por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 1 de novembro de 2011

O futuro - Por José de Arimatéa dos Santos

"O tempo não existe. Só existe o passar do tempo" - Milôr Fernandes
Difícil o ser humano que não teria a curiosidade de manipular o tempo e poder voltar ao passado ou correr até o futuro se tivesses essa capacidade. Eu de bate pronto não saberia dizer se ia querer voltar em meu passado para modificar alguma coisa. É uma situação complicada, pois muita água já rolou no rio de minha vida e a nossa existência é cheia de altos e baixos. Natural.
Vi esses dias no cinema o filme brasileiro "O homem do futuro" e fiquei impressionado pela qualidade do cinema tupiniquim. A película tem em seu enredo a história de um homem que através de uma máquina do tempo volta ao passado para modificar fatos ocorridos na vida dele. Interessante que o filme nos leva a questionar essa vontade de muita gente voltar no tempo para fazer os retoques necessários na vida pessoal.
Se fosse possível tal fato, acredito, a vida em geral seria mais bagunçada ainda. Por que na hipótese de mudar fatos de nossa vida lá no passado implicaria também em mudar a vida de muita gente ao nosso redor da época e de hoje. O homem do futuro, essa comédia romântica, nos leva por esse caminho tão tortuoso e complexo que é a vida de cada ser humano. E outra coisa que se revela é que nunca estamos só. Reforça o que aprendemos lá no início de nossas vidas escolares que o homem é um animal social.
Claro que alguns ou muitos diriam que ao voltar ao passado modificariam tudo que não deu certo em suas existências. Simples. Mas para mim acabaria com a mágica da vida que é o imprevisível e o que vai acontecer com cada um de nós daqui a um segundo ou amanhã. Para mim que venha o futuro. Só que cada um de nós possamos refletir e fazer o melhor para si e para os semelhantes.

A força das Palavras enfrentando as palavras da Força - José do Vale Pinheiro Feitosa

Lendo a “força das palavras” de Sérgio de Luiz Balsito, do Sinal Nacional, para Almina Arraes em que destaca “a lucidez e objetividade da autora no desenvolvimento da obra foram pontos de destaques nos comentário recebidos”, vem à memória o recente episódio das “palavras da força”. Todos nós ficamos confortáveis, pois somos capazes de distinguir uma da outra.

Uma vez que a força das palavras de pessoas como Almina Arraes fazem parte dos mistérios da eternidade enquanto tudo é aparentemente finito, a palavra da força é a desgraça do finito fantasiado da eternidade se desmanchando em pó. Enquanto a força da palavra vai além do combustível para mover a máquina do sucesso e deste modo tornando o sucesso um resto no principal que é a conquista de si mesmo como humano, a palavra da força não resiste nem às imagens que capturam os eventos.

A palavra da força edita o outro para garantir a força. Por isso acusa mentira nos outros quando mente. Ameaça a integridade alheia para esconder o próprio ardil. A palavra da força tem horror ao futuro e esconde o passado para manter um eterno hoje. A palavra da força não pode imaginar o futuro em que ela não esteja e nem reexaminar as imagens do vídeo do passado onde a farsa de agora se desfaz.

A palavra da força treme diante da responsabilidade de suas próprias palavras. As palavras da força mudam de cor, dançam de um lado para outro, num rodopio exuberante igual raios laser. E se os raios laser não cegarem a assistência, ao menos esconderão o palco das palavras que pedem interdição, os gestos que dizem loucura, as cenas de subterfúgios para não aparecerem as garras ferinas da palavra da força.

As forças da palavra de Almina Arraes não são para brandir o estatuto do idoso e nem criar um status bolorento de uma idade se encaixando no arranjo geral de uma sociedade solidária assaltada por egoístas conquistando a pepita de ouro a qualquer custo. Pelo contrário, as palavras de Almina têm força por que são includentes. Poder expressar sua arte de pintora. Ser parte do conclave de idéias ainda incipiente na internet e não temer as barreiras tecnológicas.

A força da palavra de Almina é por que é revolucionária, pela mulher e por todos aqueles que o capitalismo deseja interditar numa espécie de parque infantil com babás de meia idade dizendo o que devem fazer. Algum idiota que não consegue enxergar além da ponta do nariz irá argumentar com a senilidade, como se ao assumir a palavra da força não estivesse expressando a própria decadência.

Almina Arraes faça minha a força das palavras de Sérgio de Luiz Balsito, mas gostaria de fazer uma confissão: eu sou mais invejoso do que imaginava ser. Por que o Sérgio se antecipou antes de mim a explicar tão bem o seu papel revolucionário de um segmento ativo da nossa sociedade?

Acabei de ler uma história que lembra este contraste entre a força das palavras e as palavras da força. O jornalista Uruguaio Rodolgo Porey estava encapuzado ao lado de um estudante e ambos sendo supliciados por torturadores. Foi quando ouviu do estudante a frase: Me cago em dios (cago em Deus). De repente o chefe dos torturadores gritou de lá: Respete las ideas ajenas, mocito! (respeite as idéias alheias, mocinho!). E eles sendo torturados exatamente por terem idéias diferentes dos torturadores que o supliciavam por isso.

Almina Arraes está jogando um segmento esquecido da sociedade no debate da rede mundial e isso me orgulha muito enquanto cratense. Revolução é isso e os reacionários de sempre sonham em interditar. Mas se me orgulho de Almina mais ainda me orgulha o povo da minha terra que tão perto se aproxima em solidariedade a Almina.

Carta para D. Almina Arraes

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2011
 
Prezado Joaquim,
 
Gostaria que transmitisse a sua mãe, Senhora Almina Arraes, os agradecimentos do SINAL NACIONAL pelos trabalhos desenvolvidos na Cartilha para informatização de idosos.
 
Referido material, de utilidade pública, teve uma grande procura por educadores e voluntários militantes em ONGs que tratam de motivação e informatização de idosos.
 
A lucidez e objetividade da autora no desenvolvimento da obra foram pontos de destaques nos comentários recebidos.
 
Colondo o Sindicato à disposição para apoiamento de outras iniciativas, ressaltamos a importância de estimular iniciativas como a Senhora Almina.
 
Saudações,
 
Sergio da Luz Belsito
Presidente do Sinal 

As oposições e o câncer na Laringe do ex-presidente Lula - José do Vale Pinheiro Feitosa

O câncer na laringe do ex-presidente Lula, como todo tumor maligno, tem capacidade de destruir as estruturas na qual se inicia e de se espalhar para outros órgãos onde os atingirá. O princípio geral de todo tratamento do câncer é destruir ou retirar as células cancerosas para que elas não causem os problemas citados. Por isso o presidente Lula fará quimioterapia que é a destruição das células cancerígenas para que não continuem causando problemas na sua laringe e nem se espalhe para outras regiões do seu corpo.

O câncer de laringe é o mais comum dos tumores malignos que atinge a região da cabeça e do pescoço e são tão comuns que chegam a representar 2% de todos os tipos de cânceres. Existe uma quantidade imensa de grupos, tipos e sub-tipos de cânceres, sem contar o estágio em que já se encontra a definir uma rota de sobrevivida ou cura.

O presidente Lula tem um tipo câncer em estágio inicial com muitas chances de cura definitiva. Mas o câncer de laringe nele é muito mais do que simplesmente uma doença atingindo uma pessoa. Nele o câncer é politizado, vai além de apenas sinais, sintomas, diagnóstico, tratamento e recuperação.

O câncer nele é no aparelho fonador, aquele que efetivamente articula a voz. E a voz é o instrumento, o veículo principal do pensamento do político. A sua voz é quem empresta emoção, quem realça fatos e diminui factóides. Desde sua liderança no movimento operário que sua voz move o espírito e a consciência da luta dos trabalhadores, especialmente em São Paulo. A sua voz foi central na formação de um dos maiores partidos das Américas e no exercício político no governo do Brasil.

Em Lula até mais do que em pessoas como Fernando Henrique, em comparação tomando um exemplo recente. Lula, como Brizola e outros grandes líderes nacionais vieram da cultura oral, daquela forma básica que é a voz. A voz em que a maioria dos brasileiros se comunica e transmite idéias. A voz em Lula é até muito mais que um instrumento de comunicação. Em Lula a voz é poder político de um momento histórico do povo brasileiro.

Por isso os seus adversários ficam tão excitados, rodeando o assunto sem quererem se expor em baixarias, sempre querendo saber por quanto tempo e se pode ser definitivo que esta voz se cale. Outro efeito do tratamento do câncer de Lula é a contradição que os adversários exploram pelo fato dele não fazer o tratamento num hospital público.

Desta exploração entre o público e o privado residem dois efeitos a colar na mente das pessoas: Lula é elitista e só quer as coisas boas da elite branca de São Paulo e por outro lado os hospitais públicos são muito ruins, por isso ele não se atreve a ir a um hospital público fazer o seu tratamento.

A oposição realmente está usando uma contradição política, mas sob bases mentirosas. É uma forma inteligente e precisaria outra inteligência para derrubar esta bobagem toda. Os hospitais de câncer públicos são mais consistentes que os privados e existe uma simbiose imensa entre os dois setores, especialmente pelo duplo emprego dos médicos e profissionais de saúde numa e noutra ponta. Eles são mais consistentes por que têm mais volume de atendimento, fazem pesquisa, têm estatísticas de protocolos de tratamento e são os principais centros de formação de profissionais de cirurgia e clínica oncológica no país. Fora disso só quem vai financiado pelo governo ou aqueles privilegiados que vão fazer formação no exterior com o objetivo de ganhar rios de dinheiro com a exploração comercial da doença.

Mas aí vem um sério problema do atual Ministério da Saúde. Nunca vi tanta inércia diante de uma manipulação da opinião pública como esta exercida pela oposição, especialmente na internet. Será que ninguém veio a público para colocar os pingos nos ii? Eu pelo menos não li nenhuma manifestação dos Conselhos e Sindicatos dos profissionais de saúde rebatendo este besteirol que vai colar como uma verdade.

Sob o elitismo de Lula isso decorre de fato de outro fenômeno pessoal e político. Lula tem um médico particular que circula na elite médica de São Paulo que vive do grande negócio de milhões de dólares entre o Sírio Libanês, o Alberto Sabin, a Beneficencia e assim por diante. O fenômeno político decorre primariamente da dicotomia criada no país entre o setor público e a saúde suplementar. A saúde suplementar, dos planos de saúde, passou a ser a grande fonte de financiamento de hospitais poderosos e tem muito prestígio no operariado especialmente paulista da origem de Lula. Muitos acordos sindicais, de natureza salarial se fazem com a concessão de planos de saúde coletivo. Poucos brasileiros sabem que os planos de saúde são fundos mutuais e que os principais financiadores são: os operários em seus acordos com patrões e o governo federal com a renúncia fiscal.

Outro dado da exploração política do câncer de Lula foi o oportunismo de demonstrar que Lula tem este câncer por que fuma muito e bebe bebida alcoólica em excesso. Novamente a idéia é uma manipulação por que se você pretende apontar a questão de indivíduo não pode interpretar isso desta maneira. O fato de beber e fumar são fatores de risco, extraído de estudos gerais da população e apontam uma probabilidade comparativa com grupos que não fumam e nem bebem. Não é uma causa específica, até por que o câncer foi o primeiro problema de saúde pública a derrubar os conceitos da das doenças infecciosas quando se tinha a idéia que uma doença como a tuberculose tinha como causa única o bacilo da tuberculose.

O câncer de laringe, como a maioria dos cânceres, tem múltiplas causas e nunca se sabe como elas contribuem especificamente. Então o que se deseja, mais uma vez, é usando uma evidência probabilística jogar para o público que Lula está pagando os seus pecados. Mas câncer nenhum é um pecado. Pode ser uma precaução, uma prevenção primária ou secundária, mas não um sentimento moral que evidentemente falta em quem faz tentativas de tirar tais ilações sobre a doença do ex-presidente da república.

Por José Carlos Brandão




POEMA MELANCÓLICO


Os telhados estão melancólicos, debruçados na beirada
das montanhas. As cigarras,
sonhando
um mundo livre de sanhaços,

quebram
as vidraças. O melro gostaria
de tocar
piano,
as teclas pretas e brancas convidam. Não é tempo das lágrimas

do arco-íris. É o tempo
dos girassóis,
das abelhas zumbidoras,
dos carrapatos
e das urtigas. Um soldado ergue um fuzil, aponta e atira. Uma pomba

cai morta.
Uma criança
cai morta.
As armas foram feitas para matar. E matam, sem piedade. Cumprem

sua função.
Um caranguejo anda de lado, medindo o terreno com suas
grandes pinças. O caranguejo
é triste. É triste
como uma caranguejola.

J. C. Brandão

Acontece com as melhores famílias de Londres- por Socorro Moreira



Há um mês comprei passagens para Fortal, num preço promocional. Guardei data e horário. Considerando o horário de BSB, cheguei a tempo hábil. Não constava meu nome e o do Victor, na lista de passageiros. Eu troquei as bolas. Deveria ter embarcado no vôo da madrugada (01h55min’), e o engano fez-me dormir até as 8:h. Corri com algumas providências e cheguei no aeroporto 12:55 h.
Pra embarcar noutro vôo a passagem custaria duas vezes o valor que eu havia pago.E foi o que aconteceu.Já estava à mercê de novos ventos.
Como isso pode acontecer comigo, que programo tudo direitinho?
Em minutos estava embarcando, decolando e aterrissando.
Enfim da janela do hotel, vejo uma nesga do mar.
Foi para isso que vim... Estava com saudades dos ares marinhos.
Aproveitarei estes dias pra passear, e esticar o bom da vida.
Ainda bem que esta viagem não me ausenta dos amigos. Estou por aqui.
Perdi apenas a grana do “souvenir”


DUAS QUADRAS E MEIA - Ulisses Germano

-É raro nascer humano
Eis um motivo, por certo,
Poderoso e soberano
Pra que fiques mais esperto:

O valor que tem a vida
É sutil e imutável
É impossivel ser medida
Pois transcende o comparável

Somos todos raridades
Únicos e imperfeitos!
(...)

Ulisses Germano
Crato-CE.




"O Mistério das 13 Portas" - Um outro Olhar

Tive o privilégio de assistir ao espetáculo infantil “ O mistério das treze portas”, na verdade, um grande evento que traz à luz os seres que fizeram história, nas suas transgressivas formas de ser e de conceberem a vida. Sujeitos massificados e excluídos socialmente, atingidos com as pedras do preconceito de uma sociedade que apenas lhes permitiu a mísera visibilidade do desdém e da zombaria, julgando-os com critérios absolutamente elitistas.

À medida que os nomes desfilavam naquele palco, igualmente reavivavam e se abriam lentamente “as portas” das minhas lembranças desses personagens que percorreram as ruas do Crato e deixaram suas marcas, resgatadas, hoje, graças a sua sensibilidade antropológica e de todos que tornaram possível o livro, e consequentemente, o espetáculo.

Parabenizá-los é muito pouco diante do coquetel cultural que degustamos ao sabor das músicas e da diversidade dos artistas. Jamais esquecerei o cântico performático de João do Crato que mesclou tão bem, corpo, voz e coração num só pulsar interpretativo.

Claro, que também deixo aqui algumas observações, que talvez sirvam de sugestões, a partir da minha limitada percepção crítica. A meu ver, a idéia do Mateus e da Catarina como apresentadores foi maravilhosa, no entanto, julgo que se esses mesmos personagens teriam mais brilho e mais aceitação do público infantil, dando ao texto um caráter de conotação de história como bem é feito no livro, sem aquele empilhar de folhas digitadas que lhes cobriam o brilho e acabaram comprometendo, relativamente, o show, dando-lhe uma ideia de um ensaio, apenas.

Quanto à apresentação musical, julgo que seria mais interessante e condizente com a proposta que os cantores estivessem TODOS, e não só alguns, caracterizados com o personagem que estavam representando, uma vez que se trata de um trabalho para crianças, e, a compreensão infantil opera mais com o concreto, o visto, e não o subjetivo. Sem contar, também, na expectativa criada no público adulto, em ver e relembrar os sujeitos ali anunciados, evidente que não se esperava um teatro naturalista na sua essência. No entanto, na minha forma de perceber, ali não era apenas um mero show musical; a música estava em função de um contexto maior, por alargar e aprofundar o texto e o resgate histórico que se pretendia dar no final, com o intuito de formar um tecido único, a partir de cada fio ali exposto.

Mas, acredite, meu caro Zé Flávio, nada afetou o brilho da tão inspiradora ideia, a composição e a poesia presentes no tributo ao Beato Zé Lourenço foi realmente encantadoras. Já fico no aguardo do abrir de outras portas, em que espectador e leitor adotando a postura da Alice do Lewis Carroll, adentrem em outros países das maravilhas culturais que sua inspiração como escritor pode e sabe tão bem proporcionar.

Blog do Rui Porão: MANDACARU, no mato sem cachorro | http://ruiporao.blogspot.com/2011/02/mandacaru-...MARIA DAS GRAÇAS DE OLIVEIRA COSTA RIBEIRO
IFCE- CAMPUS CRATO-CE


escapulário

Mal amanhece ou anoitece
eu tiro um pedaço do meu coração
e colo em um poema. No dia seguinte
a mesma coisa sem pensar duas vezes.

A minha sorte é que o coração de poeta
é igual a fígado de bêbado após um mês -

não viu nada,
não ouviu nada

e nem se lembra
da última pinga
ou do último
verso.

No clima de finados - por Socorro Moreira



Mais uma vez não visitarei a casa dos mortos. Fico na casa dos desterrados. Aposento limitado , cheio de fantasmas , zoada do futebol na TV, cochichos nos e-mails. Passei um tempo na rua. Um almoço que não era o meu; companhias ávidas por batata frita ; vontade de achar o que é meu. A cidade entristecida pelas velas de finados ; rosas guardadas, terços retirados das caixas.

Ah, meu pai, se eu pudesse resgatar tua presença ! Resgataria com certeza , outras a mais. Porisso quero acreditar na promessa do juízo final, na ressurreição da carne, e na comunhão dos santos...!

Haverá noutro plano um blogue de mesma natureza, se formando ? Aqui é um ensaio , um planejamento de reunião definitiva, mesmo que a gente não enxergue o corpo, não escute a voz, nem dispare o coração , no contato de todas as horas. São as nossas almas que, enfileiradas, e com espontaneidade vão se aproximando , e ficando !





o círculo é perfeito
mas existe uma cadeira vazia

um sonho descansa as suas pernas
se correr
pode atropelar a vila

o tempo corre
acelero, e retardo
o meu relógio
sou dona um tanto de mim

da outra metade abri mão
ela é solta , louca,
e vive na contra-mão


Até você chegar
Até você encontrá-la
Fico na gira
no ponto do conto e do canto
Centrada no que admiro 

socorro moreira



era gase ,véu de noite
um mês em cada ano
palavra cara
carne viva
corpo e dor

de manhã letras
cruzadas no amor
lua cheia da loucura
grega fala
não te escuto
rosa , rima
eu te sinto
violeta não te culpo
fogo pira
endoidamos
morremos tantos sonhos
e acordamos

eu te amei
no último vexame
cortados de serras
nos deixamos.


(Socorro Moreira)