por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 18 de março de 2013

Gritando o cordel ...- por Ulisses Germano

Benevolência e coragem
Brotam na sabedoria
Desgraça pouca é bobagem
Nós estamos numa fria
A terra toda esquentando
Água do mar aumentando
E a estupidez dando cria

Tempestade - por Socorro Moreira


Noite de chuva. Estou longe dos coqueiros e das carnaúbas.Chove no telhado, sinfonia divina. Clarões esclarecendo e iluminando a magia da vida.
Lembro da minha mãe falando das tempestades , na fazenda do Piauí... Dizia-me :
Árvores altas atraem raios. Eu aconchegava-me no seu colo, enredava-me nos lençóis com cheiro de alfazema e xixi. Rezávamos no mental para o nosso Anjo-de-Guarda, enquanto minha avó acendia velas e candeeiros, murmurando o rosário da Conceição, e cobrindo os espelhos com panos de seda.
Perguntava-lhe de forma velada, mas corajosa :
As torres das igrejas teem pára-raios ?
E no mato ? Quem protege o caipira de morrer esturricado ?
Chove no preseente , e o meu medo foi embora.
Só tenho medo das loucuras do coração, mas sei controlá-las.
A paixão é cega , descabela.
Deixa carecas homens e mulheres
O enamoramento é Alfa, Beta, Romeu ...
Eu sei que és vivo, e isso me deixa perto.
Eu sei que és lotado, e isso me deixa calma.
Boto um sorriso bem vestido,pendurado no cabide dos lábios.
Sorriso apaixonado é enrubescido de verdades.

A chuva agora é mansa. Estou terna de noite linda. Estou cheia de amor bem- estar.
Celebro com a natureza, a vida !

A liberdade de alguém definir, sozinha, o que seja liberdade. Por José do Vale Pinheiro Feitosa

A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.”

Este parágrafo inteiro, reproduzido no Globo On Line foi dito por Maria Judith Brito, executivo do grupo Folha de São Paulo e atual presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) ao se manifestar contra o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH3. O Programa foi elaborado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal.

O parágrafo é verdadeiro quando identifica a sua luta contra o Programa e foca seu debate no governo federal, obviamente o verdadeiro autor de tais medidas. Daí em diante o parágrafo é a prova cabal do quanto o debate político nacional, promovido pela imprensa, é frágil e equivocado. A fragilidade já começa de cara na idéia de poder, liberdade e limites. Numa sociedade de massa, como são as modernas sociedades, a majestade só cabe ao povo, jamais a alguém, seja este presidentes do executivo ou de uma associação de jornais.

Por isso a idéia do limite não cabe na autoregulação e nem na autolimitação. Isso não existe de fato a não ser que se tome por parâmetro algo externo, que de fato o limite e o regule. Por isso na sociedade existe o poder da Justiça como aquilo que garante o que se convencionou, pela representação do poder popular, instituir-se em regulamentos, regras ou leis como são mais conhecidas. Todo o conceito de liberdade é limitado ao menos na liberdade do outro e isso é apenas o começo onde se pode discutir o ela, a liberdade, seja em sociedade.

Aí a executiva, diga-se de verdade uma funcionária de um grupo empresarial familiar, apega-se ao conceito de responsabilidade. Que responsabilidade? Uma responsabilidade imediatamente limitada, cerceada, pois que qualificada: “a responsabilidade dos meios de comunicação”. Esta manobra é arcaica em qualquer debate, procura-se uma idéia forte que lhe der poder, no caso, responsabilidade, mas aí é uma liberdade em particular, aquela dos meios de comunicação, seja quais forem seus parâmetros. Se for, por exemplo, o meio de comunicação que pense exatamente ao contrário daquele representado pela D. Judith, já se observa a contradição.

Mais aí é que vem a caída definitiva do conteúdo do parágrafo: E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. Se esses meios fazem oposição de fato, estão substituindo o papel dos partidos políticos de oposição, pois estes estariam fragilizados, então a responsabilidade avocada pela Sra. Judith, já nem é mais dos meios de comunicação, é de um partido político de oposição. Em outras palavras o que ela defende mesmo é a “liberdade” de fazer oposição ao governo federal.

Que o faça, mas não tome para si o sentido golpista do argumento da liberdade inteira para ela. Alguém pode querer fazer o papel situacionista com a mesma liberdade que deseja Dona Judith, inclusive a serviço de alguém ou de um grupo, como o caso da família Frias, dona da Folha de São Paulo.

Colibri - por Socorro Moreira


Você chega sem barulho,
nas asas dos sonhos.
Pousa na pira do enlace
Traz no bico o mel da flor,
e nas penas o cheiro do amor.
Cheiro de mato, malva, alecrim ...

Preciso incensar a vida
O amor sempre chega nas horas ( im) previstas !

  por José do Vale Feitosa

E solidão apenas o é pelo outro,
Quando digo só, já falo dos ausentes,
Não posso dizer ele,
sem que me sustente,
em eu e tu.

E por isso saudade é como bezerro,
apartado, separado,
longe das gentes e
do lugar.

Saudade é esta vontade de eternidade,
Que todos sentidos retornem,
para alguém,
para aquele canto do mundo,
para aquele momento da vida.

Saudades são as jóias do viver,
Encontradas no cascalho do trabalho,
entre uma obrigação e outra,
no intervalo se o suor vier,
é prazer do corpo em combustão.



por José do Vale

A carta da saudade tem naipe em copas.- por Socorro Moreira


Eu sou cheia de saudades, mas tenho analgésicos pra todas elas... Não sei lidar com as dores, ou talvez seja acostumada com elas. Saudade não dói, nem mata, nem tão pouco maltrata... Saudade não é um mal que faz bem ... É um bem que faz bem, necessariamente !
Eu sinto saudades de um olhar fugidio , que não buscou permanência , mas energizou a minha noite e os meus sonhos vazios. Eu sinto saudades de um abraço feliz , na cumplicidade de um momento único, fugaz... Eu sinto saudades de um dia que chegou,  deixou de ser , e carregou minha espera de muitos dias, muitas noites , e muita misteriosa alegria. Sinto saudades de um tempo em que não te via , mas sabia que tu existias.
Agora , na maturidade, sinto uma calma, nada passiva...É uma calma madura , consciente, cheia de esperanças , em reencontros eternos.
Sinto saudades da tua passagem na minha lua.

por Nicodemos

Quando se diz estou aqui pra quem vier...

eu preciso um certo jeito
de chegar sem assustar,
e de falar mansinho,
pisando o chão
devagar...
se o assunto é amor,
amar igual a um passarinho
cantando a melodia certa
e bem baixinho,
que é pra não espantar...

se o assunto é poesia
então todo dia é dia...
de silenciar...
dizer o essencial
e calar

a Poesia não gosta
de ruídos.

psiuu!!
acho que falei demais

Nicodemos