por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A Indulgência - José do Vale Pinheiro Feitosa

Num ambiente em disputa a indulgência é seletiva e tende a ser rara. No limite mesmo do julgamento do chamado mensalão (AP 470) há uma questão de Caixa 2 inaceitável para a ordem tributária. Pela tecnicidade da justiça o Caixa 2 tem penas menos amargas para os réus do que aquelas da Ação Penal 470. Por isso o PT clama pelo Caixa 2, confessando fontes de financiamento não declaradas. Assim como todas as rendas por fora de impostos de profissionais da saúde, engenheiros, arquitetos, advogados e outras profissões liberais além de comerciantes, traficantes e segue numa lista infinita. Além das corrupções inconfessáveis e a indústria de lavar dinheiro que é o denominador comum de tudo isso.

As frequentes Notas de Esclarecimento se igualam em indignação contra a acusação ou suspeita, a defesa de suas ações expostas como suspeitas e a desqualificação da fonte e do meio de divulgação das mesmas. É tão frequente a igualdade entre elas que generalizam a suspeição em razão do discurso padronizado que as iguala. O suspeito termina por evidenciar-se como tal.

Mas estou falando da indulgência que do modo geral é um grande ato humano, esse ser terrestre que por reter o pensamento abstrato, a memória e ter a compulsão pela arte é tão especial e tão solitário em toda a biota planetária. Para nos compormos com indulgência: a matriz da palavra latina diz da entrega, da inclinação, propensão, do bom, benévolo, amoroso, terno, complacente, transigente. Como todas as palavras a indulgência vai de um extremo de aceitação ao da negação (dependente da história) entre seus significados. O bom é universalmente aceito, mas para moralistas e intolerantes a transigência e a complacência é um horror.

Então é que a indulgência como o atributo daquele com disposição para perdoar é inegavelmente inerente ao cristianismo. Especialmente ao Jesus humilhado, torturado e crucificado que se irradia como o perdão. “Mas num ambiente em disputa a indulgência e....” tudo o que já se disse. Não se espere para Genoíno, Dirceu ou Delúbio qualquer sentimento de indulgência natalina por parte de alguém que simpatiza com a direita ou com o PSDB e seus aliados.

Mas a indulgência não foi arrancada do dicionário deste referido alguém. Em seu universo afetivo, no seu patrimônio de aceitação, especialmente se membro de alguma denominação cristã, está lá de ponta a indulgência. O perdão. Aquele que nega ao inimigo ainda assim se encontra como uma reserva para sua sobrevivência diante de tantas suspeições e denúncias que o ambiente em disputa produz igual faz uma fábrica.


Mas precisamos encerrar esta nossa conversa: o Papa Francisco cogita, em princípio, acabar com a famigerada venda de indulgência da Igreja Católica que esteve na raiz da Reforma Luterana. E qual a indulgência que o Papa cogita abolir? Aquela que se tornou um comércio e fonte de renda para a Igreja: “no catolicismo, remissão total ou parcial das penas temporais cabíveis para pecados cometidos, que a igreja concede depois de os mesmo terem sido perdoados.”  

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ALGUMAS LEMBRANÇAS DAQUELE TEMPO...

- Adorávamos ver avião na mureta do Aeroporto dos Guararapes;
- Comprávamos LP's na "A Modinha" e depois na "AKY Discos";
- Comprávamos roupas na Don Juan e nossas irmãs na ELE e ELA; 
- Os sapatos chiques ("cavalo de aço") encontrávamos na MOTINHA;
- Calça LEE tinha que ser na FLAG, na Cd. Boa Vista;
- Comíamos filet à Califórnia ou 1/2 "parmé", na Cantina Star, só de madrugada;
- O chopp era no MUSTANG, próximo à Mesbla;
- Esperávamos com ansiedade o evento "Vamos abraçar o sol";  
- Escutávamos futebol com Ivan Lima na P.R.A.8, Rádio Clube de Pernambuco; os mais antigos: os comentários de Barbosa Filho na Rádio Jornal;
- E o Programa das Vovozinhas, com Alcides Teixeira?;
- Como não tínhamos Rádios FM, o padrão musical era a Rádio Tamandaré - a musicalíssima!;
- Assistíamos "Você faz o Show" e "Noite de Black-Tie"... com Fernando Castelão;
- Queríamos um Puma, MP Lafer ou Santa Matilde para ir ao "Encontro de Brotos" do Internacional;
- Vimos o Papa no Joana Bezerra;
- Tínhamos medo de Biu-do-Olho-Verde, de Galeguinho do Coque; da Perna Cabeluda e do Biu do Alicate; E ELES NÃO PASSAVAM DE CRIANÇAS INOCENTES SE COMPARADOS AOS BANDIDOS DE HOJE.
- E "Chapéu de Couro"?;
- Havia também aqueles que tinham medo de "Lolita"!;
- Vimos a rainha Elizabeth, num Rolls Royce paraguaio na AV. Boa Viagem, transpirando que nem um calunga de caminhão;
- Jogávamos ovos nos jogos estudantis, nas quadras do Salesiano e do Nóbrega;
- Natação e Atletismo, claro, no Português e no Derby;
- Nossas namoradas usavam maiôs "engana-papai" e "engana-mamãe" e a gente morria de ciúmes;
- Comíamos "bauru" no Bar do Derby, enquanto os moleques davam um trato em nossos carros com tala-largas e rebaixados;
- Adorávamos ver o peixe-boi na Praça do Derby e os jacarés do parque 13 de Maio;
- Águas Finas e Sete Casuarinas, em Aldeia, faziam parte do circuito;  
- Assistimos aos "Globetrotters" e ao "Holiday On Ice" no Geraldão, sem falar em Ray Conniff e WillianBat Masterson no Clube Português;
- Assistimos  "Aeroporto 77" e "Tubarão" no cinema Moderno, Terremoto no Veneza, com efeitos sonoros;
- No nosso tempo, o Campeonato Pernambucano tinha times como o Ferroviário, o Santo Amaro (Vovozinha), o Íbis, e o América;
- Tomávamos muito guaraná Fratelli Vita e Laranjada Cliper no restaurante Veleiro, em Boa Viagem; 
- A cerveja tinha que ser Antarctica de Olinda (Av. Pres. Kennedy, 4.400 - Olinda, escrito na tampa);
- A Pitú e Serra Grande eram engarrafadas em "cascos" branco, verde e depois âmbar;
- A COCA COLA próximo ao (hoje) Parque da Jaqueira;
- A Fratelli Vitta junto a Igreja da Soledade e do  Colégio  Nóbrega
- Tínhamos nosso lado inocente de brincar de Pêra, Uva ou Maçã, às vezes  com salada mista;
ALGUNS HÁBITOS DAQUELE TEMPO...
- Jogar boliche no Bola Boliche, na Av. Barão de Souza Leão;  
- Fazer uma bomba de cano de PVC no carnaval e perturbar até os outros se irritarem;
- Brincar Carnaval no Corso, na Rua da Concórdia e na Conde da Boa Vista  num jipe sem capota ou num Galaxie sem portas, à noite, claro, Internacional ou Português; 
- Tomar banho de mar em Boa Viagem (sem tubarão) com bóia feita de  câmara-de-ar de caminhão, no posto 4 (quem tinha vergonha ia pro terminal);  
- Ir aos sábados às 10 horas para a Sessão Bossa Jovem, no Cinema São Luiz ou para a Joveneza, no Veneza;
- Matinês dos Cines Ritz e Astor, na Visconde de Suassuna vendo filmes como  "Love Story", "Uma Janela Para   o Céu" e "Um Dia de Sol" (quem diria);
- Festas (que se chamavam "ASSUSTADOS") nas garagens das casas, com luz negra  e estopa de polimento nas paredes, pra dar efeito "especial", ouvindo "Yellow River","Mandy" ou Elas por Elas Internacional;
- A única bebida alcoólica na época era rum-com-coca ( Cuba Libre);
- Tomar sorvete na Fri-Sabor (perto do Colégio Salesiano), ou na Gemba (mais antiga), até lançaram o Zeca's;
- Dançar no Xixi-Girl, da Boate Ferro-Velho em Piedade;
- Quem estudou na UFPE conheceu o Bar da Tripa, próximo à Escola de Engenharia;
- Assistir ao desfile de 7 de Setembro, na Conde da Boa Vista; 
- Dançar forró na Casa dos Festejos da Torre;
- Lanchar na Karblen, da Rua do Sossego e na  Casa Matos, da Rua da Nova ou na lanchonete do 1º andar da Mesbla;
- Frequentar a Feirinha da Praça do Entroncamento, os bares Cravo e Canela, Acochadinho (em Olinda), Fundo do Poço, Senzala, Água de Beber, Chaplin, Bar do Ninho também em Olinda e o "Depois do Escuro" na Torre, Pirata e Olho Nú em Casa Forte (onde se apresentava a Banda de Pau e Corda), O Som da Terra no Talude (BR 101).
- Assistir aos shows no Circo Voador, no bairro do Recife;
- Comer "chocolate peixinho", embrulhado em papel dourado, prateado, vermelho, bala "Gasosa", Nego Bom.
- Fumar Du Morrier, o cigarro do Kojak;
- Ouvir o compacto simples Je T'aime (do filme Emanuelle I);
- Tomar Coca-Cola em garrafinhas pequenas, do mesmo tamanho do Guaraná Caçula (Antarctica), Clipper ou Grapette e Mirinda;
- Fazer pic-nic aos domingos, no Horto de Dois Irmãos;
- Divertir-se nos brinquedos da FECIN (nossa Disneyworld) e escorregar no tobogã da rua da Aurora;
- Passear na lancha da CTU, no rio Capibaribe;
- Os bares e/ou boates em Olinda eram o Samburá, Zé Pequeno, Eu e Tu e ainda o Las Vegas eram uma farra;
- Um dos primeiros bares de Strip-tease foi o Café Concerto em Olinda;
- Baile dos Artistas no Batutas de São José todo mundo gostava (problema era quando começava uma briga pra descer por aquela escadinha estreita);

ALGUNS LOCAIS DAQUELE TEMPO...
- Casa-Navio, na Av Boa Viagem;
- Sarong em Piedade:
- Maxime no Pina;
- O Buraco de Otília na rua da Aurora;
- Os melhores cinemas eram o São Luiz, Moderno, Trianon, Art Palácio e o Veneza;
- Nos bairros, os cinemas também eram comuns, tais como Cine Eldorado (Largo da Paz), Cine Torre, Cine Rivoli (Casa Amarela), Cine Coliseu (Rosa e Silva), Cine Vera Cruz (Campo Grande),Cine Brasil (Cordeiro) e o Cine Guararapes (Areias);
- O DETRAN era no Cabanga entre as duas pontes (que por sinal, durante muito tempo só havia uma...);
- A Av. Boa Viagem tinha mão-dupla, desde o Pina. Após o Hotel Boa Viagem, só havia duas faixas, as outras duas eram de areia da praia;
- Além da Viana Leal (1ª escada rolante em Recife), Mesbla e Sloper valem lembrar da Girafa (O Centro da Moda), das tradicionais Casas José Araújo (Onde quem manda é o freguês) da Primavera, além da Casa do Mate (o melhor mate batido com limão, com leite ou com maçã...);
- E a árvore (baobá) na Cons. Portela, ao lado da igreja do Espinheiro, que tombou para sempre ???
- A Liberdade de andar nas ruas livres, soltos, sem temer a violência que hoje toma conta de nossa cidade, que saudade!

Se você viveu alguma dessas situações acima, não se preocupe, você não está velho...
Você é um felizardo, pois viveu o Recife como ninguém pode fazer mais !!!

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...EH, ÔÔ VIDA DE GADO,
POVO MARCADO Ê,
POVO FELIZ... (ZÉ RAMALHO)