por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

"...das Chagas" - José Nilton Mariano Saraiva

Em 12 de abril de 1961, uma frase – “A Terra é azul” - assombrou o mundo, já que proferida do espaço sideral pelo cosmonauta russo Iuri Alekseievitch Gagarin, naquele momento passageiro solitário da nave Vostok 1, que orbitou o planeta Terra por 108 minutos. O "mignon" Gagarin, com 1,57m de altura e 69 kg, foi o primeiro e privilegiado homem a observar de uma ótica privilegiada o nosso planeta, a 315 km de altura e, naturalmente, mostrou-se extasiado com aquela visão maravilhosa.
Mas, principiando: entre meados da década de 50 e o decorrer da década de 60, quando o comunismo era “comunismo-puro” e não o “comunismo-capitalista” dos dias atuais, URSS e EUA, seus dois principais representantes, quase que iniciaram um confronto nuclear, objetivando mostrar ao mundo quem era quem e, consequentemente, qual dos regimes era mais forte. Foi a chamada “guerra fria”, já que movida pela ameaça nuclear iminente.
A coisa era tão acirrada que a discussão acabou indo literalmente parar no espaço. É que a corrida/exploração espacial dava seus primeiros passos, com russos e americanos querendo mostrar ao mundo quem era detentor da mais avançada tecnologia, capaz até de colocar um homem para orbitar a Terra e/ou até explorar outros planetas. Daí a importância do voo histórico de Gagarin.
No entanto, ao contrário do que se imaginava (que a auto-estima dos gringos fosse lá pra baixo) o fato de a URSS partir momentaneamente à frente serviu foi de estímulo para que os americanos caprichassem ainda mais no uso de sofisticada tecnologia, até porque, como dito antes, se achava em jogo a própria questão ideológica: comunismo ou o capitalismo.
E foi de olho nessa dualidade – avanço tecnológico-ideologia política - que o então jovem presidente americano, John Kennedy, numa reunião conjunta do Congresso, em 25 de maio de 1961, lançou o desafio de, antes de a década terminar, "enviar homens à Lua e retorná-los a salvo"; ano seguinte, em discurso na Universidade Rice, garantiu:  "Nós decidimos ir a Lua. Nós decidimos ir a Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis".
Finalmente, em 20 de julho de 1969 (sem que o presidente Kennedy pudesse participar da festa, já que assassinado em Dallas, em 1963), o americano Neil Alden Armstrong entrou para a história ao ser o primeiro homem a pisar no solo então virgem da Lua.
De volta, Armstrong recebeu muitas e muitas homenagens no mundo todo (assim como em seu tempo Iuri Gagarin houvera recebido), inclusive aqui em Fortaleza, no nosso Ceará, quando um pai batizou o primogênito de Iuri Armstrong.
Pena que, na complementaridade da junção dos dois nomes famosos o sobrenome não ajudasse nem um pouco: Iuri Armstrong... das Chagas.
Nossos dois heróis não mereciam isso. Definitivamente.

Foto de Nívia Uchôa

Poesia que prescinde da palavra.

Dia de Reis na Praça da Sé

Foto de Samuel Gragório

foto by Samuk

Foto by Divani Cabral