por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 30 de março de 2024

 SOLIDARIEDADE FEMININA ou a..."POSIÇÃO" – (autor desconhecido)


O grande segredo de todas as mulheres com relação aos banheiros é que, quando pequenas, quem as levava àquele recinto era a própria mãe. Ela ensinava a limpar o assento com papel higiênico e cuidadosamente colocava tiras de papel no perímetro do vaso e instruía: "Nunca, mas nunca mesmo, sente em um vaso sanitário de banheiro público". E, em seguida, mostrava a “POSIÇÃO", que consiste em se equilibrar sobre o vaso sem que, no entanto, o corpo entre em contato com o próprio.

A "POSIÇÃO" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, super importante e necessária, e irá acompanha-la por toda a vida. No entanto, ainda hoje, em nossa vida adulta, a “POSIÇÃO" é dolorosamente difícil de manter quando a bexiga está cheia, estourando.

Quando você TEM que ir ao banheiro público, normalmente encontra uma fila de mulheres que faz você pensar que o Brad Pitt deve estar lá dentro. Você se resigna e espera, sorrindo para as outras mulheres, que também estão com braços e pernas cruzados na posição oficial de "ESTOU ME MIJANDO". Finalmente, chega a sua vez. Isso, se não entrar a típica mamãe com a menina que não pode mais se segurar. Você, então, verifica cada cubículo por baixo da porta para ver se há pernas. Todos estão ocupados!

Finalmente, um se abre e você, desesperada, se lança em sua direção, quase que puxando a pessoa que está saindo. Você entra e percebe que o trinco não funciona (nunca funciona); não importa... Você imagina pendurar a bolsa no gancho da porta, mas...não há gancho. Então, você inspeciona a área. O chão está cheio de líquidos não identificados e você não se atreve a deixar a bolsa ali; então, você a pendura no pescoço mesmo, enquanto observa como ela balança sob o teu corpo, sem contar que você é quase decapitada pela alça porque a bolsa está cheia com os 50 kg de bugigangas que você foi enfiando lá dentro, a maioria das quais você não usa, mas que você guarda lá, porque ...nunca se sabe, né ???

Mas, voltando à porta... Como não tinha trinco, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto, com a outra, você abaixa a calcinha com um puxão e se coloca "na posição". Alívio...... AAhhhhhh.....finalmente...

Aí é quando os seus músculos começam a tremer ...Porque você está suspensa no ar, com as pernas flexionadas e a calcinha cortando a circulação das pernas, o braço fazendo força contra a porta e uma bolsa de 50 kg pendurada no pescoço. Você adoraria sentar, mas não teve tempo de limpar o assento, nem de cobrir o vaso com papel higiênico. No fundo, você acredita que nada vai acontecer, mas a voz de tua mãe ecoa na tua cabeça "jamais sente em um banheiro público!!!" e, assim, você mantém a “POSIÇÃO" com o tremor nas pernas... E, por um erro de cálculo na distância, um jato finíssimo salpica na tua própria bunda e molha até tuas meias!! Por sorte, não molha os sapatos.

Adotar a “POSIÇÃO" requer grande concentração. Para tirar essa desgraça da cabeça, você procura o rolo de papel higiênico, maaassss... puuuuta que o pariuuuu...! O rolo está vazio...! (sempre).

Então você pede aos céus para que, nos 50 kg de bugigangas que você carrega na bolsa, haja pelo menos um miserável lenço de papel. Mas, para procurar na bolsa, você tem que soltar a porta. Você pensa por um momento, mas não há opção...E, assim que você solta a porta, alguém a empurra e você tem que freia-la com um movimento rápido e brusco, enquanto grita, OCUPAAADOOOO!!!

Aí, você considera que todas as mulheres esperando lá fora ouviram o recado e você pode soltar a porta sem medo, pois ninguém tentará abri-la novamente (nisso, as mulheres se respeitam muito) e você, enfim, pode procurar seu lenço sem angústia. Você gostaria de usar todos, mas quão valiosos são em casos similares e você guarda um, por via das dúvidas.

Você então começa a contar os segundos que faltam para sair dali, suando em bicas, porque você está vestindo o casaco, já que não há gancho na porta ou cabide para pendurá-lo. É incrível o calor que faz nestes lugares tão pequenos e nessa posição de força, que parece que as coxas e panturrilhas vão explodir. Sem falar da porrada que você levou da porta, da dor na nuca pela alça da bolsa, do suor que corre da testa, das pernas salpicadas...

Heroicamente você resiste a tudo, já que prevalece a lembrança de tua mãe, que estaria morrendo de vergonha se te visse assim, já que sua bunda nunca tocou o vaso de um banheiro público, porque, "você não sabe que doenças você pode pegar ali".... Você está exausta. Ao ficar de pé, você não sente mais as pernas.

Você acomoda a roupa, rapidíssimo, e tira a alça da bolsa por cima da cabeça!...Você, então, vai a pia lavar as mãos. Está tudo cheio de água, então você não pode soltar a bolsa nem por um segundo. Você a pendura em um ombro, e não sabendo como funciona a torneira automática, você a toca até que consegue fazer sair um filete de água e estende a mão em busca de sabão.

Você se lava na posição de “corcunda de notre dame” para não deixar a bolsa escorregar para baixo do filete de água.... O secador, você nem usa. É um traste inútil; então, você seca as mãos na roupa porque nem pensar usar o último lenço de papel que sobrou na bolsa para isso. Você então sai..

Sorte sua se um pedaço de papel higiênico não tiver grudado no sapato e você sair arrastando-o; ou pior, a saia levantada, presa na meia-calça, que você teve que levantar à velocidade da luz, e te deixou com a bunda à mostra!

Nesse momento, você vê o teu carinha que entrou e saiu do banheiro masculino e ainda teve tempo de sobra para ler um livro enquanto esperava por você. "Por que você demorou tanto?" pergunta o idiota. Você se limita a responder: "A fila estava enorme"

E esta é a razão porque as mulheres vão ao banheiro em grupo. Por SOLIDARIEDADE, já que uma segura a tua bolsa, outra o casaco, a outra segura a porta e assim fica muito mais simples e rápido, já que você só tem que se concentrar em manter a “POSIÇÃO" e a dignidade.

Autor: desconhecido

sexta-feira, 29 de março de 2024

 DE VOLTA ÀS SALAS DOS CINES “MODERNO”, “CASSINO” E “EDUCADORA” (ou o “IR LONGE PRA FICAR MAIS PERTO”) - José Nilton Mariano Saraiva


Depois de duzentos anos alguns meses e poucos dias morando em Fortaleza, eis que recentemente fomos surpreendidos agradavelmente ao tomar conhecimento da existência de uma locadora (perto de casa, no Bairro de Fátima) onde literalmente qualquer um é capaz de “desenterrar” (ou “ressuscitar”), de acordo com o gosto do freguês, grandes e épicas produções cinematográficas “do tempo do bumba”, na perspectiva de desejar compor um respeitável acervo particular (tanto que já tomamos a iniciativa de).

Ao razoável preço de R$ 10,00 a unidade, os CD/DVDs são entregues em sua própria casa e possuem uma qualidade muito boa (com alguns guardando as características originais, evidentemente, como a projeção em preto e branco), permitindo-nos empreender uma inolvidável “viagem de retorno” às origens (meninice/adolescência) e reviver momentos mágicos, via agradáveis “sessões nostálgicas” e... solitárias, porquanto os meninos e a mulher acham tudo isso muito “cafona”.

Fato é que, de posse de autênticas “raridades” (algumas abaixo elencadas), adquirimos a propriedade de nos autotransportar às salas dos cines Moderno, Cassino e Educadora, aí do Crato, onde tudo começou, a saber: No Tempo da Diligências (John Waine), Uma Rua Chamada Pecado (Marlon Brando), Gata em Teto de Zinco Quente (Paul Newman), Candelabro Italiano (Troy Donahue), A Bela da Tarde (Catherine Deneuve), A Piscina (Alain Delon), Crepúsculo dos Deuses (William Holden), Os Desajustados (Clark Gable), Bem Hur (Charlton Heston), A Face Oculta (Marlon Brando), Os Imperdoáveis (Clint Eastwood), Juventude Transviada (James Dean), Paixão de Fortes (Henry Fonda), Flechas de Fogo (James Stewart), Os Girassóis da Rússia (Sophia Loren), Doutor Jivago (Omar Sharif), Os Canhões de Navarone (Gregory Peck), Cidadão Kane (Orson Welles), A Ponte do Rio Hway (Willian Holden), A Escolha de Sofia (Meryl Streep), Fugindo do Inferno (Steve McQueen), Guerra e Paz (Audrey Hepburn), Casablanca (Ingrid Bergman), dentre outros.

Apesar de todas serem “joias raras”, particularmente torcíamos e tínhamos uma verdadeira obsessão por rever dois “filmaços” que assistimos no Moderno e que ficaram como que “presos” em nossa mente: SAYONARA (Marlon Brando) e 36 HORAS (James Garner). Inesquecíveis.

Acreditamos que tal tipo de resgate expressa com fidedignidade o “IR LONGE PRA FICAR MAIS PERTO”, porquanto, ao forçar a memória a ir procurar lá na sua parte mais recôndita a lembrança de momentos inolvidáveis, implicitamente estamos a querer manifestar o nosso desejo de ficar “mais perto” do Crato de outrora (de imorredouras recordações) que jamais voltarão.

Haja coração !!!

quinta-feira, 28 de março de 2024

 

O “OVO-DE-PÁSCOA” - José Nilton Mariano Saraiva 

Grosso modo e sem maiores delongas, sob a ótica da Ciência Econômica “fetichismo” seria o artifício de se “dourar a pílula”, valorizando um determinado produto ou mercadoria, aplicando-lhe um caprichado “banho de loja”, agregando-lhe, consequentemente, um valor simbólico ou irreal, calcado na mais “pura fantasia”,  estimulando, assim, pessoas dos mais diferentes extratos sociais (mesmo aqueles que não têm onde cair morto) a o adquirirem avidamente (pra consumo ou pra presentear alguém), em conformidade com a bem elaborada e desonesta ditadura do marketing.


O exemplo acabado e perfeito de tal definição se nos apresenta exatamente nesta época de Semana Santa, quando as grandes redes de supermercado literalmente bombardeiam os consumidores, via telinha, apresentando-lhes desde o “suculento” processo de produção até a exibição de gôndolas apinhadas de “ovos-de-pascoa” dos mais diferentes e variados matizes, privilegiando embalagens chamativas e atraentes, tamanhos variados, ovos com recheio ou não (normalmente um vagabundo “sonho de valsa” de R$ 0,50), e por aí vai. E haja exploração em cima do pobre e indefeso coitado.


E, no entanto, se nos déssemos ao trabalho de friamente analisar a relação “custo-benefício” embutida em transações da espécie, constataríamos a mais absoluta e pura “enrolação”, a desonestidade em essência, bastando para tanto nos darmos conta que uma simplória barra de chocolate, também embalada com esmero, com o mesmo peso do tal “ovo-de-pascoa” e de valor nutritivo semelhante, poderá custar a metade do dito-cujo.


Isto posto, não há como deixar de reconhecer que sábio foi o Marx, que lá atrás já profetizara, em definitivo: “...o fetiche relaciona-se à fantasia (simbolismo) que paira sobre o objeto, projetando nele uma relação social definida, estabelecida entre os homens”.


E aí, vai um ovo-de-pascoa, no capricho (de 100 gramas e custando os olhos da cara) ??? Com ou sem recheio especial ??? Quer embalado pra presente ou vai degluti-lo aqui mesmo ???

terça-feira, 26 de março de 2024

 BOLSONARO, NA DEFINIÇÃO DE ..... BOLSONARO – José Nílton Mariano Saraiva


Com o “sigilo de justiça” retirado pelo Ministro Alexandre de Moraes, agora, à disposição de qualquer mortal comum se acha o vídeo da reunião de Bolsonaro com os integrantes da sua quadrilha, em 05.07.2022, onde ele próprio se autodefiniu:

"COMO É QUE EU GANHO UMA ELEIÇÃO ? UM FUDIDO, UM FUDIDO COMO EU, BAIXO CLERO, ESCROTIZADO DENTRO DA CÂMARA, SACANEADO, GOZADO. UMA PORRA DE UM DEPUTADO, UMA PORRA DE UM DEPUTADO, DE 513. NÃ0 CONSIGO ENTENDER COMO ALGUNS NÃO ENTENDEM O QUE ESTÁ ACONTECENDO. ESSA CADEIRA AQUI É UMA CAGADA, ESTAR COMIGO É UMA CAGADA. VOU EXPLICAR A CAGADA. NÃO VAI TER UMA CAGADA DESSA NO BRASIL".

Alô, gadolândia indomesticável, ajudem o chefe a pelo menos entender a razão dele se achar altamente gabaritado pra ir morar na Papuda (presídio federal de Brasília), dentro de poucos dias.

segunda-feira, 25 de março de 2024

TEMENDO SER PRESO BOLSONARO SE REFUGIOU NA EMBAIXADA DA HUNGRIA NO BRASIL DURANTE O CARNAVAL. (VÍDEOS)

Bolsonaro teve seu passaporte apreendido pela PF e quatro dias depois buscou abrigo na Embaixada da Hungria, onde não poderia ser preso por autoridades brasileira (25 de março de 2024, 15,02 hs)
O jornal norte-americano The New York Times revelou que Jair Bolsonaro (PL) buscou refúgio na Embaixada da Hungria no Brasil durante o Carnaval, temendo ser preso em decorrência das investigações que pesam contra ele, desde tentar um golpe de Estado até falsificar certificados de vacinação.
Bolsonaro teve seu passaporte confiscado pela Polícia Federal em 8 de fevereiro, no âmbito das investigações sobre uma trama golpista. Quatro dias depois, na noite de 12 de fevereiro, Bolsonaro foi filmado entrando na Embaixada da Hungria, onde permaneceu até o dia 14.
Bolsonaro esteve na companhia de seguranças e foi recebido pelo embaixador húngaro e sua equipe. A estadia de Bolsonaro na embaixada sugere uma tentativa de utilizar sua conexão com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, um líder de extrema direita, como um meio de escapar da Justiça. Uma vez na embaixada, o ex-mandatário não poderia ser preso pelas autoridades brasileiras. A proximidade entre Bolsonaro e Orban tem sido evidente ao longo dos anos.
O The New York Times realizou uma análise detalhada das imagens das câmeras de segurança da embaixada, confirmando a presença de Bolsonaro durante o período de sua estadia. Além disso, a verificação das imagens foi complementada por evidências adicionais, incluindo dados de satélite que mostraram o veículo utilizado por Bolsonaro estacionado na garagem da embaixada durante sua visita.
Um funcionário da embaixada húngara, que preferiu permanecer anônimo, confirmou a cooperação na acolhida de Bolsonaro. A defesa de Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto, assim como a Embaixada da Hungria.
***********************************
BOLSONARO ADMITE QUE PEDIU ABRIGO NA EMBAIXADA DA HUNGRIA APÓS APREENSÃO DO PASSAPORTE
Ex-presidente admite permanência de dois dias na representação diplomática em Brasília após a apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal (25 de março de 2024, 15:16 h. Atualizado em 25 de março de 2024, 15:23 h)

O ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou, em declaração ao Metrópoles segunda-feira (25), ter passado dois dias na embaixada da Hungria em Brasília, logo após ter seu passaporte apreendido em uma operação da Polícia Federal, ocorrida em fevereiro.
A revelação, inicialmente reportada pelo jornal americano The New York Times, teve acesso a vídeos do sistema de segurança da representação diplomática no Brasil, mostrando Bolsonaro chegando à embaixada em 12 de fevereiro. "Não vou negar que estive na embaixada sim. Não vou falar onde mais estive. Mantenho um círculo de amizade com alguns chefes de estado pelo mundo. Estão preocupados. Eu converso com eles assuntos do interesse do nosso país. E ponto final. O resto é especulação", afirmou Bolsonaro.
As câmeras da embaixada registraram a presença do ex-presidente brasileiro acompanhado por dois seguranças, onde teria permanecido do dia 12 ao dia 14 de fevereiro. A apreensão de seu passaporte pela PF ocorreu apenas quatro dias antes, como parte de uma investigação sobre uma suposta trama golpista liderada por Bolsonaro após sua derrota nas eleições de 2022.
Bolsonaro, que mantém uma relação amistosa com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, já havia se reunido com o líder conservador em dezembro, durante uma visita à Argentina para a posse de Javier Milei.

domingo, 24 de março de 2024

 

A CORAGEM DE LULA E A COVARDIA DE BOLSONARO

 

Graças ao presidente Lula, que tem agido com frieza e serenidade numa situação instável, existem condições políticas para levar ao banco dos réus Bolsonaro e os oficiais golpistas.

 

24 de março de 2024, 05:20 h

A passagem dos sessenta anos do infausto golpe militar de 1⁰ de abril de 1964, realizado então com apoio da imensa maioria dos veículos de comunicação, exige uma reflexão sobre os dois principais antagonistas políticos da história recente, Lula e Bolsonaro, e suas posições em relação à coragem, essa virtude cardeal, e seu vício oposto, a covardia.

Bolsonaro jacta-se de ser defensor dos atos e do legado do regime de 64, instalado com a violenta supressão do processo democrático então em curso e marcado pela sucessão de graves violações de direitos humanos cometidos pelo regime ditatorial. 

Ameaças, cassações, demissões, prisões, sequestros, torturas, mortes, desaparecimentos, além de todo tipo de arbitrariedades, constituíram um sistema opressivo oriundo da caserna e do meio civil. Contra as sobrevivências desta máquina, a sociedade brasileira, desde o primeiro dia daquele regime, a duras penas, vem ao longo das décadas tentando resistir, lutar, ajustar contas, reparar, fazer justiça, superar, enfim, à medida que o tempo passa e se sucedem as conjunturas históricas. 

O Brasil deve prestar honras aos heróis e heroínas dessa luta. Deve sempre lembrar de cada uma das milhares de vítimas ao longo dessa caminhada. No plano político,  porém,  o representante maior dessa esperança democrática, aquele que se ofereceu e mereceu já há mais de duas décadas, a confiança dos brasileiros para ser o personagem que encarna a valentia de enfrentar a ditadura e sua herança, chama-se Luiz Inácio Lula da Silva.

É uma condição auspiciosa que o país disponha de alguém com o apoio e a coragem de Lula para se prestar a ser a referência dos objetivos nacionais nesta quadra histórica.  Personagens como ele são raros porque são decisivos. Reúnem em si o apoio e a sabedoria para decidir sucessivas disputas apertadas, como eleição e golpe.

Em contraposição, ao passo que avançam as investigações, o país vem assistindo em capítulos o antípoda de Lula, Jair Bolsonaro. Cada vez mais ele é desnudado como autor, promotor e comandante material da vil tentativa de golpe de Estado para impedir primeiro a posse e depois destituir o governo eleito de Lula, o que culminou nas invasões dos prédios dos três poderes em 8 de janeiro de 2023.

Para escapar das consequências de sua incerta  tentativa, Bolsonaro chegou a ordenar a falsificação de seu cartão de vacinação contra a Covid-19. Fugiu assim, em 30 de dezembro, nas vésperas da posse de Lula, para os Estados Unidos, em meio a tentativas de desfechar um levante militar contra as urnas, com apoio de generais do Alto Comando e de tropas do Exército e do chefe da Marinha.

Ao fugir, Bolsonaro foi um "covardão", nas palavras de Lula. Este tomou posse em meio, a uma crise militar bem mais grave do que se sabia à época, embora a antecipação da diplomação e os atentados de dezembro fossem indícios claros de que algo fermentava. O processo democrático viveu sérias ameaças. O maior objetivo da quartelada, o alvo primeiro, era, claro, o próprio Lula. Sabe-se lá o que a insurreição faria de sua figura, embora seja possível especular a partir das ameaças a ministros do STF e do que ocorreu aos palácios desguarnecidos, com forças militares sublevadas, à mercê da turba.  Em meio a tudo isso, Lula encarou a situação e derrotou os golpistas. O papel da primeira-dama Janja não foi irrelevante.

De lá para cá, a investigação policial sobre a tentativa golpista adentra, pela primeira vez na história do país, a participação de comandos militares em um golpe contra a democracia. Graças a Lula, que tem agido com frieza e serenidade numa situação instável, existem condições políticas para, com apoio de comandos mais convencidos da submissão à legalidade, levar ao banco dos réus, junto com Bolsonaro, os oficiais golpistas que neste episódio conspiraram contra a democracia.

Isso significa muito: será dado afinal um limite ao delírio amotinado que vicejava na caserna. Espera-se que o exemplo desça para as polícias militares, tão carentes de controle e submissão ao poder civil. Consumado esse câmbio que se decide agora, em coordenação evidente com o Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal,  restará um país menos vulnerável a intervenções militares.

Difícil imaginar uma homenagem mais relevante às vítimas do regime militar de 64 e aos seus justos anseios por memória, verdade e justiça do que este proporcionado pelo descortínio e – repita-se – a coragem do presidente Lula.

 

sábado, 23 de março de 2024

 

ESTADO DO CEARÁ, PESSIMAMENTE REPRESENTADO - José Nílton Mariano Saraiva


Se no Senado Federal o Ceará tem como representante uma figura folclórica, cujas intervenções se revezam entre o hilário e o ridículo (Eduardo Girão), na Câmara Federal a coisa não é diferente: o  sempre raivoso, falastrão e comprovadamente despreparado André Fernandes teima em nos envergonhar.

 

Já com relação às Forças Armadas, em Brasília o cearense Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, após atingir o generalato, foi um dos mais ativos participantes das reuniões com Jair Bolsonaro quando da preparação do golpe que quase vingou e, sim, tomou conhecimento e aprovou os termos da minuta golpista, prontificando-se a ajudar o chefe (ele é um dos que aparecem no vídeo daquela reunião de conspiradores, discursando sobre o quê já tinha feito para ajudar).

 

Por aqui, um outro cearense, com patente de general, Estevam Cals Theófilo Gaspar de Oliveira, admite ter participado, naqueles tempos tenebrosos, de pelo menos três reuniões com Bolsonaro, em Brasília, onde tratou: a) de “assuntos corriqueiros” (???); b) de “ouvir lamentações do Bolsonaro sobre o resultado das eleições” e, c) “para entregar-lhe um presente institucional” (alguém sabe o que é isso ???).

 

Pelos exemplos expostos, a conclusão obrigatoriamente é uma só: definitivamente, nossos parlamentares e generais (principalmente estes) já não são os mesmos, daí o Estado do Ceará se achar pessimamente representado.    

 



segunda-feira, 18 de março de 2024

 BOLSONARO: “XEQUE MATE” – José Nílton Mariano Saraiva

Os CONTUNDENTES depoimentos à Polícia Federal prestados pelos ex-comandantes do Exército (general Marco Antônio Freire Gomes), e da Aeronáutica, (brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior) não deixam qualquer margem de dúvida: após a divulgação oficial do resultado da eleição presidencial, em mais de uma reunião com a cúpula do governo (às quais estiveram presentes), Bolsonaro e os seus generais(zinhos) de estimação trataram, sim, e insistentemente, da possível deflagração de um “GOLPE DE ESTADO” visando manter-se no poder, “NA MARRA”, já que houvera sido reprovado pela maioria da população nas eleições livres de dias atrás.

À época espalhou-se a notícia que teria deixado a “gadolândia” ouriçada e em polvorosa: é que, em razão da derrota eleitoral, Bolsonaro apresentava um quadro depressivo preocupante e agudo, quem sabe até capaz de leva-lo a cometer alguma loucura; tudo papo furado, tudo blasfêmia, tudo enganação, tudo babaquice, tudo uma deslavada mentira. Vitimização escandalosa, e só.

Na verdade, sabe-se agora, depois do desfavorável resultado das urnas, Bolsonaro juntou a “nata” dos insurgentes do seu entorno (seus generais(zinhos) de estimação) e, juntos, diuturnamente passaram a tentar viabilizar a adoção de alguma medida jurídica que tornasse possível reverter o resultado das urnas: assim, sequencialmente foram elencados a implementação do instrumento Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ou o Estado de Defesa, ou Estado de Sítio, em relação ao processo eleitoral.

Mas, aí, esbarraram no comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, que se negou incisivamente a apoiar tal excrescência, atestou a legalidade do processo eleitoral e, ainda, o ameaçou de prisão se tentasse utilizar-se de medidas antidemocráticas.  Na oportunidade, recebeu o apoio incondicional e a solidariedade do comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. (o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, ao contrário, pôs a tropa à disposição do golpista Bolsonaro).

Tal reação dos dois comandantes causou perplexidade e alvoroço entre aqueles mais próximos de Bolsonaro, tanto que o general-anão Augusto Heleno se mostrou “atônito” com a situação, enquanto o general Braga Neto, bem ao estilo do chefe querido, simplesmente cognominou o general comandante do Exército como um “CAGÃO”.

Resta, agora, que o Supremo Tribunal Federal perca a excessiva timidez que tem adotado até aqui, e decrete a prisão dos insurgentes e conspiradores, à frente Bolsonaro.

XEQUE MATE é o remédio recomendável pra essa turma.

Post Scriptum:

Xeque-mate é uma expressão usada no enxadrismo para designar o lance que põe fim à partida, quando o Rei atacado por uma ou mais peças adversárias não pode movimentar-se para outra casa, tomar a peça que o ameaça ou bloquear o ataque com outra peça.

sexta-feira, 15 de março de 2024

 BOLSONARO: DO “RUGIR” DO LEÃO AO “MIAR” DO GATINHO – José Nílton Mariano Saraiva

Quando na companhia dos seus generais(zinhos) de estimação, Bolsonaro (que quando na ativa só chegou a tenente, já que depois foi expulso do exército por mau comportamento) não tem o mínimo respeito pelas respectivas “patentes” e age tal qual faz com os integrantes da “gadolândia” (aqueles, que o têm como um “mito”): é uma figura intolerante, sectária, grosseira, mal educada, desrespeitadora, mentirosa, desafiadora e por aí vai.

E isso todos nós presenciamos recentemente quando da divulgação de um vídeo/áudio da última reunião que fez com os próprios (e demais ministros civis), ao grosseira e abruptamente “cortar” a palavra do general-anão Augusto Heleno, um dos seus principais assessores e chefe do Gabinete de Segurança Institucional e, à época, um dos reacionários instigadores do golpe então em gestação (desautorizando-o e desmoralizando-o ante os demais),

Na oportunidade, o general-anão tentava persuadir o chefe de que o golpe de estado fosse operacionalizado antes da eleição presidencial, já que àquela altura, conforme demonstravam as pesquisas internas, a derrota se mostrava iminente.

E ali, usando de pornografia barata e chula (tão comum em suas falas, privadamente ou mesmo em público) o Bozo incitou os presentes a difundirem as mentiras que ele recorrentemente divulgava, independentemente da inverossimilhança (condição do que não parece verdadeiro ou provável), porquanto ao arrepio à lei.

À frente, na mesma reunião, traiu, com desfaçatez e leviandade, todos os que ali se encontravam, quando, ao ser indagado por um deles sobre se aquele encontro estaria sendo gravado, peremptoriamente afirmou que não, que a gravação comportaria somente a sua fala (ou seja, poderiam expressar-se da maneira que bem quisessem, que ninguém mais tomaria conhecimento e, pois, não seriam penalizados, a posteriori). Sinal verde para que os incautos verbalizassem através de impropérios um turbilhão de irregularidades, que depois todos tomamos conhecimento.

Fato é que, ali a dinâmica do pretenso golpe foi explicitada em toda a sua crueza e nudez, daí não restar dúvida alguma sobre as intenções conspiratórias daquele ajuntamento de lambe-botas.

Não se entende, pois, por qual razão o Supremo Tribunal Federal não determina, num primeiro momento, a prisão imediata do mentor (Bozo) e, mais a frente, dos demais integrantes da quadrilha - seus generais(zinhos) de estimação (aliás, por que não, a gangue toda ???).

Com um passado que definitivamente o condena, já que provas há em profusão (em vídeo/áudio) sobre os abusos e crimes que praticou, não esqueçamos que nos palanques da vida, incitando a “gadolândia” Bolsonaro costumava RUGIR como um leão, preferencialmente contra o Supremo Tribunal Federal, e em particular o Ministro Alexandre de Moraes (que, aliás, conforme o script arquitetado, deveria ser preso imediatamente após a deflagração do golpe).

Frustrada tal tentativa, graças a ação imediata e conjunta dos poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário), na pessoa dos seus respectivos presidentes, hoje Bolsonaro ver a casa literalmente cair, quando alguns dos seus principais assessores revelam detalhada e minuciosamente toda a trama criminosa urdida nos salões palacianos.

E aí, ante a perspectiva de ser preso, tal a robustez das provas apresentadas por testemunhas presenciais/ oculares (inclusive alguns militares), o valentão Bolsonaro vergonhosamente MIA como um gatinho e faz emergir sua verdadeira personalidade de frouxo, irresponsável e fujão, ao sugerir pateticamente que ele e seus comparsas sejam anistiados (ou perdoados).

Particularmente, acreditamos não existir retorno: ou o Supremo Tribunal Federal o penaliza duramente por tudo o que fez, prendendo-o preferencialmente num presídio de segurança máxima (face a alta periculosidade que representa), ou o próprio Supremo Tribunal Federal restará desmoralizado.

A pergunta então é inevitável: por qual razão tanta demora, tanta burocracia, tanta paciência do Supremo Tribunal Federal ??? Estão esperando o quê ???


domingo, 3 de março de 2024

 

“MELAR O BICO” + “USO DO CELULAR” – José Nílton Mariano Saraiva

As estatísticas disponibilizadas à sociedade não deixam dúvidas: apesar das recorrentes reclamações dos apreciadores de uma cervejinha estupidamente gelada (preferencialmente nos fins de semana) ou de uma dose revigorante (aqui diária) da tradicional  “MARVADA” (a cachacinha, só pra “abrir o apetite”), a verdade verdadeira é que, após a adoção da chamada “Lei Seca”, não mais que de repente caíram paulatinamente o número de acidentes no trânsito (embora pontualmente ainda aconteçam), as brigas e agressões nas vias públicas, os atendimentos hospitalares, queixas policiais e por aí afora.

É que, de par com a perspectiva (apavorante para alguns) proibição de dirigir, via cassação da habilitação, a salgadíssima multa aplicada (quase três mil reais) a quem for de encontro à nova ordem constituída, leva o indivíduo a pensar duas vezes antes de decidir “MELAR O BICO” e sair por aí desrespeitando gregos e troianos.

No entanto (e complementarmente), um outro hábito, tão ou mais nocivo e pernicioso envolvendo o trânsito, ficou um bom tempo de fora (agora não mais) e provocou acidentes diversos e até com gravidade: referimo-nos ao hábito de se dirigir falando ao celular o que, comprovadamente, desvia a atenção do guiador e o induz ao erro, muitas vezes fatal.

Hoje, com a correção devida, além da inabilitação temporária para guiar, aquele que for flagrado dirigindo e falando ao celular ao mesmo tempo, receberá como “PRÊMIO” a obrigação de pagar aquela multa draconiana.

Em termos de coletividade, no entanto, tal providência (vigente dos dias atuais), certamente complementa as benesses já propiciadas pela temida e antipática, mas paradoxalmente benfazeja Lei Seca, apesar dos muxoxos, chiliques e inconformismo daqueles que vivem eternamente com uma sede insaciável, os famosos “papudinhos” da vida.