por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Lendo e Ouvindo o Mistério das Treze Portas - José do Vale Pinheiro Feitosa

Por gentileza da Socorro Moreira, recebi de presente em Paracuru o livro “O Mistério das Treze Portas no Castelo Encantado da Ponte Fantástica”, do José Flávio e ilustrações de Reginaldo Farias. Foi uma das minhas leituras dadivosas dos meus dias naquela cidade, como já comentei no Cariricaturas a outra foi o livro do Armando Rafael “Os Dois Leandros”. Aliás, faço saber que recebi o exemplar que seria do Edmar e ele recebeu o autografado para mim, mas o produto não está fora de lugar.

Mas quando falo em leitura digo menos do que o produto que me foi presenteado: na verdade é um produto multimídia. Música, poesia, narrativa e imagens. Portanto mais do que José Flávio é um projeto coletivo, além do Reginaldo Farias tem Amélia Coelho, Lifanco, João Nicodemos, Abidoral Jamacaru, Ulisses Germano, Zé Nilton Figueiredo, Luiz Carlos Salatiel além de um pessoal que produziu o CD entre direção, arranjos, instrumentos, vozes e produção do CD.

Este pessoal todo se expressa nos blogs da região do cariri e tem uma vida na atividade cultural além fronteiras muito intensa. O produto final demonstra o quanto a arte é realizada com baixos custos no país e tenho quase certeza que a manutenção dele numa dinâmica que contemple o seu público infantil preferencial ainda é um dos elos presos da nossa divulgação cultural.

Se as secretarias de educação da região estiverem preparando professores para dinâmicas de aprendizado com os alunos tendo este produto como base eu ficarei tomado de surpresa e muito satisfeito pela boa notícia. Normalmente o produto cultural, mesmo que de excelência como este, pára entre nós numa esteira sem energia para espalhá-lo no meio do público beneficiado por ele.

Mas estou fugindo muito da leitura. Volto a ela. E o que leio e ouço? A proposta de uma geração de artistas e intelectuais do cariri em expor os valores encantados de uma forte cultura acontecida ai neste umbigo do nordeste como bem lembrou Padre Gomes. Como é de se esperar uma geração soterrada por enorme volume de produtos externos, promovendo modificações na geografia política da região, só poderia enfrentar dificuldades excedentes para suas forças locais.

O Salatiel, o Marcondes Leonel, o Carlos Rafael, o Zé Flávio, Lupeu, Zé Nilton, o Abidoral, Pachelly entre tantos e tantas, tinham preso na garganta o que o primeiro traduziu tão bem, apesar das dificuldades inerentes no rádio e no blog Cariri Encantado. A geração deles sabe que sobre a volúpia transformadora da região, a cada dez anos muitas coisas começam e tantas outras desaparecem, existe um magma ainda morno de uma “realidade mágica” que torna a cultura em algo inato.

O inato se faz por duas coisas essenciais: a ancestralidade e a universalidade. Não existe universalidade sem que uma ancestralidade crie a sabedoria para firmar o corpo universal. A universalidade, até por paradigma de um universo de espaço-tempo, é o momento do movimento de expansão com a poeira cósmica do passado. É isso que as treze portas escondem nestas ruas coalhadas de universitários, de consumistas de shopping, das vantagens econômicas que apagam coisas belas, como, por exemplo, o ser humano.

A narrativa das Treze Portas é uma mistura da historicidade do cariri desde o princípio do século XIX e trás inúmeras referências às lutas do passado. Fala de povos, de lendas, de visões de mundo onde a engrenagem roda muito além dos tempos modernos e o desespero de Chaplin apertando parafusos. Por isso esta geração que se junta neste produto, tem um ponto de mirada à leste com os tempos da narrativa oral e oeste com as próprias histórias que viveram desde a infância.

Zé Flávio neste projeto faz uma das coisas que mais gosta de fazer, contrariando seu metódico processo intelectual. Abandona os alfarrábios como gostava de falar o Professor Alderico Damasceno (o livro capa de couro) e passeia na sua memória afetiva. Como o conheço peguei várias: a ponte quebrada do Rio Batateira, algumas cenas de paisagem e até Paracuru que me mobilizou, mas não ficou bem revelado como ele chegou ao Lagarto do Mar (ou sei e ainda não percebi?).

Como as histórias da tradição oral, com reis, princesas, monstros e lutas míticas, as treze portas vão atravessadas por danças populares como o boi e o reisado. Nisso este produto multimídia vai fundo num modo de narrar e num universo narrativo com sua composição ancestral. Quando o leitor chegar ao ponto de término da história de Trancoso ao luar, eles dão a guinada em direção aos trezes elementos culturais que unificariam o “cariri encantado” ou a este desencantado.

Estou falando das treze portas: o sabor e o cheiro da terra; o Rei da Serra, Capela e a coragem de defender os oprimidos, Vicente Finim e as noites de luar, Maria Caboré a milagreira, o poder político com a mudança de lado no rio, Noventa e os segredos dos moinhos que movimentam as coisas, Zé Bedeu e os cuidados dos espaços públicos; Padre Verdeixa e o humor; Zé de Matos o poeta da crítica aos costumes; o Beato Zé Lourenço o organizador social/espiritual; Seu Jéfferson e o Pai-da-Mata na ecologia.

Enfim, para o encanto da vida tendo como centro o ser humano universal (portanto ancestral) são necessários, em face das treze portas: os sentidos, a coragem de agir, ultrapassar os limites das agruras, mudar o objeto da política, compreender o mundo, cuidar da ambiência coletiva, brincar com as normas, criticar a rigidez, organizar as pessoas e defender a vida no planeta.

Ao final numa apoteose nasce o filho gestado a longo tempo no útero da Catirina e este filho é você no espelho que acompanha o livro. O Cariri pode nem perceber as portas, mas é certo que este pessoal já demonstrou que elas existem.

Observação: acabei de entrar no site para postar este texto e vi que o livro será lançado no dia da criança. Foi coincidência, enquanto escrevia, desconhecia o lançamento

"O Mistério das 13 Portas..."


Lançamento no CCBN em Juazeiro do Norte
Dia 12 de Outubro
( Dia da Criança)

15:30 Horas
.




Estaremos lançando o livro infantil "O Mistério das 13 Portas no Castelo Encantado da Ponte Fantástica" no Centro cultural Banco do Nordeste, no Dia da Criança. Ótima oportunidade para quem não viu ainda o Show sensacional que contará com a presença de gigantescos nomes da música caririense:

Abidoral Jamacaru
Luiz Carlos Salatiel

Lifanco
Pachelly Jamacaru

Amélia Coelho
Ulisses Germano
Leninha Linard

João Nicodemos

André Saraiva

Luiz Fidelis

Elisa Moura

Fatinha Gomes
Zé Newton Figueiredo

Ibbertson Nobre
João Neto
Rodrigo
e o Coral Mensageiros de Cristo.

Além da intervenção cênica dos atores :

Cacá Araújo
Orleyna Moura


Não Percam !

Liberdade (Quero...) - Aloísio

Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou”
(Quero Quero - Cláudio Nucci / Mauro Assumpção)



Liberdade (Quero...)


Quero ser a asa
Não o avião
Não quero ser a casa
Mas o seu portão

Quero a palavra
Não quero o poema
Quero ser o livro
Mas não ser o tema

Quero a fogueira
Do meu São João
Não quero o trabalho
Mas a diversão

Quero experiência
E não ter idade
Fazendo muitas coisas
Com toda liberdade

Quero realizar
Os sonhos de menino
Com todos devaneios
Sendo bem traquino

Quero ver o sol saindo
Pela madrugada
Ver a luz chegando
Na minha caminhada...

Aloísio
UM OLHAR AO NOSSO ENTORNO.
                                                                
                                                                         Lídia Maria Lima Batista

O vai e vem dos transeuntes constitui cenário rico em cores, expressões, movimentos. Gosto de estender o olhar entre as pessoas visualizando afazeres, partidas e chegadas.
Quantos sentimentos antagônicos podemos experimentar no ato de observar: alegria, tédio, incentivo, compaixão, entusiasmo e decepção, são alguns deles. O bom, é que qualquer um pode assumir o lugar de observador, para que as visões nesse contexto se ampliem e diversifiquem. Observar ou ser observado são papéis que se revezam naturalmente.
Identifico pessoas que olham para frente, com ombros levantados e andar firme. Elas passam uma impressão determinada. Outras, simpáticas, retribuem o olhar. Os acenos, os ôis, os olás, refletem contentamento. Gentilezas, sorrisos, vivificam nossa alma.
O contingente dos que se movimentam num transitar incessante, é de uma diversidade incrível. Difícil mencionar. Contudo, existem os bonitos, charmosos, elegantes, cheirosos, os que têm cabelos lisos ou cacheados. O outro lado da moeda também mostra o oposto: os não tão bonitos, os feios, altos, baixos, magros, gordos, os desajeitados, os maltrapilhos... E por aí vai! Não há dúvidas, que os aspectos mencionados dizem respeito ao revestimento de cada um, a casca do ovo, podemos dizer.
Maior análise, melhor síntese, só a partir de contato mais direto, compartilhado.
É surpreendente contemplar os espaços com esses viandantes e as constatações resultam de uma curiosidade natural, própria do instinto humano.


Crato/CE., 04 de outubro de 2011

Geleias caseiras


Geleia de morango
750 g de morango lavado,
sem o cabinho
2 colheres (sopa) de suco de limão
750 g de açúcar

Corte os morangos ao meio e coloque-os em uma panela. Junte o suco de limão e o açúcar. Misture e leve ao fogo baixo, mexendo às vezes, ou até o morango soltar líquido. Aumente o fogo e, quando começar a ferver, deixe cozinhar, mexendo às vezes, por mais 15 minutos. Durante o cozimento, retire a espuma que se formar na superfície com uma escumadeira. Verifique o ponto mergulhando uma espátula na geleia, que deverá estar consistente, demorando a escorrer. Retire do fogo, transfira para uma tigela e deixe esfriar. Rende 3 xícaras. Na geladeira, dura até duas semanas.



Geleia de abacaxi

1 abacaxi de 1 kg
1 1/2 xícara (270 g) de açúcar
1/4 de xícara de suco de limão
1 colher (sopa) de hortelã picada

Descasque o abacaxi e bata a polpa no liquidificador (deve
render 3 xícaras de suco). Numa panela, leve ao fogo médio o suco até ferver. Adicione o açúcar e o suco de limão e cozinhe, mexendo sempre, até o açúcar dissolver. Aumente o fogo e cozinhe, mexendo às vezes, por 20 minutos ou até atingir o ponto de geleia (coloque uma pequena porção num pires e deixe esfriar. Quando estiver denso e não escorrer, estará pronto). Junte a hortelã. Deixe amornar, transfira para potes de vidros esterilizados e tampe bem.

Geleia de goiaba

1 xícara de polpa de goiaba vermelha
1/2 xícara (100 g) de açúcar cristal

Passe a polpa com as sementes de goiaba pela peneira. Coloque o suco extraído numa panela média, junto com o açúcar. Leve ao fogo baixo e cozinhe, mexendo de vez em quando, por cerca de 30 minutos, até engrossar (Coloque uma pequena porção num pires e deixe esfriar. Quando estiver denso e não escorrer, estará pronto). Deixe amornar, transfira para potes de vidros esterilizados e tampe bem.

Geleia de manga e suco de laranja

2,5 kg de manga madura
6 xícaras (1 kg) de açúcar
1 xícara de suco de laranja-pera
2 colheres (chá) de casca de laranja ralada

Descasque as mangas, retire os caroços e corte-as em pedaços. Numa panela, coloque as frutas, o açúcar, o suco e as cascas de laranja. Cozinhe em fogo moderado por uma hora ou até que fique no ponto de geleia (Coloque uma pequena porção num pires e deixe esfriar. Quando estiver denso e não escorrer, estará pronto). Deixe amornar, transfira para potes de vidros esterilizados.

http://claudia.abril.com.br/receitas/

Na Rádio Azul...




JOGO DA VERDADE - por Rosa Guerrera




Vez por outra , costumo parar um pouco de escrever .Digamos que seja uma pausa que dedico a mim , ou até um gesto automático oriundo por motivos outros sem grandes explicações. Hoje volto ao nosso blog , tentando coordenar as vírgulas, as reticências e as interrogações nas frases soltas que lentamente sei , irão traduzir meus pensamentos.
Ontem assisti ao jogo Brasil x Argentina , e mesmo vibrando com a vitória da nossa seleção, pensei em algumas outras notícias que minutos antes foram levadas ao conhecimento público , num quadro nítido onde os aplausos de milhões de torcedores, contrastam com ás tragédias mostradas nos tele jornais relacionadas a hediondos crimes que assolam a nossa gente.
Pensei na insegurança em que vivemos, na avassaladora onda de drogas que arrasta jovens e até crianças para a profundeza da desgraça e da dor , no aumento estúpido da criminalidade ,e na tão desejada paz que é assassinada dia a dia .
E como conseqüência a tanto descaso á nossa sociedade uma palavra é escrita numa bandeira manchada de vermelho não apenas nas favelas , becos ou vielas , mas nas mansões , nas escolas, nas praças, nos restaurantes, e em muitos lares do nosso país, e que aceitemos ou não ,se chama IMPUNIDADE .
E eu sonho ( um sonho louco talvez ) , com o nosso povo vibrando , gritando , apoiando , sorrindo , para uma Justiça mais justa , por um maior interesse das autoridades para a construção de um mundo melhor .
Essa seria a seleção que eu gostaria de ver ganhar no estádio da verdade .Uma vitória do povo , dos homens e mulheres que sofrem ,das crianças estupradas, das jovens violentadas ,das muitas famílias que choram seus mortos , e que poderiam aplaudir de pé essa vitória contra a famigerada Impunidade.
Mas , enquanto esse sonho não apenas meu , mas de milhões de brasileiros não se tornar realidade, a gente vai assistindo a nossa seleção jogar , e aplaude a cor verde amarela apenas num campo de futebol.

 por rosa guerrera


Anotem este endereço!


"Na rádio Mar Azul fazemos, junto com Hélder Gurgel, Lúcio Damasceno, Flávio Sampaio e outros, um programa chamado Paracuru Minha Terra Minha Gente que conta a vida de personagens da cidade e incluímos o Fausto Nilo. Ficou um programa legal, trouxemos o Raimundo Cabirote para cantar e tocar quatro jóias do Fausto Nilo, junto com o texto que fiz e mais a entrevista. É um programa agradável. Algumas pessoas acharam o programa um tanto intelectual, mas é difícil falar em arte sem considerar a fronteira entre o universo abstrato e a realidade histórica em que se encontra. Aliás, estes programas podem ser ouvidos na internet aos sábados ao meio dia: www.radiomarazul.com.br."

Dica de José do Vale Feitosa


Baião de Rua
Composição: Nonato Luiz & Fausto Nilo


Olho de menino da cidade
Não demora sabe vadiar
Carro, geladeira, liberdade
Tudo chora pelo seu olhar

É um menino nú
Que brotou do chão
Perto do sinal
Perdeu a luz, pedindo pão

Quando a lua branca
Vai subindo aos pedaços sobre a construção
Eu fico sonhando em teus braços
E adormeço na televisão

Fica tudo azul
Quando a noite cai
Onde a vida vai
Até nascer o sol

Somos um, somos dois, somos três
No asfalto, somos quatro
Contra cinco
Somos sete, canivetes

Um biscoito pra nós oito
E um bilhão pro barão
Ô baião
do Brasil baião

Um anum, dois arroz
Três pedrez, pau no gato
Pé de pato, pé de pinto
Um pivete e sua gilete

Não tem bola, quero cola
Ô baião
do Brasil baião
Sabiá já voou, sumiu