por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Só chove

Se cantasse como chove
de música minha alma se inundaria.
Chove a cântaros e me comove
Tanto e quanto uma melodia.

E sonhos inteiriços teço
com alguma maestria.
Cítaras noturnas, eu não mereço
que acalmem a minha nostalgia.

Se rimasse como a água cai
(fendas d'água em vértices sem fim),
minha alma não suportaria mais
tanta poesia minando dentro de mim.

E versos maravilhosos canto
como se não servisse a outro fim.
Mas a poesia em mim é um manto
que me cobre, quando chove assim.

A Arte de Hugo Linard




Estudamos nos mesmos educandários. Ele pequenino, mal podia com a sanfona ,  e já tinha domínio sobre o teclado; já com ela se integrava: corpo e alma. Nascera para ser músico, e a esta arte entregou-se  inteiramente !
Sem dúvidas, Hugo Linard , é um dos maiores músicos cearenses.
Com um repertório especial, Hugo interpreta todas as canções bonitas que eu conheço, além das composições de sua autoria.
Tiro o chapéu pra esse menino que cresceu ,integralmente, em todos os sentidos!
Obrigada, Hugo , pelo prazer que a sua arte nos transmite!

"Sangue Azul ?"


Qual a origem do termo sangue azul?
A antiga expressão é usada como referência a membros da aristocracia
por Mário Araujo


Há duas explicações para a criação da expressão usada para designar membros de famílias nobres. A mais aceita pelos etimologistas, os estudiosos da língua, é a de que ela tem origem na Espanha do século 6. “Ela nasceu num contexto de preconceito étnico, religioso e cultural”, diz o etimologista Deonísio da Silva, da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. “Faz referência à cor clara da pele, sob a qual destacavam-se veias e artérias azuis – quase invisíveis na pele de mouros e judeus, constantemente expostos ao sol durante o trabalho.” Porém, alguns pesquisadores defendem que a origem da expressão seja bem mais antiga e esteja no antigo Egito. Segundo eles, os faraós diziam ter sangue azul como as águas do rio Nilo, contrapondo-o ao vermelho do sangue dos súditos.

http://historia.abril.com.br/fatos/qual-origem-termo-sangue-azul-434756.shtml

Pompa e circunstância - José Nilton Mariano Saraiva

Produto de uma cultura milenar bastante arraigada em todos os quadrantes do planeta (embora não necessariamente difundida) é comum e tornou-se praxe que o homem, ao decidir-se por casar e constituir família (depois de farrear e brincar à exaustão) procure uma mulher de idade inferior à sua (nem que a “distância” não seja tão grande), até pelo próprio desgaste físico-biológico ao qual a fêmea é submetida no matrimônio (quando, por exemplo, vive e realiza o sonho de tornar-se mãe, desejo de toda mulher) ou, ainda, pela latente sensibilidade e a exacerbada preocupação com a rotina diária da família.
Isto posto, sabemos, de antemão, que alguns, mais românticos e sonhadores, hão de contestar tal tese, alegando “preconceito” por parte de quem a esposa, naquela perspectiva de que, quando existe o “amor verdadeiro”, o “amor pra valer”, a “química necessária”, isso é o de menos, pouco importa, não deve ser levado em consideração.
Os fatos, entretanto, estão aí mesmo pra comprovar e corroborar: embora existam (em qualquer lugar do mundo), são raros os casamentos onde o homem é mais novo que a mulher e, quando tal acontece, normalmente - ressalvadas as famosas exceções de praxe e dignas de encômios, quando os dois vivem felizes para sempre – a tendência é que a indissociabilidade da união vá pro brejo, de forma inexorável (e com doloridas cicatrizes e acusações de parte a parte).
A reflexão acima tem a ver com o mote do dia: o casamento do herdeiro do “trono inglês”, William (28 anos), com a plebéia Kate Middleton (29 anos), numa cerimônia repleta de fausto e pompa, que a TV tratou de transformar num espetáculo de gala, transmitindo-o para todos os continentes, durante horas.
Na oportunidade, à tona vieram alguns “pequenos detalhes”, que vale relembrar: 1) William é filho do “insosso” Charles, aquele que tem cara, jeito e atitudes de babaca, e que largou a bela Diana (mãe do casante de hoje e que, desprezada pelo marido, sapecou-lhe “chifres” a torto e a direito) para juntar-se a uma anciã já casada (Camila, com o dobro da idade dele), e à qual confidenciou (quando ainda casado com Diana), que gostaria de ser o seu “tampax” (para os mais “puros”, que o desconhecem, trata-se de um absorvente íntimo); 2) antes de casar, William e Kate já moraram juntos por uns tempos (os adeptos da virgindade devem tremer nas bases), quando colegas de Universidade, e ela chegou, inclusive, a deixá-lo a ver navios, obrigando-o a implorar-lhe perdão para tê-la de volta (temos aí um futuro “barriga branca” ???); 3) talvez por isso mesmo, ela exigiu (com que intenções ninguém sabe) que fosse abolida do cerimonioso ritual de hoje a cláusula em que publicamente juraria fidelidade ao marido (e assim foi feito); 4) embora falido (ano passado teve um prejuízo correspondente a dez por cento do seu PIB), o “Estado” britânico abriu as torneiras e disponibilizou algo em torno de dezesseis bilhões de reais com a cerimônia, sem contar com o que foi gasto pela própria realeza.
Alfim e ante isso tudo, uma perguntinha tanto simplória quanto realista: como já se tornou comum referir-se e evocar a rainha da Inglaterra quando tratamos de “inutilidade”, “desnecessidade” e/ou “desperdício”, para que existe mesmo a monarquia britânica, com toda a sua cafonice e custo estratosférico ??? Por qual razão não implodi-la de vez, mandando o exército de malandros que a compõem trabalhar duro pra ganhar a vida ???

Nana Caymmi




Dinair Tostes Caymmi (Rio de Janeiro, 29 de abril de 1941), mais conhecida como Nana Caymmi, é uma cantora brasileira.



Fernando Pessoa

Abat-Jour

A lâmpada acesa
(Outrem a acendeu)
Baixa uma beleza

Sobre o chão que é meu.
No quarto deserto
Salvo o meu sonhar,
Faz no chão incerto
Um círculo a ondear.

E entre a sombra e a luz
Que oscila no chão
Meu sonho conduz
Minha inatenção.

Bem sei ... Era dia
E longe de aqui...
Quanto me sorria
O que nunca vi!

E no quarto silente
Com a luz a ondear
Deixei vagamente
Até de sonhar...






Fernando Pessoa


Fernando Luís de Oliveira Pessa (Vera Cruz (Aveiro), 15 de Abril de 1902 - Lisboa, 29 de Abril de 2002) foi o mais idoso jornalista português.


Ah, a Esta Alma Que Não Arde

AH, A ESTA alma que não arde
Não envolve, porque ama,
A esperança, ainda que vã,
O esquecimento que vive
Entre o orvalho da tarde
E o orvalho da manhã.


Gonzaguinha



Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, mais conhecido como Gonzaguinha, (Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1945 — Renascença, 29 de abril de 1991) foi um cantor e compositor brasileiro.

GERALDO PEREIRA - O ESQUECIDO - por Norma Hauer



Não sei como deixei passar a data natalícia de Geraldo Pereira no dia 23.
Deve ser porque estava com a cabeça só pensando no dia seguinte, data natalicia de meu querido cantor Carlos Galhardo.
Aqui vai Geraldo Pereira:

GERALDO PEREIRA
Nascido em Juiz de Fora, em 23 de abril de 1918, esse mineiro conquistou o Brasil com o samba- e como compositor da Estação Primeira de Mangueira.

Geraldo Pereira levou ao extremo o que se entendia por samba sincopado - onde residia sua genialidade. Trouxe em suas músicas o cotidiano carioca, a mulher e o homem dos morros, uma forma de ver o país em que vivia nos anos 40 que se estende até os dias de hoje.
Geraldo Pereira ganhou a vida como motorista de caminhão de coleta de lixo e gastou tudo o que tinha na velha e boa boemia, por quem viveu e morreu.
Seus sambas atravessaram os tempos e foram retomados na Bossa Nova, com a gravação de “Bolinha de Papel” em 1961 por João Gilberto - que trouxe à luz o samba e o nome do homem que seis anos antes (em 05 de maio de 1955), aos 37 anos, morria após uma briga com Madame Satã.
Madame Satã era um “ travesti valente” malandro famoso da Lapa, que por ali transitava nos anos 30, 40, 50 e 60.
Seu verdadeiro nome era João Francisco dos Santos, mas pouca gente o conhecia assim.
Madame Satã sempre afirmava que não fora ele quem matara Geraldo Pereira, outros diziam que foi. É claro que Madame Satã teria de negar sempre
Três músicas foram as mais famosas de Geraldo Pereira: “Falsa Baiana”;”Escurinho” e “Escurinha”
As duas primeiras gravadas por Ciro Monteiro.

Contava-se no meio musical que a mulher do compositor Roberto Martins (D. Chininha) fora a inspiradora do samba “Falsa Baiana”, por ter-se fantasiado de baiana em um carnaval e não saber sambar nem rebolar.

Não poderia deixar de colocar a letra do samba FALSA BAIANA, carro chefe de Geraldo Pereira.

FALSA BAIANA

Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não dança, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
E deixa a moçada com água na boca

A falsa baiana quando entra no samba
Ninguém se incomoda, ninguém bate palma
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba
Salve a Bahia, senhor

Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou filha de São Salvador.
Ê,ê, meu senhor.

Como disse acima, Geraldo Pereira faleceu em 5 de maio de 1955, após uma briga com Madame Satã.

Norma

As palavras perderam as letras-Por Rosemary Borges Xavier

Com o advento da internet as palavras encolheram, outras trocaram suas vogais e consoantes por apenas poucas letras, quer exemplos? cadê foi substituído por kd, porque, por pq, você agora se escreve vc, os beijos agora ficaram mais curtos, só é mandar um bjus, desejar bom final de semana também, estão quase sumindo, passou a ser , bfds, a beleza, já, não está tão bela, ela é blz. Agora só algumas não perderam forma, as palavras de baixo calão, nem vou citar. E para dizer que foi enviada uma mensagem, basta escrever te enviei uma msg, mas o pior é quando você entra em uma sala de bate papo e a pessoa só escreve através dos emoticons, aquelas figuras que já me deixaram quase doida e tive que pedir para a pessoa tirar. Os mais jovens adoram usar um língua em códigos, deve ser para fugir da segurança dos pais. Também está sendo usada como tb, que provavelmente serve para ser usada em tabela, são bem parecidas. Pedir para se observar algo, está mais fácil é só mandar um obs, não confundam com o absorvente Ob.
Não sei por que tanta economia com as palavras, pois já saímos da era do telegrama, e não existem regras na internet para suprimir as palavras, afinal o preço para escrever uma mensagem já está incluso na conta.
Mas vou findando por aqui, temos mais para desvendar, neste mundo tecnológico, obg, digo: obrigada, pela atenção dada à leitura. Ah! já estava esquecendo do abraço, abraçamos sem muito entusiasmo, abç.
Preocupa-me a pobreza cultural em que nossos jovens vêm mergulhando, vão terminar se afogando, e morrer sem plantar uma semente boa.

A dúvida embriagada - José do Vale Pinheiro Feitosa



As horas tantas da noite, as ruas vazias da avenida principal eram o relógio do buliço morto da cidade. Sentávamos no embalo da brisa litorânea do mês de agosto: constante, amena e trânsfuga de calor. Quando minha companheira ao lado: cara estranho! Vinha pela rua e de repente voltou.

Estiquei o pescoço e lá ia o sujeito, com certo andar afeminado no balanço de alguns graus de álcool. Muitos graus, qual bafômetro reprovaria até seu andar sobre as pernas por perigoso que seria. Ao menos para as latas de lixo.

Voltamos à brisa, às estrelas e à lua crescente. Isso leva algum tempo, pois lá vem o sujeito, do outro lado da rua em seu andar nas crateras lunares. Nos vê, levanta o braço bêbado ao nos cumprimentar e vem em nossa direção.

Aquele cumprimento meloso de algum tombadilho em plena ressaca com uma intimidade que memória não tenho quando começamos. Após alguns grunhidos de boas vindas, eis que me identifica como se político foi. Qual afirmativa mantive para não complicar o assunto. Pois bem:

- O senhor chabe? Aquele candidato o Zé Nenias? Candidato a Federal?

Este não conheço, sei do João Ananias, não deste outro que rima. Não nestes termos para não complicar a cabeça dele, que volta a repetir cuspindo as sílabas na língua trôpega:

- Zé Nenias? Sabe? Este que é candidato da Dona Érica?

A ficha caiu: era Genecias. O famigerado candidato dos decibéis nas ruas de Paracuru. O candidato da prefeita da cidade. Mas ele (o meu interlocutor. Não o candidato que não diz nada, apenas vende o próprio nome com rimas de forró eletrônico) queria dizer algo e disse.

- Eu trabaio na prefeitura e devo munto a Dona Érica. Mas seu Ribeiro é gente muito fina. Dona Érica apóia Zé Nenias e Zezim, este governador aí e aquela muié lá de Brasília. Já Seu Ribeiro apóia o Tasso, o Lúcio e, como é mesmo...o Zé Serra. E agora? Como é que eu faço? Seu Ribeiro foi prefeito! Ele é forte, vai eleger o neto na Paraipaba. A filha dele já é prefeita lá.

Que drama terrível este do voto que não é sujeito. É do chefe, daquele que pune, demite, daquele que põe o cabresto. Que resposta poderia lhe dar? Escutei para que o drama se desenrolasse como faz a brisa neste mês.

- O sinhô sabe? Eu perguntei a seu Messias, ele já foi candidato. Ele entende desta coisa e perguntei o que vou fazer. Dona Érica prum lado e seu Ribeiro prá outro. Sabe o que ele disse? Tu vai por um canto e distribui os santinhos do bolso direito e pelo outro pega aqueles do bolso esquerdo.

Esta é velha. Principalmente nas franjas da ascensão social em busca de identidade nas igrejas evangélicas e através das páginas da velha bíblia: a solução salomônica.

E pelo toque escorregadio das mãos nos despedimos e ele seguiu na sua embriaguês política. Literalmente política. Que nos digam tantos Ribeiros e Éricas das veredas dos bairros populares.

OS ELEFANTES

Os elefantes retiram-se para morrer.
Limpam os cascos, o couro duro, casca
a envolver uma alma, ou sua ausência.
Ouçam as ondas, ouçam os ventos, e a distância.

Os elefantes aderem à terra, à pedra, como caramujos,
como lagartos no deserto, vestidos de solidão.
Vivem à superfície das coisas, da inércia.
As cabeças pendem aflitas para o chão fundo.

Os elefantes medem as passadas, a sombra, a dor.
Marcam a terra com o rastro, como uma efígie.
Desenham a curva insana do universo, esquecidos
de Deus, eles que são a vulva da memória.

Os elefantes caminham para a terra apodrecida,
a terra da ausência. Carregam a tristeza na tromba
pensa. O sal do tempo é um convite ao abismo.
A febre iluminará o último vestígio de êxtase.

Os elefantes fecham os olhos à espera do esquecimento.
É o tempo das moscas, do zinabre úmido, da cal.
É tempo de cantar uma ode à morte, já desejada.
É tempo de debulhar as favas da morte para o eterno.


Lual na madrugada



Parabéns, Victor !


Música e amigos!

Hugo Linard (acordeon)
Picha (pandeiro)
Flaviano Calou ( violão)

Agora, já é madrugada , e eu ainda escuto acordes de muitas canções. Aquelas que já não ouvimos por aqui, nem por aí...Acho mágico voltar ao passado, sem sair do presente. É o mesmo que viver, sem morrer de saudades.
Fabiana, Fátima e João Marni
Picha

Hugo Linard
O encontro musical celebrou o aniversário de Victor Arturo, meu menino de 39 anos.

ODETE AMARAL- por Norma Hauer


Foi no dia 28 de abril de 1914 que ela nasceu na cidade de Niterói e ainda bem pequena veio com a família residir aqui no Rio.
Já em criança, por sua bonita voz, era sempre convidada a cantar no teatro da escola, além de festinhas familiares.
Em 1936, foi levada por Felisberto Martins para cantar na Rádio Guanabara, onde interpretou o samba então em voga na voz de Carmen Miranda: Minha embaixada chegou, de Assis Valente, acompanhada pelo violão de Pereira Filho.. Com o sucesso do teste, a cantora foi logo escalada para participar do programa "Suburbano", onde também se apresentavam Sílvio Caldas, Marília Batista, Noel Rosa, Almirante, Aurora e Carmen Miranda, entre outros.
Em seu primeiro disco gravou o samba “Palhaço”, de Milton Amaral e Roberto Cunha e “Dengoso”, também de Milton Amara, que não era seu parente.. Passando a atuar na RCA-Victor, para onde foi levada por Ary Barroso, ali gravou aquele que pode ser considerado seu primeiro sucesso:”Colibri” do próprio Ary Barroso...
”Foi uma das cantoras que mais apareceu em coros de cantores como Francisco Alves, Mário Reis, Almirante, Carlos Galhardo...
No ano de 1937 passou a fazer parte do “cast” da Rádio Mayrink Veiga, então a mais importante emissora da época. Cesar Ladeira costumava cognominar os cantores sempre com algo que os marcava bem,
Assim, Odete Amaral passou a ser “A Voz Tropical.
Mas no mesmo ano, transferiu-se para a Rádio Nacional, voltando logo à Mayrink, onde conheceu Ciro Monteiro e gravou um samba de sua autoria, de nome “Sorrindo” e, sorrindo, apaixonou-se pelo cantor, então também compositor, casando-se com ele no ano seguinte.
Ainda em 1937 obteve um grande sucesso no carnaval: a marchinha “Não Pago o Bonde”, de J. Cascata e Leonel Azevedo.

No apogeu do carnaval de rua, o bonde era a grande vedete”
NÃO PAGO O BONDE
Não pago o bonde, Iaiá,.
Não pago o bonde, Ioiô,
Não pago o bonde que eu conheço o condutor.
Quando estou na brincadeira,
Não pago o bonde, nem que seja por favor.

O maior sucesso de Odete Amaral foi o samba”Mormurando”, do maestro “Fon-Fon”, gravado em 1941
MORMURANDO
Murmurando esta canção
Eu sei que o meu coração
Há de suplicar amor
Vem matar tanta dor
Já não há luas-de-mel
Nem mais estrelas no céu
Um anel de ambições envolveu irmãos
E será um poder fatal
Se o bem não vencer o mal

Amor, tanta dor há de chegar
Ao fim
É melhor, é bem melhor
Viver sem imitar Caim
Por que mentir, trair, matar
Em vez de amar?

Será que a negra escuridão
Pode apagar a luz do Sol?
Será que o nosso coração
Pode viver sem um crisol?
Se Jesus ao levar a cruz além
Não deixou de pregar o amor a alguém?
Além de todas as razões
Quero mostrar aos meus irmãos
A lição de perdão do Grande Rei, o Criador
Que ao expirar sobre o Tabor
Quis imortalizar o amor.

Em 1946 Odete Amaral gravou um samba de Humberto Teixei ra, de nome “Bem Vi”, que citava o “gasogênio”. E o que era o gasogênio ? Era um combustível que surgiu no tempo da 2ª guerra para substituir a gasolina, importada, racionada, que só podia ser usada por médicos, táxis e autoridades.
Não me lembro bem da letra, mas sei que dizia:

“Bem, bem, bem vi
Teus olhos engolindo os dela
E logo compreendi
Que tens um sentimento nela....

E terminava assim
...e de quebra um gasogênio
É só isso que ela quer”.

Os autores sempre aproveitam de algo em destaque para colocar em suas composições..

Odete Amaral, depois do nascimento de seu filho, afastou-se do rádio e das gravações e faleceu no dia 11 de outubro de 1984, aos 70 anos.

Norma

Para reflexão - Colaboração de Altina Siebra