por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Weak Leaks em Matozinho

Matozinho , amigos, é uma espécie de umbigo ou cloaca do mundo. Nada de novidade acontece no planeta que já não tenha sido experimentado por lá. No 11 de Setembro , alguém lembrou imediatamente um atentado similar acontecido em terras matozenses: um funcionário descontente havia incendiado a fábrica de fogos de artifício de Juca Rasga-Lata, num atentado bastante parecido ao das Torres Gêmeas. Na queda do Boing da Air France, alguém recordou, de pronto, um episódio igual acontecido por ali: Codercino Socó era um funileiro inventivo e resolveu pôr no ar sua invenção inovadora, o primeiro Jumentoplano. Havia providenciado asas para um jegue e as fixou na cangalha do bicho, junto com um funil de flandres que adaptou no focinho da alimária, em feitio de Concorde. Depois levou o bicho para o alto da serra da Jurumenha , vendou-o e, junto com um co-piloto, na garupa, saltou com artefato voador de um despenhadeiro. O acidente foi terrível : pereceram o jumento, os dois comandantes e um bode que , displicentemente , passava embaixo do campo de aviação improvisado. Na queda do Sky-Lab , já havia acontecido algo parecido com um foguete construído por Juvenal Fogueteiro e que saiu doido pelos ares, carregando seu tripulante que nunca mais foi visto : o mocó de estimação de D. Erotildes Candéia.

Semana passada, no entanto, Matozinho pareceu extrapolar todas as expectativas de pioneirismo mundial. No Centro de Convenções da cidade – o Bar do Giba – o professor Alderiano Braveza, com ares doutorais, falou sobre o escândalo do momento: um tal de Weaks Leaks. Segundo ele, esse bicho era uma página na internet, que estava entregando os podres dos governos do mundo todo.

--- Nem D. Filo, meu povo, a maior fofoqueira dessa cidade, desatarraxou tanto desmantelo, tanto desmazelo. É tanta fofoca cabeluda, tanto lavamento de roupa suja, que só vendo !

Na seqüência, Alderiano teve que destrinchar que diabos era internet e como foi que vazou tanto esgoto mundo afora. Ganhara o professor um imediato ar de autoridade e importância, principalmente pela novidade que trazia aos comensais e bebessais do Bar do Giba. O sucesso, no entanto, durou poucos minutos. De repente, Jojó Fubuia, já com a voz meio engrolada, como se tivesse tido um ramo, gritou da ponta do balcão:

--- Isso num é novidade não , fessô, já aconteceu desse mesmo jeitinho aqui em Matozinho !

Todos riram, imaginando que Jojó estivesse tresvariando. Como, se ninguém nem sabia ali o que era essa tal de Internet e esse tal de “xililique” ? Estrategicamente, Fubuia deixou que todos discutissem suas versões pessoais, gozassem dele, como se se tratasse de delírio de bêbado. Depois, com a satisfação de político do PR em obra do DNIT, demonstrou a descoberta da verdade histórica. Muitos lembravam ali de Parsifal Rocha que fora, por muitos e muitos anos, Chefe da Agência dos Correios e Telégrafos de Matozinho, ou seja, chefe dele mesmo. Pois bem, desenterrou Jojó, o homem era discretíssimo, um barnabé a toda prova, dava para fazer confissão no lugar de Padre Arcelino. Rochinha era versadíssimo no Código Morse e o responsável direto pelo envio de telegramas de todos os interessados da região. Nunca se soube de uma história sequer que tivesse vazado dos Correios, através da boca de siri do nosso telegrafista. Em 1960, no entanto, vocês lembram da enchente do Rio Paranaporã, não é, pessoal ? Um inverno de lascar , desses de jia morrer afogada e sapo cururu gritar por bóia. Pois bem, continuou Fubuia, a água entrou de Correios adentro e carregou toda correspondência para dentro do Rio, lembram ? Quando as chuvas pararam um pouco, as águas foram baixando e os meninos caíram dentro do Paranaporã para tomar banho. Junto com eles, saltou Dudeca Morais, aprendiz de marinheiro na Capital e que estava de férias da caserna aqui em Matozinho. Em meio ao banho, aos caldos e cangapés, os meninos deram com uma ruma de fitas dos Correios, todas com enigmáticas escritas em Código Morse : traço, ponto, ponto, traço. A escrita era intraduzível para toda a população, menos para uma pessoa: Dudeca Morais, grumete e que, por questões de ofício, fora obrigado a aprender aquela ingrizia. Pois amigos, vejam como Matozinho é precoce, foi nesse dia mesmo que aqui aconteceu esse tal de Weaks Leaks e Dudeca se transformou no primeiro Julian Assange do universo. Pouco a pouco, ele começou a ler as fitas e a traduzir segredos impensáveis da vila.

Algumas correspondências eram até pitorescas como a de Rochinha, dando notícias de chuva na propriedade, para um tio: “Chuva fina nas Lajinhas, assinado Rochinha “. Um telegrama de Sinderval Bandalheira, o prefeito da cidade, encaminhado para um deputado, era claro : “Mande comissão combinada,construção do Grupo Escolar, só aceito mínimo 50 %”. Um outro do Padre , para o bispo, era terrível: “Sua traidora, você me paga !Nunca mais apresento coroinha para você, mulher gulosa”. Um telegrama de D. Filó, a fofoqueira, para uma tal de Generosa era , igualmente, impublicável: “Volta, malvada ! Minha horta quer teu cenourão!” . Alguns eram um pouco enigmáticos como o da beata Maroquinha para o sacristão Fefeu : “ A chama tá apagando, Fefeu, cadê seu maçarico?”

Segundo, Fubuia, as revelações do Weak Leak matozense, poderiam até ter ido mais longe, não fosse por uma das fitas em que Dudeca, ao ler, empalideceu e empacou. Saiu da água e no outro dia , sem quaisquer explicações, retornou à Marinha e não deu mais notícias. Um dos meninos banhistas guardou a tirinha e, muitos anos depois, ainda encafifado, indo à capital, pediu a um parente do Correio para traduzi-la. Só então se compreendeu: era de D. Gertrudes, mãe de Dudeca, endereçada a um certo Bosco, em São Paulo e dizia:

“Chico é pomba-lesaPT

Não sabe que não é o pai de DudecaPT

Venha terminar o serviçoVG

Seu nojentoPT”

Gegé

J. Flávio Vieira

Conversas Fotográficas


Prorrogadas inscrições até o dia 20.08.2011 até 0:00
Conversas Fotográficas
Encontro com fotógrafos (as), artistas, estudantes e pesquisadores, que será realizado no Centro de Artes Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau, Campus Pirajá – URCA Universidade Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte – CE, nos dias 24, 25 e 26 de agosto de 2011, como parte das celebrações do dia mundial da fotografia. O evento é aberto à comunidade em geral.
A programação se constitui de conversas, mesa redonda, exibição de filmes, projeção de fotos. O evento tem apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste, do Fórum de Foto Ceará, Poesia da Luz.
Como enviar suas fotos para projeção:
Nome Artístico você envia no e-mail
Cidade
Nome da Projeção caso tenha
Release da projeção
Fotos JPG em tamanho 3MB com dimensões no máximo 5184x3456 você pode enviar até 15 fotos
As fotografias podem ser ensaios ou fotos avulsas.
Envie através do link www.wetransfer.com
Receberemos as inscrições até o dia 20 de Agosto de 2011 até 0:00
Aqui nós preparamos a projeção.
Os selecionados receberão certificado de participação.
Só receberemos as fotografias nesse e-mail conversasfotograficas@gmail.com
Ficamos no aguardo da sua inscrição
Cordialmente
Conversas Fotográficas

Mara

Como negar ao meu coração esse carinho
 a esse amor que é tão amigo
que divido aqui contigo
nesses versos que componho,
que suponho seja chão, seja caminho.

Como negar essa paz
 que transmitem os olhos teus,
que não choram com adeus,
não se quedam ante amarguras.

Como fico sem cantar
Lindas loas de amizade
Pra dizer que, na verdade,
Poemas são para brindar
Quem nasceu na poesia
Quem pra mim é flor do dia,
Quem pra mim é liberdade.

Digo, enfim, sem um lamento
Amizade não é momento
É infinito que conduz
Quem a tem, quem a possui,
Para uma estrada que só flui
Somente pra quem tem luz.

Bjs.... feliz aniversário!!!!
Mandei agora porque você estava muito mal criada no seu dia, viu? Bichinha!!!

O sonho... acabou - José Nilton Mariano Saraiva

Pela enésima vez a cidade do Crato foi preterida (ou passada pra trás, pra ser mais preciso), com a confirmação de que a sede da futura Universidade Federal do Cariri (UFCA) será fincada (sem choro nem vela ou ranger de dentes) em Juazeiro do Norte (e os benefícios daí advindo, especificamente para a cidade-sede, são incomensuráveis, embora muitos teimem e insistam em relevar) .
Só que, ao contrário do que propugnam alguns áulicos de plantão (de conveniente e vergonhosa memória curta), não perdemos essa autentica “mola propulsora do desenvolvimento”, na reunião realizada dia desses, em Brasília; perdemo-la, sim, lá atrás, quando o atual prefeito do Crato deixou de comparecer à reunião no recinto da reitoria da Universidade Federal do Ceará (mesmo estando em Fortaleza) onde se bateria o martelo, de uma vez por todas, no tocante à implantação do “Campus-Cariri” da UFC (embrionário da futura universidade), na região sul do Estado.
Pois foi assim, órfã da sua autoridade institucional maior (e num momento de tamanha envergadura em termos de pretensões futuras), que a cidade do Crato teve que se contentar em ser representada por abnegados integrantes de clubes de serviço e associações comunitárias, de posse de uma carta do bispo diocesano; muito pouco e certamente determinante para que, já ali, naquele momento, começássemos a abdicar de sediar uma futura universidade federal, na região (portanto, queiram ou não, a decisão de agora é mero reflexo do criminoso e inadmissível descaso ocorrido lá atrás).
Preparemo-nos, no entanto, porque, pra esconder tamanha incompetência e falta de prestígio das autoridades do município, os tais áulicos de plantão e alguns “cratenses” (???) que não estão nem aí para com o futuro da cidade, hão de entoar (de novo), o velha e surrada cantilena de que “...somos um só povo, uma só nação Cariri” e, portanto, não devemos nos incomodar com o fato de que todos os grandes projetos estruturantes e investimentos governamentais de porte sejam direcionados apenas para uma única cidade da região, mascarada na existência de um engodo descomunal, um blefe sem tamanho: a “pseudo” existência (mesmo que documentalmente oficilializada) de uma tal “Região Metropolitana do Cariri” (na verdade, aqui temos a operacionalização do tal “componente político”ao qual tanto nos referimos, capaz de viabilizar coisas tidas como impossíveis e até, “comprar consciências” – como o “achar normal” que uma só cidade seja beneficiada - como se vê agora).
E aqui vale lembrar uma recente postagem do professor da URCA, Cacá Araújo, onde ele nos mostra que, ao contrário do que afirmam alguns estafetas do caos, no outro lado (Juazeiro do Norte) se joga sujo, sim, e sem escrúpulos, quando se quer conseguir algo, coisa que ainda não aprendemos. Ipsis litteris: “Políticos de Juazeiro do Norte se mobilizaram e desqualificaram o Crato, chegando ao ponto do vice-prefeito de lá, um tal Celestino, ir a uma emissora de rádio "esculhambar" a cidade vizinha, perguntando "quem é que o Crato pensa que é pra tirar as coisas de Juazeiro etc." Vi nessas movimentações e declarações uma espécie de egoísmo, gula política, imbecilidade, desrespeito e despreparo. Vê-se que a raiz do bairrismo e da rivalidade estéril está na truculência, no autoritarismo, na irresponsabilidade e na prepotência daqueles que se valem do poder para massacrar adversários e promover a desinformação e a discórdia - Cacá Araújo” (pois é professor, só que eles, tramando na calada da noite e desonestamente, conseguem tudo, e nós, paladinos da moralidade e dos bons costumes, sempre sobramos na curva e... ficamos chupando o dedinho). Até quando ??? Quando aprenderemos ???
Agora, aqui pra nós, esperar o que de um prefeito que, quando questionado por alguns munícipes no tocante à lerdeza e falta de investimentos na cidade (reunião da Associação dos Filhos e Amigos do Crato-AFAC, em 2009, no CDL, Fortaleza-CE, à qual estávamos presentes) afirmou a plenos pulmões e de forma categórica, que “...o Crato é final de linha; só vai ao Crato quem tem negócios lá”(existirá prova maior de admissão de impotência, de descaso, de falta de tato) ??? O que esperar de uma autoridade municipal que vive o tempo todo “arengando” e criando arestas com o superior hierárquico (o Governador do Estado) a ponto deste, ao circular pela cidade, comboiado por determinado Deputado votado no município, não fazer a mínima questão de anunciar-se antecipadamente (uma praxe institucional) ou sequer cumprimenta-la pessoalmente ???
Fato é que, “o sonho... acabou”.
Resta-nos um consolo, no entanto: que as autoridades juazeirenses, sensibilizadas com a penúria à qual o Crato de há muito convive, sugiram - e o governador do Estado “pegue pela palavra” e determine (ex-officio, de preferência) já que sem qualquer consideração com o prefeito da cidade - que o “aterro sanitário” que recepcionará o lixão de todas as cidades da região (sessenta por cento provenientes de Juazeiro do Norte), com todos os graves problemas que provocará, seja localizado na “Capital da cultura”.
Capital da cultura ??? Mas, como, se a Universidade Federal do Cariri é, de fato e de direito, de Juazeiro do Norte ??? Será que as autoridades juazeirenses estão sabendo da existência desse “epíteto acintoso”, que o Crato teima em difundir ???

Da beleza de Deus - por Ana Cecília S.Bastos( uma poetisa em oração)


Olhos alados.
Palavras sem trégua.
Mas não escrevo, poeswia distante.
Meu manuscrito circulando.
Leitores reticentes.
Dentro de mim o dragão, olhos alados.

Sou um continente e seus rios que correm,mansos
e em fúria.
Sou as palavras desatadas qualdo algo me des-
perta, algo
gratuito e fortuito disperso
em algum atalho,
ou sem caminhos.

Apenas um caminho, e eu distante.
Rios fluem mansamente,
Persisto no erro, furiosamente.
Rios fluem, e sou eu.

Perco a palavra e o destino.
Só o amor de Deus me salva,
a mim,
que não fiz por merecer.

CARIRI ROCK & BLUES



Um encontro de duas grandes expressões musicais do Cariri: as bandas DE REPENTE BLUES e a NIGHTLIFE. Dois estilos que se completam em uma noite que promete ser a sensação desse friozinho gostoso que faz no nosso querido Cariri. A presença de pessoas bonitas, de encontros de corações, de mentes e de muitas alegrias. Momento para amar, beijar, divertir-se com uma música boa, contagiante, gostosa de ouvir e de dançar. Sons, imagens, vozes, olhares e a magia do bem-viver. Assim será sua noite. Assim será o Cariri Rock & Blues: Viver a vida. Deleite-se. Espero estarmos juntos nessa noite.

AGRADECIMENTO:

Aos nossos estimados patrocinadores, empresas e empresários que nos ajuda a tornar essa cena alternativa ainda em voga no Cariri. Então amigos, valorizemos as empresas que são parte super importante dos nossos eventos. São eles:

- PÃO & COMPANHIA - Lojas em Crato e Juazeiro do Norte
- FS INFORMÁTICA - Juazeiro do Norte
- CGL CORRETORA DE IMÓVEIS - de Crato
- SKYLER - Crato.
- CEVEMA - Juazeiro do Norte
- MARIA CABELEIREIRO - de Crato.

Foto de Nívia Uchôa



Meu olhar é sedento

Estou à mercê dos ventos ,

sem proventos.

Em todas as minhas encarnações

trabalhei os números...

Quero a redenção

Haverá tempo ?

Quem sabe eu furo o ciclo?

Pego carona na cauda dos poetas ,

e vou parar no céu que imagino :

Poesia , música, e um cineminha !
(socorro moreira)

Lua - A nutriz das Emoções - Por : Stela Siebra Brito


Como atender nossas necessidades emocionais? Como conviver com as flutuações de humor e os sentimentos de mágoa, frustração e ressentimento? Como entender o porquê de certos hábitos que temos?
Para trabalhar suas necessidades emocionais é preciso conhecer o signo ocupado pela lua no dia em que você nasceu. Você já deve ter se deparado muitas vezes com sentimentos de insatisfação, por se achar “vivendo em um mundo” que não alimenta seus anseios pessoais.
Quando há uma desconsideração pelas necessidades lunares, você pode perceber-se inseguro, distante dos seus sentimentos, separado da sua criança interior, incapaz de contatar com sua sensibilidade e sutileza.
Astrologicamente, a Lua descreve o modelo emocional da nossa alma, descreve como é nossa sensibilidade e receptividade e, também, como nos relacionamos com o feminino interior e exterior.
A busca de proteção, de intimidade, de aconchego, de segurança, o nosso modelo de família e a intensidade de ligação com o nosso passado pessoal são funções da Lua. É ela que mostra a nossa reação instintiva e irracional. Se estamos bem sintonizados com nossos sentimentos ou, se ao contrário, desenvolvemos uma instabilidade emocional, é a Lua quem indica, como também indica nossos hábitos pessoais, inclusive os hábitos alimentares.
É interessante que conheçamos a posição da Lua no dia do nosso nascimento para que possamos desenvolver as qualidades expressas pelo signo lunar. Porém, mais interessante é ter o mapa astrológico interpretado por um astrólogo, para que você tenha uma visão inteira da sua vida. Saber só a Lua, o Sol ou o Ascendente, não é suficiente para a compreensão total da nossa alma e para a realização dos propósitos que nos são colocados como missão de vida, para atingirmos o que nossa alma busca e precisa tão urgentemente realizar.
Se quando você nasceu a Lua estava em Áries você precisa de emoções fortes e de aventuras, você tem necessidade de muito movimento e, logicamente, a rotina é um tédio para você. Já se a Lua está no signo de Virgem, sua necessidade é de uma rotina diária bem organizada, de cuidar do corpo, de ter contato com a natureza.
Não devemos desconhecer nossa essência lunar e, ao conhecê–la, não podemos negligenciar o atendimento de suas prementes necessidades.
A negação da essência lunar pode acarretar doenças, tanto a nível físico quanto emocional. A pessoa que não nutre sua alma lunar pode, por exemplo, desenvolver quadro de depressão, de distúrbios de estômago ou do sistema reprodutivo, pode tornar-se uma gulosa compulsiva e ansiosa. Quando a pessoa está insatisfeita emocionalmente, dissociada do alimento essencial e instintivo da sua natureza interior, vai buscar fora um preenchimento inadequado para suprir sua necessidade. Daí se originam relacionamentos de dependência, neuroses, mágoas, ressentimentos. A tendência é ir buscar nos outros a compensação pelas necessidades não atendidas internamente, projetando uma imagem vista sob um foco e desejo das outras pessoas. E aí a coisa se complica, porque só a pessoa mesma pode reencontrar e curar sua criança interior, alimentando-a adequadamente. Há uma citação de C.Jung que traduz esse estado da alma: “O que quer que alguém tenha dentro de si mesmo, mas não vive, cresce contra si próprio... aquele que negligencia os instintos será emboscado por eles”.
Se você não ativa e desenvolve a sua expressão lunar, haverá uma distorção de funções: a espontaneidade e a criatividade desaparecerão e o lado sombrio e frustrado prevalecerá, complicando sua vida ainda mais, já que, mal atendido emocionalmente, sua tendência é cometer erro por cima de erro, agindo de modo infantil, inseguro ou sob extremo descontrole emocional.
Conscientize-se das suas emoções, instintos e necessidades, aprendendo a lidar com seus sentimentos e a expressar sua natureza emocional.
Alimente a criança interior que habita no seu santuário interno, dê-lhe a intimidade que ela precisa, abrace sua sensibilidade e aprenda com ela a poesia da vida. Aprenda também, e agora, com o poema de Cecília Meireles a ver a sua lua, e saber que ela está lá detrás das nuvens emocionais, esperando o alimento certo para que possa surgir com todo seu encanto, feminilidade, sensibilidade e esplendor. Gloriosa, como bem afirma Cecília no seu poema, que transcrevemos a seguir.

VIMOS A LUA

Vimos a LUA nascer, na tarde clara.

Orvalhavam diamantes, as tranças aéreas das ondas
e as janelas abriam-se para florestas cheias de cigarras.

Vimos também a nuvem nascer no fim do oeste.
Ninguém lhe dava importância.
Parece uma pessoa solta - diziam.
Uma flor desfolhada.

Vimos a lua nascer, na tarde clara.
Subia com seu diadema transparente,
vagarosa, suportando tanta glória.

Mas a nuvem pequena corria veloz pelo céu.
Reuniu exércitos de lã parda,
levantou por todos os lados o alvoroto da sombra.

Quando quisemos outra vez luar,
ouvimos a chuva precipitar-se nas vidraças,
e a floresta debater-se com o vento.

Por detrás das nuvens, porém,
sabíamos que durava, gloriosa e intacta, a Lua.

Stela Siebra Brito


Irmãs da Misericórdia - por José do Vale Pinheiro Feitosa




Leonard Cohen

Uma trilha. Alguma suspeita. Mas a revolução da juventude americana esteve entre a danação e a rebeldia. Enquanto expunham as vísceras da América, queimavam do inferno aos pecados. Amanheciam pedindo perdão aos deuses e anoiteciam em labaredas que os remetiam a restos acendrados.

Entre o progresso dos pós-guerra, a exuberância de uma vida de consumo e os napalms dos campos vietnamitas. Passando a escuta nos ruídos das revoluções sociais e políticas, em desabalado carnaval psicodélico. A conquista da lua e as batalhas campais das ruas. O perfeito estupor de um espírito pecador, ao remorso das frias águas dos mares do norte.

Afinal a revolução do rock foi uma revolta com as chagas do remorso. Aquelas almas sofridas judaico-cristãs. No folk, eletronics, tomando as rédeas dos ritmos negros. Não por acaso tantos se converteram aos exotismos religiosos, às disciplina produtiva ou ao mais careta espírito pequeno burguês.

Beathniks, Allen Ginsberg, Burroughs e Kerouac. On the Road, Neal Cassidy. Hippie e Punks. Marijuana, “The Door of Perceptions de Aldous Huxley. Taoísmo, Budismo, Marlon Brando e James Dean. A América culpada da rebeldia.

Beth Orton

Ao abrir o You Tube neste endereço http://www.youtube.com/watch?v=OV9V-kU621s&feature=related um trilha insinuante tomou conta da noite avançada. Beth Orton, uma jovem cantora inglesa entre o folk e o eletrônico. Nascida no início dos anos setenta canta como sem igual a bela canção SISTERS OF MARCEY de Leonard Cohen.

O canadense judeu, que começou na poesia, novela e romances. Só aos trinta anos veio para a música e teve o mesmo tratamento estético de Bob Dylan. Suas letras são a pura expressão daquela dicotomia entre a rebeldia e o pecado. Esta música do You Tube foi utilizada por Robert Altman no seu filme Mc Cabe & Mrs Miller.

Trechos da letra: Sim, você tem que deixar tudo / Que você não pode controlar; / Ela começa com a tua família, / Mas logo se volta para a tua alma. Leonard Cohen começa a vida morando numa ilha grega onde escreve os livros com os quais se tornariam com fama internacional. Depois vai para Nova York iniciar sua carreira musical, convive com toda aquela geração desbragada, especialmente Janis Joplin.

Entre altos e baixos, levanta fundos para ajudar Israel na guerra do Yom Kippur, desaparece do cenário artística, se torna budista e depois monge. Mas sempre se declarando que não se encontra em busca de uma religião diferente da judaica.

Pois é, entre o espírito da transformação e o pecado conservador.
 por José do Vale Pinheiro Feitosa

"Sensato Coração"-Por Socorro Moreira


Azul, claro,  não falar das novelas da Globo.Assisto-as! Esqueço também de assisti-las. Elas fazem parte do  ócio não criativo.
Os últimos capítulos são quase sempre imperdíveis. Alguns personagens, deverasmente nos tocam seja por qualquer detalhe... A integridade da beleza, no rosto complacente da Beth Mendes; o caráter iluminado da Louise Cardoso, no papel da Sueli; a doçura de Dayse...
Ah, insensato coração!
- O de quase todos, inclusive o meu, em tantos momentos. Quando escorregou e fugiu do canto. Quando voltou cansado, e já quis recomeço.
Vou morrer sem entender a química do amor.
Dulce, na novela das Sete, bem explica sentimentos como amor, paixão... Estes, que sempre nos confundem. (“O amor libera; a paixão escraviza”..., etc e tal).
Estou torcendo na tela e no real para que os afins se encontrem, não se percam, se harmonizem!
Cordel Encantado?
-Um caso á parte!
Acho o Capital Herculano, um homem lindo!
Nestas soltas considerações, espero sempre os próximos capítulos.
Dez anos atrás um amigo me alertou: mulher, para de se emocionar com romances de novela. Viva as suas histórias, no grau superior de intensidade!
Eu bem que tentei. De todas as experiências vividas, a mais difícil é a  do amor unilateral. E ele é só nosso! No fim da estrada é que chega a compreensão maior. Se o sentimento não passa, melhor deixá-lo alimentado dos silêncios.
Hoje, no Sem Censura ouvi um depoimento impressionante da viúva do músico Paulo Moura. Lançou livro a respeito ( recomendo!).
Fala de um amor que não está no passado, e vive no presente numa quase satisfeita, imensa saudade.
O amor não está atrelado á carne, nem à proximidade física. É brisa suave, música de riacho, raio de lua, cheiro de flor... Em todas as suas intrínsecas sutilezas.
O vazio do amor não é prerrogativa das distâncias. Ele é próximo de quem busca a saciedade amorosa, na quietude do seu potencial interior.
Aos 60 anos continuo sem saber o quanto amei, se fui amada... Meus oásis amorosos, no entanto, continuam sendo a sombra do deserto, que é pedaço de vida.