por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sertão com C

Acredito que Sertão se escreva com C
Pois mandacaru faz Chover
E nenhuma planta perecer
Presenciando dos olhos do meu bem querer
A última lágrima escorrer
Vou voltar pro Sertão!
Pra mudar esse Chão!
Já no próximo Verão
Tentarei levar a Canção
Mas se não der levarei apenas trigo para repartir o Pão

Lavras da Mangabeira conta sua história - Emerson Monteiro


Numa iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo, a Prefeitura de Lavras da Mangabeira iniciou, sábado, 20 de agosto de 2011, os trabalhos que visam aprofundar estudos relativos ao conhecimento da rica história daquele município.

Comuna das mais antigas do Ceará, elevada a vila em 20 de maio de 1816, Lavras detém um passado de expressivos acontecimentos, desde quando chegara o seu fundador, capitão-mor Xavier Ângelo, procedente da Paraíba do Norte, aos feitos legendários da matriarca Fideralina Augusto Lima, das primeiras mulheres que assinalaram a vida brasileira nos primórdios da colonização do interior, pela fibra de coragem e liderança altiva diante das agruras do semiárido nordestino.

Visando, pois, a preservação desses valores históricos que definem as origens de famílias e instituições, nas formações locais, a prefeita Edenilda Lopes de Oliveira Sousa (Dena) e Miriam Linhares de Sá e Sousa (Manta), secretária de Cultura do município, organizaram mesa redonda composta por membros da comunidade, autoridades e titulares da Academia Lavrense de Letras, visando debater fatos históricos que definem a estruturação de um futuro seminário sob o tema História de Lavras da Mangabeira – Valores, Cultura e Artes da Cidade, do Município e Região.

Ao término dos estudos, será elaborado vasto documento que consolidará os feitos dos povos do lugar considerados os pontos de vista religiosos, econômicos, políticos, educacionais, científicos e turísticos.

Esse primeiro evento ocorreu nas dependências da Escola Estadual de Educação Profissional Professor Gustavo Augusto Lima (ex-Colégio Agrícola de Lavras da Mangabeira), em solene reunião presidida pela professora Fátima Lemos, da Academia Lavrense, com a presença da chefe do Executivo, professora Edenilda Lopes, do deputado estadual Danniel Oliveira, educadores, representantes do Legislativo, autoridades civis e religiosas, profissionais liberais e de um bom público, os quais prestigiaram a realização.

Ao empreender essas pesquisas, os lavrenses demonstram sentimento cívico e exemplo pedagógico, aprimorando meios de desenvolver e educar as novas gerações numa louvável providência.

Gene Kelly



Eugene "Gene" Curran Kelly (Pittsburgh, 23 de agosto de 1912 — Beverly Hills, 2 de fevereiro de 1996) foi um dançarino, ator, cantor, diretor, produtor e coreógrafo norte-americano.

O " Cinema Novo"- por Corujinha baiana



Cinema Novo



O filme quis dizer: "Eu sou o samba"

A voz do morro rasgou a tela do cinema

E começaram a se configurar

Visões das coisas grandes e pequenas

Que nos formaram e estão a nos formar

Todas e muitas:

Deus e o Diabo, Vidas Secas, Os Fuzis ,

Os cafajestes,

O Padre e a Moça,

A GrandeFeira,

O Desafio Outras conversas,


Outras

conversas sobre os jeitos do Brasil

A bossa-nova passou na prova

Nos salvou na dimensão da eternidade

Porém, aqui embaixo "a vida"

Mera "metade de nada"

Nem morria nem enfrentava o problema

Pedia soluções e explicações

E foi por isso que as imagens do país desse cinema

Entraram nas palavras das canções

Entraram nas palavras das canções


Primeiro, foram aquelas que explicavam

E a música parava pra pensar

Mas era tão bonito que parasse

Que a gente nem queria reclamar

Depois, foram as imagens que assombravam

E outras palavras já queriam se cantar

De ordem, de desordem, de loucura

De alma à meia-noite e de indústria


E a terra entrou em transe, ê




Entrou em transe ê

No mar de Monte Santo

E a luz do nosso canto

E as vozes do poema

Necessitaram transformar-se tanto

Que o samba quis dizer

O samba quis dizer: "Eu sou cinema"

O samba quis dizer: "Eu sou cinema"


Aí o anjo nasceu

Veio o bandido meteorango Hitler

Terceiro Mundo Sem Essa, Aranha, Fome de Amor

E o filme disse: "Eu quero ser poema"

Ou mais: "Quero ser filme, e filme-filme"

Acossado no limite da garganta do diabo

Voltar à Atlântida e ultrapassar o eclipse

Matar o ovo e ver a Vera Cruz


E o samba agora diz: "Eu sou a luz"

Da lira do delírio, da alforria de Xica

De toda a nudez de Índia

De flor de Macabéia,

de Asa Branca

Meu nome é Stelinha,é Inocência

Meu nome é Orson Antônio Vieira Conselheiro de Pixote

Super Outro


Quero ser velho, de novo eterno

Quero ser novo de novo

Quero ser Ganga Bruta e clara gema

Eu sou o samba, viva o cinema


Viva o Cinema Novo

(Gilberto Gil e Caetano Veloso )





Glauber Rocha




14/03/1939 Vitória da Conquista BA 22/08/1981 Rio de Janeiro RJ




Com o princípio de "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", deu uma identidade nova ao cinema brasileiro.

por Corujinha Baiana

Signo de Virgem - Por : Stela Siebra Brito


SIGNO DE VIRGEM: PRINCÍPIOS DE PAZ E PUREZA E RESPEITO PELA NATUREZA

A mitologia grega narra que na Idade de Ouro vivia no mundo a virgem ASTRÉIA, filha de Zeus e Têmis. Astréia cultivava e propagava a Paz, a Justiça e a Bondade, mas, com a evolução das raças, os homens se afastavam cada vez mais desses princípios e, já na Idade de Prata, Astréia se abstém do convívio humano, para retirar-se, definitivamente, na Idade de Bronze. Astréia subiu ao céu onde foi transformada na Constelação de Virgem.
Este mito simboliza o Princípio da Pureza, representado por Astréia, e ainda a fertilidade e abundância da Idade de Ouro, que como nos conta Ovídio, em As Metamorfoses, “a própria terra, imune, não tocada pelo ancinho, não ferida pela relha do arado, ofertava espontaneamente todos os seus frutos”.
A chamada simbólica do signo de Virgem propicia, além da busca dos caminhos da Paz e da Pureza Verdadeiras, o respeito pela Natureza Sagrada, através da compreensão da generosidade da Terra, representada pela fertilidade e abundância, típicas da Idade de Ouro.
É a relação espiritual com a Natureza Sagrada que deve ser redescoberta e reconquistada. É importante que se compreenda a dimensão sacra da Natureza e seu significado na vida do homem, para que escalar montanhas não seja apenas um esporte que exige exercícios físicos, mas um exercício de escalada espiritual rumo ao Sagrado.
Este é um dos simbolismos do signo de Virgem: tornar a Natureza novamente plena de significado espiritual, um caminho para a Paz entre os homens e a Natureza, uma relação de amor e harmonia.

*Uma homenagem à virginiana Socorro Moreira

Stela Siebra

Piaf, um hino ao amor - - Por Zélia Moreira




Estava em Fortaleza na época do lançamento do filme:Piaf, Um Hino ao Amor.
Vê filmes na telona, no escurinho do cinema, com pipoca , som stéreo, faz toda a diferença. E se o filme é bom, a combinação é perfeita!
Piaf é um filme denso, intenso, mas a partir de quem o vê pode ter várias leituras.
O pessimista/deprê, incorpora o drama da vida da cantora(que drama!) e sai de lá pior do que entrou... O otimista e admirador da obra musical de Piaf, se embriaga ao som da música, embora sensibilizado com a dor, e saí flutuando e assim fica por muito tempo( a dose musical é forte, e da melhor qualidade).
Acredito que muita gente conheça esse filme, se não , vale a pena conferir!
O filme conta a biografia de Edith Piaf (1915/1963), desde a infância pobre e sofrida até a deprimente e solitária morte. Um retrato realista, fascinante e comovente de uma das grandes vozes da música internacional.
Quero destacar a atuação perfeita da atriz Marion Cotillard, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz em 2008.Ela não interpreta Piaf... Ela "é" Piaf nos 140 minutos do filme.
Um detalhe relevante: todas as músicas foram dubladas a partir da própria voz de Piaf.
O momento mais bonito do filme se faz com a apresentação de "Non, je ne regrette rien".
É lindo!!! Curiosamente a letra descreve muito bem a vida , os sentimentos da personagem.


Non, Je Ne Regrette Rien

Non... rien de rien... Não! Nada de nada...
Non... je ne regrette rien Não! Eu não lamento nada...
Ni le bien qu'on ma fait, Nem o bem que me fizeram
Ni le mal - tout ça m'est bien égal! Nem o mal - isso tudo me é igual!

Non... rien de rien... Não, nada de nada...
Non... je ne regrette rien Não! Eu não lamento nada...
C'est payé, balayé, oublié, Está pago, varrido, esquecido
Je me fous du passé! Não me importa o passado!

Avec mes souvenirs Com minhas lembranças
J'ai allumé le feu, Acendi o fogo
Mes chagrins, mes plaisirs, Minhas mágoas, meus prazeres
Je n'ai plus besoin d'eux! Não preciso mais deles!

Balayé les amours Varridos os amores
Avec leurs trémolos E todos os seus temores
Balayés pour toujours Varridos para sempre
Je repars à zéro... Recomeço do zero.

Non... rien de rien... Não! Nada de nada...
Non... je ne regrette rien Não! Não lamento nada...!
Ni le bien qu'on ma fait, Nem o bem que me fizeram
Ni le mal - tout ça m'est bien égal! Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Non... rien de rien... Não! Nada de nada...
Non... je ne regrette rien Não! Não lamento nada...
Car ma vie, car mes joies, Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Aujourd'hui, ça commence avec toi! Hoje, começam com você!


Juscelino Kubitschek - Por Joaquim Pinheiro




Socorro  Moreira fez aflorar da memória episódio com JK e me encorajou contá-lo no Cariricaturas. Em 1975, trabalhava no protocolo da Gerência de Mercado de Capitais do Banco Central em Brasília quando avistei, na fila de atendimento, o Dr. Juscelino, acompanhado por dois assessores. Na sua frente, umas 4 ou 5 pessoas, todas Office boys ou contínuos de instituições financeiras. Deixei meu birô e me dirigi até o ex-presidente, convidei-o a entrar e me ofereci para atendê-lo de imediato. Educadamente, recusou furar a fila, mesmos com os que estavam à sua frente insistindo em lhe ceder a vez.
Enquanto a fila andava, ficamos conversando. Perguntou de onde eu era, há quanto tempo estava em Brasília, e outras perguntas do gênero. Comentou que lembrava do Crato, do aeroporto em cima da Serra do Araripe, do comício de 1955, da beleza do Vale do Cariri, etc. Contei-lhe que meu pai, eleitor de carteirinha da UDN, votou uma única vez no PSD e em JK, exatamente por conta deste comício.
Comentei que Papai há muito procurava um LP que tivesse a música Peixe Vivo, tocada quando o então candidato chegava ao palanque. Juscelino perguntou o nome do papai, o que ele fazia e se ainda morava no Crato. Chegou sua vez, foi atendido (era apenas a entrega de um projeto), se despediu apertando a mão de todos os presentes e se retirou.
Poucos dias depois, recebi um telefonema de uma Sra. Se identificando como secretária do DENASA e me convidando a ir até lá. Como ficava há menos de 100m do meu local de trabalho, fui na mesma manhã. A Secretária me recebeu de forma muito simpática e pediu para aguardar um pouco, pois o “Presidente” queria falar comigo. Menos de 15 minutos depois, entrava na Sala principal da Instituição e recebia um LP autografado por ele e dedicado a meu pai. O disco hoje está comigo. Mando o oferecimento para vocês verem.



Joaquim Pinheiro

Festa da Padroeira do Crato- por socorro moreira


Agosto de 1943.


O Crato vive os primeiros dias de festa da padroeira- levantamento do pau da bandeira. Naquele ano aconteceu uma saudável disputa entre dois grupos políticos: Dr. Gesteira e Prof. Pedro Felício. “Os dois com o fito de ajudar à paróquia da Penha reuniram e engajaram as meninas da sociedade, e criaram os blocos das” Enfermeiras “e das “Margaridas”, respectivamente.

Minha mãe pertencia ao bloco das margaridas. Vestiam-se de camponesas com avental, chapéu de palha, enfeitado com laço de fita e flores do campo. Diz a minha mãe que eram todas belas. No final, as margaridas conquistaram a vitória, arrecadando uma soma maior de dinheiro, para ajudar nas construções paroquiais.

Mas eu imagino, o quanto foi colorida e animada, aquela festa de Agosto!

Em 1963, quem estava começando a brilhar era a minha geração .

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Hoje é o levantamento do pau da bandeira. Agosto/2009.

Moro tão perto da praça, e a vejo de tão longe...!

Acomodo-me, espreguiço-me. O povo da minha idade está recolhido. Amanhã começam as noites de novena, que culminarão, no grande dia- a festa da padroeira, Nossa Senhora da Penha, em primeiro de setembro.

Da minha casa escuto a voz do padre, os cânticos, as rezas.

Desisti do passado, quando ele desistiu de mim. Estou no presente transitório.

Quero um retrato em branco e preto dessa festa sem Altemar Dutra,sem Adilson Ramos , na amplificadora; sem os cavalinhos do parque Maia; sem a roda gigante, a rodar, a rodar ...

- “Sentimental eu sou... Eu sou demais!”

Respingos da fonte luminosa, farfalhar de panos novos, misturas de cheiros: muguet.

Nunca contei o dinheiro do bolso do meu pai. Achava que o seu bolso era mágico... Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três. Vou entregar, e já entreguei!

E a gente levava a prenda para casa. Papeis celofanes no lixo da noite, e leite açucarado para dormir sossegado - o gosto de festa na boca.

Amanhã teríamos mais: reza, bingo, leilão, amplificadora musical, e o carrossel do parque Maia...!