo do figurão que estaria por trás e da propina liberada.
Não é preciso dizer que foi aplaudido de pé. Surpreso, o presidente da OAB-CE Valdetário Monteiro (que já houvera usado da palavra) pediu e conseguiu replicar (ou treplicar) e, entre “tapas e beijos, morde e assopra”, os dois se comprometeram a ter uma conversa esclarecedora, a posteriori.
Você, aí do outro lado da telinha, acredita que mudará alguma coisa ???
Ou será que os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) que se rotulam de autônomos e independentes, aqui se igualam e continuarão, convenientemente, defecando pra humanidade ???
Façam suas apostas.

Um achado dos anos 60...


CARLOS JOSÉ- por Norma Hauer



Em 22 de setembro de 1934 nasceu CARLOS JOSÉ, um dos poucos seresteiros ainda em atividade, ao lado de outros que não chegam a ser muito conhecidos, mas apresentam serestas sempre que têm oportunidade.
CARLOS JOSÉ nasceu em São Paulo e veio ainda criança para o Rio de Janeiro.

Conheci-o muito jovem, em Santa Teresa, iniciando-se como cantor, deixando de lado a carreira de advogado na qual se formou e não exerceu.
Nas comemorações pelos 70 anos da Rádio Nacional (em 12 de setembro de 2006) Carlos José apresentou-se no novo auditório da emissora (bastante reduzido, mas ainda espaçoso) sendo consagrado, principalmente interpretando "Esmeralda", seu maior sucesso.

Foi Carlos José quem primeiro gravou várias composições de Luiz Vieira, dentre elas a "Guarânia da Saudade”.

Atualmente, Carlos José faz parte de Diretoria da Socinpro, uma entidade criada em defesa do direito do intérprete. Outro Carlos (Galhardo) foi seu primeiro Presidente, exercendo o cargo por muitos anos, o que o fez afastar-se um pouco de suas atividades como cantor.

Em serestas beneficentes ou não, Carlos José está sempre presente, assim como em discos, constantemente pode-se ouvi-lo em programas como o de Osmar Frazão, aos domingos péla manhã, na Rádio Nacional ou , também aos domingos, na Rádio Bandeirtantes apresentado por Zair Cançado.

Não só Carlos José, mas Francisco Alves, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Dalva de Oliveira, enfim, toda a turma que fez carreira no rádio dos anos 30, 40, 50 e 60 está ali presente com sua voz e sua SAUDADE.
Meu abraço amigo a Carlos José na data de seu 77° aniversário

Paradoxo do Nosso Tempo - George Carlin-Colaboração de Altina Siebra




Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos
rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde,
acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV
demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos
freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos
à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a
rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas
não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,
mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos
menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais
informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos
comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;
do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e
relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas
chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral
descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das
pílulas 'mágicas'.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na
dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te
permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar
'delete'.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas
não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo,
pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o)
e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame...
se ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor,
quando vêm de lá de dentro.

Por isso, valorize sua familia e as pessoas que estão ao
seu lado, sempre.