por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

É HOJE! ONTEM FOI APENAS A VÉSPERA - José do Vale Pinheiro Feitosa

A data correta é hoje. Ontem foi a véspera. E todos têm o direito à comemoração e, por serem interdependentes no processo social, mesmo quando ferinos individualistas, predadores mercantilistas ou vorazes rentistas do capital, a querer o abraço pelo nascimento. Pelo novo. Pelo que significa mesmo que por horas, ao coletivo abraça ainda que apenas por palavras e textos velhos, gastos e de puro chavão.

Mas hoje é preciso examinar-se o interior e a derme do cotidiano para sentir a troca de presentes da véspera. Sentir o acréscimo do nascimento. É preciso saber se o abraço comemorativo deixou alguma marca da mensagem de amor, fraternidade, paz e senso de justiça como matéria do humanismo e do perdão.

Comecemos pela necessária proteção e liberdade dos pobres, das crianças, dos idosos, das mulheres vítimas da violência, o arrefecimento do rancor irracional do preconceito de classe, cor, etnia, origem, contra doentes, a homofobia, todo aquele pensamento excludente de privilegiados apavorados com a presença do outro.

Comecemos com a mensagem do novo atribuindo contradição às manifestações que, em pensamentos, palavras e obras de ódio tanta gente assacou pelas redes sociais, nas rodas de parcerias infames, nos panfletos, nas reuniões sociais e políticas todas defendendo a escravidão do camponês espoliado, dos pobres desempregados das periferias urbanas, das adolescentes de famílias pobres que, sem proteção, eram entregues às jornadas escrava do serviço doméstico.

Este velho ranço anticristo que se camufla nos rituais religiosos, com os vasos do pescoço estufados pelo palavrório que repete salmos e palavras como armas para negar toda a nova mensagem que nasceu no dia de hoje. O anticristo que deseja levar para a fogueira da condenação as religiões indígenas, as fabulosas crenças de origem africana. Este mercantilismo concorrencial de quem precisa montar o seu negócio da fé.

E antes de apontar o dedo para anunciar a desgraça que o Bolsa Família ou outros programas de proteção social existam como fator de vagabundagem e para falta de trabalhadores baratos, imaginem o ser que nasceu no dia de hoje. Que viveu poucos anos, mas não para aquela época quando tão poucos chegavam aos quarenta anos de idade. E viveu pregando, pelos caminhos do Oriente Médio, mesmo quando na marcenaria do pai, largava o formão para falar da nova mensagem.

Mas o anticristo, por camuflagem, não terá coragem de nomear a ele vagabundo, apenas por não suar em produtividade, mas descer do seu rosto o suor nas estradas pela nova mensagem. A novidade. O nascimento.