por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 23 de abril de 2020

"MEMÓRIA CURTA" - José Nilton Mariano Saraiva


Que falta faz uma imprensa séria e vigilante.

Dias atrás (e não faz muito tempo), ante os microfones e às câmaras da vida, ao ser inquirido por um dos jornalistas sobre a possibilidade do dólar atingir os R$ 5,00 – já que a escalada crescente e contínua prometia isso – o senhor Paulo Guedes foi de uma sinceridade franciscana (ao tempo que, paradoxalmente, contundente e taxativa): SÓ SE FIZERMOS ALGUMA BESTEIRA”.

Pois bem, já a algum tempo a moeda americana ultrapassou os R$ 5,00 (hoje chegou ao R$ 5,41 e a tendência é de crescimento) e nenhum daqueles inquiridores do ex-famoso   “posto ypiranga” do Bolsonaro (e atual ministro) se lembrou de perguntar-lhe qual teria sido a “besteira” que ele e equipe teriam cometido e qual a extensão da própria.

A verdade é que, confiando na “MEMÓRIA CURTA” do povo, o senhor Paulo Guedes não parece nem um pouco preocupado com o reflexo da subida do dólar no cotidiano da “arraia miúda/povo” que, afinal, é quem paga o pato, já que muitos dos produtos do dia-a-dia, (pão, remédios, diesel, biscoitos, macarrão, combustível e por aí vai), se vinculam diretamente à moeda norte-americana.

Egresso e até outro dia partícipe ativo do “mercado” (onde fez fortuna em pouco tempo e para onde certamente voltará, após dizimar com a pobreza no Brasil, como o fez quando esteve a serviço da ditadura chilena anos atrás) a preocupação maior do referido senhor é “blindar” seus integrantes e garantir-lhes os sempre polpudos ganhos especulativos (extensivos a ele, já que certamente dispõe de um “laranja” a representá-lo).

Claro que tudo isso tem a ver com a falta de uma imprensa séria e vigilante, mas que, se se dispusesse a assumir uma outra  postura (ainda tá em tempo), bem que poderia indagar-lhe “candidamente”: mas, ministro, qual foi mesmo a “besteira” que o senhor cometeu para que atingíssemos tal descalabro ???