por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 22 de maio de 2011


Sílvio Caldas



Sílvio Antônio Narciso de Figueiredo Caldas (Rio de Janeiro, 23 de maio de 1908 — Atibaia, 3 de fevereiro de 1998) foi um cantor e compositor brasileiro.

Seu primeiro sucesso foi o samba de Ari Barroso intitulado Faceira (1931). Desde então, consagrou-se como um dos maiores cantores brasileiros. Chão de estrelas (1937), em parceria com Orestes Barbosa, foi um de seus maiores êxitos.

Dono de timbre inconfundível, que lhe valeu a fama de grande seresteiro, é conhecido também por alcunhas carinhosas, como Caboclinho querido, A voz morena da cidade ou Titio.

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Silvio Caldas

Composição : Custódio Mesquita
No meu tempo de criança
Mamãe me embalava
Com a música de uma caixinha
Eu dormia, eu sonhava
Com princesas encantadas
Feiticeiras e gigantes
Eu dormia e acordava
Enquanto a caixinha tocava
Passaram-se os dias e os anos
Cruéis desenganos
Vieram em meu peito morar
A caixinha já não existe mais
Só ficou a saudade do seu trá-lá-lá
Trá-lá-lá


Somaterapia

Roberto Freire


A Soma - uma terapia anarquista

Somaterapia ou SOMA é uma terapia corporal e em grupo criada no Brasil pelo escritor e terapeuta Roberto Freire. Está baseada na teoria de Wilhelm Reich, discípulo dissidente de Freud e no Anarquismo. A Soma entende o conflito neurótico - que gera conflitos e depedências - a partir das relações de poder presentes em vários níveis da sociedade. Assim, o anarquismo com ética filosófica procura permear a metodologia da Soma, permitindo a identificação do autoritarismo nas relações inter-pessoais. Além da teoria reichiana, a Soma também adota o aqui-e-agora da Gestalt-terapia e as descobertas sobre a pragmática da comunicação humana presente nos estudos da Antipsiquiatria, especialmente o conceito de Duplo-Vínculo e sua implicação nas relações afetivas.

Foi no início da década de 1990 que a Soma introduziu definitivamente a capoeira angola em sua metodologia. A proposta surgiu da necessidade de um trabalho corporal que pudesse ser feito pelos membros dos grupos ao longo do processo terapêutico, em paralelo às sessões de terapia e que funcionasse como um exercício bioenergético complementar aos exercícios de Soma. A utilização da capoeira, que pareceu ser a mais completa mobilidade corporal, além de uma eficiente mobilização energética que ela produzia, traz também o aspecto da luta embutida em sua prática, o que possibilita perceber como se dá do ponto de vista corporal, os enfrentamentos que seus praticantes demonstram ter e as conseqüentes relações com sua vida emocional.

O processo terapêutico da Soma dura em torno de um ano e são realizadas quatro sessões de terapia por mês, compostas de exercícios corporais e dinâmicas de grupo autogestionárias, buscando identificar os mecanismos de poder presentes nas relações sociais travadas entre os membros do grupo e sua relação no cotidiano das pessoas. Temas como singularidade, autoregulação, corpo, autoritarismos x liberdade, prazer são alguns exemplos onde a terapia centra sua ação.

Seguindo esta perspectiva, para a Soma, as relações humanas atravessadas por malhas e conflitos políticos que estendem-se pelas várias esferas da sociedade, são capazes de produzir sérias implicações à subjetividade das pessoas. Uma destas implicações reside notadamente nos efeitos emocionais e corporais que elas tendem a causar. A partir da perspectiva do ex-psicanalista Wilhelm Reich, corpo e emoção estão intimamente relacionados, não podendo ser pensados separadamente. O corpo cronifica e materializa o autoritarismo que recebemos e praticamos. Reich mostrou a neurose como fenômeno que atinge indivíduo e sociedade e afirmou que seu locus não é a mente, mas todo o corpo (incluindo a mente) e o conseqüente desequilíbrio de sua energia vital.

A Somaterapia propõe-se a refletir sobre a ética em vigor, que entende o outro dentro de uma ótica instrumental de uso e apropriação. Tais questões, que poderíamos pensar a partir de uma observação filosófica, também extrapolam para limiares políticos e ideológicos das práticas de convivência humana. Enfim, a Soma se coloca como uma terapia libertária, onde o comportamento humano é estudado a partir da forma como as pessoas vivem suas relações sociais. E busca criar um tipo de terapia onde a análise dos conflitos emocionais ocorra junto com o estudo de como as pessoas vivem sua relações cotidianas.

Atualmente, a Soma é praticada no Brasil e na Europa pelo Coletivo Anarquista Brancaleone, que reúne os somaterapeutas em atividade e em formação, sob a supervisão de Roberto Freire. No Brasil, há grupos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre. Na Europa, são desenvolvidos grupos em Londres, Lisboa, Barcelona e Madrid.

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Apenas Um Comunicado.Por Liduina Belchior.

Esta semana que hoje se encerra, foi danada de boa, turma. Cheia de bênçãos, de carinho e de descobertas. Desejo portanto a vocês do Azul Sonhado, igual alegria, nesta que vem chegando. Não tenho o direito de ser feliz sozinha. Estendo esse sentimento a todos. Lembrando também que ainda estamos no mês de Maria (nossa tão querida mãe).
SHALOM!
Abraços: Liduina.

Estilhaçar - Colaboração de Rosemary Borges Xavier

Não posso descrever o sentimento
Que transbordou do teu olhar distante
Até a luz do sol naquele instante
Não tinham a mesma cor no firmamento
Em mim, configurou-se um tormento
Uma incontrolável aflição
Pois nos teus olhos vi a confissão
Que fez meu sonho desestruturar
Como se fosse o estilhaçar
Do meu inquebrantável coração

Paulo Viana-Escritor Romancista

AO SILÊNCIO, PREFIRO A PALAVRA- Augusto Boal



"Sei que não tenho direito ao silêncio.Em temas graves, temos que abrir o peito. Falo o mínimo indispensável.E calo."

IDE VER A ÁRVORE BRANCA- por José Newton Alves de Sousa



Vós que passais, detende-vos e olhai.
Vós da cidade, vós de longe, ide vê-la.
Agosto surpreendeu-a toda branca. Dizem chamar-se paineira, e ostenta-se à margem da estrada do Lameiro.
Contrasta com o verde escuro dos catolezeiros e dos ipês, com o verde gaio dos cajueiros e sirigüeleiras, com o penacho-esperança dos babaçus e com o verde-azul da chapada.
Cresce para o céu escampo como uma prece de criança ou como um sonho de noiva.
É prata sob o luar e abantesma ou Pierrot no claro-escuro das madrugadas.
Floriu primeiro o ipê roxo, quaresmeiro. Agora é a paineira, solitária, única, detentora de todos os feitiços.
Logo mais será o ipê amarelo, derramando-se em ouro-luz.
Ide ver a paineira. Vale bem o sacrifício da caminhada. O vale freme. As ondulações sucedem-se, nos meios tons das descontinuidades cromáticas. As cidades plantam-se, em aglomerados dinâmicos. Espalham-se, perdidos, os casebres. Os tropeiros fazem tremer as estradas. Mugidos curraleiros choram em alguma parte. Estudantes transitam de azul e branco, ou de branco e rubro. O ônibus, com esforço, vence a rampa. O vento levanta pó e folhas. Melodias cruzam o ar.
Mas olhai a paineira.
E não deixeis que a cortem, como a tantas árvores de nossa região. Antes, cercai-a de todas as proteções.
Sua presença é suavidade e amor.
E tão cruel e duro é o mundo além...

Por José do Vale Pinheiro Feitosa






Sabe Maria,

A casa tem duas portas,

Seis janelas e você.

Na entrada um riso de chegada,

Ao meio o cosmo do sabor,

Nos fundos a vontade de retorno.

Das janelas o mundo é pouco,

No mundo o pouco é muito,

Aberta a porta e entras.

Para o muito que os sonhos têm,

Uma entrada de porta aberta,

Nos fundos a fluidez de saída.

Ao meio tu vives,

Como todos com este atributo,

Da entrada até a saída,

As pessoas na vida que passam,

Ficam até mais do que a casa.

(José do Vale Pinheiro Feitosa)

Por Socorro Moreira -Enquanto vivo a madrugada ...


Meu coração é um deserto, mapeado por oásis insondáveis.
Um dia você chegou...
Chegou num verso, e assentou a rima do meu lado.
Ainda vivo esse encanto, aos pedaços.
Nem foi preciso beijar um sapo... 
Ele se transmuta em todos os personagens 
idealizados pela incompletude da minha alma.

Fique quietinho...
Não escape pela porta dos fundos...
A porta da entrada está selada !

Amar verbo incondicional - José do Vale Pinheiro Feitosa video



amo teu olhos baços,
não como lembrança do brilho de outrora,

amo as luzes finas,
penumbras que traduzem detalhes,
pupilas que escondem universos,
pálpebras pregueadas de resguardos,

amo teu olhar lento,
penetrando o irrevelado,
e assim me deixa leve,
leve de palavras não ditas.


como amo tuas rugas universais,
cada trajeto de tuas veias tortas,
as vigas musculares de tuas mãos,
as manchas solares de teu corpo,

amo a trajetória no tempo,
a longa espera dos espaços,

amo a delicadeza de tua pele frágil,
cada detalhe da superfície de teu mundo,
este mundo ao qual gravito.


amo teus cabelos opacos,
a rebeldia dos fios esquecidos da cor,
cada mecha que diz: até aqui vivi,
o modo displicente que parece pouco,
quando na verdade foram muitos anos,
e tantos que parecem evocativo sésamo,
sobre os ombros como se nunca houvesse fim.

amo tua coragem de viver,
pois a beleza não é estética plástica,
é um pouco de forma, um tanto conteúdo,
como uma fera que teima sobreviver,
uma criança que se deita no colo para sonhar,

amo tua virtude de envelhecer,
sendo outra a cada passo
e a mesma no horizonte,

amo teu ardor de viver,
pois a beleza não é grade da juventude,
ela é o que meus olhos amam,

como amo teu olhos baços,
tuas rugas universais,
teus cabelos opacos,

subterfúgio para amar tua coragem.

 por José do Vale Pinheiro Feitosa

Azul sobre amarelo, maravilha e roxo- Adélia Prado



Desejo, como quem sente fome ou sede,
um caminho de areia margeado de boninas,
onde só cabem a bicicleta e seu dono.
Desejo, como uma funda saudade
de homem ficado órfão pequenino,
um regaço e o acalanto, a amorosa tenaz de uns dedos
para um forte carinho em minha nuca.
Brotam os matinhos depois da chuva,
brotam os desejos do corpo.
Na alma, o querer de um mundo tão pequeno,
como o que tem nas mãos o Menino Jesus de Praga.



Adélia Luzia Prado Freitas (nasceu em Divinópolis, Minas Gerais em 13 de dezembro de 1935).

Zé Rodrix



Zé Rodrix, nome artístico de José Rodrigues Trindade, (Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1947 — São Paulo, 22 de maio de 2009) foi um compositor, multiinstrumentista, cantor, publicitário e escritor brasileiro.