por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 5 de abril de 2012

Maior É Deus - Eduardo Gudin / Paulo César Pinheiro

É, maior é Deus
Pequeno sou eu
O que eu tenho foi Deus quem me deu
O que eu dou é o que eu tenho
Foi Deus quem me deu

Eu nada sou
Mas também não sou nenhum fariseu
Vim aqui pra falar, falou
Porque o cala boca já morreu
Maior é Deus

Mas é o que eu vou lhe mostrar
O que de melhor for meu
Quem quiser me escutar, escutou
Não quero glória, fama ou apogeu
(Maior É Deus)

Na Rádio Azul


14 de abril , no Crato Tênis Clube!



95% das mesas estão vendidas e ou/ reservadas.
Quem precisar de ingressos individuais, nos procure.
Telefones:
35234305( Hugo)
35232867(Socorro)
Não tenho dúvidas de que a festa será um sucesso.
4 hs de música para ouvir e dançar.
Encontro de várias gerações.
Data comemorativa  para Hugo, e os amantes da boa música.
É festa de músicos! É festa  da música! É festa de Hugo Linard!
Participação especial de Hildelito Parente, Leninha Sobreira, Ranier Oliveiva, Salatiel,Peixoto, e orquestra formada por diversos: metálicos, teclados, cordas e percussão.
Todos estão convidados!


Traje: esporte fino.
Ingresso p/pessoa: 25,00


Estamos de parabéns!




Ganhamos de presente  uma nova foto de Pachelly Jamacaru , sensacional, exclusiva, feita com o maior dos carinhos.
Obrigada,  amigo!
Apesar da temática feminina, os meninos se escondem  no azul do nosso caminho, e revelam-se  em palavras, nesta riqueza de textos, que iluminam o nosso dia a dia.


Belo, Pachelly!

O Mercado da Ética


Causou estardalhaço reportagem recente do Jornal Nacional sobre um grande esquema mafioso nas licitações públicas. Com câmeras escondidas, foram reveladas as vísceras de alguns desses esquemas , onde, com envolvimento de empresas e gestores, são armadas imensas farsas licitatórias, com desvio de polpudas frações do orçamento para os bolsos de empresários do ramo e inúmeros membros da gestão pública. A chaga exposta nos espanta , mas a rigor nada daquilo era do inteiro desconhecimento da população medianamente informada. Existe quase que um pacto tácito entre eleitores e governo : --Não tem jeito, se diz, é assim que a coisa funciona! Desde a mais remota prefeiturazinha desse Brasilzão imenso, até a mais desenvolvida metrópole, o mesmo filmezinho a que assistimos no JN é exibido todo santo dia. A Licitação é um mero artifício utilizado por quase todos com o fito de dar aparente legalidade ao crime mais hediondo : aquele que arranca merenda escolar da boca das crianças, ambulâncias de enfermos e remédios indispensáveis dos idosos. Tudo isso pode acontecer, amigos, sem nenhum problema, só não pode sair no Jornal Nacional que aí a revolta é geral. A coisa é tida como tão normal e necessária , ouvintes, que até a gerente de uma empresa definiu perfeitamente a questão : “É a Ética do Mercado, amigos, é assim que funciona!” E perguntou em que moeda o pretenso gestor gostaria de receber a sua parte no bolo : Dólar, Euro, Iene ? Inclusive, mesmo depois das filmagens terem chegado à Mídia, para o conhecimento de uma população que se fingia indignada em nada saber, a gerente repetiu a sua frase , sem nenhum pudor : “É a Ética do Mercado, é assim que funciona !” A média seria um desvio de 15 a 20% para o bolso dos espertalhões.

Não tenho nenhuma dúvida de que a gerente não carrega consigo nenhum sentimento de culpa. Nem ela , nem todos os demais envolvidos , Brasil afora. Quem estuda um pouco de Ética sabe que um dos maiores problemas a se enfrentar é a sua relatividade. A Ética particular, privada, específica de um pequeno grupo é um verdadeiro pântano. Adentrou nessa seara dali não se sai imaculado. Eichmann , no seu julgamento , em nenhum instante se achou culpado pela morte premeditada de milhões de judeus nos campos de concentração: estava seguindo ordens, dizia, e se fosse possível retornar no tempo, reafirmava : eu repetiria novamente todas as medidas genocidas! Os islâmicos que se imolaram jogando os aviões nas Torres Gêmeas, levando junto quase 3000 civis, até o último momento se sentiram heróis de uma causa e assim são reverenciados. A política partidária tem também uma ética própria onde mentir, burlar, montar Caixa 2, prometer e não cumprir, fraudar são práticas perfeitamente aceitáveis e permitidas; diz-se sempre que só existe um crime hediondo em se tratando dessa área : Perder Eleição! Não é muito diferente a atitude de algumas religiões no que tange à proibição aos avanços científicos que poderiam levar ao alívio do sofrimento em milhões de pessoas no que tange à fertilização in vitro, às Células Tronco e até mesmo às transfusões de sangue. Todos partem de uma Ética particular e relativa, seja religiosa, política, geográfica ou cultural. E aí firma-se o impasse inevitável : se todos temos nossa Ética pessoal, de grupo, e exigimos , com unhas e dentes, que ela seja aceita, não podemos, claro, criticar a Ética particular alheia.

Como enfrentar o labirinto ? Fugindo do relativismo! Precisamos procurar valores éticos universais, distantes da gelatina das pequenas questões de grupos, de etnias , de culturas , de religiões. E a Filosofia já nos abriu algumas trincheiras balizadoras. Vamos lembrar dois gigantes nessa área. Primeiro o Utilitarista Stuart Mill (1806-1873) que já explicitava : “O mais Ético caminho é aquele que leva o maior Bem ao maior número de pessoas”. Pois bem, apliquemos nas fraudes licitatórias e veremos que não há nenhuma ética em beneficiar um pequeno grupo de farsantes em detrimento da maior parte da população. O outro, Emmanuel Kant (1724-1804) , afirmava categoricamente : “Devemos agir como se os nossos atos pessoais possam valer como princípios de uma Legislação Universal”. É fácil perceber que tornar as peripécias dos mafiosos da licitação numa verdade mundial seria a implantação definitiva do caos. E falamos apenas de Ética , amigos, junto disso corre ainda a Lei que deve punir rigorosamente os infratores e balizar todas as nossas relações humanas.

O diabo é que a maior parte dos males da modernidade está ancorada nesta cegueira parcial que é a relatividade da visão Ética. A sobrevivência do planeta , hoje, depende muito mais da Ética do que da Ciência. É preciso enxergar além do nosso quintal : as receitas que utilizamos para nosso pomar não servem, necessariamente, para a floresta, a catinga e a savana que se estendem por milhares de quilômetros à nossa frente.


J. Flávio Vieira

guarda-roupa



quatro portas,
flores incrustadas
desenho de cinzéis

que vestir?
indecisão que gravamos
no maciço da madeira
essência agora das portas
flor por ser

que vestir?
vestir o lá de fora,
formas possíveis lá dentro
pegadas no caminhar
no trocar o que é
e o que não é de fato
e não cabe nos braços
e às vezes sobra

do olho para os bolsos
paisagem nos tecidos
paisagem abotoada
ruas, avenidas, vitrines
não obstante depois
o sabão e seu esforço

o que vestir?
ser para olhos alheios
onde nem sempre se guarda
a presença que se quer
e no final pode ser
um tiro pela culatra
bem no meio do pé 

sofá


 sentar-se na forma
que acolhe o corpo
e verga-se à forma que vem sentar

as dores não sente
o cheiro retém por entre as dobras,
já seus domínios...
vão disputados com o cansaço,
mas é um jeito de o tapeceiro
encontrar-se na sala,
compartilhando o silêncio,
tomando parte na solidão
sem perguntar, sem dizer sim

sua presença se fecha
e se repete em tantos lugares
sem a nossa compreensão

através


travessia da noite
empurrar o silêncio para
um canto
subida, descida, vagando no
atravancado das saídas,

travessia da noite densa,
suas curvas
esbarram na fronteira
do corpo, sua brisa
fraseia o sem sentido no rosto

os passos não levam a lugar seguro,
transparente abrigo do outro lado,
para além da construção
toda com esse tecido opaco
e por isso frágil, ah, não...

na travessia da grande noite,
carência de certeza em suas coisas,
o imprevisível na coreografia dos fatos,
nas dobras do dia a caminho,
espelho de reflexo traiçoeiro
na tradução das cores e formas

Como estamos na Semana Santa, passo para vocês,
o que considero ORAÇÃO:
É você se desnudar das pressões externas,
das pressões internas e permitir que sua alma
navegue em direção a DEUS.

Um privilégio de poucos - Emerson Monteiro

Falo a propósito do livro, esse instrumento valioso que se mantém na via principal das revoluções da História, logo depois da revolução agrícola. Llivro, o responsável pela propagação das ideias no decorrer dos séculos, reservatório de transformações e passaporte da mais plena das liberdades, o livre pensar.

Percentuais dos leitores de livro apresentaram redução no Brasil nos dois últimos anos. Devido aos outros chamamentos, televisão, computador, celular, a margem de quem adota o livro a título de lazer e fruição sofreu queda expressiva, no entanto longe de causar maiores preocupações diante da importância acadêmica desse meio de comunicação, fator essencial entre mestres e alunos.

A satisfação de um bom livro jamais encontrará concorrente naqueles que desfrutam do prazer da leitura em qualquer idioma deste universo. O pensamento dos autores percorre, assim, milênios e multidões, renova tecnologias, alimenta possibilidades inestimáveis no trabalho dos povos, na civilização, abrindo espaço aos valores e bons costumes.

Uma casa sem livros é uma casa sem alma, contam os sábios. O livro caindo n’alma é germe que faz a pala, é chuva que faz o mar, afirmou Castro Alves.

Quiséssemos falar nas maravilhas de um bom livro e passaríamos vários dias longe de chegar ao destino, porquanto a força viva do engenho vital encontra nas páginas dos compêndios a galáxia das grandes descobertas, invenções, todo tempo. Viagem do infinitamente pequeno aos gigantescos momentos da imaginação e dos sonhos. Conhecer as entranhas do conhecimento através das letras e dos conceitos mergulha no milagroso das selvas fantásticas do saber, o que revela o suave deslizar pelas folhas à frente dos olhos.

Tais passageiros de naves milagrosas, continuam a busca da sabedoria nascida já na escola por meio dos livros, e presenciam acontecimentos revitalizadores à medida que seguem o curso, atentos na jornada iluminadora do aprendizado, libertos junto às jóias impressas.

Houve época quando afirmavam, quais realizações pessoais, gerar um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Porém agora, nesta fase dos eletroeletrônicos e do desmatamento incontrolado, talvez os dizeres peçam alguma alteração também quanto a escrever o livro. E queiram considerar naquelas previsões, e ler um livro. E pois um que seja, lido com gosto e desejo sincero, poderá até mudar vidas inteiras na direção da propalada libertação humana.