por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 1 de abril de 2011

Clara Nunes



Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes (Paraopeba), 12 de agosto de 1943] — Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983), foi uma cantora brasileira, considerada uma das maiores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara Nunes seria uma das cantoras que mais gravaria canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam disco.

wikipédia

Pérola da MPB







Domingo Azul Do Mar


Composição : Antonio Carlos Jobim / Newton Mendonça


Quando eu vi o seu olhar
Sorrindo para mim
Neste domingo
Domingo azul do mar
Eu compreendi que nada terminou


Vi então que o coração
Sabe adivinhar em tanta dor
Que havia de chegar em nosso amor
O domingo azul do mar


Nossos amigos que me encontravam
Falavam de você
O banco antigo, lugares vazios
Falavam de você


Mas agora que eu senti
Tremer a sua mão na minha mão
Eu vejo este domingo azul do mar
Refletido em seu olhar

Correio Musical



Quando você se foi- por LUIZ PEREIRA



Foi como morrer por dentro e como vegetar por fora te ver indo embora, naquela noite sem hora, foi o maior dos desapontamentos. Faltou-me lucidez para o pensamento, força para caminhar afora, quando você foi embora... Ah, entrei em confinamento e nem sei como sair dele agora. Ainda quis sorrir para o que viria, mas o que virá me apavora (por que você foi embora?) pois não há mais sol em meu dia e a solidão comigo mora. Foi demais te ver partir e não ter forças para te conter. O pedido preso na garganta: – Fica! Me ama! Me encanta! Mas eu só te vi desaparecer. E essa tua falta me espanta!!!

Tiago Araripe !



Lembranças de Nápoles- por Rosa Guerrera




Morei alguns anos na Itália .Vivi ali uma parte da minha infância , depois um bom período da minha adolescência e mais tarde uma pousada como mulher. Tudo é fascinante naquele país .Posso afirmar que conheço quase todas as cidades, da Calábria até a Toscana , e sem desmerecer a arte existente em Florença, a história dos tempos de Roma ,a arquitetura maravilhosa de Siena , os castelos medievais de Luca ,a beleza incrível de Pisa , o sonho real que Veneza nos oferece, tenho pela cidade de Nápoles verdadeira paixão. Sinto no povo napolitano muita coisa de mim ,..híbrido, liberto, desprovido de vaidades, amante da música , dos bares, do vinho, do amor , dos sonhos, hospitaleiro, meio rude as vezes, outras vezes cheio de um romantismo impossível de se descrever.Passear em Nápoles numa charrete , percorrer suas praças, suas ruas estreitas,ou suas largas avenidas, admirar suas fontes , sua arquitetura ainda rústica, é algo repousante demais. Qualquer restaurante da orla marítima que a gente entra , tem sempre um cantor improvisado despejando suas alegrias ou mágoas num dialeto bem napolitano que nos cumprimenta como fossemos velhos conhecidos . As pequenas cidades arredores de Nápoles são também de uma beleza ímpar : Sorrento, Herculano, Pompéia, Amalfi retratam paisagens impossíveis de se esquecer. O golfo de Nápoles abre-se em forma de anfiteatro em direção ao mar , delimitado pelo Vesúvio e pelo cabo Posilipo, sendo considerado um dos mais belos golfos do mundo em pleno Mediterrâneo, sem comentarmos a beleza da Ilha de Capri.Contam que Nápoles teve como origem a antiga cidade grega de nome Neapolis , conquistada pelos romanos no século IV A.C. Em resumo Nápoles irá sempre me fascinar pela sua historia , sua arte e sua cultura , apesar de ter o seu povo um ritmo frenético , caótico , viciante , mas que acorrenta com o seu jeito peculiar o coração da gente.E o meu, inegavelmente ficou desde a primeira vez que lá estive , dividido entre Recife e a popularmente conhecida como “ terra das canções e dos grandes amores” a cidade de Nápoles.

NON CONOSCI NAPOLI 
(tradução)

Ouço ao longe canções cada vez mais lindas
Parece que tocam guitarras sob as estrelas ...
Ah Nápoles ....em Nápoles ....
Terra das doces entregas ....vem comigo .....

Não conheces Nápoles / nem sabes como é
é uma linda fêmea , tal e qual você
No ar , existe musica , no sol encantamento
é assim que é Nápoles ,tal e qual você .

+1 +1 + 1 (José Nilton Mariano Saraiva)

Pois é, o seleto e culto continente europeu se rende ao óbvio ululante. Depois da tradicional Universidade de Coimbra (Portugal), agora é a vez da não menos gloriosa Universidade de Salamanca (Espanha) conceder o título de "Doutor Honoris Causa" ao "analfabeto" Lula da Silva. A continuar assim, é bem capaz de a “tucanalhada” e simpatizantes terem algum infarto, se não resolverem, antes, cortar os pulsos. Mas, como a notícia orgulha todo o Brasil, aí vão as versões em Português e Espanhol, a fim que não haja dúvidas.

Em Português...

"UNIVERSIDADE DE SALAMANCA APROVA A CONCESSÃO DE DOUTORADO HONORIS CAUSA A LULA (31/03/2011)
O Conselho de Governo da Universidade de Salamanca, que está entre as 5 mais antigas do mundo, fundada em 1218, acaba de aprovar a concessão do título de "Doutor Honoris Causa" ao ex-presidente Lula.
A reunião ocorreu ontem, dia 31/03/2011, em Salamanca, Espanha. A distinção ao ex-presidente foi solicitada e aprovada pela Faculdade de Educação e pela Faculdade de Filologia da Universidade.
Segundo a decisão da Universidade de Salamanca, o título concedido se deve ao "esforço realizado por Lula da Silva para universalizar a educação a toda a população do Brasil, tanto no nível básico como na educação superior, na qual criou um intensivo sistema de bolsas com importantes dotações orçamentárias". O Conselho de Governo da Universidade de Salamanca citou, também, que o presidente Lula "incrementou o orçamento e melhorou a situação dos professores dotando a carreira da dignidade necessária para que toda a população do Brasil, um país onde os índices de desenvolvimento e crescimento são altamente elevadas e se apresenta já como uma das grandes potências econômicas do futuro, tenha ao seu alcance os melhores níveis de educação e cultura".
A Faculdade de Filologia da USal citou ainda a importância da criação da chamada "Lei do Espanhol", de 2005, que torna obrigatória a oferta de espanhol, de forma gradativa, no ensino médio brasileiro, para a concessão do título. O PROUNI também foi lembrado como um dos mais importantes programas de inclusão universitária do mundo. A Universidade de Salamanca foi a primeira universidade estrangeira a reconhecer a importância do programa e oferece todo ano bolsas de estudo integrais, em Salamanca, aos melhores estudantes ingressantes do PROUNI, desde 2010."

...e em Espanhol...

Salamanca, 31 de marzo de 2011
El Consejo de Gobierno de la Universidad de Salamanca, reunido hoy en sesión ordinaria, ha aprobado el nombramiento de Doctor Honoris Causa a Luiz Inácio Lula da Silva, expresidente de Brasil, a falta de ratificación por el claustro de doctores. Dicha distinción fue aprobada por el Departamento de Didáctica, Organización y Métodos de Investigación de la Facultad de Educación y por el Departamento de Lengua Española de la Facultad de Filología. Con el acuerdo de ambos, será el director del Centro de Estudios Brasileños, Gonzalo Gómez Dacal, quien ejerza de padrino para su entrega. El profesor Gómez Dacal fue el encargado de pronunciar la defensa de la candidatura de Lula da Silva en la sesión de Consejo de Gobierno.
Los méritos que avalan la investidura han valorado el esfuerzo realizado por Lula da Silva para universalizar la educación a toda la población de Brasil, tanto a nivel básico como en estudios superiores, para los que ha creado un intensivo sistema de becas con importantes dotaciones presupuestarias. Igualmente ha incrementado los presupuestos y mejorado la situación del profesorado con el objeto de dotar al colectivo de la dignidad necesaria para lograr que toda la población de Brasil, un país donde los índices de desarrollo y crecimiento son altamente elevados y se presenta ya como una de las grandes potencias económicas de futuro, tenga a su alcance los mejores niveles de educación y cultura.
La propuesta del Departamento de Lengua Española se añade a la de Educación para señalar como mérito la implantación del español como enseñanza obligatoria en Brasil a través de la conocida como "Ley del español".

...e um comentário (bem humorado) veiculado na Internet, a respeito:

Que sacanagem com o Lula. Será que ainda não perceberam que o homi quer descansar?. E, também, essa perseguição, só ele é que é escolhido para receber esses prêmios. Num tem mais ninguém? Que pentelhação, vamo deixá o homi em paz. Quase todo dia ele tem que receber um prêmio. Igual aos outros Presidentes, né?

MATURIDADE






MATURIDADE


Não compreendo muitas coisas, mas amo.
Não sei o que é o amor, mas amo.
Olho para mim mesmo no cristal
como quem olha para uma coisa alheia,

distante, concreta como uma pedra,
uma coisa só coisa, malgrado a vida.
Então posso amar desinteressadamente
todas as coisas, como se amasse a mim mesmo.

Atingi a maturidade de uma árvore na montanha,
ou da própria montanha, altiva no alto do céu.
Não preciso conhecer mais coisa nenhuma.
Não preciso saber para que servem as coisas.

Não preciso saber para que eu existo.
O mundo é o meu altar de sacrifício.
Eu próprio sou o sacrifício. Não sei como,
mas eu não preciso mais do sofrimento.


SIDERAL - por Stela Siebra

Ascendente Gêmeos:
Sintonia com a palavra

“Por que? O que é isso? Como funciona? Para que serve? Quem inventou? Onde fica esse lugar?”

“Ah! eu sei. Já li sobre isso, já tomei conhecimento, não é novidade para mim!”

A curiosidade, a mobilidade de pensamento e a capacidade de percepção e assimilação são qualidades do signo de Gêmeos. E você, que tem Gêmeos no Ascendente, deve acionar essa tônica sempre que se sentir desmotivado e apático.

Utilize a facilidade que tem de expressar-se em todos os níveis, de discorrer de um assunto para outro, para entrar em sintonia com seu Ascendente. Misture-se. Você tem a aprender com "reis e plebeus". E a ensinar também. E não esqueça da lição geminiana de que tudo está relacionado. Por isso, é importante unir os opostos, para que nada se perca. Você sabia que o mito que simboliza o signo de Gêmeos conta a história dos irmãos Castor e Pólux? Esses dois irmãos eram ligados por uma grande amizade; eram inseparáveis. Castor representa o lado material e Pólux o lado espiritual. São coisas opostas, é verdade, mas se complementam numa pessoa.

Está aí um questionamento que você deve fazer a si mesmo: "estou unindo esses dois lados em mim, ou estou desenvolvendo somente um e esquecendo do outro? Estou me expressando na vida abraçando tendências opostas, mas que de fato se complementam e podem ser unidas? Ou estou vendo apenas um lado da questão?"

Para orientar-se bem, você precisa sair do fragmentado mundo em que sua mente vagueia para buscar uma integração entre as coisas.
A facilidade que você tem de, mentalmente, separar as coisas e depois juntá-las novamente o leva a buscar sempre diversas alternativas e possibilidades para tudo. Sua mente está sempre inquieta. Essa inquietação é boa, mas não exagere, porque pode gerar divisão ao invés de integração e complementação. Pesquise, estude, aprenda, mas não esqueça de dar um direcionamento a seu
aprendizado.

Stela Siebra

MOREIRA DA SILVA - O TAL- Por Norma Hauer


Ele gostava sempre de dizer que nascera em um primeiro de abril, mas que não era de mentira. Esse primeiro de abril foi no ano de 1902.

Assim, todos os anos, nessa data, desfilava em carro aberto pela Rua da Carioca comemorando seu aniversário, para mostrar que estava vivo.

Seu nome : Antônio Moreira da Silva, que se tornou conhecido como MOREIRA DA SILVA – O Tal, cognome que lhe deu César Ladeira ao levá-lo para a Rádio Mayrink Veiga, em 1937, depois de descobri-lo no Cassino Atlântico.
Antes de ingressar no rádio, cantava música romântica em bares e bailes, o que hoje parece impossível ter acontecido com o sambista que incentivou sua carreira cantando sambas de breque. Não foi o criador desse estilo de cantar (Luiz Barbosa, também da Mayrink, já o fazia, mas com pequenas frases.)

Foi no Teatro Méier, interpretando o samba “Jogo Proibido” que interrompeu a música e “desfilou” seus breques, entusiasmando a platéia e fazendo-o adotar o estilo até o fim de suas apresentações aos 96 anos , em 1998.
Não foi o cantor que mais gravou, mas foi o que cantou durante mais tempo. Afinal, viveu 98 anos , lúcido até o fim.
Sua primeira gravação foram dois pontos de macumba: “Ererê” e “Rei da Macumba”, em 1931, na Odeon. Mas seu primeiro sucesso foi o samba “Arrasta a Sandália”, em 1932.

Em 1935 outro grande sucesso:”Implorar”,de Kide Pepe e Germano Augusto.
Já sendo um nome conhecido, em 1938 foi a Portugal, ali tomando parte em um filme de nome “A Varanda dos Rouxinóis”, de Leitão de Barros.
Regressando ao Brasil no mesmo ano, voltou à Mayrink, indo depois para a Rádio Tupi.
Em 1940 e 1941 dois sambas “estouraram”:
“Etelvina, acertei no milhar
Ganhei quinhentos contos,
Não vou mais trabalhar... “
E
"Amigo Urso, saudações polares,
Ao leres esta, hás de te lembrares"

Ele a regravou, corrigindo o “português” assim:
"Amigo Urso,saudação polar
Ao leres esta, hás de te lembrar"

A primeira gravação foi recolhida e, quem a adquiriu, ficou com uma raridade.

Dois sambas foram sua marca em 1952: “Olhe o Padilha” e “Na Subida do Morro”.
Padilha era um delegado “durão” que não admitia certas “intimidades” na rua e mandava prender quem as cometesse.
Moringueira, brincalhão, gravou o samba que “estourou” como um dos maiores sucessos daquele ano.

Seu primeiro LP, já nos anos 60, recebeu o nome de “O Último dos Malandros” e em 1963 gravou uma série de composições de Miguel Gustavo, lançados em um LP, aberto com “O Último dos Moicanos”.

Em outros LPs gravou Noel Rosa com “Conversa de Botequim”; regravou “Acertei no Milhar”, alterando sua letra para “ 500 cruzeiros” ao invés de 500 contos e regravou, ainda, “Na Subida do Morro”.

Em 1979, convidado por Chico Buarque, fez parte de um LP com o nome de “A Ópera do Malandro” na qual, em dueto com Chico, gravou “Meus 12 Anos”.

Em 1980, viajou pelo Brasil com o “Projeto Pixinguinha”; em 1989 lançou um LP denominado “ 50 Anos de Samba de Breque” e, em 1992, foi homenageado pela Escola de Samba “Unidos de Manguinhos” com o samba-enredo “Moreira da Silva-90 Anos de Samba”.

Com Dicró, e Bezerra da Silva gravou um LP de nome “Três Malandros in concert”, numa sátira aos “Três Cantores in concert”, com Pavarotti e Cia.

Ainda, em 1995 teve fôlego para se apresentar no Projeto Seis e Meia do Teatro João Caetano.
E em 1998 num LP de nome “Brasil são Outros 500”. encerrou sua carreira com “Amigo Urso”.

Ele dizia que viveria 100 anos, mas a morte o levou em 6 de junho de 2000, aos 98.
Norma

Comunicado, Liduina Belchior.

Participo aos meus amigos (as) do Azul Sonhado, como também aos visitantes, que ontem , 31/03/2011, meu querido e amado Tio: José Belchior Silva ( Tio Bó), (de camisa clara e de óculos), foi ao encontro do Pai, falecendo às 22 horas. Este homem foi durante a sua vida, o meu Tio profeta, meu guru, e uma pessoa humana singular em caráter. Que o Criador o receba de braços abertos. MUITAS SAUDADES, TIO!

Por Nicodemos

etnólogo

estuda a origem,
o sentido profundo
das palavras...


e fala
sozinho...




Despedida- por Domingos Barroso




Minhas botas eu sei o quanto vocês amam os poodles.
Mas por favor deixem nas calçadas o cocozinho deles.

Encerrada essa mania de fezes pregadas nas solas.
Compreendo que toda paixão é débil
mas essa tara é repugnante.

Se eu sentir esse cheiro desagradável
quando eu for ler ou dormir juro
que deixo o par dentro do cesto
de roupa suja por um mês.

Quanto a você formiguinha líder da torcida
fiquei tão triste ao saber que de madrugada
as minhas barras de cereal eram devoradas
de maneira egoísta sem o mínimo respeito.

Em menos de uma semana duas caixas
sumiram por mágica e avidez.

Um passarinho contou-me tudo: você líder da torcida
por quem eu tinha tanta consideração
sempre arrastava junto toda a tropa
e faziam a festa.

Se houver outro saque na calada da noite
saibam que ponho todas de castigo
coladas na vidraça com os olhos
voltados pro sol do meio-dia.

Por último, ah, que feio minha xícara.

Eu nunca forcei o vosso relacionamento com a cafeteira.
Mas traí-la com o açucareiro enquanto eu bebia água
enquanto eu lavava os pratos enquanto eu fazia pipoca
não esperava tamanha luxúria.

Aqueles chupões.
Aquelas bulinações.

Aquele coito de kama sutra na frente da pobre cafeteira
já quase enfartando e vocês nem aí só no desfrute.

Não tenho palavras.
Estou pasmo e sentido.

Mas enfim eu chamei vocês para ter uma conversa séria.
Amanhã viajo e não sei quando volto.

Não me perguntem nada. Ouçam-me.
Parto amanhã e não sei quando volto.

Não faça esse bico, minha xicara.
Não é hora de desmaios, minhas botas.
Formiguinha, obséquio, acalme suas antenas.

No momento o que tenho a dizer é isso.
Parto amanhã e não tenho hora para voltar.

Portanto, juízo.

Botas então nada de bostinha de poodle.
Formiguinha líder e seu bando nada de barrinhas de cereal.
Xícara seja gentil com a cafeteira e devolva-lhe a aliança.

Comportem-se.
Na volta eu conto os detalhes.

 por Domingos Barroso

Por Lupeu Lacerda




Pra me despedir
Me despedaço
Perco o sono, o dia, o apetite
Depois saio,
órfão anárquico
Procurando a porra de uma
Companhia
Um cigarro aceso
um diasepan

1º Teaser-Trailer da Minissérie Cearense SEDIÇÃO DE JUAZEIRO

PALCO DA VIDA- Por Rosa Guerrera



Somos todos protagonistas dos mais variados espetáculos num teatro chamado vida .

Nunca sabemos o script que nos chegará às mãos . Cabe a um público desconhecido ou até mesmo conhecido os aplausos ou as vaias que iremos receber . .

Não adianta que recitemos o nosso papel cuidadosamente , porque dificilmente seremos elogiados .

Na platéia , somos assistidos por mil pessoas que curiosamente , sempre julgam que erramos em alguma coisa , e consequentemente não conseguimos agradar totalmente .

Quantas vezes não nos sentimos perfeitos no amor , na amizade , no rancor e na saudade !Mas quando é fechada a cortina e o show termina é que refletimos sobre as nossas falhas .

E entendemos que precisamos alterar , modificar , somar ou resumir nossas falas e gestos .E assim sucessivamente vamos participando dos espetáculos que a vida nos impõe. E o interessante é que enquanto vamos vivendo nesse grande palco as nossas mais variadas faces , não somos mascarados .Somos autênticos ,porque no instante em que nos apresentamos , sentimos e vivemos todos os sentimentos. Até hoje sinceramente não sei de quantos espetáculos participei.

Sei apenas que vivi intensamente todos os instantes de amor e lágrimas , de sorrisos e decepções . Muitos aplausos e vaias recebi nessa minha trajetória , mas nunca consegui mudar o script dos meus atos .

Quando falei de amor , falei com o coração e mergulhei fundo em todas as suas nuances. Quando chorei , fui protagonista sincera da dor .

Não sei quantos outros espetáculos me esperam no palco da vida !. Não imagino também quando fecharei de vez a cortina do meu tempo! Mas até que esse dia não chegue , continuarei nesse palco ilusório dentro da minha verdade , consciente de que na minha platéia sempre irão existir pessoas vão me amar por aquilo que eu sou , e outras tantas que me recriminarão pelos mesmos motivos . Afinal ..... é assim mesmo a vida ...e eu já me acostumei !


por rosa guerrera

Sítio São José, Crato-CE - José Nilton Mariano Saraiva

No Crato, sensível às dificuldades enfrentadas pelos moradores da zona rural do município, a Diretora dos Correios e Telégrafos, Marta Galiza, evidentemente que após projeções e estudos de viabilidade e com a chancela da cúpula daquela estatal federal, compareceu à Câmara Municipal da cidade para solicitar o apoio do Poder Legislativo para instalar três postos dos Correios na Zona Rural do município, contemplando o Sítio Coqueiro, o Distrito Belmonte e o Sítio São José.
Na oportunidade, recebida pelo Presidente e Diretores do poder legislativo municipal, Marta Galiza informou-lhes que já havia solicitado o apoio do prefeito da cidade, mas este teria se NEGADO a colaborar para a implantação de tão importante benefício (contemplando milhares de pessoas), embora os Correios se dispusessem a arcar com recursos financeiros para o funcionamento dos postos sob referencia (informação veiculada em 24.03.11, no site da Câmara Municipal).
Como, meses atrás, coincidentemente, a Prefeitura do Crato houvera fechado uma escola no Sítio São José, alegando “prejuízo” (ao considerar miopemente como “despesa/custo” o que deveria ser catalogado como um “investimento”, além de um direito constitucional), seria de bom alvitre que a população da cidade e, especificamente os moradores do Sítio São José, cientificados fossem pelo poder municipal das “razões” ou “porquês” de tão incompreensíveis e radicais decisões (aproveitando a oportunidade, bem que poderia ser explicitado por qual razão a "Policlínica" que seria instalada no Crato foi "desviada" para Campos Sales).
Nessa perspectiva, ao Poder Legislativo municipal caberia o relevante papel de questionar o Poder Executivo, cobrando-lhe explicações e atitudes convincentes.

Carlos Lacerda - Emerson Monteiro


Num dos meios-dias de 1965, frustrado com os desdobramentos políticos da revolução militar do ano anterior, visitara o Crato o ex-governador do estado da Guanabara, Carlos Lacerda. Viria acompanhado de Abreu Sodré, ex-governador de São Paulo, ao lado de quem realizou um comício nas imediações da Praça Siqueira Campos, defronte das atuais instalações do Bradesco.
Ainda adolescente, ali compareci para ouvi-los, do que guardo poucos vestígios e agora os revivo nas minhas lembranças.
Dos maiores tribunos da vida política nacional, falava com admirável naturalidade, cativando os expectadores pela precisão como dispunha as palavras e pelo estilo das suas tiradas eloquentes. Dotado de carisma e entusiasmo inigualáveis, viajava o Brasil na intenção de angariar apoio para a manutenção das eleições presidenciais do ano seguinte, de acordo com o calendário eleitoral, no entanto, restaria perdida a missão mediante as modificações legislativas do regime revolucionário.
Carlos Frederico Werneck de Lacerda fora jornalista e político, destacado mentor da União Democrática Brasileira – UDN, partido através do qual se elegera vereador, deputado federal e governador. Fundara o jornal Tribuna da Imprensa e a editora Nova Fronteira, sempre polêmico intelectual da direita no Brasil, depois de alguma militância no Partido Comunista Brasileiro – PCB, com o qual romperia em 1939.
Idos de 1950, faria objeção intensa a Getúlio Vargas. Coordenou a campanha contra sua eleição à Presidência, fazendo-lhe oposição durante todo o mandato, quando Vargas sucumbiria vítima das pressões adversárias. A Tribuna da Imprensa serveria de instrumento a essas pressões e, em 05 de agosto de 1954, no Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Lacerda sofreria atentado a bala, atinjido de raspão num dos pés. Em consequência do ocorrido, morreria o major Rubens Vaz, da Aeronáutica, e complicaria Getúlio, mediante o envolvimento do chefe da sua guarda pessoal, Gregório Fortunato, e do seu irmão, Benjamim Vargas.
Em 24 de agosto, dar-se-ia a perda final do Presidente, isso abrindo vazio contundente na normalidade institucional do País, a repercutir largamente nas épocas futuras.
Esse personagem, pois, mais adiante, também participaria como braço civil das movimentações de 31 de março de 1964, vindo discursar com veemência aos cratenses, no meio-dia a que me reportei, na procura de salvar a democracia que ele mesmo ajudara a extinguir pelas três décadas posteriores. Tudo em nome das ambições que alimentava de chegar, a qualquer custo, ao posto máximo da República, naquilo que denominava de cruzada cívica em nome da legalidade.

Mentira - por socorro moreira

E a minha mãe pedia que a gente olhasse dentro dos seus olhos...
Se tivesse uma manchinha, significava  mentira !
E a mentira não pode ser dimensionada. Não merece perdão, seja pequena ou mínima.
Dizia-me também: “mentira tem pernas curtas...” Entendia errado. Achava que, apenas as crianças mentiam.Elas tinham pernas curtinhas. Ficávamos sarados desta compulsão, quando crescíamos!
Ainda pra completar, contava-nos a história de Pinóquio, e arrancava a verdade da gente, no primeiro olhar. Com essa “tirania” aprendi a falar o que penso... na lata!
Não mentir é nunca nos enganar.A mentira internalizada torna-se verdade. Como não existe verdade absoluta, tudo fica no entendimento relativo.
Salto destas considerações e fico evocando músicas, cuja temática é a “mentira”.Algumas são preciosas!

“Mentira
Foi tudo mentira
Você não me amou...”“.


“La Mentira
Se te olvida
Que me quieres a pesar de lo que dices
Pues llevamos en el alma cicatrices
Imposibles de borrar”


“Mente ao meu coração
Que cansado de sofrer
Só deseja adormecer
Na palma da tua mão ““.



E vocês, conseguem lembrar algumas?


"Me encantar com um livro
Que fale sobre vaidade
Quando mentir for preciso
Poder falar a verdade"
(Maria Gadú)

"Praia do Futuro"- Vitrine virtual do fotógrafo e artista plástico, cratense, FRANCISCO JOSIMAR LIONEL


POESIA DE ISOPOR : A VIDA DA MENTIRA - por Ulisses Germano


THEATRO DE BONECOS
CIRCUS DO SOPÉ

APRESENTA:


A VIDA DA MENTIRA
(a mentira como ela é em quadras)


Tem gente que só aprende
Errando de tras pra frente
Parece que não entende
Que a vida não se defende!


Coitado do alienado
Na pena vive penado
Só vive do seu passado
Não olha nem para o lado

Não sabe fazer poesia
Só ama quem não merece
Rimar só lhe dá azia
Sonhar já não mais carece 

Abrindo o dicionário
Riscou a palavra fé
No espelho viu que era otário
Nunca soube quem ele é



Orgulho na dianteira
Já deu com a testa no muro
Só vive a contar besteira
Mentir é dizer "eu juro" 


Um dia fez faculdade
No Direito se formou
Olhando sua vacuidade
Quis ser um vereador



Eleito bem facilmente
Viu, era um sujeito esperto
Ao mentir tão docemente
Do errado se fez o certo



O povo que o elegeu
Não tinha opinião
Vivia do que aprendeu
Em sua televisão



Gostava do prejuízo
Amava beber cachaça
Dizia: "Quem tem juízo
Do rico não faz pirraça"



Sabendo desta burrice
O nobre vereador
Firmou sua gabolice
Na veste de imperador



Quatro anos se passaram
Nada fez por sua cidade
E as pessoas se calaram
Temendo sua vaidade



Um dia quis ser prefeito
Entrou num grande partido
Dizendo: "Já estou eleito
Do povo sou o preferido!"



Não é que esse tal sujeito
Sabia profetizar
Pois foi logo o eleito
Pra prefeito do lugar!


Depois de uma certa idade
O tempo vai calejando
E o moço na vaidade
Em si vai se alejando



A cidade era linda
Tinha história pra contar
Mas é tarde e agora finda
Amanhã vou trabalhar


Deixo aqui só mais um verso
Gosto da telepatia
Não sou poeta perverso
Mas odeio a hipocrisia



No soar da minha lira
Morava todo o segredo
Pois na vida da Mentira
Está escrito o enredo: 


"Com o povo e para o povo
De toda a minha família
O eleitor é um estorvo
Nunca aprende a cartilha



Coitadinhos e tadinhos
Vivem na dormência eterna
São tão tolos os bichinhos
Nunca acendem a lanterna"


 E no findar do discurso
Ele solta a verdade
Passando, enfim, no concurso
Revelando equidade:



"Sem saber o que é ser povo
Somos telespectadores
Chocados no mesmo ovo
Pelos especuladores"







Ulisses Germano
Crato, madrugada do dia da mentira

A receita de peixe da Kanchi - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Em dezembro de 1973 um médico da Campanha Nacional Contra a Varíola se casa com uma professora do interior do Estado do Rio de Janeiro. Ele nascera em Araraquara, São Paulo, descendente de Italianos, fora líder estudantil no calor do movimento e depois funcionário do Estado. Chama-se Claudio do Amaral Júnior. Ela, nasceu em Cantagalo na serra de Nova Friburgo, estudou nesta cidade e depois se tornou chefe do escritório regional da Secretaria de Educação do Estado do Rio. Alba Maria Figueira do Amaral largou sua vida profissional para acompanhar o recém casado em aventura na Índia.

Escreveu centenas de cartas para o pai e mãe, irmãos, primos e amigos. Alba se via apenas sendo dona de casa, num país muito diferente, experimentando a vida de casal naquele momento em que tudo é mais frágil e cheio de sonhos e fantasias. Mas o mesmo acontecia ao Claudio, muito inteligente, esperto mesmo, este brasileiro se tornou uma jóia para o governo indiano e para a Organização Mundial da Saúde. A regra do Claudio era a regra com que países garantem sua presença na globalização: eu estava na terra deles e tinha que mostrar interesse pelas coisas deles.
A Alba depois foi entrando na luta contra a varíola, utilizou-se de suas práticas pedagógicas e didáticas e logo era membro ativo da campanha na Índia e depois na Etiópia. Passou por experiências espetaculares, está tudo em mais de uma centena de cartas, conhecendo figuras exponenciais do mundo como Indira Gandhi, Fidel Castro, Madre Teresa de Calcutá, Nancy Rafkin, entre outros que merece uma narrativa completa e que o será.

Em Calcutá onde primeiro moraram e depois em Darjeeling nas montanhas do Himalaia, tiveram uma indiana em sua casa que se tornou uma mãe para os recém-casados. Era a Kanchi, que falava seis línguas, incluindo o tibetano, hindu, bengali e inglês, além do chinês e mais outra. Era uma mulher milenar, trabalhara na casa de Marajás e tinha a profundidade e a extensão da Ásia. Aliás, Kanchi era muito chegada ao Dalai Lama em seu exílio indiano.
Afinal ao que interessa a receita de peixe da Kanchi:

Temperar o filé de peixe com bastante limão e azeite e deixar descansar. Cozinhar o filé em fogo brando com um pouco de manteiga numa panela, sem mexer. De vez em quando sacode a panela um pouco. À parte prepara um molho branco com queijo e um creme de espinafre. Frita batatas em rodelas bem finíssimas quase transparentes (cortadas com gilete). Arruma num pirex o peixe, o molho branco, o creme de espinafre e a batata frita em camadas. Serve com arroz branco e ovos estrelados.

Quase Lágrima- Por Antonio Sávio


Ainda estarei na pétala da rosa
Qual orvalho que paira
A espera de um raio de sol
Que o vaze, fazendo-o prisma

Ainda sim, estarei em raízes
Pois são nos bastidores do solo
Que fazem o espetáculo das folhas
Dos verdes...

Ainda em silêncio, te vejo
Quando passa minuano, em silêncio
Furacão de orgulho, olhos em fogo
Marcha forte...e um coração que não me engana.

Ainda em silêncio - tua face
Moldada por Deus-,há de gritar
Há de gritar meu nome,
Pois não há silêncio para um poeta que chora
Tampouco para um peito silente
E orgulhoso que ainda ama.

Foto:Lucy da motta

Milan Kundera


Milan Kundera (1 de abril de 1929, em Brno, Tchecoslováquia) é um autor tcheco.


"A vida humana acontece só uma vez, e não poderemos jamais verificar qual seria a boa ou a má decisão, porque, em todas as situações, só podemos decidir uma vez. Não nos são dadas uma primeira, segunda, terceira ou quarta chance para que possamos comparar decisões diferentes"
Milan Kundera






Moreira da Silva



Antônio Moreira da Silva (Rio de Janeiro, 1 de abril de 1902 — Rio de Janeiro, 6 de junho de 2000) foi um cantor e compositor brasileiro, também conhecido como Kid Moringueira.


Primeiro de Abril

Dia da mentira


Há muitas explicações para o 1 de abril ter se transformado no dia das mentiras ou dia dos bobos. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1 de abril.

Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1 de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.

Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool's Day, "Dia dos Tolos [de Abril]"; na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d'aprile e poisson d'avril, literalmente "peixe de abril".

No Brasil, o primeiro de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. A Mentira saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.

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