por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Por Norma Hauer

O PASSARINHO DO RELÓGIO
"Cuco, cuco.cuco...
O passarinho do relógio está maluco...

Foi a 25 de janeiro de 1916, que nasceu, aqui no Rio de Janeiro, o compositor MILTON DE OLIVEIRA, que, formando dupla com Haroldo Lobo, venceu vários carnavais, quando o "povão" brincava de verdade.

Como todo menino pobre começou a trabalhar bem cedo, em uma tipografia e, apenas com 16 anos, era revisor do jornal "A Nação".

Nesse mesmo ano compôs seu primeiro samba (não gravado) e em seguida teve sua primeira gravação:"És louca", na voz de Jaime Vogeler. Jaime Vogeler, bastante conhecido na época, não chegou marcar muito o repertório de nossa música.

Em 1937 compôs dois sambas , ambos com Max Bulhões", que "estouraram" pela voz de Patrício Teixeira: "Não Tenho Lágrimas" e "Sabiá Laranjeira".

O suicesso de "Não Tenho Lágrimas foi tão grande, que Nat "King" Ciole, quando aqui esteve o gravou em um "português" cheio de sotaque.

Mas foi sua parceria com Haroldo Lobo que o transformou em um dos campeões do carnaval.

Haroldo fez parceria com Milton de Oliveira na maior parte de suas composições, como:"Juro"; "Índio Quer Apito";"A Mulher do Padeiro";"Clube dos Barrigudos"...

Ele gostava de fazer melodias sobre bichos, daí ter composto "O Passarinho do Relógio", quando surgiram os primeiros relógios com o Cuco; "Passo do Canguru";"Miau Miau" e "Tem Galinha no Bonde", todas gravadas por Aracy de Almeida.

O bonde, veículo popular em sua época, ainda serviu de tema para "O Bonde do Horário já Passou" e "A Mulher do Padeiro", que "viajava só no bonde de Alegria".

Sem fugir dos transportes, compôs,"Oito em Pé". Esta música surgiu porque na época passou a ser permitido que os ônibus levassem oito passageiros em pé.

Hoje pode parecer inconcebível, mas nos ônibus não era permitido que os passageiros viajassem "em pé" até que um decreto permitiu que viajassem oito em pé.

Daí Milton de Oliveira, ainda com Haroldo Lobo, compôs

"OITO EM PÉ"

Sobe Seu José,
Sobe seu José.
Sobe, sobe, sobe
Que ainda cabem oito em pé."

Em 1939 Carlos Galhardo obteve sucesso no carnaval com dois sambas da dupla Milton de Oliveira e Haroldo Lobo: "Sonho Lindo" e
NÃO PODE SER

"Ela quer que eu abandone a orgia,
Não pode ser.
Mas, se tal coisa acontecer
A nossa amizade vai morrer
Ou eu deixarei de viver."

No molde de um conhecido tango argentino, Milton e Haroldo compuseram "Porteiro, Suba e Veja", que teve uma resposta:"O Porteiro Subiu".
Ambos gravados por Patrício Teixeira.

Em 1942, além de "A Mulher do Padeiro" lançou "A Mulher do Leiteiro", ambos gravados por Araci de Almeida, a cantora que mais gravou músicas da dupla.

Muitos anos depois da morte de Haroldo Lobo, que não chegou a ver o sucesso (em 1942) do samba "P'ra Seu Governo"este foi gravado, em um LP, por Beth Carvalho em 1970.

Milton de Oliveira faleceu em 10 de dezembro de 1986, aos 70 anos.
Norma

Boa madrugada, povo da prosa e da poesia !

Minha vida corre na simplicidade
Café, almoço e lanches.
Vivo as merendas e uns recreios adultos como: cozinhar rapidinho; fazer compras desnecessárias e básicas; alugar filmes, ler páginas de alguns livros, visitar minha mãe, dar uma passada no blog, onde posto, principalmente para encontrar a poesia dos poetas errantes, que me deliciam.
Quando as postagens estão reduzidas, vem a compulsão de encher a tela com algo, que me diz ser interessante, e que eu compartilho.
Outro dia um amigo falou-me: o blog está legal, mas pareceu-me por demais amador. É isso mesmo!
Teria pessoas pra incrementá-lo tecnicamente, mas descobri que o simples resolve, e prescinde de acessórios.Se alguém desejar brincar um pouquinho nas configurações, habilite-se. O caminho é livre para qualquer colaborador. Aqui não existe dono, nem mediador.
Estou sem checar as efemérides diárias. Quando lembro que é o dia D de alguém que gosto ou admiro, então aproveito para prestar uma reverência.

Paz, alegria e inspiração para todos !

O amor





III

Mas quando o amor se torna em paixão verdadeira,
Puro como uma hóstia erguida sobre o altar,
Quando um amor domina uma existência inteira
Como a Lua domina os vagalhões do mar;
Quando é o amor radiante, esplêndido, que arvora
Em nossos corações um pavilhão d'aurora
Desdobrado no azul, quando é o amor profundo,
Um amor que nos veste uma rija armadura
Para se atravessar a batalha do mundo,
Como um leão atravessa uma floresta escura;
Então adoro o amor, de joelhos, como adora
No topo da montanha um índio o Sol doirado,
Porque um amor candente é uma hóstia d'aurora,
E o peito que o encerra é um sacrário estrelado!

Guerra Junqueiro, in 'A Musa em Férias'

Tom e Vinícius- Ótimos !

- ATT de José Nilton de Figueiredo

melancolia

por favor, guarde suas palavras
para outro dia
guarde o desejo
de se afastar noutro lugar
por que não esquece
de uma vez que as dores
também secam, como uma flor seca,
como o dia acaba?

eu não sei quantas vezes
será preciso abrir as portas
do meu coração, eu não sei
ainda ontem o sorriso em seu rosto
tinha um tom que sempre
precisamos encontrar

é de noite agora?

como é possível
que eu não saiba as cores
de seu sentimento?
uma velha rua se abre
diante de meus olhos
nela você passa,
leva algo de mim
que me afoga
e nada posso fazer

é tão triste!

Para os meninos de 50 anos...

Vocês sabiam ?

"Você já doou sangue? O que acha? Já fiz, contingencialmente, mas conheço um argumento que torna a doação de sangue desnecessária, quase sem importância: a urina da pessoa tem a mesma composição química do sangue dela, de modo que não utilizamos o sangue de outra pessoa em transfusão, mas a nossa própria urina, se houver uma necessidade extraordinária! Li isso na internet. Aliás, ao se bebê-la, em todos os casos, não se precisará nunca de transfusão de sangue. – Desde a revolução industrial, quando os laboratórios internacionais capitalistas usurparam a direção da Medicina, o conhecimento natural, tradicional, é de todas as maneiras escamoteado; cometem o sacrilégio de associar a urina à fez (excremento), o que é absurdo.

A urina é pura, não há filtro mais potente que o sistema renal. O mau cheiro que tem a das pessoas em geral é por causa de tanta intoxicação, ao longo de sua vida, tanto física quanto psíquica, e há ali uma supergrande concentração de anticorpos, para tantos problemas em circulação no seu sangue. Se a pessoa não os ingere, eles ficam sendo produzidos o tempo todo, e a pessoa a cada dia mais e mais se intoxicando, física e mentalmente... As pessoas jogamos (menos eu!) a urina fora, esquecendo-se de que, quando eram gestadas, viviam num mar de urina! Você sabe que o líquido amniótico é composto de urina principalmente, não é isso? Assim, se a pessoa a recicla, reingere, rapidíssimo ela se desintoxica, melhora sua qualidade de vida 1.000% e a sua urina recupera o sabor natural maravilhoso – melhor que água de coco, só comparável mesmo, em sabor absolutamente superagradável, ao leite materno!"

"A vida é bela" - Leitura sugerida e apreciada por Luis Eduardo

A Vida é Bela, Dominique Glocheux, de pensamentos – que começa com:

1. Seja simples. (Mas citou na introdução Oscar Wilde: “Eu me contentarei com o melhor”...)
2. Esforce-se 24 horas por dia para não criticar nada nem ninguém.
3. Aprenda a preparar uma massa deliciosa.
4. Acredite no amor à primeira vista. (Foi isso que senti, quando nos conhecemos!)
5. Se nunca comeu, prove um pouco.
6. Aprenda a dizer NÃO muitas vezes. (Se não fazemos assim, nosso tempo nos é tomado... [Comentário meu, pois fui geralmente vítima disso...])
7. Mande suas cartas com selos de coleção.
8. Decore sua casa da maneira mais aconchegante e confortável possível. (Aqui acho que tem muito a ver com você, e tem alguma coisa a ver comigo também!!)
9. Pegue um bebê no colo. É bom demais (... e muito mais...)
10. Sorria para todas as pessoas cujos olhos cruzarem com os seus. (Sempre foi minha intenção, mas preciso praticar mais, porque estive nesse tempo muito mental, e assim a gente nem vê as pessoas...) (Continuando a transcrição de alguns pensamentos do A Vida é Bela.)
11. Tenha um animal de estimação. Manso, afetuoso. Renda-se. (E agora? É verdade, um animal de estimação... Mas é preciso que aprendamos a lhe ensinar a diferença dos espaços dele e nosso, ou subirá em nossa cama e comerá em nosso prato... Afinal, temos energia diferente da dele...)
12. Volte aos lugares e lembranças de sua infância. (Fiz isso, faço de vez em quando; grande momento de felicidade, que você vive!)
13. Diga mais “Eu te amo” e “Senti saudades”. (Com certeza!!)
14. Doe sangue.

Água do Céu. Liduina Vilar.

Chuva no solo
Chão agradecido
Passarinhos se abrigando,
A natureza em festa,
O roçado umedecido.

O homem se preparando
para a safra que há de vir...
Sorrisos nos lábios,cantoria,
Alegria, nada de prantos.
Vem muito milho verde,
arroz, feijão e pequi.
As pessoas celebram satisfeitas:

CHUVA NO CARIRI!

O espelho deste mundo - Emerson Monteiro


Quem quer saber o que seja o mundo, olhe lá dentro de si e verá apenas o reflexo do que queremos para as ações diárias. Ninguém espere resultado diferente do que aquilo que produz. Por isto, nada de esperar seriedade na política sem participar do processo político na altura certa das oportunidades oferecidas todo tempo através das democracias.
Postular segurança pública e correr léguas do convívio da própria comunidade em que vive demonstra contradição. Reclamar da sorte refugiado por trás de muralhas invioláveis, enquanto drogas e armas correm soltas nas madrugadas, destoa do dever. Falar em união de todos e eximir-se do mínimo em aproximação com os demais do grupo social, animais solitários, engana a si quem age desse modo.
A realidade possui a nossa cara, a minha, a sua, o DNA coletivo. Nada muda se a pessoa não mudar, dizem doutrinadores, todo tempo, porquanto assim é se nos parece. Seja a mudança que quer para o mundo, afirmava com autoridade o líder indiano Mahatma Gandhi, revolucionário de uma nação que acreditou nos ensinos de paz da sua mensagem e reverteu séculos de colonialismo.
Quantas e tantas vezes reclamamos coerência e honestidade dos nossos representantes, e, durante os turnos eleitorais, agimos qual eles agirão depois que os elegemos, bolsos cheios dos cheques em branco dos nossos votos. Nem tudo só desespera, nesses tempos distorcidos que pedem luzes. Há provas incontestes de amor ao bem público nas providências dos responsáveis sérios que ainda existem nos postos-chave, desde que os levemos até esses lugares da mais importante valia. Diz a sabedoria popular que quando virmos um jabuti em cima de uma estaca de certeza alguém o botou na posição, porquanto jabuti não sobe estaca. Quando um político preenche o mandato significa que os cidadãos o levaram ao lugar.
Filtro dessas representações políticas são os eleitores. Caso reclamemos dos mandatários, eles mostram a cara da sociedade, a nossa cara, também. Esta a equação mais simples do que acontece desde que o homem é homem, na história.
Por isso, perante a república em que vivemos, nós e nossas famílias, as mudanças principiam no dia das eleições, ao preço do suor das pessoas que sofrem; dos inocentes que padecem fome; das mães que vendem filhos; crianças que se prostituem pela ausência do respeito das orientações corretas; jovens desencantados e marginais; ruas esburacadas, sujas, abandonadas; padrões conturbados de horas críticas e contradições, e erros sem alternativas; desmandos e servidão.
Receita simples esta, a quem queira rever os equívocos acumulados: Abra os olhos e veja no espelho da consciência; interprete os meios conquistados nas existências; limpe o espelho dentro de si e trabalhe para descobrir e reavivar as esperanças perdidas pelos que esqueceram das chances de melhorar este mundo.

Cantigas de Bordar- Saudade - Por Corujinha Baiana




Cantigas de Bordar – Saudade

Hoje é Dia da Saudade. “ E por falar em Saudade...”, lembrei-me da minha infância, e com ela, a imagem da minha mãe sentada à máquina de costura. Na sua máquina ela bordava, e nela criava verdadeiras obras de arte.

Mas não só bordava... o mais bonito é que enquanto bordava, cantava ...e quanto mais cantava, mais encantada eu ficava.

E as linhas melódicas das cantigas se mesclavam às linhas multicoloridas dos galhos, folhas e flores dos seus bordados.

Eu, criança, ouvidos e olhos atentos, a escutava extasiada ( vale dizer que ela era afinada, e tinha uma voz muito agradável ).Mas dava para perceber que havia uma certa melancolia naqueles versos, que eu não conseguia compreender muito bem. Mas a mim, isso não importava. Só sei que eu gostava de ficar ali, sentada no batente da sala, escutando a minha mãe, e pronto !

"Nesse mundo não pretendo mais amar, só a ti, só a ti, foi quem amei ...” E no seu pot-pourri melancólico, ela emendava :"Ao viajar pros Mares do Sul, ele partiu dizendo ...”
" Meu bem te espero essa noite no portão, porque sozinhos precisamos conversar ...”

Como eu amava aquelas cantigas ! E é importante frisar ( só mais tarde tomei conhecimento ), que cada letra, segundo ela, estava relacionada a uma história da sua vida e ao seu romance com o meu pai.

Mas, entre todas as músicas que minha mãe cantava, havia uma que tocava profundamente a minha alma de criança sensível que eu era.

" Saudade quem é que não tem ?... ”
................................................................................................................................................................Passado algum tempo, por acaso, escutei no rádio a música que minha mãe cantava ( Hoje eu sei que era uma regravação de “Saudade”,composição de Jayme Redondo,do ano de 1929, na voz de Dalva de Oliveira ).

Durante muitos anos, tentei encontrar essa música para lhe dar de presente, mas sempre em vão. Só hoje, tantos anos passados, pesquisando na Internet, encontrei a música tão procurada. E não só por Dalva de Oliveira ( 1961 ),encontrei também uma gravação anterior, na voz de Paulo Tapajós, de 1950.

E assim, hoje - "Dia da Saudade", lembrando as "Cantigas de Bordar" da minha mãe, me vejo a cantar com “ ELA ”:

" Saudade,
Quem é que não tem ?
Só mesmo alguém,
Que nunca quis bem.”
................................................................................................

( Coisas de Família - "Cantigas de Bordar" - Corujinha Baiana - 30 de janeiro de 2010 - Dia da Saudade )

DO BAÚ DE STELA- Por Stella Siebra Brito



Mãos


Mãos crianças brincando de ciranda e de amarelinha,
desenhando a luz da manhã, inquietas, atuantes.
Mãos brincantes:
colhendo frutos,
aparando a chuva,
cortando a cana,
cortando o vento,
cortando a água.


Silêncio.
Música e silêncio.
Som de suave flauta invade a alma.
As mãos vão se abrindo dançantes,
contando muitas histórias,
histórias cicatrizadas em bordado de linhas coloridas.
Cores vibrantes,
cores marcantes.


Mãos de mulher:
amorosas,
suaves,
cálidas,
receptivas.
ao toque, ao encontro
de outras mãos,
de tuas mãos que invadem as minhas
e aí se completam, se entregam,
encantadas,
mergulhadas
no som da Nona Sinfonia que ecoa por todo Universo.


(10/05/06)

Leny de Andrade


Ela é um arraso como intérprete da MPB. Hoje faz aniversário, e eu não resisto em homenageá-la. Repertório cuidadoso, voz assimilável, nos recantos do coração.
Suspiro, quando escuto Leny de Andrade !

Tom Jobim


Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido como Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro.

É considerado um dos maiores expoentes da música brasileira e um dos criadores do movimento da bossa nova. É praticamente uma unanimidade entre críticos e público em termos de qualidade e sofisticação musical.


* Não dá pra esquecer Tom Jobim dia nenhum do ano.
Imagina hoje, que ele completaria nova idade.
Tornou-se imortal, em vida.
Todo dia é dia de lembrar Jobim.
'...um sonhador tem que acordar ..."
E dormir de novo pro sonho voltar.

Modigliani- Um filme, uma música



Amedeo Clemente Modigliani (Livorno, 12 de julho de 1884 — Paris, 24 de janeiro de 1920) foi um artista plástico e escultor italiano que viveu em Paris. Um artista principalmente figurativo, ele se tornou conhecido por pinturas e esculturas em estilo moderno caracterizado por faces mascara e alongamento da forma. Ele morreu de meningite tuberculosa, agravada pela pobreza, excesso de trabalho, alcool e drogas (haxixe).