por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

OS NOVOS JAGUNÇOS – por José Almino Pinheiro


Quando alguns homens começaram a armazenar os excedentes agrícolas oriundos da recém descoberta agricultura, tornou-se necessário a proteção desses estoques, que é a origem de um novo poder, não mais baseado na força física ou em habilidade manual ou mental.  A consequência imediata foi o aumento do poder individual dos donos desses estoques que agora podiam manter alguns guerreiros da tribo para sua proteção, surgindo, então, o pré-histórico jagunço. Com o aprimoramento das técnicas agrícolas e aumento dos estoques, crescia também o poder do pré-histórico “coronel”. Este logo descobriu que esse poder poderia ser utilizado não só para proteção mas também para saquear vizinhos. Na história da humanidade, guerras e saques sempre existiram mas, nem sempre com a finalidade de aumentar estoques e poder, isso agora é novidade. Com a expansão patrimonial, esses “coronéis” logo descobriram que, para sua própria segurança, os membros do seu clã ou tribo deveriam ser mantidos sob rígido controle e com as mínimas condições de sobrevivência e segurança.
Essa já grande sociedade, controlada pelos “coronéis”, necessita de uma  administração mais elaborada para atender seus interesses. O Pajé agora vira rei, o qual não é necessariamente  o dono real dos “estoques”. O poder do rei é consensual, raramente era um dos verdadeiros “coronéis”. Os reis subsequentes, apesar de eventualmente ricos, não passam de uma espécie de gerente simbólico (jagunço moderno) das agora chamadas elites.  Existem muitos exemplos de degolas de reis, bastava que um deles tentasse se desviar do traçado dos “coronéis” que logo começavam as intrigas, assassinatos, etc. Para organizar melhor a tribo, agora reino, se forma o esqueleto administrativo, onde o rei e a corte controlam o judiciário, o exército, a religião, a polícia, cujos efetivos são todos herdeiros funcionais diretos do nosso pré-histórico jagunço.
Nas monarquias absolutistas a responsabilidade por algum evento que desestabilizasse o agora país, era logo identificado na figura do rei, tivesse ele culpa ou não, o que acarretaria instabilidade. Daí surgiram as monarquias parlamentaristas que preserva o modelo e não perturba o rei. Esse modelo, com suas leis não totalmente cegas, conta com a vantagem de que a responsabilidade por qualquer crise pode ser diluída ou, dependendo das circunstâncias, atribuída a alguém ou algo. Esse modelo de governo surge com intensidade durante o renascimento, época das grandes navegações e conquistas europeias. Além de limitar caprichos reais, surgem as ideias de nação, de país moderno, como também do nacionalismo geográfico. A ideia dessas elites em melhorar a vida das populações locais, para terem em troca lealdade e sua própria sobrevivência, é mais antiga só que agora mais fáceis de implementar.  O custo dessas novidades deveria ser pago pelos novos vassalos e escravos, longe das metrópoles.  Para o modelo funcionar e justificar o escândalo, foi preciso impor uma administração que atendesse aos interesses dos herdeiros dos pré-históricos “coronéis”.  Alguns países que tentam sair da área de influencia política dessas elites sofrem represálias. Com o crescimento econômico dos países e consequente aumento da poupança foi preciso modernizar a jagunçada, agora transformados, principalmente, em exércitos. Só como curiosidade vale a pena citar o Diário do ator Richard Burton, que na pagina referente ao dia 3 de dezembro de 1971 escreveu: "O Presidente Pompidou foi empregado de Guy de Rothschild antes e depois de ser primeiro-ministro e o novo primeiro ministro era para ter vindo ontem à noite, mas não pôde. (...) Então não admira que Guy possa requisitar toda a força policial de Paris se assim desejar. (Alusão a uma festa na qual, sua esposa a atriz Elizabeth Taylor compareceu com mais de 3 milhões de dólares do pescoço para cima).

A antiga poupança, hoje transformada em PIBs, não mais necessita estar fisicamente dentro das fronteiras oficiais de seus donos, basta apenas ter o controle efetivo sobre essas “poupanças” por meio econômico como é o caso das commodities, ou das armas, como no caso do petróleo, ou ambos. Olhando a relação dos mais ricos do mundo da revista Forbes, nenhum ou muito poucos da lista são políticos, eles preferem o anonimato, pois para o serviço sujo dispõem dos novos jagunços, presidentes, ministros, senadores, deputados, etc.
 

TUDO QUE EU PRECISO É VOCÊ - José do Vale Pinheiro Feitosa

“Às vezes quando estou triste e sozinho,
Sinto-me como uma criança fora de casa
O amor que você me dar preenche-me, querida
Tudo que eu preciso é você.”

All i ever need is you, de Jimmy Holiday and Eddie Reeves foi gravada a primeira vez por Ray Charles em 1971 no album The Volcanic Action of my Soul. Um dos maiores sucesso da música foi com Sonny e Cher e também a gravaram Ray Sanders e a dupla Kenny Rogers e Dottie West.

É inevitável que o título da música no remeta a uma canção muito famosa dos Beatles, de 1967, que intitulou-se All You Need is Love.

All You Need is Love - The Beatles que se inicia assim: amor, amor, amor,/não há nada que você possa fazer que não possa ser feito/ nada que possa ser cantado que não possa ser cantado/ nada que você possa dizer, mas você pode aprender o jogo/ é fácil.

“Você que é meu primeiro amor, você é meu derradeiro,
Você é o meu futuro, é o meu passado
Oh! Amar-te é tudo que peço, querida,
Tudo que eu preciso é você”

As canções restritas ao amor de dois, costumam falar de particularidades, de privacidades e têm dificuldade de alargar este mesmo amor para a humanidade inteira. São os sintomas de uma sociedade de bens privado, de muros a separar pessoas, do "meu" ao exagero do sucesso e do realce.

Mas não deixam de ser um ensaio sobre o amor sem trocas, sem esperar uma moeda de paga, uma compensação pelo próprio e espontâneo sentimento de amar. Não é incomum que uma vez abalado pelas intempéries dos dias, pelos ânimos que arrefecem, o amor seja traído ou até soterrado numa desculpa de que os elementos que o despertaram deixaram de existir.

É quando todas as condicionalidades, as particularidades e privacidades despencam como um grande muro naquele que deveria ser um amor sem concessões e trocas.

“Os invernos virão e depois passarão
E veremos o derretimento das neves,
Pronto o verão virá da primavera, tudo que você faz,
Dê-me razões para construir meu mundo ao seu redor.”

“Meu mundo girar ao teu sol”.

All i ever need is you - Ray Charles a primeira gravação da canção.

Nas estações do ano, mesmo quando não as há, as efemérides que os anos marcam, bicam as migalhas de pão que o amor deixou para marcar a rota de sua causa primeira. E uma das mais difíceis tarefas de quem se encontra nas rotas perdidas, é reencontrar as causas primeiras. Confessam-se frágeis diante do passar, acusam as mudanças externas, as conquistas de novos desejos, uma vez que o desejo é gêmeo da felicidade: sempre é a busca daquilo que lhes falta. Como diz Eduardo Galeano: um horizonte sempre a se afastar.

“Algumas pessoas seguem o arco-íris, disseram-me
Outras procuram prata, alguns o ouro,
Mas encontrei meus tesouros em minha alma
Tudo que eu preciso é você”.


All i ever need is you - Jerry Reeve e Chat Atkins uma das guitarras mais belas dos Estado Unidos.

Como encontrar a minha alma se a promessa é um mundo de sofrimento e a felicidade só após morte? Esta praga cristã transfere o amor integral, incondicional, para um limbo atemporal. Mas todas as chagas que minam meu sangue, todas as lepras que apodrecem minha carne, todas grades que impedem meus passos, não são suficientes para anular meus passos em busca do amor como o sujeito que ama o sujeito para que todos prediquem a vida. Com seus verbos e complementos.

“Sem o amor nunca encontrarei o caminho
Pelos de altos e baixos de cada dia
E ficarei insone por toda noite até que você diga
Querido(a), tudo que eu sempre preciso é você”

Lá, Lá, Lá, Lá, Lá,
O teu amor me mantém por sobre o tempo
Querida, tudo que realmente preciso é você

Lá, Lá, Lá, Lá, Lá
Afinal encontrei os tesouros de minha alma
Querida, tudo que realmente preciso é você


Lá, Lá, Lá, Lá," 

All i ever neede is your - Sonny e Cher - a gravação de maior sucesso desta canção.