por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Uma relíquia Musical.






Agustin Lara é um dos gênios da música latinoamericana. Fez Granada sem nunca ter ido à Espanha. Só depois é que a visitou. Esta música é uma homenagem a uma das mulheres mais bonitas do cinema: Maria Félix. Uma mexicana que nunca aceitou trabalhar no cinema americano. Que fez filmes no México, na França e até da Argentina. Conta a história que na última reportagem de televisão com ela, já muito idosa, sentada solitária em sua cadeira de balanço, o cinegrafista percebeu que ela estava cantando baixinho. Ela cantava esta Música. E foi sua cena de adeus.
(José do Vale)

*Acrescente-se que a música foi composta e dada a Maria Félix no dia do seu aniversário, em Acapulco. Como era da esposa, Agustin Lara não queria que fosse gravada para não dividir o presente. Tempos depois, Pedro Vargas ouviu a canção e "cismou" de gravar. Dizem que postou-se na casa onde o compositor morava e de lá só saiu com a autorização. Abraços
( Joaquim Pinheiro)

Na Rádio Azul


A dialética da compaixão - Everardo Norões



Todas as janelas da literatura de Ronaldo Brito – seja ela conto ou teatro – abrem-se para uma cidade imaginária. No entanto, essa cidade existe. E o que a torna real são seus personagens, seres que habitam ruas, praças e, sobretudo, nossos silêncios. Por onde passei ou vivi, encontrei personagens como Maria Caboré ou Sebastião Candeia, mas que se chamavam, por vicissitudes da geografia ou da cultura, Mustafá ou Mohamed, Ibraimo ou Abdelkader.Para a literatura, as tragédias humanas necessitam de um cenário; mas pouco importa se esse cenário é Crato, Recife, ou um lugarejo mítico situado em algum cosmos particular, como a Santa Maria de Onetti.No fundo, ele é sempre o disfarce de um lugar que não existe. E é esse o grande milagre da literatura.
O Crato de Ronaldo é um lugar universal e ao mesmo tempo extremamente seu, porque apenas ele o observa assim: como a Orã de Camus, a Cairo de Taha Hussein, a Maputo de Mia Couto, ou a Recife de Joaquim Cardozo.
Numa visita da banda cabaçal Irmãos Aniceto, ao país do Sul, um de seus integrantes foi levado a um alto edifício. E, então, alguém lhe perguntou o que avistava dali. – O Crato!, respondeu. Ronaldo Brito é feito do mesmo fogo e do mesmo barro desses Irmãos Aniceto.
Os personagens de Ronaldo são protagonistas de um sertão destruído, território da desolação, onde os valores arcaicos foram triturados por uma espécie de máquina infernal, mas que sobrevivem pela alquimia da imaginação,única matriz da literatura. Maria Caboré, que entrava “na simplicidade das pedras do rio, onde sentava para enxugar-se do banho”, é sua Santa Maria Egipcíaca; Sebastião Candeia, personagem de um dos contos do livro, é uma metáfora do sofrimento metafísico do autor: o combate contra si mesmo e contra esse seu mundo desmantelado e perdido. É também a contrapartida do absurdo jogo da criação, no qual ele se percebe o eterno e inevitável perdedor: por mais que pense ter criado um novo invento acaba por se dar conta de que apenas repete os pequenos dramas do homem de qualquer lugar.
A literatura de Ronaldo Brito, no seu Livro dos homens, opõe-se a uma outra literatura que sugere um sertão de brasões, de fidalgos e de reis, simples liturgia de veneração às sombras. As sombras do que somos. É uma literatura do real transfigurado, e não a figuração do irreal.
O fio da meada dos contos do Livro dos Homens nos conduz à linhagem clássica de Guy de Maupassant: narrativas com inícios e fins, pontuadas pelas contingências do humano, marcadas pelo sentido da exatidão, o rigor do estilo.
Mas, o que mais surpreende e cativa nestes contos de Ronaldo (entre os quais destacaria Qohélet) é aquela mesma paixão pelo próximo que transborda dos livros de um outro escritor, médico, como ele: Miguel Torga, o grande mestre do conto português.
Em cada uma das histórias deste livro encontramos uma pequena epopéia da loucura e da desgraça do Livro dos homens, que são, afinal, os eternos alimentos do entretenimento e da compaixão do Leitor.


por Everardo Norões

Adoniran Barbosa


João Rubinato, (Valinhos, 6 de julho de 1912 — São Paulo, 23 de novembro de 1982), mais conhecido como Adoniran Barbosa, foi um compositor, cantor, humorista e ator brasileiro. Rubinato representava em programas de rádio diversos personagens, entre os quais, Adoniran Barbosa, o qual acabou por se confundir com seu criador dada a sua popularidade frente aos demais. Adoniran ficou conhecido nacionalmente como o pai do samba paulista.


Fortaleza Anos 70 - De como a era de Aquarius terminou numa ostra fechada. - José do Vale Pinheiro Feitosa

Eram muitos quarteirões com um grupo em conversa animada. Na Praça dos Leões, onde ficava o Palácio do Governo, o ponto do ônibus para a Praia do Meireles, que naquela altura falava-se de um trecho chamado praia dos Diários, o clube que ficava em frente.

A praia era uma festa de homens e mulheres com seus corpos fritados por óleos bronzeadores. É isso mesmo, não era protetor solar, a regra era fritar mesmo, queimar e ficar brilhante. A festa se abria para um futuro e este estava na corrida espacial e na ficção inaugurada por Stanley Kubrick em 2001 uma Odisséia no Espaço. Como tenho saudades das sessões de arte aos sábados no Diogo.

Os americanos haviam perdido o primeiro round da corrida espacial. Os russos foram o primeirão com Iuri Alekseievitch Gagarin. Um simpático cosmonauta que teve a gentileza de plantar nas nossas mentes que: a terra é azul. E lá no Crato, sem nunca termos visto o mar sofríamos para entender a teoria que a terra era redonda com aqueles mastros de navio que iam crescendo no horizonte até aparecer o casco. Agora bastava a foto do planeta azul e estava provado.

Este ousado ser e sua cultura, tão logo se viu distante de seu mundo, imaginou a conquista do universo. A conquista do universo, não tenhamos dúvidas, significava a perpetuação da espécie. Todos nos reconhecíamos animais do planeta terra, mas simultaneamente passamos a confiar na nossa inteligência para a conquista não só dos continentes terrestres, mas de planetas distantes.

E isso migrou para a cultura a emergências de novas formas religiosas, de um magnífico desapego à vida burguesa daquele lar factual. Agora desejávamos a natureza inteira, o contato direto e nada de um ponto fixo de apego já que havia um universo para conquistar. Quem não era afeto às viagens espaciais, passou a experimentar viagens espetaculares na mente.

Novos conceitos de migrar sem sair do lugar. A idéia da conquista era tanta que virou uma fala comum: temos uma capacidade mental extraordinária, usamos apenas 10% da nossa capacidade. Pulou na música, na poesia, na pintura, no cinema, no teatro e foi pelos contos e romances de ficção.

A Era de Aquarius com seu musical e o Jesus Cristo Super Star, mesmo que fenômenos de massa era parte daquele despregar-se da gravidade, de sair pela primeira vez da morada patriarcal. Um descolamento deste derrubou barreiras, relativizou ícones, promoveu mudanças culturais profundas. A maior revolução foi doutro descolamento, a pílula anticoncepcional libertando a mulher da gravidez e, portanto, a sua sexualidade. Os machos haviam perdido a hegemonia dos múltiplos parceiros de sexo.

Isso se infiltrava de modo refletido e irrefletido no ambiente da Universidade Federal do Ceará. Em todas as ruas de Fortaleza. Nas praias, nos bares e especialmente nos clubes e seus bailes. A era de Aquarius em Fortaleza foi libertando as mulheres de serem debutantes, de desfilarem para ser miss e tanta coisa que enquadravam o feminino na fixa casa patriarcal.

No mês de dezembro de 1968 o regime militar brasileiro radicalizou a ditadura com a publicação do AI5 e neste mesmo mês e ano a Apolo 8 fez a primeira circunavegação da lua. Em 29 de julho de 1969 eu estava de férias no Crato e peguei um arranca rabo com meu pai enquanto este comemorava a vitória americana sobre os russos com a descida de seus astronautas na lua onde fincaram uma bandeira de conquista.

Nem bem se passaram três anos da conquista que parecia eterna fizemos uma leitura coletiva de uma entrevista de José Lutzenberg (que foi secretário do meio ambiente no governo Collor) no Coojornal de Porto Alegre apresentando dados catastróficos do impacto do desenvolvimento no meio ambiente. Aquilo foi um sinal terrível que a era de Aquarius, aquela não tanto astrológica, mas espacial, estava sofrendo das pernas.

Hoje Fortaleza tem quase 2 milhões e meio de habitantes, é a quinta cidade do país e efetivamente vivemos no contraponto do descolamento das viagens espaciais. Estamos todos aderidos a uma realidade finita, violenta, poluída, em crise financeira. A velha casa patriarcal foi recriada com remendos deprimidos, com imagens de ostras fechadas e sendo constantemente assolada por uma enxurrada que carrega o destino como se a um estuário sanitário.

BASTOU VER BASTINHA...

AO SABOR DA RIMA LIVRE


Ulisses Germano:
Agradeça sempre ao sol
Não reclame do calor

No país do futebol

Todo mundo é treinador


Digo pra Dona Bastinha

Que a esperança vai voltar

A linha da nó na linha

Para um dia desatar

Bastinha Jo

E essa linha eu desato
mesma amarrada em nó cego
na cena do mesmo ato
na rima sempre me entrego!

Ulisses Germano

Então estejamos prontos
Pra rimar sem perceber
Visto versos sem confrontos
Vim aqui pra lhe dizer:

Que sua rima é da caatinga
Pé rachado e lamparina
Faz gingar a própria ginga
Na viva voz cristalina


Franciolli Luciano estréia novo espetáculo nesta quarta- feira na Guerrilha


Estreará no próximo dia 24 a comédia escrita e dirigida por Franciolli Luciano, grande nome do teatro e cinema cearense.

A comédia tem o titulo Não Culpa Eles, Culpa Nós e retrata de forma engraçada a vida de um funcionário publico que nunca conseguiu uma promoção no seu trabalho, retratando os seus lamentos, que são acrescidos da presença em sua residência dos seus sogros.

Com elenco formado por Fabio Lemos, Aldenir Barbosa, Paula Amorin e Valdirene Cordeiro.

A apresentação acontecerá no Teatro Rachel de Queiroz, em duas sessões, as 19 e 21 horas, fazendo parte da 3ª Guerrilha do Ato Dramático Caririense.

Uma boa opção para você que deseja dar boas gargalhadas.

Música - Por José de Arimatéa dos Santos

Música no grego significa "arte das musas" e está presente em todos momentos da vida de todos os seres humanos. A música representa uma manifestação artística muito importate e que faz com que o mundo fique mais leve. Deixa a vida mais alegre e dançante em muitas das vezes onde a alegria se faz mais presente.
Não pretendo fazer um estudo sobre música, mas somente dar uma geral sobre essa manifestação humana que na maioria das vezes só traz alegria. A música pode ser pop, eletrônica, sacra, instrumental, clássica,etc.
No Brasil a riqueza musical é reconhecida no mundo inteiro e grandes artistas fazem sucesso. Estou a falar da verdadeira música brasileira de muito conteúdo e muito bem eleborada. Música que tem Chiquinha Gonzaga, Luiz Gonzaga, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Vercilo entre muitos grandes músicos do passado e do presente.
A música brasileira precisa se revigorar e que nas rádios e tvs possam ser executadas músicas de primeira qualidade, mas que não tem espaço. Só há espaço para a música de pior qualidade. Acredito ainda que a música brasileira de primeira terá espaço maior e os músicos brasileiros serão mais reconhecidos ainda.

Lançamento : Livro de Poesias


Autor - Wellington Alves ( Ton-Ton)
Apresentação : J. Flávio Vieira
Performance / Leitura de Poemas :
Luiz Carlos Salatiel


Data - 24 /11/11 ( Quinta-Feira)
Local : Auditório do SESC / Crato
Hora - 19 Horas






"A música é a linguagem universal da emoção"

(Christiano Camâra)

Dia do Músico



Adota-se o termo músico quando nos referimos a qualquer pessoa ligada diretamente à música, em caráter profissional ou amador, exercendo alguma função no campo de música, como a de tocar um instrumento musical, cantando, escrevendo arranjos, compondo, regendo, ou dirigindo um grupo coral ou algum grupo de músicos, como orquestras, bandas, big band de Jazz, ou ainda lecionando, trabalhando no campo de educação, em terapia musical. Um músico brasileiro pode ter ou não, uma carteira de alguma instituição que o reconheça, como a Ordem dos Músicos do Brasil. Um músico também pode ou não ter a formação acadêmico-técnica (através de escolas de música, conservatórios, faculdades ou universidades). Quando ele não tem formação alguma, costuma-se dizer que é um músico popular, ou ainda que aquele músico produz música de ouvido.

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