por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 26 de março de 2015

Imagens do Povo da Etiópia - José do Vale Pinheiro Feitosa

Nossos valores, especialmente aqueles pelos quais somos capazes de arrastar a babá do bebê, vestida de branco como convém à dignidade de classe média, para tirar um selfie com bebê e tudo em plena passeata do “bate panela”. Completando a informação.

Nossos valores refletem a possibilidades de acesso ao mundo material dos modelos de civilização. O que ela nos oferece se torna cultura que é outra maneira de falar de tais valores.

O nosso ideal é ter um carro. Nunca um “bate panela” irá, com convicção, a uma passeata em prol do transporte em bicicleta. O carro é seu “fetiche” cultural, sem ele não existe representação social.

Isso é verdade para os motociclistas. Converse com qualquer neurocirurgião sobre o que pensam desta epidemia de lesões decorrentes do enorme trânsito de motocicletas na sociedade brasileira. Mas vá dizer isso a quem tem uma e a usa.

Mas o meu assunto é a Etiópia. E tenho alguma pressa pois logo o blog estará aliviado, por um tempo, das minhas incursões. E hoje é sobre isso mesmo. Como numa determinada região de Etiópia (Gonder, Bahir Dar e Lalibela) vimos o povo a pé em longa tiradas à beira da estrada.

Com suas vestimentas típicas. Mantos para se abrigar do frio e do sol, saia coloridas e compridas. Cores intensas e primárias. Os homens desde da fase de transição entre criança e ser adulto, avançando na idade usam cajados de madeira.

É costume vê-los com o cajado cruzado nos ombros e com os braços descansando sobre ele. Já na região mais muçulmana, entre Dire Dawa e Harar, onde existe um comércio de chat (uma planta usada como estimulante) e várias cidades intermediárias, o povo andava em vans e no chamado tuc-tuc uma cabine para três pessoas montada sobre a estrutura de um triciclo.

A cidade de Lalibela impressiona pela religiosidade cristã. Um cristianismo primitivo. Ortodoxo. Vindo de era distante. O rei Lalibela construiu igrejas impressionantes em rochas abaixo do nível do chão. Como os cristãos da Etiópia tinham dificuldade para fazer peregrinações a Jerusalém (é isso mesmo ainda no século XI eles iam da Etiópia ao Oriente Médio) em razão do domínio mouro, Lalibela transformou a cidade, que passou a usar seu nome, numa verdadeira Jerusalém.

A um riacho denominou Rio Jordão e monte das Oliveiras a outra formação na proximidade. E são onze igrejas em monólito com túneis ligando-as, sistema de abastecimento de água e escadas para se descer até elas.

Existe um local para feira. Só que ali não existe moeda intermediando. São trocas no estilo escambo. O povo vem das elevadas montanhas, com mais de 3 mil metros de altura, com seus produtos, trocam e voltam a subir em destino de suas casas.

Um rio Jordão, um Monte das Oliveiras, igrejas em pedra, a visão que se tem do povo com os sacos de produtos nas costas é de um tempo bíblico. De um povo bíblico em plena África. O vídeo abaixo mostra isso.




A paisagem da Etiópia é belíssima. E o Tucum a habitação mais típica de toda a região. O vídeo abaixo vai mostrar isso mesmo.