por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 2 de junho de 2012

Continuar... pra que ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Quando foi formada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do “Cachoeira”, instaurada pra se apurar a exploração ilegal do jogo caça-níqueis, a impressão que se tinha, porquanto voz corrente, é que... “dessa vez a coisa vai”, tal a gravidade e contundência contidas nas milhares de horas de escutas telefônicas obtidas com autorização da Justiça.
E tal “presunção-esperança” ganhou força e se solidificou no dia a dia, principalmente porque, com o andamento dos trabalhos da Comissão, acabamos por tomar conhecimento que o campo de atuação do contraventor era muito mais abrangente que o esperado, que os seus tentáculos se espraiavam pelo cerrado goiano, esplanada dos ministérios, campos, praias, cidades e por aí vai, e envolvia figuras de proa, outrora tidas e “carimbadas” como íntegras e insuspeitas.
No entanto, com o início pra valer dos trabalhos – o depoimento de gente graúda, envolvida até a medula em maracutaias mil – veio a decepção tonitruante: sem ter como se defender das sérias acusações, ante a crueza  das falas ouvidas, os envolvidos, orientados pelos respectivos super-remunerado$ advogado$ (quem os paga, afinal ???), simplesmente argüiram, um a um, modorrentamente, o “direito constitucional de se manter calado”.
E aí a coisa se transformou num autentico circo de recôndita periferia, já que não só os integrantes da comissão, como também a população em geral, tivemos que agüentar o tal do Cachoeira a sorrir ironicamente para  as câmaras, como a querer transmitir um recado curto e grosso: os que “ousaram” levá-lo até ali não passavam de “palhaços”.  O mesmo aconteceu com os depoentes que o sucederam (demais envolvidos e membros da quadrilha), todos se escudando na Constituição Federal a fim de não criar provas contra si próprio.
A coisa assumiu uma desfaçatez e um atrevimento tais, que o “bossal” Governador-bandido de Goiás, Marconi Perilo, se “antecipou” à convocação e circulou sorridente pelos corredores do Congresso, dizendo-se inocente e pronto para ser ouvido (e o que tem contra ele é nitroglicerina pura).
No entanto, podem apostar com absoluta convicção - “N” reais por um - que quando chegar a sua vez ele simplesmente repetirá a mesma ladainha, o mesmo mantra: reservo-me o direito constitucional de me manter calado (assim como o fará o Governador de Brasília, Agnelo Queiroz; aliás, seria de bom alvitre, sob pena de suspeição, que o presidente da CPMI tratasse de explicar a razão da não convocação do Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, amigo íntimo do manda-chuva da construtora Delta, beneficiária de obras e mais obras em seu estado).
Ora, como antecipadamente já sabemos o script de cor e salteado, pra que continuar com esse lengalenga improdutivo, com essa frescura recidiva de ouvir quem não se dispõe a falar porra nenhuma. Que a natimorta CPMI seja de pronta enterrada e se acione de imediato o Ministério Público ou a competente área do Judiciário que disponibilize condições de obter respostas que permitam enjaular Cachoeira e seus comparsas (preferencialmente numa prisão de segurança máxima). Definitivamente, não é pedir muito.         

Composição de Hildelito Parente e Zé Clementino- Gravada por Luiz Gonzaga e Dominguinhos.


A noite de Junho...

Não paramos nem posamos para fotografias. 
Uma noite sem registros, mas inesquecível!
Presenças queridas como Hildelito  Parente,Abidoral Jamacaru, João Nicodemos, Hugo Linard, Zé Flávio e Fabiana, João Marni eFátima, Rosineide,Lôra, Rogério, Dona Almina, Marcos Cunha, Cileide, Dona Sônia, e os nossos convidados: Everardo Norões, Sônia, Lêda Alves...
Boas conversas, regadas pelo humor imbatível do nosso Zé Flávio, e a música de Hugo Linard, Nicodemos e Abidoral.
- Teclas, sopro, e cordas, em todas as línguas!
Destarte todos os escândalos em voga, nós pousamos num espaço sideral, onde a lua quase  grávida, iluminava a roda com canções de todas as épocas.
Parece que todo mundo acordara com alegria, sem a dor do passado, nem o medo do amanhecer, que surpreende.
Parece que o povo resolveu viver um pouco, sem pudores de sorrir, e derramar sentimentos.
Falo por mim... Autorizada por mim, a ser mais intensa e feliz!
Mesmo assim, o olhar fica perdido, querendo alcançar ausências..
Sonhamos acordados, no "MIRANTE" do Crato!




Ausência

Por muito tempo achei que ausência é falta

E lastimava, ignorante, a falta..

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

Ausência é um estar em mim.

E sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços

Que rio e danço e invento exclamações alegres.

Porque a ausência, esta ausência assimilada,

Ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade – Com o pensamento em Ana Cristina)




Ana Cristina Cesar



olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas


"Por que o homem é valente?
O homem é valente! Ele não tem medo de nada. De nada!
Ele é pescador, com mais de setenta anos, anda todos os dias mais 10 quilômetros, despesca um curral de peixe a cada 12 horas e os horários vão mudando. Passou por muitos perigos no alto mar.

- Era natural a frase. Mas aí é que surpreendeu completando o pensamento:

 “mas o homem não tem poder. Não tem poder algum! O poder é de Deus. Dos homens não”. 

(Mundinho)