por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 11 de março de 2012

No azul da madrugada


por socorro moreira


Tinha fogo no olhar
Com ele sabia brincar-
Brincar de se encantar

O feitiço voltava
O fogo incendiava ...
A paixão  - O que é paixão?
Nem os sentidos conseguem explicar.

Na pira do desejo
- A exaustão!

Maturada pelo tempo
Derrama a ternura
Que ficou no ar

Chuva de lembranças
Acalantam
Amores adormecidos
Respiros, suspiros
Nos sonhos do sono

Tapioca Pudding - José do Vale Pinheiro Feitosa




Nasc. registra o tupi tïpï'og 'sedimento, coágulo da mandioca crua coalhada'; A.G. Cunha (DHPT) registra tïpï'oka 'fécula alimentícia da mandioca'; f.hist. 1618 tapioqua, c1631 tapioquo, 1663 tapyoca

Nos finais dos anos sessenta. Na última sessão do filme Positivamente Millie com Julie Andrews, James Fox e Mary Tyler Moore, um musical com o título em inglês de “Thoroughly Modern Millie”. Um casal sai do Cine Moderno em direção à rua da vala.

O companheiro era um tipo defasado nos estudos, gostava mesmo é de cuidar da vacaria que possuía. A mulher com sua linda cabeleireira e um estilo moderno, já tinha terminado o IBEU e era americanófila até a raiz dos cabelos.

Ela estava amuada. No musical aparecia a dança da tapioca. Ou em inglês Tap-Tap Tapioca. A dança era uma inversão de expectativa. Nada poderia ir daqui para lá. Era ao contrário, a língua civilizada era o inglês e nenhuma palavra poderia existir naquela língua que viesse, nem por acaso, do português brasileiro.

O marido era ignorante em coisas de livros, mas esperto no que acontecia em sua volta no rádio, jornais, filmes e discos. Olhou para mulher com ar de enfado e disse: tem sim. E a bossa nova? Eles podem é não saber falar língua de gente, mas a palavra bossa nova eles dizem.

Subiu um ódio tremendo pela mulher desde o dedo mindinho do pé direito até os cabelos arrepiaram de raiva. Ela foi ao ponto fraco do marido: então me diga se a palavra tapioca não pode ter sido inventada pelos americanos e depois nós aprendemos a pronunciá-la e muito ruim.

Ele naquele dia estava com a macaca. Aceitando desafio. E contou uma história para a mulher. Isso foi Genivaldo, filho de Maria da Batateira que era soldado da Aeronáutica e foi na companhia de um major pegar um avião nos EUA. Chegando lá foi pegar no alheio e terminou na cadeia. Com saudade de casa começou a chorar e pedir por tapioca. Tanto repetiu a palavra que o povo aprendeu, passou para outro e assim a palavra tomou conta de Tio Sam.

Olhe não fale mais comigo hoje à noite. Eu não consigo conversar com ignorante. E toc toc se mandou na frente do marido com o sapato alto dando o toque do desprezo que carregava até o santo lar.

Naquela semana por causa de uma tapioca, o marido da mulher que falava inglês teve que anoitecer na Glória.

Então para vocês que estão até aqui comigo vai aí a receita do famoso: Tapioca Pudding que é muito apreciado pelos anglo-saxões, inclusive é muito utilizado para a merenda escolar na Inglaterra. É um pudim doce com goma (geralmente em caroço como sagu ou outra apresentação), açúcar, leite ou creme de leite. Pode ser feito com leite de coco e levado ao forno para cozinhar. Mas a verdade é que existem muitas possibilidades de acrescentar sabores ao pudim. De tanto usado para os escolares ingleses eles o chamam de frog spawm (ova de sapo/rã) e as crianças americanas de fish eyes (olhos de peixe) ou glue (cola).

Sim a palavra e o pudim vem mesmo da mandioca brasileira, mas natural entre os trópicos nas Américas. A mandioca tem uma nomenclatura interessante: Manihot sculenta




Foto de Samuel Gregório

Um Crato que os meus olhos alcansam, através do olhar de Samuel.

Foto preciosidade

Acervo de Walda Arraes

Recado pro meu pensamento...- por socorro moreira





Estamos nas paralelas, realidades solitárias, mas existe um ponto no infinito que virou estrela... Mesmo que já não exista, ainda brilha!
Aí lembrei “Stella by starlight”, que a gente dançaria, solfejaria,  bebericando a saliva da alegria.
Não estou medindo importâncias. Apaziguei meu coração, mas ele ficou  lato.
Sou guardiã das tuas falas e do teu silêncio, que alimentam a fragilidade da minha essência.
Por tudo que não sei explicar, tornou-se pessoa, no singular, do meu mundo secreto.

Pedro Bandeira em livro

Dentro da Programação da Semana do Padre Cícero, que acontecerá entre os dias 18 a 24de março, será lançado o livro “O poeta Pedro Bandeira mostra Juazeiro ao Mundo”, no dia 22, às 19h00, no Memorial Padre Cícero, e contará com apresentações artísticas: performance de André de Andrade e repentistas contextualizando o trabalho de edição do mais novo livro sobre a poesia do poeta repentista Pedro Bandeiras de Caldas, que está sendo coordenado pelo prof. Mestre em Ciências da Educação, Franco Barbosa que também é escritor. O evento conta com o apoio da Secretaria de Cultura, Secretaria de Turismo e Romaria, de Juazeiro do Norte, e Fundação Memorial Padre Cícero.

Franco Barbosa escolheu dentre os seus mais de mil cordéis e trabalhos publicados, seguindo sua própria metodologia de edição de seus livros, com capítulos e numa sequência que possa agradar o leitor. Cada capítulo vem com um tema e seus textos estão dentro de um mesmo master mind (pensamento mestre). O poeta e apresentador Wellington Costa apresentou Pedro Bandeira como ícone vivo de nossa cultura popular, destacando suas produções como as mais perfeitas nos últimos tempos aqui do Cariri.

O livro será lançado no Triângulo Crajubar, em São José de Piranhas, na Paraíba, terra onde nasceu o poeta Pedro Bandeiras; Campina Grande; Fortaleza; Natal e Brasília, na Casa do Ceará.

O projeto de edição deste livro tem como objetivo primário trazer para as novas gerações, a poesia popular mais pura, genuína e singular de Pedro Bandeira, evidenciando o valor do repentista, por realizado um trabalho de corpo a corpo no Brasil a fora, divulgando no nome do Padre Cícero, de Juazeiro e do Cariri. Uma mídia ambulante realizada nas terreiradas pelos sertões adentro, debaixo dos juazeiros, nas casas de famílias, nos clubes, na TV, no rádio, na imprensa de uma forma geral. Pedro Bandeira cantou para o Papa João Paulo II em 1980, em Fortaleza. Esteve presente a vários eventos no Palácio do Planalto, cantou para vários presidentes da República, “todavia ele está acima das questões políticas, é uma unanimidade que atrai o respeito e o carinho de quem o conhece” enfatiza o coordenador da edição Franco Barbosa.

Um livro com 135 páginas, sete capítulos, compilado dos mil cordéis lançados por Pedro Bandeira nos seus 56 anos de poesia popular. Onde a essência, o encantamento e arte deste grande repentista se tornam um fenômeno.

Astor Piazzolla



Ástor Pantaleón Piazzolla (Mar del Plata, 11 de março de 1921 — Buenos Aires, 4 de julho de 1992), filho dos imigrantes italianos Vicente Piazzolla e Asunta Manetti, foi um bandeonista e compositor argentino.