por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 29 de abril de 2011

GERALDO PEREIRA - O ESQUECIDO - por Norma Hauer



Não sei como deixei passar a data natalícia de Geraldo Pereira no dia 23.
Deve ser porque estava com a cabeça só pensando no dia seguinte, data natalicia de meu querido cantor Carlos Galhardo.
Aqui vai Geraldo Pereira:

GERALDO PEREIRA
Nascido em Juiz de Fora, em 23 de abril de 1918, esse mineiro conquistou o Brasil com o samba- e como compositor da Estação Primeira de Mangueira.

Geraldo Pereira levou ao extremo o que se entendia por samba sincopado - onde residia sua genialidade. Trouxe em suas músicas o cotidiano carioca, a mulher e o homem dos morros, uma forma de ver o país em que vivia nos anos 40 que se estende até os dias de hoje.
Geraldo Pereira ganhou a vida como motorista de caminhão de coleta de lixo e gastou tudo o que tinha na velha e boa boemia, por quem viveu e morreu.
Seus sambas atravessaram os tempos e foram retomados na Bossa Nova, com a gravação de “Bolinha de Papel” em 1961 por João Gilberto - que trouxe à luz o samba e o nome do homem que seis anos antes (em 05 de maio de 1955), aos 37 anos, morria após uma briga com Madame Satã.
Madame Satã era um “ travesti valente” malandro famoso da Lapa, que por ali transitava nos anos 30, 40, 50 e 60.
Seu verdadeiro nome era João Francisco dos Santos, mas pouca gente o conhecia assim.
Madame Satã sempre afirmava que não fora ele quem matara Geraldo Pereira, outros diziam que foi. É claro que Madame Satã teria de negar sempre
Três músicas foram as mais famosas de Geraldo Pereira: “Falsa Baiana”;”Escurinho” e “Escurinha”
As duas primeiras gravadas por Ciro Monteiro.

Contava-se no meio musical que a mulher do compositor Roberto Martins (D. Chininha) fora a inspiradora do samba “Falsa Baiana”, por ter-se fantasiado de baiana em um carnaval e não saber sambar nem rebolar.

Não poderia deixar de colocar a letra do samba FALSA BAIANA, carro chefe de Geraldo Pereira.

FALSA BAIANA

Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não dança, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
E deixa a moçada com água na boca

A falsa baiana quando entra no samba
Ninguém se incomoda, ninguém bate palma
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba
Salve a Bahia, senhor

Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou filha de São Salvador.
Ê,ê, meu senhor.

Como disse acima, Geraldo Pereira faleceu em 5 de maio de 1955, após uma briga com Madame Satã.

Norma

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