por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A história mostra que os EUA são ávidos por ações militares

Retirado do Blog Diário do Centro do Mundo,

Veja o que diz num editorial o jornal chinês Global Times, que reflete o pensamento do governo: “Sem uma defesa formidável, os sentimentos irracionais contra a China podem piorar, e se converter em ação. Na condição de maior potência militar, os Estados Unidos colocaram a China no centro de sua estratégia de defesa. A história prova que os Estados Unidos são ávidos por ações militares. Quando os americanos estão confiantes em sua superioridade, eles costumam usar a pressão militar sem nenhuma cerimônia.”

A democracia européia é um arranjo degenerado - José do Vale Pinheiro Feitosa

Uma coisa o é mesmo que tenha por necessidade a sua contradição. Mesmo que esta coisa o seja já deixando de ser, ela será identificável até com maior realismo por que parte das afirmações no âmago dos movimentos contraditórios.

A Europa é o vetor histórico da democracia da modernidade. O renascimento juntando o mundo greco-romano e o cristianismo e restabelecendo o indivíduo como o centro da história foi o marco fundante da moderna democracia. Depois a nova base mercantil, a descoberta do mundo novo e a industrialização com a acumulação capitalista, completaram o edifício desta democracia.

Em todo caso: a democracia moderna tem a Europa como fundamento. Até por isso se costuma às vezes, numa espécie de paradoxo, acrescentar o termo “cristã” para designar a “democracia” de base européia. Acho que não precisamos ampliar para falar nos princípios que regem esta democracia: é do conhecimento de todos.

A questão é que a Europa há mais de século bem corroendo por dentro a instituição democrática. A começar pelo mundo comercial e sua fachada diplomática. A diplomacia européia tornou-se aquela novilíngua que George Orwell denunciava em seu livro 1984. A destruição da linguagem universal da democracia, por outra língua que desdiz o que está a dizer, faz parte da maior decadência que o pensamento europeu já teve em toda a sua história.

O Holocausto Judaico não deve ser posto apenas na “cônsul” da Alemanha. Ele é Europeu. O colonialismo dos séculos XVIII ao XX é coisa européia. A primeira guerra mundial (que aconteceu principalmente no território europeu e nas suas áreas de colônia) foi a guerra das trincheiras com os marechais dizimando a juventude até a fileira das crianças. A segunda guerra nem se fala. Sem contar o “herdeiro bastardo da democracia européia” querendo fazer subprodutos dos seus ideais com as entranhas do povo de Nagasaki e Hiroshima.

É este corpo histórico decadente que deita falações sobre o mundo árabe. Que deseja uma carnificina sádica e cínica sobre a África. Que soltou a raposa no galinheiro para nutrir-se na carcaça magra de Gregos, Portugueses e Espanhóis. São estes deformados morais que falam a novilíngua em seus ditames diplomáticos: a ameaçar, ameaçar e ameaçar.

O Irã não pode ter a bomba nuclear, mas Israel pode. A Índia teve a bomba e deram a mesma ao Paquistão e lá tem talibã a dar na canela. Os EUA querem a guerra nas estrelas e claro a velha Rússia já se aliou à Nova China para ambos se entupirem com as meizinhas de dizimar carnes e mentes. A Europa trás o estigma da morte. Isso é comum nos corpos terminais.

Muito cuidado com o que eles dizem. Nós os que queremos viver, não deveremos mais ler as “lições de democracia européia” estas estão cheias de páginas danificadas.

Rumo ao Brasil Central - Por Carlos Eduardo Esmeraldo e Magali de Figueiredo Esmeraldo

. Carlos
. Magali

Quando completamos pouco mais de um mês de casados, morando ainda em Tomé-Açu, Carlos recebeu a notícia da Construtora Engenorte, de que iria trabalhar em S. João d'Aliança - Goiás, na estrada São João d'Aliança-Alto Paraíso. Em conseqüência das fortes chuvas os trabalhos da estrada “Tomé-Açu-Paragominas foram suspensos.

Com a surpresa tive a certeza de que a nossa vida estava parecendo com vida de cigano, sempre levantando acampamento. Mas, com toda a animação da nossa juventude, fomos enfrentar a mudança. E eu que, aos poucos estava conhecendo e me acostumando com aquela região cheia de igarapés, onde havia grandes plantações de pimenta-do-reino, teria que ir embora. Além dos japoneses proprietários dessas plantações, a cidade de Tomé-Açu abrigava também muitos cearenses.

Novamente, nosso fuscão ficou lotado de bagagens. Os poucos móveis e o fogão foram acomodados no caminhão da firma. Seguimos viagem pelas estradas enlameadas, deixando para trás a nossa casinha de madeira pintada de branco que foi testemunha da nossa felicidade do primeiro mês de casados.

A estrada foi aberta no meio da floresta e lembrava muito a subida para Serra do Araripe, com a diferença de que as árvores eram mais altas e frondosas e era numa região plana. Em conseqüência das fortes chuvas recentes, a estrada estava encharcada de lama. Em algum momento teria mesmo que atolar. E o fusca atolou junto também com os caminhões e máquinas da firma, próximo a uma fazenda. Horas e horas ficamos atolados já com a fome apertando, pois só tínhamos tomado o café da manhã. Dormir em Paragominas, como era o planejado não seria mais possível, pois já estava anoitecendo. Com o estômago vazio, começamos a pensar nas pessoas que passam fome. Imaginamos um pai ver os filhos sem ter o que comer e não poder fazer nada por causa do desemprego.

O mais interessante é que apesar de todas essas dificuldades eu me sentia tranquila, achando que tudo daria certo. Além da minha fé em Deus, eu confiava que ao lado de Carlos, íamos encontrar uma saída. A sintonia entre nós dois era e continua tão forte, assim como o nosso amor. Por isso, estávamos muito calmos e não nos desesperamos em nenhum momento. Lembrei-me de um pequeno versículo do Livro de Gênese 2, 24: "Por isso, um homem deixa seu pai e sua mãe, e se une à sua mulher, e os dois se tornam uma só carne." Era aí onde estava a nossa força, na Palavra de Deus, nas suas bênçãos e no nosso amor. Naquele momento, em vez de perdermos a paciência, enfrentamos tudo com muito humor. Estávamos confiantes de que Deus nos tiraria daquela situação.

Para nossa salvação, avistamos uma casa de fazenda, próximo de onde os carros ficaram atolados. Pedimos abrigo por uma noite e o fazendeiro, um simpático mineiro que há poucos dias instalara-se na terra, antes devoluta, nos acolheu. Lá já se encontrava um engenheiro do Departamento Nacional de Minas e Energia, que descobriu extensas reservas de bauxita naquela área. Após o delicioso jantar, conversamos durante algum tempo e logo fomos dormir, pois a noite estava bastante fria. É que no meio da floresta, quando chove, faz frio durante a noite. Quando o dia amanheceu, verificamos que a chuva deu um pouco de trégua, foi possível desatolar os carros e prosseguirmos com a viagem até Belém, de onde sairíamos para Brasília. Quando chegamos à capital paraense, já era noite.

No dia seguinte, acertamos os últimos detalhes da longa viagem de Belém até Brasília. Às seis horas da tarde partimos de Belém e seguimos até Santa Maria do Pará, um percurso de 100km, quando o asfalto terminou. Resolvemos dormir nessa cidade e prosseguir logo na manhã do dia seguinte.

A estrada Belém-Brasília, como era chamada desde sua construção, possuía, já naquela época, um intenso movimento de caminhões. No trecho do Pará, até Imperatriz no Maranhão nos deslocamos muito bem, pois apesar de não haver asfalto, havia um bom revestimento primário, termo técnico usado na engenharia rodoviária para o que popularmente é conhecida por estrada de piçarra. Entretanto pernoitamos em Paragominas. No terceiro dia da viagem, passamos por Imperatriz, e por volta das oito horas da manhã atravessávamos a ponte do Estreito sobre o Rio Tocantins e entramos no Estado de Goiás.

Desde o norte de Goiás, onde atualmente é o Estado do Tocantins, a rodovia estava sendo asfaltada e passamos a viajar sobre longos trechos de desvios. Eram duas trilhas aprofundadas pelos caminhões carretas, além das caçambas com o transporte de material para construção da estrada. Por isso se formou nos dois lados do desvio duas trilhas sobre a areia, bem aprofundadas. Como a largura dos caminhões era bem maior do que a do fusca, ao tentar ultrapassar uma caçamba, ficamos facilmente suspenso pelo "canteiro central" formado no meio das duas cavas feitas pelo peso das carretas. O motorista da caçamba, de espírito bastante solidário, ofereceu-se para ajudar. Amarrou uma corda no eixo dianteiro do fusca e deu partida. Ouvi um estalido seco e senti não haver saído do lugar. O motorista desceu e constatou que a ponta do eixo traseiro da caçamba havia rompido. Com isso a estrada ficou interditada. A caçamba de um lado e o fusca do outro. Imediatamente formou-se duas filas de caminhões, uma à nossa frente, e outra atrás. Até que um motorista de uma das carretas exclamou: "E nós vamos ficar aqui parado por causa desse fusquinha, pessoal?" Convocou seus companheiros e quando menos esperei, estávamos voando sobre a estrada, nos braços de homens fortes, que nem sequer pediram para que descêssemos do fusca.

Mas o pior nos aguardava mais um pouquinho à frente. Mal refeitos dos susto sofrido pelo episódio do "entalo" do fuscão, ao subirmos uma ladeira, lá no alto, fomos mandados parar por dois homens que mais pareciam dois portões de ferro. Era um posto da Polícia Federal. Perguntaram de onde vínhamos, para onde íamos, profissão, pediram nossa documentação, identidade, certidão de casamento, registro do CREA, carteira de trabalho, tudo o mais que comprovassem que não éramos terroristas. Não satisfeitos, pediram para abrir o bagageiro e passaram a revistar nossas malas, sacolas e tudo o que vissem pela frente. Dias antes, o dono da Engenorte fez uma viagem a Manaus e na volta me presenteou com uma pequena radiola portátil importada do Japão, que transportávamos debaixo do banco traseiro do fusca, por falta de espaço. Pois eles, depois de revistarem tudo, descobriram a radiolazinha e pediram a nota fiscal. Respondi que havia sido um presente, e que ao recebermos um presente não ficava bem pedir a nota fiscal e nem perguntar o preço. De nada adiantou. Ficaram com nossa radiola. Depois é que nós ficamos sabendo que naquela época estava acontecendo a guerrilha do Araguaia, a cerca de uns 50km dali. Daí termos sidos tratados como se fossemos terroristas.

Deixar nossa radiola para trás nos deixou muito tristes, pois era um dos três bens de consumo que tínhamos para o nosso entretenimento. Os outros bens eram, um pequeno toca fitas e um rádio portátil, que somente sintonizávamos à noite. Ouvíamos os discos e as fitas de Paul Mauriat, Paulinho da Viola e Roberto Carlos.

Seguimos viagem e já quase na hora do almoço avistamos um restaurante num local bastante agradável localizado numa plataforma de madeira sobre um pequeno rio. Estava praticamente lotado. Chamei Carlos para almoçar, mas ele disse que era cedo e almoçaríamos mais adiante. Só que não passamos mais por nenhum restaurante, aliás não havia mais nenhuma cidade, apenas pequenos povoados. Num deles, paramos em uma bodega procurando comprar alguma coisa para comer, mas não havia nada, nem mesmo uma coca-cola, ou um pacote de bolachas, nem água mineral. A água existente era barrenta. Passamos o resto do dia com fome e sede. Não adiantava lamentar, o certo era esperar com muita paciência até chegar a Porangatu, o que somente aconteceu à noite.

Orestante da viagem transcorreu sem mais nenhum sobressalto. De Porangatu até Brasília já havia asfalto. No dia seguinte chegamos à noite em Brasília, onde dormimos e seguimos para São João d'Aliança, nosso destino.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo e Magali de Figueiredo Esmeraldo

José Flávio Vieira – O médico das palavras



Escritor inquieto e bem humorado, José Flávo Vieira busca no seu trabalho como médico o enredo e a alma para suas histórias carregadas de humanismo e questionamentos sobre a vida. Com uma produção crescente nos ultimos anos o médico/escritor consegue conseque fazer o hibridismo entre o erudito e popular, entre o local e o universal.

Alexandre Lucas - Quem é José Flavio Vieira?

José Flávio Vieira - Sou um sujeito esquisito, casado com a Medicina e amante da Literatura. Faço parte de uma longa tradição de médicos que se ligaram às Letras :Lobo Antunes, Guimarães Rosa, Moacir Scliar, Ronaldo Brito, Pedro Nava. A Medicina nos faz viver nesse limite impreciso entre a vida-morte, saúde-doença, bem-estar--infelicidade e acredito nos ajuda a conhecer um pouco mais da fragilidade humana. Pedro Nava dizia que ao médico era tão importante o Livro de Fisiologia como a leitura de Balzac. Não me considero escritor na acepção mais plena da palavra, assim como um corredor de fim de semana não pode se arvorar de Maratonista. A Literatura é um apêndice importante na minha vida, me deu a possibilidade de conhecer novas pessoas, fazer novos amigos e registrar, além da êfemero da oralidade, minha relação com a vida e o mundo.

Alexandre Lucas - Quando teve início sua atuação na literatura?

José Flávio Vieira - Cresci dentro de uma Livraria. Meu pai era professor de Língua Portuguesa e próprietário da Livraria Católica aqui em Crato. Desde menino gostei de escrever, na quinta série já redigia os primeiros textos e os primeiros poemas. Como adolescente tinha um diário escrito religiosamente. No Colégio Estadual Wilson Gonçalves fundei o primeiro Jornal Mural, participei de Grêmio Literário e fui um dos fundadores do Jornal Vanguarda nos fins dos anos 60 . Ali participei também da primeira Coletânea de textos: "Cariri Jovem 67". Hoje, olhando para trás ,com o distanciamento dos anos, imagino que desde mininote pulsava em mim esta tendência e já observava o mundo com olhos de escritor.

Alexandre Lucas – fale da sua trajetória:

José Flávio Vieira - Em 1970 fui estudar em Recife e entrei na Faculdade de Medicina em 1972, formando-me em 1977. Fiz Residência Médica no Hospital Getúlio Vargas na Veneza Brasileira(1978-79) : Cirurgia Geral. No período de Faculdade , em plena Ditadura Militar, participei de Jornais estudantis, como "O Esculápio" . Participei, também, dos Festivais da Canção do Cariri em 1974 e 1975 com o Grupo Kirimbau formado por primos e irmãos meus. Fui letrista de várias canções (" Sargaços" , quarto lugar em 1974; "Salvo Conduto", terceiro lugar em 1975 e muitas outras). Veio dessa época os meus primeiros problemas com a censura. Formado, voltei ao Crato em 1980 e desde então aqui estou. A vida de médico e pai de família me tomaram o tempo e escrevi apenas esporadicamente para os jornais da região. A partir de 1997, no entanto, comecei a escrever regularmente uma crônica nos sábados. Em 2003 lancei o primeiro livro "A Terrível Peleja de Zé de Matos com o Bicho Babau nas Ruas do Crato", um texto teatral que terminou sendo montado, através do II Edital de Incentivo às Artes do Estado do Ceará". Teve Direção minha, de Luiz Carlos Salatiel, Joaquina Carlos, Mauro Cézar, Abidoral Jamacaru e João Nicodemos e envolvia uma trupe de mais de 15 atores. Foram mais de 40 apresentações no Estado do Ceará, com grande sucesso, inclusive com premiação de Melhor Texto, no Festival de Acopiara.Em 2008 lancei o "Matozinho vai à Guerra", um livro quase que memorialístico e muito bem humorado e que terminou tendo uma das histórias : "Zezinho e o Cinematógrafo Herege" sendo levada ao Cinema por Jéfferson Albuquerque Júnior ( 2011) . Finalmente, em 2011, lancei "O Mistério das 13 Portas no Castelo Encantado da Ponte Fantástica" , um livro infantil baseado nos mitos caririenses . O Livro tem ainda um CD com 15 músicas feitas em parceria com inúmeros artistas : Abidoral Jamacaru, Luiz Fidelis, Lifanco, Luiz Carlos Salatiel, Zé Nilton Figueiredo, Pachelly Jamacaru, Amélia Coelho, Ulisses Germano, João Nicodemos e com direção musical do maestro Ibbertson Nobre; além de um Audio-Livro que vem anexo . "O Mistério..." ganhou o I Prêmio Rachel de Queiroz" da SECULT e está adotado como paradidático em inúmeras escolas cratenses. Participei ainda de Coletâneas : "Cariricaturas" e "No Azul Sonhado" e fui vencedor dos três Prêmios SESC de Contos ( 2007-2009-2011) , com coletâneas também publicadas. Continuo escrevendo para o Rádio e para o jornalismo virtual ( blogs : Cariricult, Coletivo Camaradas, No Azul Sonhado e o meu : Simbora prá Matozinho).Fui convidado este ano, ainda, a participar do Projeto "Livro de Graça na Praça" em Belo Horizonte, com conto em coletânea que será lançada em Outubro.

Alexandre Lucas – como você consegue conciliar o trabalho médico com a literatura?

José Flávio Vieira - Esta pergunta muitos colegas e clientes me fazem. Como você arranja tempo? Digo sempre que tempo a gente sempre arruma se assim interessar. E para mim escrever traz um grande deleite, um grande prazer, não é um trabalho a mais, mas uma maneira de voar para fora das tariscas da gaiola da pesada vida cotidiana. Além do mais, sou um hiperativo e não consigo ficar parado muito tempo. Não bastasse isso, a Literatura para mim é uma extensão da minha vida profissional como médico e é nesse manancial que eu bebo para derramar depois no papel.

Alexandre Lucas – Todos os dias você escreve?

José Flávio Vieira - Normalmente escrevo uma vez por semana. Sou um indisciplinado, anárquico por natureza, mas nesse ponto sou muito determinado: escrevo às quintas, a não ser quando existe um Projeto novo, aí caio de cabeçae torno-me mais regular.

Alexandre Lucas – A sua forma de escrever une o humor com o linguajar nordestino. Você acha que isso caracteriza a sua poética?

José Flávio Vieira - O humor é uma característica certamente da maneira com que escrevo, falo, vivo. É inclusive uma característica familiar, acredito que roubei das minhas raízes varzealegrenses. Gosto também de mesclar a linguagem erudita com a popular( que no fundo são o verso e anverso de uma mesma moeda) e, principalmente nos diálogos, busco imprimir a doce língua do povo. Uma tentativa geralmente inglória de levar o doce da oralidade para a forma escrita.

Alexandre Lucas – Como você ver a relação entre literatura e política?


José Flávio Vieira - Acredito que a Arte é revolucionária na sua essência e, no fundo, o artista sempre se posiciona politicamente. Escrevemos sempre para denunciar, para tentar mudar o leme do barco e dar uma nova direção. Não aprecio, no entanto, a arte engajada ( qualquer tipo de engajamento no fundo é um cerceamento da atividade artística), embora admita a necessidade disso em determinadas situações, como na Ditadura Militar, por exemplo.

Alexandre Lucas - O seu livro Matozinho vai à guerra foi indicado para o vestibular da Universidade Regional do Cariri – URCA. Você acredita que isso potencializa a produção literária da região?

José Flávio Vieira - Fiquei muito feliz com a indicação, até porque era uma luta de muitos anos. Finalmente temos a possibilidade de olhar também para o umbigo. A URCA acordou para a possibilidade de ter uma visão também regional da Literatura. Isso certamente potencializa a produção literária local e abre horizontes imensos para que a juventude conheça os nossos escritores regionais. O Ceará tem um viés terrível: ele não olha para si , ele sempre vislumbra o mar em busca de Miami. A possibilidade da Arte Popular fazer parte do cotidiano das pessoas passa necessariamente pela Escola e, finalmente, começamos a descobrir isto.

Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?

José Flávio Vieira - Tenho um Livro pronto de histórias mais urbanas : "A Delicada Trama do Labirinto" que estou vendo a possibilidade de publicar ainda esse ano. Penso ainda num livro de Contos que ainda merece um trabalho mais demorado. E tenho pronto um Audio- Livro de textos: " Ícaro". Penso ainda escrever alguma coisa sobre a História da Medicina aqui no Cariri. E mais: pretendo voltar a escrever para o teatro , uma das minhas paixões.

Alexandre Lucas – Quais os desafios?

José Flávio Vieira - Gosto de trabalhos coletivos ,onde possa envolver os inúmeros artistas da região. No Zé de Matos juntamos teatro-dança-música e em "O Mistério das 13 Portas" mais de 50 artistas estiveram participando do Projeto. Congregar tantas forças não é fácil, passa por administração de egos e sensibilidades, mas potencializa imensamente o trabalho e este é um desafio interessante. Um outro desafio é fazer com que o nosso trabalho seja reconhecido na nossa própria casa, que as pessoas leiam nossos escritores,assistam a nossas peças teatrais, que nossas Rádios toquem nossos artistas, que o Reisado seja visto como uma expressão da nossa identidade e não como extraterrestres que desceram numa nave espacial na Bela Vista.E também que os palcos das nossas festas mais tradicionais não sejam exclusividade do que existe de mais reles na Cultura brasileira. Isso passa pela Escola e é lá onde devemos exercer a nossa força para que a mudança pouco a pouco se efetive. E mais: o Estado precisa ser obrigado a exercer sua função , através de Política Cultural.E aí temos uma arma poderosa que precisa ser engatilhada : o voto.

Alexandre Lucas – Como você vê a relação entre arte e política?

José Flávio Vieira - A Arte por si só é um instrumento político de mudança, de vislumbre de novos tempos e novos rumos. Precisará apenas ter a leveza, a delicadeza para ser Arte e fugir simples e cartorial panfleto.

VERGONHA QUE NÃO TENHO DE SER NORDESTINA




Sheila Raposo - Jornalista

Cultivado entre os cascalhos do chão seco e as cercas de aveloz que se perdem no horizonte, cresceu, forte e robusto, o meu orgulho de pertencer a esse pedaço de terra chamado Nordeste.

Sou nordestina. Nasci e me criei no coração do Cariri paraibano, correndo de boi brabo, brincando com boneca de pano, comendo goiaba do pé e despertando com o primeiro canto do galo para, ainda com os olhos tapados de remela, desabar pro curral e esperar pacientemente, o vaqueiro encher o meu copo de leite, morninho e espumante, direto das tetas da vaca para o meu bucho.

Sou nordestina. Falo oxente, vôte e danou-se. Vige, credo, Jesus-Maria e José! Proseio com minha língua ligeira, que engole silabas e atropela a ortoépia das palavras. O meu falar é o mais fiel retrato. Os amigos acham até engraçado e dizem sempre que eu “saí do mato, mas o mato não saiu de mim”. Não saiu mesmo! E olhe: acho que não vai sair é nunca!

Sou nordestina. Lambo os beiços quando me deparo com uma mesa farta, atarracada de comida. Pirão, arroz-de-festa, galinha de capoeira, feijão de arranca com toucinho, buchada, carne de sol... E mais uma ruma de comida boa, daquela que, quando a gente termina de engolir, o suor já está pingando pelos quatro cantos. E depois ainda me sirvo de um bom pedaço de rapadura ou uma cumbuca de doce de mamão, que é pra adoçar a língua. E no outro dia, de manhãzinha, me esbaldo na coalhada, no cuscuz, na tapioca, no queijo de coalho, no bolo de mandioca, na tigela de umbuzada, na orêa de pau com café torrado em casa!

Sou nordestina. Choro quando escuto a voz de Luiz Gonzaga ecoar no teatro de minhas memórias. De suas músicas guardo as mais belas recordações. As paisagens, os bichos, os personagens, a fé e a indignação com que ele costurava as suas cantigas e que também são minhas. Também estavam (e estão) presentes em todos os meus momentos, pois foi em sua obra que se firmou a minha identidade cultural.

Sou nordestina. Me emociono quando assisto a uma procissão e observo aqueles rostos sofridos, curtidos de sol do meu povo. Tudo é belo neste ritual. A ladainha, o cheiro de incenso. Os pés descalços, o véu sobre a cabeça, o terço entre os dedos. O som dos sinos repicando na torre da igreja. A grandeza de uma fé que não se abala.

Sou nordestina. Gosto de me lascar numa farra boa, ao som do xote ou do baião. Sacolejo e me pergunto: pra quê mais instrumento nesse grupo além da sanfona, do triangulo e da zabumba? No máximo, um pandeiro ou uma rabeca. Mas dançar ao som desse trio é bom demais. E fico nesse rela-bucho até o dia amanhecer, sem ver o tempo passar e tampouco sentir os quartos se arriando, as canelas se tremelicando, o espinhaço se quebrando e os pés se queimando em brasa. Ô negócio bom!

Sou nordestina. Admiro e me emociono com a minha arte, com o improviso do poeta popular, com a beleza da banda de pífanos, com o colorido do pastoril, com a pegada forte do côco-de-roda, com a alegria da quadrilha junina. O artista nordestino é um herói, e nos cordéis do tempo se registra a sua história.

Sou nordestina. E não existe música mais bonita para meus ouvidos do que a tocada por São Pedro, quando ele se invoca e mete a mãozona nas zabumbas lá do céu, fazendo uma trovoada bonita que se alastra pelo Sertão, clareando o mundo e inundando de esperança o coração do matuto. A chuva é bendita.

Sou nordestina. Sou apaixonada pela minha terra, pela minha cultura, pelos meus costumes, pela minha arte, pela minha gente. Só não sou apaixonada por uma pequena parcela dessa mesma gente que se enche de poderes e promete resolver os problemas de seu povo, mentindo, enganando, ludibriando, apostando no analfabetismo de quem lhe pôs no poder, tirando proveito da seca e da miséria para continuar enchendo os próprios bolsos de dinheiro.

Mas, apesar de tudo, eu ainda sou nordestina, e tenho orgulho disso. Não me envergonho da minha história, não disfarço o meu sotaque, não escondo as minhas origens. Eu sou tudo o que escrevi, sou a dor e a alegria dessa terra. E tenho pena, muita pena, dos tantos nordestinos que vejo por aí, imitando chiados e fechando vogais, envergonhados de sua nordestinidade. Para eles, ofereço estas linhas.

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Carta ao Patativa do Assaré - José do Vale Pinheiro Feitosa

Amigo Patativa, aqui no miolo da ritmada passarela do samba, um espetáculo de encher todos os espaços, pois não foi que me danei a pensar em ti. Naqueles idos dos 75, quando nosso amigo comum, Dr. Mário Dias, o trouxe para o Hospital São Francisco de Assis para tratar do teu problema ortopédico.

A Marquês de Sapucaia, onde as escolas de samba desfilam, é quase vizinha do São Francisco de Assis. Hoje as escolas são tão poderosas quanto as extravagâncias de efeitos especiais do cinema de Hollywood. Mas o velho hospital sucumbiu. A Universidade Federal do Rio de Janeiro não sabe o que fazer com aquele prédio, hoje decadente e se destruindo ao abandono.

Lembras-te daquelas rodadas de conversa e poesia em volta do teu leito de hospital? Eu nunca esqueci e quem por ela passou também não. Estudantes de medicina e enfermagem, professores que até bem pouco nem sabiam quem tu eras. E tu tão pequeninho, já com a pele marcada por vincas, um olho sem luz e uma voz lamentosa a exuberar os sertões.

É isso mesmo meu querido amigo, foi no ensurdecimento do desfile das Escolas Campeãs, que me reencontrei contigo. Relembrando nosso chão em transformação, o tempo a correr e esta enorme discrepância que se juntou na história do nosso tempo. Assim como o poder de teu pensamento e tua voz plangente; feito o gigantismo de tuas idéias poéticas e este teu corpo baixo de sertanejo empobrecido de governo e sociedade.

Pois eu sei que tu poderias bem me aparecer exatamente ali, naquele território onde por último nos encontramos. Não me esqueço da tua caneta titubeante, como a sofreguidão de analfabeto a assinar uma escritura doando tudo que tem para a humanidade. Não me esqueço de ter recebido exatamente aquela genialidade do J. de Figueiredo Filho publicando teus poemas. Acho que foi a primeira publicação de tuas declamações.

E tu escreveste assim: “Ao amigo José do Vale Pinheiro Feitosa a amizade do Patativa, Rio de Janeiro, 30 -1 – 75”. A promessa de amizade muito me honra, mas no teu jeito de encantar, uma missão deitou-me e espinhou todas as horas da vida para a realidade na qual nos atolamos: A fome é fera homicida/ Destrói a nossa matéria / E elimina a nossa vida,./ De tudo quanto é miséria,/ A fome tem uma dose, / É mãe da tuberculose / E da sepultura irmã: / Provoca tanta anarquia / Que o devoto contraria / A oração da manhã.

E no coração do samba em decibéis de audiência, a minha mente resolveu te prestar conta do que fui como médico. A primeira coisa, velho amigo, não foi nada do que dois idiotas escreveram para detratar-me como um personagem sem visibilidade na história da saúde pública brasileira.

Pois depois das nossas conversas eu estava numa favela combatendo a fome, a tuberculose e aquelas epidemias de vírus e diarréia que destruíam a vida de adultos e crianças. Meu velho amigo eu não esmoreci. Fui corajoso como tu fostes não só em teus poemas, mas nas leiras de teu plantio. Fui para a luta política para criar um sistema público universal de saúde. Andei o Brasil todinho de cabo a rabo para ajudar a administração pública de estados e municípios.

E quando presto minhas contas a você, quando juntos passamos horas e eu estava no último ano para me formar em medicina e nós querendo fazer mais do que tínhamos. Mas fizemos. Encontrar a exuberância da tua memória, recitando de cor toda a tua criação. Aquele radinho de pilha que nosso parco salário de iniciante serviu para musicar tuas horas de tédio naquele leito. Aquela carta que a Tereza tão carinhosamente escreveu enquanto ditavas para divulgar para a rádio MEC, que tinha um programa aos sábados sobre folclores, que tu estavas ali não muito distante dos estúdios dela.

Então, a força, a coragem e poder do homem estão naquele desfile das escolas de samba e foi por isso mesmo que a tua presença não me largou o tempo todo. Ambos são da mesma matéria da história brasileira

Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2012.

José do Vale Pinheiro Feitosa

Uma boa nova!


Ontem, enquanto voltava de Juazeiro vi que o céu aprontava uma grande tempestade. Torci para que os ventos se comportassem, e me deixassem chegar em casa, antes da chuva. Ledo engano. Eu precisava perder o medo de dirigir na chuva... Vivi a experiência!Ouvindo música resolvi atenciosamente relaxar e seguir em frente. ”Quem está na chuva tem que se molhar”!
Pensei nos caminhos já percorridos e na minha eterna vontade de viajá-los.
No mental comecei a planejar uma festa para comemorar os 65 anos de Hugo Linard e os seus 60 anos como músico. Ele começou aos 5 anos, quando ganhou o seu primeiro acordeom. Merece ser homenageado e festejado pelos caririenses e amigos do Cariri, inclusive os distantes. Será uma festa de músicos e de todas as músicas, em grande estilo.
O projeto começou a se materializar,hoje, quando agendamos junto ao Crato Tênis Clube( repsentado por Danja, seu atual Presidente), a data escolhida: 14 de abril de 2012!
Aguardem convite oficial.
Os distantes vão se organizando para marcar presença neste festejo. Vale à pena sonhar com um grande encontro e reencontro de várias gerações.
A renda será destinada à compra de um acordeom para o aniversariante.
Contamos desde já com o apoio geral.
Na sequência, maiores detalhes.

ATT de Dedê: hora de organizar uma excursão com a turma dos amigos do Cariri, em Fortaleza

28 de fevereiro, aniversário do meu pai!!!!!!!- por Zélia Moreira



Hoje ele completaria 89 anos , mas se foi pra um outro plano com apenas 64.
Foi em vida um grande artista, deve tá fazendo grandes trabalhos no céu.
Imagino onde chegaria se tivesse nascido em um lugar com maiores oportunidades .
Cantava muito bem, gostava somente do que é bom e pintava......isso, pintava! Nos anos 50 ensaiou algumas telas,tenho uma comigo, mas para criar 6 filhos , se tornou um grande pintor de carros. Era na verdade um mágico. Quem o conheceu sabe disso. Fazia restaurações como ninguém .
Paralelo a esse ofício, vivia e vivia.....viveu intensamente! Fez tudo que um bom boêmio faria, tudo!!!!! Um dia de cada vez e assim até os últimos dias da sua vida. "Quem tem medo de morrer morre sempre!". Doloroso escutar....mas era a sua filosofia.
Adorava música, ler, cinema.No tempo que não existia divulgação impressa dos filmes, fazia os cartazes à mão com seu pincel em troca de acesso grátis pra toda a família. Ser filha de Moreirinha nos garantiu ver todos os filmes em cartaz no Cine Cassino, todos!!!!!!!!!
Devo tanto do que sou a esse homem: minha vida, meu gosto pela arte , minha transformação de mulher submissa em mulher com mais autonomia( "filha, quem se abaixa demais o fundo aparece), o acolhimento nos primeiros anos de casada ..etc....
Passaria horas falando de você pai....
Muitas músicas lembram meu pai, mas tem uma especial, que o fazia lembrar meu avó, que lembrava meu bisavó...."A VERGONHA É A HERANÇA MAIOR QUE MEU PAI ME DEIXOU!

Ele gostava na voz de Orlando Silva.

Zélia

CONVITE - INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI

INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI
CONVITE

A Diretoria do Instituto Cultural do Cariri – ICC convida V. Sa. e Exma. Família para o lançamento do livro Pessoas e lugares, de autoria do Dr. Ebert Fernandes Teles, titular da cadeira Dr. Joaquim Fernandes Teles.

Data: 02 de março de 2012.
Hora: 19h30.
Local: Sede do Instituto Cultural do Cariri
Praça Filemon Teles, 1 Centro – Crato CE
(em frente ao Parque de Exposições).


Atenciosamente,

José Huberto Tavares - Presidente
Francisco Huberto Esmeraldo Cabral - Secretário Geral

Pessoas e lugares, marco da memorialística do Cariri - Napoleão Tavares Neves

Do meu colega Ebert Fernandes Teles recebi, em primeira mão, o seu excelente livro de memórias, Pessoas e lugares, verdadeiro passeio sentimental do nosso conhecido oftalmologista pelos lugares quase sagrados da sua infância, inclusive perfilando familiares e amigos nesta verdadeira caravana sentimental.

O livro é bom e a sua leitura inebria, sobretudo quem, como eu, foi menino de fazenda e de bagaceira de engenho de rapadura.

O que o autor ali escreve é, como que, a história de todos nós no dia a dia da vida rural, percorrendo fazendas, sítios, engenhos de rapadura, logradouros serranos.

E o autor perfila muito bem os mais ilustres membros da sua importante família Teles, sem esquecer as suas colaterais, derivando também para os tipos populares dos que trabalhavam nas fazendas e sítios da família.

É uma leitura envolvente com sabores rurais de tempos que não voltam mais.
Livro bonito, com um ipê florido na capa e excelente editoração, caprichosa mesmo.
Pessoas e lugares retrata muito bem o Cariri da década de 30 para cá, com seus usos, costumes e pessoas.

Portanto, sua leitura é um magnífico mergulho no nosso passado com todos os seus encantos.

Barbalha CE, 23 de fevereiro de 2012.

Talvez te assustes.




"minha cabeça cortada
joguei na tua janela
noite de lua
janela aberta
bate na parede
perdendo dentes
cai na cama
pesada de pensamentos
talvez te assustes
talvez a contemples
contra a lua
buscando a cor de meus olhos
talvez a uses como despertador
sobre o criado mudo
não quero assustar-te
peço apenas
um tratamento condigno
para essa cabeça súbita
de minha parte"
p. leminski
sangra cio 1980
 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"PPP" - José Nilton Mariano Saraiva

Apesar da recorrência (e até por isso mesmo), não deveríamos nos estarrecer com a comprovada má fé e desfaçatez da Justiça (???) brasileira, quando se trata de julgar quem tem poder e grana: haja embromação, gincanas, má vontade, atalhos, lerdeza, descaso e, alfim, a impunidade; cadeia mesmo e punições outras (e isso o dia-a-dia nos mostra), só prá turma sob o abrigo da sigla PPP (prostituta, pobre e preto).
Vejam, abaixo, o vai-e-vem, a celeridade e o absurdo andamento (verdadeiro labirinto, objetivando claramente não levar a lugar nenhum) de um processo movido contra o então Governador de Roraima e hoje Senador Romero Jucá (PMDB), por crime eleitoral.
Foram “APENAS” OITO ANOS E 29 DIAS (18/10/2002 a 16/11/2010), para, alfim, se chegar à "brilhante" conclusão (apesar de toda a comprovada bandalheira), de que “NÃO HÁ PROVAS MÍNIMAS” .
Tenham um pouco de calma e leiam até o fim; pelo menos terão um bom motivo pra testar suas coronárias, tal a indignação que provoca (observação: o cearense LEONIDAS CRISTINO, ex-prefeito de Sobral, também foi beneficiado por tal artimanha).
Aos fatos.

José Nilton Mariano Saraiva

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - INQUÉRITO Nº 2663 ( RÉU: ROMERO JUCÁ – PMDB )

Número de documentos: 33 - Número de páginas: 1.150 - Estado do procedimento: Arquivado - Requerente de absolvição/condenação: Procuradoria Geral da República pediu arquivamento. Informações de abertura: - Termo de depoimento à PF em 18/10/2002 dá início à investigação. Foram depoimentos de Gilma Gonçalves, Edilene Ferreira e Maria José Bezerra. -Inquérito 2663, motivação/objeto e provas: sobre crimes eleitorais, uso de funcionários da prefeitura na campanha de 2002. -Volume 3 reúne documentos mostrando escala, funções, caça de votos pelos funcionários públicos. -Suspeita de tentar matar a testemunha com uma Kombi branca (pág. 71, volume 4). -Ameaças vindas da prefeitura, segundo as testemunhas, após as denúncias (págs. 114-118, volume 4).
Descrição dos principais fatos do andamento:
-Em 25 de julho de 2003, O DELEGADO diz que está com muito trabalho e pede pra redistribuir (pág. 171, volume 4). -Em 6 de outubro de 2003, OUTRO DELEGADO também diz que está com muito trabalho e que novos delegados tomaram posse. Por isso, pede pra redistribuir (P. [pág.] 199, volume 4).
-A TERCEIRA DELEGADA diz que despacha em 26/12/2003 porque teve que participar de outra operação (pág. 215, do volume 4). -Em 16/2/2004 o QUARTO DELEGADO assume o caso (pág. 219, do volume 4). -Em 2/6/2004, o delegado diz que estará em missão e deixa o inquérito no cartório (pág. 231 do volume 4). -Em 28/6/2004 estaria em missão em Brasília, novamente pára o inquérito (pág. 233, do volume 4). -Em 30/8/2004, O QUARTO DELEGADO É REMOVIDO e redistribui o inquérito (pág. 245 do volume 4). -Em 7/10/2004 assume O QUINTO DELEGADO (pág. 249, volume 4). -Em 3/1/2005, o delegado diz que férias e excesso de trabalho prejudicaram o andamento (pág. 255 do volume 4). -Em 9/3/2005 OUTRA DELEGADA assume a investigação porque o titular saiu de férias (pág. 262, do volume 4). -Em 9/6/2005, a delegada que assumiu interinamente culpa o excesso de trabalho (pág. 275 do volume 4). -Em 13/9/2005, a delegada diz que tem que fazer segurança de uma festa da homologação da Raposa do Sol e por isso não poderá atuar no caso até 2 de outubro (pág. 285, do volume 4). -Em 9/11/2005, delegada volta a culpar excesso de trabalho e diz que Romero Jucá não é investigado e, por isso, não pode copiar os autos (pág. 291 volume 4). -Em 10/12/2005, a delegada diz que vai viajar e pede mais prazo (pág. 299, volume 4). -Em 10/3/2006 UM NOVO DELEGADO assume o caso, porque novos policiais chegaram à superintendência de Roraima. Ele diz que tem excesso de trabalho (pág. 309 do volume 4). -Em 26/6/2006, o delegado novamente pede mais prazo e culpa o excesso de trabalho (pág. 317 do volume 4). -Em 31/7/2006 repete o mesmo procedimento, com as mesmas palavras (pág. 325 do volume 4). -Em 16/9/2006 NOVO DELEGADO assume e diz que tem excesso de trabalho (pág. 327, volume 4). -Em 19/9/2006 os autos vão pro cartório eleitoral para pedir mais prazo. O despacho é feito apenas em 9/10/2006, porque o chefe do cartório diz haver excesso de trabalho por causa das eleições (pág. 331 do volume 4). -Foi remetido para a PF em 18/12/2006. Delegado despacha apenas em 10/01/2007. O delegado culpa o excesso de trabalho (pág. 336 do volume 4). -Em 10/1/2007 vai pra OUTRO DELEGADO, O SÉTIMO . Ele despacha em 29/1/2007, e culpa excesso de trabalho (pág. 340 do volume 4). Juca é investigado oficialmente. -EM 6/2/2007, O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL PERCEBE QUE JUCÁ É SENADOR E CINCO ANOS DEPOIS MANDA PARA O SUPREMO (pág. 344 do volume 4). -Sobe para o Supremo em 18/5/2007, mas o juiz cita o deputado federal Urzeni da Rocha Freitas (pág. 347 do volume 4). -Em 22/6/2007 chega ao gabinete do Celso de Mello. -Resumo do caso na página 360 do volume 4. -Em 19/11/2007, a PGR pede a oitiva do Juca a perícia nas urnas apreendidas. Propôs a reautuação do feito como inquérito. -Em 20/12/2007, a PF (Leandro Daielo, como substituto da Fazendária) MANDA DE NOVO pra superintendência de RR para cumprir diligências (pág. 381 do volume 4). -Em 6/2/2008 intima o Jucá (pág. 390 do volume 4). -Em 19/2/2008, Edilene Ferreira de Oliveira volta à PF e confirma o mesmo depoimento dado na página 15 do inquérito (pág. 415 do volume 4). -Em 19/2/2008, Gilma Gonçalves também confirma o que dissera seis anos antes (p. pág. 419 do volume 4). -Em 12/3/2008 vence o prazo pro Jucá depor, o delegado pede mais prazo (pág. 424 do volume 4). -Em 10/6/2008 novo ofício pedindo que o Jucá marque o depoimento (pág. 248 volume 5). -Em 11/7/2008, Jucá diz que só poderá ser ouvido pela PF no seu gabinete em BSB no dia 28/7, às 14h30. -Em 12/12/2008 a PF diz que ainda falta a oitiva do Romero Jucá (pág. 284 do 5 volume). -Em 25/2/2009, o PGR diz que Jucá marcou hora pra oitiva, mas ela não foi realizada (pág. 2 do volume 8). -Em 13/4/2009 a PF responde que não houve perícia técnica nas urnas apreendidas, pergunta que havia sido feita em 2007 (pág. 1 do volume 21). -Em 14/4/2009, a PF pede novamente para Jucá marcar sua oitiva. -Em 12/6/2009, a PF diz que falta “apenas” inquirir o Jucá (pág. 19 do volume 22). -Em 16/11/2010, o MPF diz que não é necessário mais prazo, porque as provas já seriam suficientes (pág. 2 do volume 7). O MPF DIZ QUE NÃO HÁ “PROVAS MÍNIMAS QUE INDIQUEM QUE ROMERO JUCÁ E TEREZA JUCA TENHAM FEITO PAGAMENTOS DE VALORES A ELEITORES” (PÁG. 5).

Das vantagens de ser bobo - Clarice Lispector



O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

Clarice Lispector

Música pra encantar a madrugada


Da minha janela, às vezes o céu é anil. Nestas horas aproveito para anilar  fantasias...Mas recuo...Sou fruta amadurecida.
foto de nicodemos



A vida é breve...Nada somos.
 E somos, enquanto pensamos.
Morro de medo de sonhar.Desisto de enganar-me.
Mas faço planos, sem a inclusão de outros quereres.
Arrebanho vontades que fortalecem as minhas.
Mas tenho muito cuidado com os meus desejos...
Eles se responsabilizam pela felicidade de muitos.

(socorro moreira)


Mando para vocês com muito orgulho, esta TERRA é muito linda.
Mauro Coelho



LANÇAMENTO DO CORDEL - UMA RUMA DE RIMA NO RUMO ALOSTRÓFICO

EM BREVE SERÁ MARCADO O DIA E O LOCAL...

Dos bastidores...(por José do Vale Feitosa)



Como a postagem era grande, não pus esta parte da entrevista mas vale a pena ler e por isso postei nos comentários:

O GLOBO: A inclusão das novas tecnologias nas salas de aula vem sendo muito debatida. Como você vê esse processo? Como isso é feito na Finlândia?

SAHLBERG: Tecnologia é parte das nossas vidas e é usada nas escolas finlandesas. Professores na Finlândia usam tecnologia para ensinar de maneiras muito diferentes. Alguns, a utilizam muito e outros raramente. Aqui a tecnologia é uma ferramenta, mas o foco continua sendo na pedagogia entre pessoas, sem tecnologia. A tecnologia não deve guiar o desenvolvimento educacional e, sim, ser uma ferramenta como várias outras.

O GLOBO: Retomando o título do seu livro, quais são, afinal, as principais lições do sistema de educação finlandês?

SAHLBERG: A mais importante das lições é que há uma alternativa para se chegar ao sucesso prometido por reformas guiadas pelo mercado. A Finlândia é o antídoto a este movimento que impõe provas padronizadas, privatização de escolas públicas e remunera os professores com base em avaliações de desempenho que se tornou típico de diversos sistemas educacionais pelo mundo.
27 de fevereiro de 2012 19:35


Educar é uma questão de Estado - José do Vale Pinheiro Feitosa

Vamos falar de educação tomando por base um país que desenvolveu um dos melhores sistemas de educação do mundo: a Finlândia em terceiro lugar no Ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos. E o que diz Pasi Sahlberg, diretor de centro estudos vinculado ao Ministério da Educação finlandês?

“Todo sistema escolar é financiado pelo Estado, os alunos não são massacrados com toneladas de exercícios, o dever de casa é mínimo, mas toda a estrutura se volta para qualidade do professor e dos ambientes de aprendizado. Não existe avaliações periódicas de alunos e os docentes não recebem a sua remuneração por desempenho.”

Leram direitinho. Tudo diferente do que “mentes brilhantes” advogam para o Brasil: privatizações, massacre do aluno até o cansaço e os professores alimentados por uma máquina burocrática de avaliação de desempenho com a finalidade de melhorar seus ganhos. Lá na Finlândia é tudo ao contrário da ideologia vitoriosa no Brasil e que derrotou Darcy Ribeiro e Brizola.

Vamos aprofundando na história filandesa. O sucesso educacional deste país se deveu a um princípio simples que as “redes globos” brasileiras combateram até o limite da desonestidade. A reforma educacional da Finlândia “não foi guiada pelo sucesso escolar e, sim, pela democratização do acesso a escolas de qualidade” disse Pasi Sahlberg ao jornal o Globo (afinal a contradição existe). A estratégia envolve recursos e uma política continuada de investimentos pois isso começou na década de 70 e até hoje os governos respeitam. E o caminho é simples: “toda criança tem ensino obrigatório de nove anos e todas passaram a estudar em escolas públicas parecidas e com o mesmo currículo nacional.”

O caminho é diametralmente oposto ao modelo americano e que influencia enormemente o Brasil. Aliás, as regiões do Cariri, Sobral e Fortaleza vivem uma verdadeira máquina de mercado privado na educação. A classe média paga caro por um ensino “performático”, voltado para o acesso a universidades não sem razão de natureza privada e com tendência ao aumento de vagas.

Olhem que diferente daqueles mitos que tomam conta dos outdoors da vias públicas, com escolas apontado os campeões do vestibular e apresentando “mestres” como um cartaz de um herói de ficção. Na Finlândia é a vida como ela é, humana, duradoura e igualitária: “Os pontos fortes do sistema finlandês são o foco nas escolas, para que elas possam ajudar as crianças a ter sucesso; educação primária de alta qualidade, que dê uma base sólida para as etapas seguintes do aprendizado; e a formação de professores em universidades de ponta, que tornaram a profissão uma das mais populares entre os jovens finlandeses. (Pasi no Globo).

E tem mais a dizer sobre a preparação do professor: “Professores são profissionais de alto nível, como médicos ou economistas. Eles precisam de uma sólida formação teórica e treinamento prático. Em todos os sistemas educacionais de sucesso, professores são formados em universidades de excelência e possuem mestrado. O salário dos professores deve estar no mesmo patamar de outras profissões com o mesmo nível de formação no mercado de trabalho. Também é importante que professores tenham um plano de carreira, com perspectivas de crescimento e desenvolvimento.” Portanto esta é uma questão nacional e não sujeita apenas aos municípios.

E o que o educador Finlandês diz não é diferente do que muitos educadores brasileiros dizem, mas os “mercadistas” do laissez-faire de arrabalde apontam em outra direção: “entender qual é a essência do bom ensino e do bom aprendizado. As crianças devem ser vistas como indivíduos que têm diferentes necessidades e interesses na escola. Ensinar deve ser uma profissão inspiradora com um grande propósito de fazer a diferença na vida dos jovens. Infelizmente, esses princípios básicos deram lugar a políticas regidas pelo mercado em vários países. Essa lógica de testar estudantes e professores direcionou os currículos e aumentou o tédio em milhões de salas de aula. A fórmula para uma reforma da educação em muitos países é parar de fazer essas coisas sem sentido e entender o que é importante na educação.”

Procurem ler a matéria no site do Globo, pois vou encerrar por aqui, a postagem está ficando longa, mas a análise do professor finlandês é cabal para derrubarmos todo este status enganoso que rouba recursos públicos e desampara o futuro dos jovens. Leiam o que diz o finlandês: “a experiência da Finlândia mostrou que é possível construir um modelo alternativo àquele que predomina nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países. Mostramos aqui que reformas guiadas pelo mercado, com foco em competição e privatizações não são a melhor maneira de melhorar a qualidade e a equidade na educação. Segundo, é importante focar no bem-estar das crianças e no aprendizado da primeira infância. Só saudáveis e felizes elas aprenderão bem. Terceiro, a Finlândia mostrou que igualdade de oportunidades também produz um aumento na qualidade do aprendizado. É preciso que o Brasil combata essa desigualdade de acesso. Só um plano de longo prazo para a educação e compromisso político possibilitarão que os resultados sejam alcançados.”

'O Artista' é o grande vencedor do Oscar 2012



Equipe de 'O Artista' Foto: Reuters

'O Artista' venceu melhor filme, melhor diretor e melhor ator.

O filme mudo O Artista foi o grande vencedor da cerimônia do Oscar 2012, levando estatuetas em cinco das principais categorias, incluindo melhor filme, melhor diretor e melhor ator, para Jean Dujardin.

O diretor Michel Hazanavicius, que havia sido indicado para o prêmio pela primeira vez, agradeceu ao cachorro que aparece no filme, Uggie, mas completou: "Eu acho que ele não liga."

  Uma animação que conta uma história linda! A Bisaflor adorou e recomenda.
Com muito pesar ,  informamos o falecimento do  Sr. José Fernandes Pereira, pai de Mara Thiers, nossa amiga querida.

Abraços de pêsames.a todos os seus familiares.

Confira a lista dos vencedores do Oscar 2012:

Diretor

Michel Hazanavicius – “O artista”
Alexander Payne – “Os descendentes”
Martin Scorsese – “A invenção de Hugo Cabret”
Woody Allen – “Meia-noite em Paris”
Terrence Malick – “A árvore da vida”

Melhor filme
“Cavalo de guerra”
“O artista”
“O homem que mudou o jogo”
“Os descendentes”
“A árvore da vida”
“Meia-noite em Paris”
“História cruzadas”
“A invenção de Hugo Cabret”
“Tão forte e tão perto”

Melhor atriz

Glenn Close – “Albert Nobbs”

Viola Davis – “Histórias cruzadas”
Rooney Mara – “Os homens que não amavam as mulheres”
Meryl Streep – “A dama de ferro”
Michelle Williams -”Sete dias com Marilyn

Melhor ator
Demián Bichir – “A better life”
George Clooney – “Os descendentes”
Jean Dujardin – “O artista”
Gary Oldman – “O espião que sabia demais”
Brad Pitt – “O homem que mudou o jogo”

Fotografia
“O artista”
“Os homens que não amavam as mulheres”
“A invenção de Hugo Cabret”
“A árvore da vida”
“Cavalo de guerra”

Direção de arte
“O artista”
“Harry Potter”
“A invenção de Hugo Cabret”
“Meia-noite em Paris
“Cavalo de guerra”

Figurino
“Anonymous”
“O artista”
“A invenção de Hugo Cabret”
“Jane Eyre”
“W.E.”

Maquiagem
“Albert Nobbs”
“Harry Potter e as relíquias da morte – Parte 2″
“A dama de ferro”

Melhor filme em língua estrangeira
“Bullhead” – Bélgica
“Footnote” – Israel
“In Darkness” – Polônia
“Monsieur Lazhar” – Canadá
“Separação” – Irã

Melhor atriz coadjuvante
Octavia Spencer – “Histórias cruzadas”
Bérénice Bejo – “O artista”
Jessica Chastain – “Histórias cruzadas”
Janet McTeer – “Albert Nobbs”
Melissa McCarthy – “Missão madrinha de casamento”

Edição
“O artista”
“Os descendentes”
“Os homens que não amavam as mulheres”
“A invenção de Hugo Cabret”
“O homem que mudou o jogo”

Edição de som
“Drive”
“Os homens que não amavam as mulheres”
“A invenção de Hugo Cabret”
“Transformers: o lado oculto da lua”
“Cavalo de guerra”

Mixagem de som
“Os homens que não amavam as mulheres”
“A invenção de Hugo Cabret”
“O homem que mudou o jogo”
“Transformers: o lado oculto da lua”
“Cavalo de guerra”

Documentário (longa-metragem)
“Hell and Back Again”
“If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front”
“Paradise Lost 3: Purgatory”
“Pina”
“Undefeated”

Melhor animação
“A Cat in Paris”
“Chico & Rita”
“Kung Fu Panda 2″
“Gato de Botas”
“Rango”

Efeitos visuais

“Harry Potter”
“A invenção de Hugo Cabret”
“Gigantes de aço”
“Planeta do macacos”
“Transformers: o lado oculto da lua”

Ator coadjuvante
Kenneth Branagh – “Sete dias com Marilyn”
Jonah Hill – “O homem que mudou o jogo”
Nick Nolte – “Warrior”
Max Von Sydow – “Tão forte e tão perto”
Christopher Plummer – “Beginners”

Trilha sonora original
“As aventura de Tintim” – John Williams
“O Artista” – Ludovic Bource
“A invenção de Hugo Cabret” – Howard Shore
“O espião que sabia demais” – Alberto Iglesias
“Cavalo de guerra” – John Williams

Canção original
“Man or Muppet”, de “Os Muppets”, música e letra de Bret McKenzie
“Real in Rio”, de “Rio”, música de Sergio Mendes e Carlinhos Brown, letra de Siedah Garrett

Roteiro adaptado
“Os descendentes”
“A invenção de Hugo Cabret”
“Tudo pelo poder”
“O homem que mudou o jogo”
“O espião que sabia demais”

Melhor roteiro original

“O artista”
“Missão madrinha de casamento”
“Margin Call”
“Meia-noite em Paris”
“A separação”

Curta-metragem
“Pentecost”
“Raju”
“The Shore”
“Time Freak”
“Tuba Atlantic”

Documentário (curta-metragem)

“The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement”
“God Is the Bigger Elvis”
“Incident in New Baghdad”
“Saving Face”
“The Tsunami and the Cherry Blossom”

Curta-metragem de animação

“Dimanche”
“The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore”
“La Luna”
“A Morning Stroll”
“Wild Life”



Rudolf Steiner



Rudolf Steiner (Kraljevec, fronteira austro-húngara, 27 de Fevereiro de 1861 — Dornach, Suíça, 30 de Março de 1925) foi filósofo, educador, artista e esoterista. Foi fundador da Antroposofia, da Pedagogia Waldorf, da agricultura biodinâmica, da medicina antroposófica e da Euritimia, está última criada em conjunto com a colaboração de sua esposa, Marie Steiner-von Sivers. Seus interesses eram variados: além do ocultismo, se interessou por agricultura, arquitetura, arte, drama, literatura, matemática, medicina, filosofia, ciência e religião.

Sua tese de doutorado na Universidade de Rostock foi sobre a teoria do conhecimento de Fichte

Após terminar os estudos dedicou-se a partir de 1883 a editar as obras científicas de Johann Wolfgang von Goethe. Tornou-se profundo conhecedor da obra de Goethe, escrevendo inúmeras obras sobre este, dedicando-se à explicação do pensamento do autor alemão. Ao mesmo tempo escrevia sobre assuntos filosóficos.


Djalma Santos



Dejalma dos Santos mais conhecido como Djalma Santos (São Paulo, 27 de fevereiro de 1929[2]), é um ex-futebolista brasileiro que atuava como lateral-direito. É considerado um dos maiores jogadores da história da Portuguesa e do Palmeiras, com partipação decisiva nas conquistas da época da chamada "Academia".

Foi nomeado por Pelé um dos 125 maiores jogadores vivos de futebol em março de 2004. Foi um dos melhores laterais-direitos de toda história e disputou mais de cem partidas pela Seleção Brasileira de Futebol, incluídas as copas de 1954,1958,1962 e 1966.

wikipédia

Dexter Gordon

 (27 de Fevereiro de 1923 – 25 de Abril de 1990) foi um músico de jazz estadunidense, considerado um dos pioneiros do bebop. Entre 1940 e 1980 tocou com grandes nomes, tais como Lionel Hampton, Tadd Dameron, Charles Mingus, Louis Armstrong e Billy Eckstine. Também tocou, durante alguns meses de 1947, com a banda de Fletcher Henderson.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Final de semana na estrada com paradas providenciais!

Visita neste domingo ao casal Hugo Linard e Filomena- casa na serra
Pôr-do-sol em Mauriti

Foto de Nicodemos- Igreja de Missão-Velha
Agora é quase madrugada. Um início de semana  maravilhoso para todos!
Acho que sai da toca, e foi ótimo!

Abraços

RODA DE HISTÓRIAS COM BISAFLOR

Hoje eu estava mais uma vez relendo as histórias contadas por Eduardo Galeano em O LIVRO DOS ABRAÇOS. É um belo livro, com cada história melhor que a outra, contadas com leveza e poesia. Selecionei um “Causo”, de um velhinho que acreditava no amor, mesmo quando lhe chegava, já no final da vida, nas cartas roubadas do seu baú/tesouro. Eis o causo narrado por Galeano:

Nos antigamentes, dom Verídico semeou casas e gentes em volta do botequim El Resort, para que o botequim não se sentisse sozinho. Este causo aconteceu, dizem por aí, no povoado por ele nascido.
E dizem por aí que ali havia um tesouro escondido na casa de um velhinho todo mequetrefe.
Uma vez por mês, o velhinho que estava nas últimas, se levantava da cama e ia receber a pensão.
Aproveitando a ausência, alguns ladrões vindos de Montevidéu, invadiram a casa.
Os ladrões buscaram e buscaram o tesouro em cada canto. A única coisa que encontraram foi um baú de madeira, coberto de trapos, num canto do porão. O tremendo cadeado que o defendia resistiu, invicto, ao ataque das gazuas.
E assim, levaram o baú. Quando finalmente conseguiram abri-lo, já longe dali, descobriram que o baú estava cheio de cartas. Eram as cartas de amor que o velhinho tinha recebido ao longo da sua longa vida.
Os ladrões iam queimar as cartas. Discutiram. Finalmente, decidiram devolvê-las. Uma por uma. Uma por semana.
Desde então, ao meio-dia de cada segunda-feira, o velhinho se sentava no alto da colina. E lá esperava que aparecesse o carteiro no caminho. Mal via o cavalo, gordo de alforjes, entre as árvores, o velhinho desandava a correr. O carteiro, que já sabia, trazia sua carta nas mãos.
E até São Pedro escutava as batidas daquele coração enlouquecido de alegria por receber palavras de mulher.

Um dia de papo com Bruno Pedrosa - José do Vale Pinheiro Feitosa

Passamos o dia aqui no Rio em companhia do Bruno Pedrosa. Chegou antecipadamente ao Brasil em relação à abertura de uma grande exposição, chamada Presságios no Museu do Ingá em Niterói. Chegou antecipado, pois trabalha numa escultura para Universidade Federal Fluminense. A escultura feita em vergalhão de várias espessuras terá quatro metros de altura e é a expressão do que ele faz no desenho.

Esta é uma característica do Bruno Pedrosa, ele vai da escultura à pintura carregando a mesma temática, as mesmas soluções estéticas. Uma escultura é terceira dimensão de um desenho/pintura dele. Conviver com o Bruno é uma das coisas mais agradáveis de se fazer, especialmente ontem quando a noite me prometia o desfile da campeãs na Marquês de Sapucaí.

O Bruno Pedrosa é um ser cuja expressão ao vivo e a cores é a força telúrica dos sertões da pecuária nordestina. Quando ouço ou leio amigos torcendo o nariz para estética de Glauber Rocha, imagino que arte não seja apenas aquela estética de cortes ligeiros e efeitos especiais de Hollywood. A narrativa enxuta e a mensagem já resumida.

É a arte de longas narrativas, milenares (aliás muita gente confunde o milenarismo religioso com a milenar cultura nordestina) que vai das alturas do canto provençal às planícies ressequidas dos nossos sertões. E tem mais, não é o feudo medieval da agricultura, é um semi-feudo do vaqueiro e das distâncias descomunais para a venda da boiada.

Por isso ele diz que apenas embarcou nas artes plásticas quando compreendeu “concretamente e espiritualmente a carreira de artista”. Então eis o que se tem por dizer a respeito do artista: uma luta entre o concreto e o espiritual na calcinada vida da modernidade (pós-modernidade). A luta de Bruno Pedrosa não é diferente de outras lutas ontológica da vida nordestina: do Antonio Conselheiro, do Padre Cícero, do camponês tentando construir uma vereda entre o chão e o céu.

Bruno Pedrosa por isso mesmo faz arte como se fosse uma missão. Por sinal uma missão para libertar a carne dos impulsos milenares que ali vegetavam como parte inseparável do seu ser. Aí o artista faz o que deve ser feito: “uma necessidade irrenunciável de catarse, um modo de liberar completamente os meus impulsos interiores”.

Mas é preciso dizer que nesta frase não se tome da ligeireza de buscar cores narcísicas neste sertanejo. Ao contrário a trajetória artística (claro que pessoal) de Bruno é sua interioridade em confronto com o exterior e por isso mesmo, é a renúncia ao palco de si mesmo para, através do “conhecimento e auto-conhecimento”, realizar a “comparação contínua consigo próprio e com todas as coisas que capturarão a sua atenção”.

Ao encerrar este nota estou cada vez mais convencido que converso de vez em quando com um religioso da caatinga. Um ser entre a abundância de aconteceres e a escassez de continuidades hibernais. Por isso mesmo é que o Bruno, com seu corpo magro, alto e longas barbas transita na Europa como um cristão primitivo e asceta. Há em Bruno uma semelhança milenar com o judaísmo dos desertos da Galiléia, ou melhor dizendo, das cavernas das encostas do Mar Morto com a aridez e o batismo dos essênios.

Sobre a "EDUCAÇÃO" ( Darcy Ribeiro )

“Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas e entre elas a maior, a escolarização das crianças”.

“É sabido que a escola de turnos é uma perversão brasileira, que não existe no mundo civilizado. Por toda parte, considera-se que só uma “escola de tempo integral”, para alunos e professores, dá garantia de uma escolaridade proveitosa. O retrocesso às escolas de turno só é explicável por sectarismo e ignorância”.

“Esse modelo de escola (de “tempo integral”) atende aos três requisitos essenciais de uma escola popular eficaz. “Espaço” para a convivência e as múltiplas atividades sociais durante todo o largo período da escolaridade, tanto para as crianças como para os professores. O “Tempo Indispensável”, que é igual ao da jornada de trabalho dos pais, em que a criança está entregue à escola; larga disponibilidade de tempo possibilita a realização de múltiplas atividades educativas, de outro modo inalcançáveis, como as horas de “Estudo Dirigido”: freqüência à Biblioteca e à Videoteca, o trabalho nos laboratórios, a educação física e a recreação”.

“Hoje, nosso professorado é formado numa das disciplinas falsamente profissionalizantes ministradas no nível médio, quase sempre em cursos noturnos, de onde sai incapaz de ensinar”.

“O “Programa Especial de Educação” previa que todas as escolas deveriam funcionar ordenadas dentro de um projeto pedagógico unido e de uma organização escolar padronizada, do contrário teríamos a reprodução do que ocorre nas redes de ensino em geral, onde, por um equívoco do que significa “Democratização da Educação”, temos escolas totalmente entregues às suas Diretoras que, muitas vezes mal preparadas para suas tarefas, orientam suas unidades melhor ou pior, de acordo apenas com sua competência, mas sempre diferentes umas das outras, tanto pedagógica como administrativamente”.

Sobre Darcy Ribeiro:

"Seguramente, Darcy Ribeiro foi o homem que mais lutou pela educação no Brasil. Falar dele apenas como educador seria pouco. A proliferação de idéias e vontade de realizar projetos fizeram dele muito mais. Começou como antropólogo, elaborando trabalhos de impacto mundial. Mas tarde, ingressou na área educacional, criou a Universidade de Brasília, da qual foi o primeiro Reitor e, em seguida, Ministro da Educação com apenas 30 anos de idade. Sua produção no setor de ensino e cultural deixou marcas no país: criou universidades, centro culturais, uma nova proposta educativa com os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP’s), além de deixar inúmeras obras escritas em várias línguas. A propagação de suas idéias rompeu fronteiras. Viveu em vários países das América Latina, especialmente no Chile, aonde conduziu programas de reforma universitária. O extraordinário progresso do povo chileno nas áreas social, cultura e econômica nos últimos vinte anos, deve-se indubitavelmente aos programas de reforma da educação iniciados por Darcy Ribeiro naquele país e que, infelizmente, por forças e interesses cinzentos, não pôde implementar no Brasil".


Post Scriptum (em "aditamento"):

01) "A situação social do país é inviável e o Brasil tem uma gigantesca população com capacitação apenas para o trabalho manual, a qual vai se reduzindo frente ao progresso tecnológico. É preciso investir tudo o que for possível em educação. Se eu tivesse apenas 1 (um) real para gastar e devesse escolher onde destiná-lo, se à saúde ou à educação, investiria tudo na educação". (Hélio Jaguaribe).

02) Como você, aí do outro lado da telinha, pode observar (e pra evitar julgamentos precipitados), TODAS as citações acima (inclusive o "Sobre Darcy Ribeiro") estão "aspeadas" e, portanto, NADA é da nossa autoria (quem dera tivéssemos competência para tal); apenas transcrevemos e postamos.