Foi-se embora MANOEL DE BARROS. O barqueiro transportou nosso poeta para o outro lado do rio. Agora ele nos acena da margem de lá. Até mais, poeta, vamos sentir muito sua falta, a saudade será imensa, sem medida, desarvorada, sem ter onde caiba. Soube que esse homem que conduz o barco está morto de cansaço, por demais fatigado, convenhamos, não é brincadeira a vida nesse ir e vir contínuo, infindo. Tenho uma coisa para pedir a você, meu poeta: qualquer dias desses, como quem não quer nada, como quem se perdeu no caminho, aproxime-se do barqueiro e, antes que ele de todo se ponha a navegar, lhe recite um poema. O barqueiro ficará hipnotizado. E nós, por algum tempo, sem travessia.
Espero que você me atenda, Manoel. Um abraço desses bem acochado - de quem muito lhe ama.
rejane gonçalves.
Espero que você me atenda, Manoel. Um abraço desses bem acochado - de quem muito lhe ama.
rejane gonçalves.