por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

REGULAMENTO MONITORIA PARA PROJETO NO TERREIRO DOS BRINCANTES










O Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC da Universidade Regional do Cariri – URCA e o Coletivo Camaradas, no uso de suas atribuições legais, torna público o presente Edital de abertura de inscrições, visando a seleção de 10 monitores para apoio nas atividades do projeto “No Terreiro dos Brincantes” por um período 12 meses contando com o mês da presente publicação.






OBJETIVOS DO PROJETO:






1. Realizar vivências e registros audiovisuais/fotográficos das atividades nos terreiros dos brincantes da cultura popular da região do Cariri e produção de documentários;
2. Realizar “rodas de conversas” entre pesquisadores, estudantes, artistas e brincantes (in loco) e nas IES;
3. Criação de página virtual (site) para divulgação do Projeto e des pesquisas científica sobre as temáticas: Cultura, Grupo da Tradição Popular, Identidade, Patrimônio Imaterial e Religiosidade e temas correlacionados.






Para candidatar-se a monitor o aluno deve:





1. Estar regularmente matriculado em curso numa faculdade/universidade da região do Cariri ;
2. Ter afinidade e preferencialmente ter trabalhos na área;
3. Ter disponibilidade para as atividades do projeto;
4. Assinar termo de compromisso se selecionado;
5. Apresentar, no ato da inscrição comprovante de matrícula atualizado;
6. Preencher ficha de inscrição.

CERTIFICAÇÃO

O aluno monitor que cumprir as atividades e horários estabelecidos, fará jus a certificado, Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho - IEC com carga horária definida conforme a participação no Projeto.






LOCAL, DATA E HORÁRIO DE INSCRIÇÃO

As inscrições serão feitas na Secretaria da Cultura, Esporte e Juventude do Crato, no período de 08 a 10 de fevereiro, das 8:00 ás 11h30.





CRITÉRIOS DE SELEÇÃO





1. Currículo
2. Entrevista

RESULTADO DA SELEÇÃO - CURRÍCULOS





Dia 10/02 – a partir das 17h00 no blog do Coletivo Camaradas – http://www.coletivocamaradas.blogspot.com/






ENTREVISTA






Dia 13/02 – às 14h00, no Auditório do Centro do Cultural do Araripe – REFSA Crato.

PRIMEIRA REUNIÃO COM OS SELECIONADOS:

Dia: 24 de fevereiro de 2012
Horário: 14 horas
Local: Auditório do Centro Cultural do Araripe – REFSA Crato .

Crato, 30 de janeiro de 2012


Prof. Dr. Roberto José Siebra Maia
Diretor do Instituto Ecológico e
Cultural Martins Filho – IEC/URCA

Prof. Alexandre Lucas Silva
Coordenador do Projeto
“No Terreiro dos Brincantes” e
do Coletivo Camaradas

Danielle Esmeraldo
Secretária Municipal da Cultura,
Esporte e Juventude do Crato/CE

Torta-de-maracuja-e-chocolate - Colaboração de Edmar Cordeiro


ingredientes
massa

3 ovos - claras em neve
3/4 xícara (chá) de suco concentrado de maracujá
3 colheres (sopa) margarina ou manteiga
1/2 xícara (chá) de leite
2 xícaras (chá) de açúcar
2 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1/2 xícara (chá) de maizena
1 colher (chá) de fermento em pó

calda

1/2 lata de leite condensado
2 colheres de sopa de creme de leite
1/2 xícara de suco concentrado de maracujá

recheio

1 lata de leite condensado
1/2 caixa de creme de leite
1/2 xícara de suco concentrado de maracujá

cobertura

1 lata de leite condensado
1/2 caixa de creme de leite
2 colheres (sopa) de cacau em pó
2 colheres (sopa) de achocolatado
2 colheres (sopa) de suco concentrado de maracujá

modo de preparo
massa o procedimento para a massa é como para um bolo comum.
gemas, açúcar e margarina batidas na batedeira até obter um creme esbranquiçado.
acrescenta-se a esse creme o leite, o suco, a farinha de trigo e a maizena aos poucos alternando os ingredientes.
incorporar a essa massa o fermento e as claras em neve mexendo com bastante cuidado, levemente.
levar para assar em forno pre-aquecido até que enfiando o palito o mesmo saia limpo.
calda misturar todos os ingredientes numa vasilha e reservar.
recheio levar os ingredientes ao fogo mexendo sempre até soltar do fundo da panela.
cobertura mesmo procedimento do recheio
Montagem do bolo
cortar o bolo ao meio no sentido de comprimento para que posso ser recheado colocar uma das parte numa bandeja e molhar essa parte com metade da calda que foi preparada espalhar o recheio sobre essa metade colocar a outra metade por cima e molhar com o restante da calda cobrir com o a cobertura preparada de chocolate levar à geladeira por uma 2 horas;
agora é só servir!!




Acho que, ao fecharmos nossos olhos aqui, nós os abrimos em casa, no
mundo extrafísico. Aqui é um lugar aonde a gente vem passear, e
voltamos para a festa maravilhosa quando nos vamos da matéria. 

Luís Eduardo

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Saudades - No dia da Saudade - Por José de Arimatéa dos Santos


José de Arimatéa dos Santos


Lembrança do que já passou. Momentos vividos e revividos intensamente que faz guiar a vida. Saudades do tempo de criança e das brincadeiras da época. Momentos do descompromisso e da vida tão gigante na rua, praça ou no campo.
E quando retornamos a esses lugares onde vivenciamos a infância, vemos o quanto muitas vezes era pequenino no espaço, mas tão grande no coração e mente.
A saudade é um sentimento tão importante para o ser humano devido as lembranças que ficam armazenadas em nosso cérebro.
Sei que há lembranças dos parentes e amigos presentes e dos ausentes que já foram para outra dimensão, porém as ótimas lembranças felizes do ontem e do hoje estão sempre presentes.
E assim caminhamos para o futuro. Certos que a solidariedade e o amor podem fazer um mundo de mais paz e de mais felicidade.

Uma música inesquecível!



 Tradução
Isso é amor

Em Nápoles, onde o amor é soberano
Quando um garoto encontra uma garota, isso é o que eles dizem:
Quando a Lua chega aos seus olhos, é grande como uma pizza
Isso é amor

Quando o mundo brilha como se você tivesse bebido vinho demais
Isso é amor
Sinos vão tocar "ting-a-ling-a-ling, ting-a-ling-a-ling"

E você vai cantar a "Vita Bella"
O seu coração vai bater "Tippi Tippi-tay, Tippi Tippi-tay"
Como uma alegre tarantella!
Quando as estrelas fazem você babar como quando vê uma massa
Isso é amor

Quando você dança na rua como se tivesse uma nuvem nos pés,
É porque você está apaixonado!
Quando você vive num sonho mas sabe que não está sonhando
Senhor, licença, mas veja, lá na velha Nápoles
Isso é amor




http://www.vagalume.com.br/frank-sinatra/thats-amore-traducao.html#ixzz1kz1osu6f

Por José Antonio Pinheiro Machado (Anonymus Gourmet)


Cuidados para escolher um restaurante

Qual o item mais importante a considerar num restaurante: “cozinha”? “serviço”? “ambiente”? ¾ me perguntam numa enquête, logo para mim, um radical da cautela, cuja prudência foi educada pela adversidade.

“Constância.” — respondo. Constância é a virtude que espero na hora do jantar. Justifico argumentando que há restaurantes que vivem em estado de insurreição permanente: a cada semana mudam os cozinheiros, mudam os garçons, mudam até os temperos. Para freqüentar esses lugares é preciso, acima de tudo, amar a aventura. Na mesa, busco certezas. Deixo o inesperado para depois das refeições. Prefiro a aventura no cinema, na TV em horas tardias ou em alguns contos de terror de H.P. Lovecraft. Recuso-me a fazer do jantar uma jornada de ação e mistério.

Sempre tive a impressão de que certos restaurantes nunca dantes frequentados se parecem a abismos sombrios e insondáveis, habitados por garçons de humor incerto e cozinheiros de talento duvidoso, onde se deve estar preparado para tudo. Inclusive para cenas assombrosas de monstros marinhos emergindo fumegantes do prato de sopa.

Mas reconheço que existem espíritos desbravadores que adoram sair à procura das surpresas de uma mesa desconhecida. É aquela incontrolável curiosidade por novidades que leva alguns a espiar pelos buracos das fechaduras e a outros, como Cristóvão Colombo, a descobrir a América. Considerando que, hoje em dia, os segredos a serem espiados pelas fechaduras estão com as portas escancaradas, e que não há continentes a desvendar, quem sabe uma expedição para descobrir um novo restaurante? Emoção e adrenalina no prato do dia. A ânsia indomável dos velhos navegadores convertida no desejo fremente de enfrentar rins inescrutáveis, picadinhos sem biografia, molhos sabe-se lá do quê, feitos sabe-se lá quando, ¾ mas também, quem sabe, damas inesperadas a espreitar de mesas vizinhas.

Uma regra de ouro para esses desbravadores gastronômicos: respeitar com rigor os horários do restaurante a ser tentado. Especialmente à noite. Chegar muito tarde é um desafio à má vontade dos garçons e ao esmero das cozinheiras. Eles e elas são pessoas que têm, depois do expediente, aflições como as de qualquer ser humano: desde um prosaico último ônibus que não pode ser perdido, até tormentosas paixões nas sombras da madrugada.

Por: José Antonio Pinheiro Machado

Receita do Anonymus Gourmet


Tentação de laranja


Para o pão-de-ló

2 ovos + 4 gemas

2 xícaras de farinha de trigo

1 xícara e meia de açúcar

Um copo de suco de laranja natural

1 colher (chá) de fermento para bolo



Para a cobertura

2 copos de suco de laranja

2 colheres (sopa) de maisena

6 claras

12 colheres (sopa) de açúcar

1- Comece fazendo um pão-de-ló. Na batedeira, bata os ovos e as gemas com o açúcar até formar uma gemada. Aos poucos, vá acrescentando o suco de laranja e a farinha de trigo. Com os ingredientes bem batidos, fora da batedeira, misture o fermento. Mexa bem.

2- Coloque a massa em uma forma untada e enfarinhada e leve ao forno preaquecido (180°) por, em média, 20 minutos.

3- Enquando o pão-de-ló assa, faça um creme de laranja. Dissolva a maisena em uma xícara do suco de laranja e leve para uma panela junto com o restante do suco. No fogo, mexendo sempre, deixe o creme engrossar.

4- Na batedeira, faça uma merengada batendo as 6 claras com as 12 colheres de açúcar até ficar bem consistente.

5- Cubra o pão-de-ló com o creme de laranja e, por cima, coloque a merengada. Leve para o forno por mais 10 minutos. Retire do forno e cubra com raspinhas de casca de laranja.

Sugestão copiada no Programa "Anonymus Gourmet"


por socorro moreira


Chove
Cidade vulnerável
Assim como a vida
Em mim, em ti...
Dispenso as bulas
Que nos ameaçam

Fé, Esperança e Caridade!
E que a música seja o silêncio
Que a oração cale em meu coração
Esta zoada do mundo
Desaconchega-me
Quero um céu iluminado ou dourado
Sem a tormenta das tempestades
E o calor que queima
O papel das saudades

(socorro moreira )

Da minha janela ... - por Socorro Moreira




Quintais urbanos
provincianos
Casas antigas,
gravando vidas.
Nem procuro saudades...
Elas estão cristalizadas
até nos telhados.
Daqui a pouco , anoitece ...
E eu nem ganhei o dia !


Socorro Moreira

Sou embaçada de muitas saudades
Iluminada de verdades
Angustiada de conflitos
Serenada de tudo
Que acredito.

Tantos investimentos amorosos
Perdidos, irrecuperáveis...
Tantos sonhos apagados
Esquecidos
Num sono interminável !

De repente
Mais uma luz se acende
E eu me vejo ainda viva
Querendo encher tua ausência
De um mosaico colorido.

De tardezinha ... - por Socorro Moreira

Adicionar legenda


tardezinha ...

um dia entristecido, finda !

da minha janela

espreito

alguma coisa no céu ...

um sinal, uma luz,

uma cor.

entro nesse pedaço de vida

em pensamento

e um poema não dito

uma declaração de amor sem mira,

ficam emoldurados,

na fotografia.

Cartas de Amor - por Socorro Moreira


"O que nos separa é o amor que nos une".
Envelopes rasgados
Papel manchado de batom
Censura, rasura
uma aqui, outra ali...
Uma explicação,  uma jura...
Tristeza e saudade, nas entrelinhas
Contagem regressiva do tempo
Faltam apenas dois dezembros...
Quem sabe, se Deus permitir!?
Cartas guardadas, perfumadas,
devolvidas ou queimadas
findam em nada!
Cartas de amor...
Surpresa,
suspense, letra tremida,
um poema de J.G. de Araújo...

Cartas de amor
Soltas no mundo
Nas mãos do carteiro, buscam o seu destino!

domingo, 29 de janeiro de 2012

CHEGAR
Porta se abre.
Não importa quem abriu primeiro.
Importa o cheiro,
O gosto do beijo da espera.
Espera.

Há um não sei quê de paraíso
Na saudade que aguei no meu jardim de amor.
Toca-me,
Deságua, em mim, tua paixão iridescente...

Que nos importam os problemas vãos?
Que nos importa o mundo vão?
Somos só nós.. corpos, almas.... tão da gente!
Toma um banho.

Relaxa.

O relógio é apenas um enfeite... vem cá,
Te ajeites... amanhã? O amanhã?
 No amanhã  estaremos brigando por nós dois.
Hoje, agora, vamo-nos  amar, só nós dois.
Os problemas todos estão lá. Ficaram lá
Estamos aqui.
O chegar todo meu, ou todo teu.
Toma-me como o homem que é teu.
Faze dele sempre, sempre teu.

Saudade de outros carnavais - por Rosa Guerrera



Tenho por hábito dormir com uma radinho ligado junto a minha cabeceira. Hoje despertei escutando lindas marchinhas de antigos carnavais. E preguiçosamente fui deixando me levar a saudosa folia de outrora .Enrolei meus sonhos em serpentinas multicores espalhando pelos salões da minha vida milhares de confetes , pedacinhos coloridos de lembranças . Cheguei até a sentir no ar o cheiro gostoso do lança perfume que quando levado na nossa pele dava aquela sensação gostosa de um odor que ficava por horas também na nossa roupa .Nunca vestí fantasias durante os carnavais que brinquei., no entanto fui Colombina para muitos Arlequins e Pierrôs .Nem lembro quantos amores vivi naqueles carnavais de ontem. Lembro apenas que na quarta feira de cinzas , ficava sempre em cada canto por onde eu tinha passado ,uma saudade em forma de um abraço , um beijo , até de um olhar que se fixou no meu coração. E lá dentro num cantinho da alma , a esperança de um reencontro num próximo carnaval.
Impossível negar que hoje eu não sinta saudades daqueles reinados de Momo...
Se eu pudesse, juro que resgataria no tempo aqueles antigos carnavais
Brincaria de novo nos blocos de ‘ Felinto , Pedro Salgado , Guilherme ,Fenelón, Bola de Ouro ,Toreiro, e tantos outros que marcaram para todo um sempre o carnaval de Pernambuco.
E na euforia desse embalo-saudade , nessa paisagem que já não existe mais , eu olharia de frente para minha Recife e revendo o corso na Rua da Concórdia, os Palhaços que alegravam os subúrbios, os mascarados que desfilavam pelas ruas alegrando a garotada , eu ia cantar bem alto : “Voltei Recife ! Foi a saudade que me trouxe pelo braço /quero ver novamente Vassouras na rua brincando / tomar umas e outras/ e cair no passo.”


rosa guerrera
( ARLEQUIM - letra: Ronaldo Brito e Francisco Assis Lima música: Antonio José Madureira )


Se um grande amor alguém
Conhece um dia
E sofre a dor ferina
Da separação
No coração não tem mais alegria
O carnaval termina
É só desilusão.

O carnaval é luz, é cor, magia,
Evolução, folia,
Brilho, inspiração
Se longe o amor acena em despedida
No adeus da partida
Tudo é solidão.

Trago no peito sete flechas nuas
São saudades tuas
A me acompanhar
Um lindo anel que trago de lembrança
Doce aliança
A nos separar.

Ó flor da minha vida
Ó luz do meu olhar
É festa na avenida
É noite de luar
Não diga adeus ainda
O bloco vai passar.

Retorno Escolar. Liduina Vilar.


Voltar a labuta
em começo de ano letivo,
recomeçar famosa batuta...
Trabalhar com objetivo.

Olhar para o rosto do aprendiz
que vem com ânsia de conhecer
contribuir para ele ser feliz
e na vida saber empreender.

Missão divina de amor
trabalhar com alunos e alunas
adentrar suas tenras vidas
orientando-os com muito fervor.


por socorro moreira


O tempo cura todas as dores
O presente altera a natureza da dor
Ainda há tempo,
e esse tempo é precioso !
Hoje me livrei dos meus excessos
Lipídios , que sufocam meu coração
Fiquei sozinha no meu silêncio,
e me senti rainha
dos meus inventos, sentimentos.
Hoje escapei do fogo ,
e tomei banho na bica
do discernimento.

Socorro Moreira

Um carnaval que se foi ..... por rosa Guerrera



Você foi no carnaval da minha vida aquele personagem principal do meu bloco.
E é uma pena que tenha saído antes do desfile terminar .
Hoje apenas uma lembrança misturada a confetes e serpentinas desbotadas pelo chão .

sábado, 28 de janeiro de 2012

QUADRAS NA CHAPADA - por Ulisses Germano

 QUADRAS NA CHAPADA

As voltas que a vida dá
Nunca se repete não
Não há como comparar
 
O luar do meu sertão

Lá de cima da chapada
O silêncio é a expressão
Basta dá só uma olhada
Pra ver toda a imensidão

O espírito da floresta
Movimenta-se com o vento
Que nas folhas faz a festa
Cantando seu acalento

Sigo a trilha sinuosa
que se alastra feito cobra
Desvelando minha prosa
No assobio que desdobra
Cada folha tem um nome
Cada nome uma serventia
Ninguém nunca passa fome
O fruto é a garantia


Vai e vem e vem e volta
Volta e vem e vem e vai
Não há como ter revolta
A tristeza chega e sai

Ulisses Gerrmano
Crato-CE.
 Dedicado ao amigo Abidoral Jamacaru... grande sabedor das coisas da Chapada




Cicatrizes
Miltinho e Paulo César Pinheiro

Amor que nunca cicatriza
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida a dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal
Meu coração precisa
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal...

Cheiro de Saudade



Cheiro De Saudade


É aquele cheiro de saudade,
que me traz você, a cada instante,
folhas de saudade, mortas pelo chão,
é o outono enfim, no coração...

É talvez que é tempo de saudade,
trgo o peito tão carregadinho.
Sofro, de verdade, fruto da saudade
sem o seu carinho...

Quem seneia ventos,
colhe tempestade
Quem plantar amor
colhe saudade...

Composição: Djalma Freire E Luiz Antonio

Perfumes de saudade pelo ar - Emerson Monteiro

Nas manhãs cinzentas dos invernos, essa brisa suave colhe a gente bem na surpresa dos abraços de antigamente, do tempo em que as flores murcharam leves nos jardinas abandonados. As luzes chegavam aos olhos molhados em gotas de lágrimas dos que se amam e vão sumindo na longa estrada dos dias enegrecidos pelo tempo veloz. Gosto amargo de ausência travava na saliva o íntimo da boca, peito dorido e vazio nos espaços em redor. Desejo imenso de controlar o movimento dos barcos um pouco mais, porém restava pouco de perfume do passado que virava forte saudade descomunal goela adentro. E fiapos de músicas engoliam últimos acordes das notas vazias, românticas, esgotadas nos frouxos véus, traços lentos, indiferentes do Destino com letra maiúscula.

Falas de pessoas agora rumorejam as salas de portas abertas, porém prenhes das ausências de quem se foi nas asas do nunca mais. Há promessas nisso de sucumbirem às doces lembranças quais sementes plantadas nas colinas adormecidas de festas alegres, caprichosas, fugidias. Um pedido de clemência clama aos sonhos interrompidos belas frases, lindos sorrisos, cores intensas, e só desencantos afinal. Aos deuses, as sentenças ao ostracismo de viagens mitológicas jamais receberão revisão.

Pisar, assim, solto no vácuo dos desaparecimentos injustificados no senso comum parece recordações intermitentes, reclamações desse processo exótico, contudo acontecendo a todo instante. Os pobres réus apenas enxugam o rosto sem possibilidades, porquanto a quem não sabem apelar. Rezam, é do direito dos desvalidos. Controlam a duras penas o instinto de sofrer da raça. Retêm ao máximo o impulso das vertigens apelo dos abismos profundos. Param e refletem no caminho à procura dos olhares iluminados que lhes apagaram momentamente os seus, na pedra de memórias arcaicas.

Casos de amor por vezes devoraram as entranhas das gentes e caíram nessa estranha vila das sensações de eternidade a remoer o coração, esfregar na cara as práticas felizes dos adjetivos desnecessários, constâncias permanentes, ainda que contassem tudo aos ouvidos lá internos, na alma teimosa das pessoas, no sonho de ser feliz, a somar cordões de longas esperas aos idos da experiência inesquecível.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012


"E por falar em saudades ..." - por Socorro Moreira


Sou das manhãs.
O tempo levou meus todos os anos
Estou cada vez mais parecida
com a minha mãe...
Minha avó ?
- Donana !

Que saudades
dos seus bolinhos de goma,
da sua pele macia, seu riso,
seu rosário,sua mantilha...

Saudade ...
É como diz o Sávio:
É verbo, substantivo conjugável!

Saudade
fica perto de mim,
entranha-me, alaga-me!

Saudades anestesiadas
já fazem parte de um cotidiano,
que arranja mais saudades !

Saudades...
É o produto da felicidade!

Antônio Calado



Antônio Carlos Calado[1] (Niterói, 26 de janeiro de 1917 — Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1997) foi um jornalista, romancista, biógrafo e dramaturgo brasileiro.
Prisão azul


Antonio Callado


Patas macias sobre folhas mortas. Ao atravessar num salto a janela aberta o tigre sabia muito bem que o lenhador tinha saído. O bebê de dois anos estava sentado no chão, brincando. Sozinho, sozinho. O tigre se aproximou cauteloso e quando a criança viu aquele cachorrão rajado abriu com espanto dois olhos azuis, dois lábios sorridentes, dois bracinhos. O tigre começou pelos braços. Depois devorou o resto da criança e tratou de voltar à floresta.

Suponha, agora, que esse tigre cresceu, deixou de comer criança e relembra um dia como havia devorado o filho do lenhador. Um sorriso estranho paira sobre sua cara, sorriso no qual seu orgulho tigrino só permite que se manifeste um tiquinho de remorso. O resto do sorriso é a pura lembrança da carne tenra da criança, é desprezo pelo lenhador estúpido que deixou a janela aberta — uma completa orgia de satisfação consigo mesmo.

Foi com um sorriso assim (e há sorrisos dificílimos de descrever) que o amigo do homem desaparecido se aproximou da janela do seu apartamento tendo na mão o livro que o desaparecido dedicara a ele: "Para você, meu grande amigo". O amigo olhou lá fora o mar que ia além da praia de Copacabana e que flambava ao sol do meio-dia como uma poncheira acesa. Era quase um milagre a capacidade que tinha o Rio de dar às pessoas uma sensação de bem-estar, de saúde. O desaparecido também amava o Rio. Curioso como ele tinha desaparecido de forma tão absoluta. Evaporou-se. Soube-se depois da sua morte que ele passara os últimos dez anos de vida nas brenhas de Goiás. Ninguém sabia ao certo de que modo morrera. O manuscrito do livro tinha sido encontrado no meio das coisas dele, o manuscrito em cuja primeira página aparecia a dedicatória a ele, o amigo. O sorriso de tigre regenerado voltou à cara do homem que lembrava o amigo: "Para você, meu grande amigo".

Antes de sumir, o desaparecido freqüentemente ria de si mesmo. Diferenças de grau, só de grau. Diferenças de espécie são um absurdo. Mesmo quando muda, a espécie muda gradualmente, portanto é válido o princípio. Veja-se, como exemplo, a sensação que às vezes tomava conta dele em plena rua e que ele chamava de pedra de contato com a realidade: isso acontecia com todo o mundo. Só que com ele a freqüência e a intensidade com que acontecia eram muito maiores. Parecia uma bolha a inchar, inchar e doer. Perguntara a uma porção de pessoas se acontecia com elas de repente, no meio da rua e em hora de movimento, começar subitamente a sentir a estupidez incompreensível de todo aquele ir e vir. Sim, acontecia. Mas ficavam todos surpreendidos e faziam cara de dúvida quando ele lhes perguntava se sentiam aquilo a ponto de parar no meio da multidão; de olhar um lado para o outro, tentando entender o que estava acontecendo; de seguir alguém, para descobrir onde estava indo e para resolver o mistério de tanta pressa; de logo depois fazer o mesmo em relação a outra pessoa; de olhar angustiado aqueles arroios humanos que não corriam para nenhum mar comum e sim para lagoas isoladas, piscinas, poças d'água; de segurar com ambas as mãos a cabeça que doía e correr para o meio da rua sem pensar nos carros que passavam rápidos. Não, isso era um exagero e aliás dava para sentir, em todos aqueles que interrogava, que nem acreditavam que ele vivesse momentos assim. Eram pessoas que não acreditavam sequer em diferenças de grau.

— Deve ser sua imaginação, diziam com um sorriso, mas que é interessante não tem dúvida. Aliás, hoje em dia está até na moda uma certa morbidez, acrescentavam, sem saber que estavam usando uma arma muito antiga e possivelmente necessária.

A verdade pura e simples é que ele só fazia essas perguntas com a honesta intenção de obter uma resposta, de descobrir alguma coisa a respeito da pessoa com quem falava, ou, talvez mais ainda, sobre ele mesmo. Já lhe bastava, e muito, o quebra-cabeça representado por todos aqueles desconhecidos que ele tinha ímpetos de parar e interrogar sem mais nem menos no meio da rua.

Uma coisa, porém, o preocupava mais que qualquer outra na véspera do dia em que desapareceu. Aquela sensação que nas ruas apinhadas de gente acabava quase em angústia, pois envolvia estranhos, na sua própria vida íntima, privada, acabava em puro contentamento. Quando lhe aparecia um problema especial a resolver, ele o encarava corajosamente, sem evasões ou truques, pois sabia de antemão qual seria o resultado. Com método, pesando prós e contras, considerando todas as conseqüências, chegava à própria e nua raiz do problema... e então tudo se evolava, se desfazia no ar, e ele entrava num estado de puro e neutro prazer, um prazer branco, luminoso, para lá do pensamento. Como se fosse entrando com cautela mas com passo firme numa floresta densa na qual, chegado ele ao ponto mais escuro, todas as árvores ainda em volta tombassem ao mesmo tempo, no maior silêncio; e só permanecesse no mundo a luz ofuscante do sol. O que o preocupava na véspera do dia em que desapareceu é que ele tentava, mas ainda não haviam conseguido, concentrar todas as suas faculdades num problema sério.

Por que tão sério? Porque envolvia o amigo. Não por causa de minha mulher, continuou o homem que desapareceu, determinado agora a pensar seu problema até o fim. Para mim minha mulher é feito um sapato velho, cambaio. E meu amigo sabe muito bem disso, o que apenas torna a coisa toda mais incompreensível. Um tolo desejo de aventura? Nunca, jamais. Meu amigo sabe que eu não abandono minha mulher porque ninguém propriamente abandona um par de sapatos velhos. A gente simplesmente os esquece em algum canto. Ele me diria, se fosse o caso, que havia, que há alguma coisa entre os dois — e pronto.

— Usei aquele seu sapato velho outro dia, ele diria. Tudo bem. São inúmeros os caminhos abertos neste mundo mesmo para quem caminhe descalço. Que sentido haveria em criar um caso sobretudo quando eram tão velhos os sapatos? Não, ele está cansado de conhecer meus sentimentos e já teria me falado a respeito. Ou... Caso fosse verdade (o chato é que tanta gente dizia que era que ele se obrigava a pensar tanto sobre tal bagatela), só uma explicação era possível: meu amigo de fato se apaixonou por minha mulher e simplesmente não tem coragem de me dizer. E quem sabe por minha exclusiva culpa? Ela para mim tem tão escasso valor, e isso eu disse ao amigo tantas vezes, que lhe falta coragem para dizer que passou a amar uma pessoa tão depreciada. Sim, talvez fosse isso. E o homem prestes a desaparecer sorriu, meio envergonhado de pensar que estava, ainda que sem intenção, fazendo uso do amigo: seria de todo o cúmulo da amizade se o amigo pensasse em ficar definitiva e legalmente com minha mulher. Aqui se apagou no seu rosto o vago sorriso de até agora. Quem sabe, Deus meu? O amigo sabe como é grande meu amor por Maria Auxiliadora. Será que lhe ocorreu a idéia de se sacrificar por mim? Não, nem eu permitiria nem ele... Eu só quero Maria Auxiliadora como a tenho agora, mesmo porque a gente não se casa com uma mulher assim, a gente simplesmente aceita a luz e o calor, banho de sol no coração do inverno... Ela é quase a Luz! Aquela claridade. A floresta que se deita no chão. Era precisamente quando chegava ao ponto em que a floresta se tragava a si mesma que Johann Sebastian começava a passar a música para o papel, aquela música que se encerrava de repente de forma inesperada, mas que podia ter continuado para sempre, eterna, já que não tinha fim e ele apenas aparentava ou fingia ter chegado ao fim porque chegara isto sim ao fim do papel pautado e porque sabia que ninguém podia suportar sem enlouquecer o luzir permanente daquela Luz em música.

O homem que ia desaparecer perdeu-se nas profundezas do seu problema... Ao voltar a si passou o lenço na testa úmida. A inexistência de todos os problemas. O compromisso que tinha assumido que cuidasse de si mesmo. Ele ia, isto sim, ver Maria Auxiliadora. Tomou o ônibus e no caminho deixou-se invadir pelo salgado travo de onda e de alga que subia das praias de alva areia, a infinita, angustiada fieira de areia que é a única coisa a impedir que as montanhas azuis e o mar azul se dissolvam num único e irreparável azul. O ônibus beirou primeiro a praia de Santa Luzia, depois Flamengo, Botafogo, as vastas areias brancas de Copacabana, Ipanema, Leblon. Quando parou no fim da linha o homem que ia desaparecer saltou e foi andando para a pequena casa em que morava Maria Auxiliadora. Aproximou-se das tábuas brancas do portão, espantadas de vê-lo àquela hora do dia. E lá estava a fascinante casa branca, feito um brinquedo esquecido na grama. Entrou, atravessou o jardim e espiou pela janela da sala de estar. Não viu Maria Auxiliadora, que ainda estaria dormindo. Abriu a porta da frente e ia atravessar a sala, em direção ao quarto de dormir, quando ouviu vozes e riso que vinham de lá. Ia chamar Maria Auxiliadora em voz alta, alegre, mas se conteve e andou até a porta. Ouviu as únicas duas vozes que realmente conhecia bem. Pela única e última vez em sua vida curvou-se até o buraco da fechadura. As venezianas estavam cerradas. Só havia no quarto aquela luz baça e enjoativa na qual se escondem aqueles que preferem não encarar nem o amor. O homem que naquele momento já quase havia desaparecido ouviu a voz do amigo, seguida do riso de Maria Auxiliadora.

— Pois é. Quanto mais ele acha que há alguma coisa entre a mulher dele e eu, menos consegue adivinhar que...

O homem que desapareceu saiu da sala de estar pé ante pé, fechou sem ruído a porta, passou em silêncio pelo portão de tábuas brancas e se foi. Como um ladrão. E qualquer policial que o pegasse naquele momento teria a certeza, sem lhe fazer qualquer pergunta, que o ladrão tinha encontrado jóias, jóias do mais alto preço, que ninguém imaginaria pudessem estar guardadas numa casa tão pequena e simples.

Festa no outro apartamento- Martha medeiros


Anos atrás a cantora Marina compôs com o irmão dela, o poeta Antônio Cícero, uma música que dizia: "eu espero/acontecimentos/só que quando anoitece/é festa no outro apartamento". Passei minha adolescência inteira com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar, porém eu não havia sido convidada.

Até aí, nada de novo. Não há um único ser humano que já não tenha se sentido deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. O problema está em como a gente reage a isso. A grande maioria que espera "acontecimentos" fica ligada demais na festa do vizinho, se perguntando: como fazer para ser percebido? A resposta deveria ser: percebendo-se a si mesmo. Mas é o contrário que acontece: a gente passa a se vestir como todo mundo, falar como todo mundo, pensar como todo mundo. Só então consegue passe livre: ok, agora você é um dos nossos, a casa é sua.

As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação tão infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias de jornal. As pessoas alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.

É preciso amadurecer para descobrir que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro não costumam ser revelados. Pra consumo externo, todos são belos, lúcidos, íntegros, perfeitos. "Nunca conheci quem tivesse levado porrada/todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo". Fernando Pessoa sacando que nada é o que parece ser.

Sua solidão, sua busca por paz interior, seus poucos e leais amigos, seus livros, suas músicas, fantasias, de desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na sua biografia, e pode ser mais divertido que uma balada em algum lugar distante. Pegar carona na alegria dos outros é preguiça, e quase sempre é furada. Quer festa? Promova-a dentro do seu apartamento.
Martha Medeiros

DÉO - O DITADOR DE SUCESSOS- por Norma Hauer


Foi esse o cognome que César Ladeira, que sempre dava um título aos artistas de seu tempo deu a Farjalla Rizcalla. E quem foi ele?
Foi como DÉO que ele ficou conhecido no meio musical, já que seu nome verdadeiro não era nada radiofônico: Farjalla Rizcalla, filho de libaneses.

Ele nasceu em 26 de janeiro de 1914, aqui no Rio de Janeiro, mas foi em São Paulo , na Rádio Record, que iniciou sua carreira, primeiro como discotecário, depois como cantor de tangos. Na música brasileira inspirou-se em Sílvio Caldas, cantando seu repertório.

Em 1936 gravou seu primeiro disco com o samba "Vendedora", que não "emplacou".
No ano seguinte gravou "Sinto Lágrimas", de Francisco Malfitano. Este compositor vive em Santos, completamente lúcido,aos 101 anos.
Mas foi no carnaval de 1939 que obteve seu primeiro sucesso :"Casta Susana", de Ary Barroso e Alcyr Pires Vermelho.

"Será você a tal Susana,
A casta Susana,
do Posto 6¨?"
Coitada, como está mudada
Teve apendicite e ficou sem "it"

A partir daí seu nome foi-se tornando conhecido e Ary Barroso o levou para a Rádio Tupi.
Ainda em 1939 gravou uma valsa (ou canção?) de Ataúlfo Alves:"Canção do Nosso Amor".

Nesse mesmo ano compôs, com Octavio Gabus Mendes e José Marcílio, uma valsa, que se tornou grande sucesso na voz de Orlando Silva:"SÚPLICA", uma bela valsa que não tem rimas, mas nem se percebe isso, pela beleza de seus versos.

Nos anos 40 alcançou vários sucessos, como "A Morena que eu Gosto";"Mulher de Luxo"; " Eu te Agradeço"; "Nervos de Aço"; Infidelidade"...

Em 1944 gravou um bonito samba sinfônico, da autoria de Humberto Teixeira, de nome "Sinfonia do Café". Lindo samba não fez o sucesso que merecia e nem mesmo é citado nos dados biográficos de Déo.
No mesmo estilo, ainda de Humberto, gravou "Terra da Luz", referente ao Estado do Ceará, em que diz:

" do herói jangadeiro,que não permitia que navio negreiro entrasse na Terra da Luz", lembrando que foi o Ceará o primeiro estado a não permitir a entrada de escravos no país.

Em 1950 gravou o samba "A Mulher deve Casar" de Nássara.

Esse samba, começa dizendo "a mulher deve casar, meu irmão, mas o homem não".
Com quem ela se casaria? Eis um mistério...

Déo não pertenceu ao famoso "cast" da Rádio Nacional. Trabalhou principalmente na Rádio Tupi, até 1962, e também pertenceu ao elenco da Mayrink Veiga, onde César Ladeira deu-lhe o título da "Ditador de Sucessos".

Dias antes de falecer, regravou um samba de Haroldo Lobo, que foi sucesso no carnaval. Seu nome "...E o 56 Não Veio": mais um samba no repertório nacional falando em bonde. O n° 56 era o da linha "Alegria".

"Será que ela não veio porque se zangou.I
Ou o bonde Alegria descarrilou?"

DÉO faleceu em 23 de setembro de 1971, aos 56 anos.

O raio de sol (Mário Lago)

Chico Risada vendia amendoim para ajudar os pais, que ganhavam pouco na fábrica, mas era o menino mais alegre da rua, talvez da cidade. Mesmo quando a venda do amendoim não ia bem ou era maltratado por um freguês nervoso, não parava de cantar, de estar sempre brincando. E se lhe perguntavam por que aquela tanta alegria, respondia com um sorriso que mostrava os dentes cariados de menino pobre.
- Porque tenho um raio de Sol.
Os outros meninos não entendiam muito bem essa resposta e o Salustiano, cheio de bossa pra inventar coisas, chegava a dizer que certa madrugada o Chico Risada estava na praia esperando o Sol nascer.
- Vai ver que foi nessa madrugada que ele apanhou o raio de Sol.
Um dia o bairro acordou triste. No terreno abandonado onde os garotos jogavam pelada iam levantar um prédio de oitenta andares. Pra espantar a tristeza, que deixava muito menino chorando, Salustiano teve uma grande idéia:
- Vamos pedir emprestado o raio de Sol ao Chico Risada. Assim ninguém morre de tristeza, e ninguém morrendo de tristeza a gente arranja outro lugar pra pelada.
Chico Risada não emprestou o que os meninos queriam, mas deu uma lição que adiantou muito.
- Eu não posso emprestar o raio de Sol a vocês porque ele não está guardado num armário, numa gaveta.
- Então onde é que ele está? Você diz sempre que é alegre porque tem um raio de Sol. Nós queremos só um pouquinho dele.
- Vocês não entenderam direito o que eu quis dizer. Eu canto, eu estou sempre alegre...
Mas não é porque tenho um raio de Sol me dando essa alegria. É ao contrário. Eu tenho um raio de Sol justamente porque vivo cantando, sempre alegre. Todos nós devemos ter esse raio de Sol dentro da gente.
Eles querem ver a gente triste. Mas nós não damos confiança e vamos arranjar um lugar pra pelada. Nós temos um raio de Sol.

J. Cascata



Álvaro Nunes (Rio de Janeiro, 23 de novembro de 1912 — Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 1961), mais conhecido como J. Cascata, foi um compositor e cantor brasileiro.

Mundo de sonhos - Emerson Monteiro

Nos mistérios da Natureza, os sonhos ocupam lugar privilegiado. Tal qual pensamentos independem da pura vontade dos que pensam, sonhos se apresentam na medida do sono e ninguém escapa dos encaminhamentos instigantes que formam noites a fora. Há estudos mil quanto aos sonhos. Na Ciência, busca persistente aprofunda respostas a isto, desde o passado remoto, e ainda permanece presa ao campo nebuloso das cogitações, circulando o tema de olhos atentos, porém precisando de maiores esclarecimentos que a todos convençam. Admirável esse universo sempre novo dos sonhos.

A propósito, lembro de história que, um dia, ouvi de certo antropólogo americano, não lhe recordo o nome, que viajava pelas tribos da Amazônia e entrevistara velho pajé a respeito dos sonhos. Na entrevista, perguntou ao indígena do poder que as pessoas possuem de entrarem nos sonhos das outras.

Sem titubear, o feiticeiro respondeu que sim, as pessoas podem entrar nos sonhos das outras pessoas, acrescentando em seguida que iria demonstrar, na prática, ao pesquisador, o que estava afirmando naquele momento. Que entraria em um dos seus sonhos para provar o que dissera.

Depois de o professor seguir a outros locais de estudos, retornou à região alguns meses transcorridos desde então. Ali, de novo, se avistou com o pajé da entrevista. Nessa hora, o próprio selvagem foi quem tomou a iniciativa de lembrar o mesmo assunto dos sonhos, e perguntou:

- O senhor recorda de um sonho que outro dia teve, e que nele apareceu uma onça pintada em movimento dentro da floresta?

Após concentrar o pensamento, confirmou o antropólogo aquele sonho que, com clareza, vivenciara no intervalo de tempo após haver encontrado o pajé pela primeira vez.

- Pois aquela onça era eu – assim e naturalmente retribuiu o índio antigo.

Observo, contudo, a margem infinita dos conhecimentos em adquirir, nas jornadas da experiência, o domínio de si sob os mistérios que, a todo o momento, surgem nas portas da transformação, espaço do crescimento individual comum e fértil.

E concluo indagando aquilo mesmo que quis saber do índio o estudioso americano:

- É possível a uma pessoa entrar nos sonhos das outras pessoas?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012



Hoje o ANONYMUS GOURMET nos presenteou com uma receita de sobremesa deliciosa. Fiz e aprovei!

Escondidinho de banana

4 bananas maduras cortadas em rodelas e respingada com suco de limão.
1 xi de leite
1 lata de creme de leite s/soro
1 colher de canela
1 colher de açúcar
400 gr de doce de leite
1 ovo inteiro batido
Preparar o creme e reservar as bananas.


Misturar os ingredientes,  delicadamente, um a um: doce de leite, leite, creme de leite, canela e ovo.
Colocar num refratário ,untado c/óleo, as bananas, cobrir com o creme, e finalizar com queijo ralado, açúcar e canela.Levar ao forno por 30 min.

Assisto ao programa todos os dias às 11:00 h, no Canal Rural.
Na oportunidade, além da receita, é sugerido um filme inesquecível !


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

OS URUBUS DO IBIRAPUERA


Os urubus planam sobre o Ibirapuera, vão
e vêm com o vácuo do vento, depois pousam nas árvores altas
e à beira do lago à cata de peixes mortos, ovos e filhotes
de aves aquáticas.

Aterrorizam os moradores dos prédios próximos, pousam
nas sacadas e ali botam os seus ovos: os homens não os
amedrontam, tornaram-se familiares, de uma intimidade
de cama e mesa.

Os homens, esses, têm medo e não sabem como conviver com
os novos irmãos, agradá-los com a poesia do dia a dia
e aprender com eles a lição do vácuo, que é quando a vida
como o voo
é mais leve, tem mais equilíbrio e com mais graça se sustenta.



Irreverência deverá marcar exposição “De Não Artistas” no SESC



Público é incentivado a levar câmera fotográfica e filmadora para fazer extensão da exposição para espaço virtual.

Quem disse que arte é coisa para artista? Essa é a provocação da Exposição “De não artistas” que terá início nesta quinta-feira, dia 26, na Galeria de Artes do SESC Juazeiro do Norte , a partir das 19h00.
...
A exposição deverá ser marcada pela irreverência e a participação do público e consistirá de objetos e trabalhos interativos, além da exibição de vídeos sobre performances e intervenções urbanas realizados com alunos de escolas públicas do Crato, através do Laboratório de Estudos, Vivenciais e Experimentos em Arte Contemporânea – LEVE Arte Contemporânea. Além desses trabalhos terá uma espécie de atelier aberto em que o público poderá criar, montar, dançar, escrever, desenhar, etc. Outra característica é a extensão da exposição para o espaço virtual, tendo em vista que as pessoas estarão sendo instigadas a registrar e disponibilizar fotografias e filmagens na internet.

A exposição “De não artistas” é uma proposta do Coletivo Camaradas que ao longo dos anos vem desenvolvendo trabalhos artísticos e estéticos com esse caráter de inclusão e interação do grande público. “Não pretendemos fazer arte para os artistas, pois esse já tem acesso a arte. Queremos fazer arte com e para o povo”, acrescenta o integrante do Coletivo, Ricardo Alves.


Definição de Poesia - Boris Pasternak


Um risco maduro de assobio.
O trincar do gelo comprimido.
A noite, a folha sob o granizo.
Rouxinóis num dueto desafio.

Um doce ervilhal abandonado
A dor do universo numa fava.
Fígaro: das estantes e flautas -
Geada no canteiro, tombado.

Tudo o que para a noite releva
Nas funduras da casa de banho,
Trazer para o jardim uma estrela
Nas palmas úmidas, tiritando.

Mormaço: como pranchas na água,
Mais raso. Céu de bétulas, turvo.
Se dirá que as estrelas gargalham,
E no entanto o universo está surdo.

As pessoas que amamos não morrem... Ficam encantadas ! - por Socorro Moreira

Passado e presente misturados pra construir um futuro definitivo.
Não falo da vida...Eu falo da morte! Dessa viagem programada desde o dia em que nasci.
Viver é buscar o caminho da volta. E em cada encontro casual, uma certeza de que o resgate de afetos vem sendo cumprido . Eu sabia que seria assim ! Por intuição no início , completada pelo "sétimo sentido".
E as mortes físicas de entes queridos, e as perdas afetivas de amores que ainda vivem , e a morte de cada dia , quando o vento diário passa , e arrasta o que virou energia morta , poluída , carente de ser renovada !?
Eu fico abismada com a perfeição do itinerário dos ventos. Caminho sem trilhas , mas tão competente , no arrasto da gente!
Eu tenho um sonho de vida comunitária, numa praia, numa serra , no sertão!
Uma casa comprida de paredes brancas, de portas azuis, janelas com gerânio, e um pé de jasmim. Varandas circundantes, armadores e redes pra embalar nossos sonhos!
Um pé de flamboyand no terreiro limpinho, onde galinhas ciscam o milho que jogamos. Um galo imponente, garantindo a semente !
E a cozinha?
-parte gostosa da casa com fogão de lenha e cadeiras confortáveis ... É a sala do povo de casa.
Um cheirinho de café, sempre no ar, um piláo zuadento, e frutas perfumando o ar. Noites de silêncio , de sonhos festivos...!
É nesse lugar, que eu quero morar!
Mas além do sol, da terra e do mar, eu quero amigos para partilhar :

sorriso e dor.

amor e sabor

cantigas, luar!

Se eles faltarem

não tem céu que me faça

ficar!


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Histórias de fadas - por Socorro Moreira


Dos 4 aos 14 anos li bastante. A partir de então , dei uma maneirada , e passei praticamente a viver da leitura daqueles anos.
- Contos de fadas , romances, revistas em quadrinho, Mitologia, etc.
O primeiro da série foi "O Patinho Feio". A história dissolveu meus complexos de menina feia : gorducha, míope, cabelos encaracolados. Desafiei os padrões de beleza , como dizia minha avó :" louro, branco dos olhos azuis; corado que o sangue quer espirrar "!
Com Branca de Neve aprendi a cuidar da casa: varrer o chão, lavar a louça, arrumar o guarda-roupa, camas, e fazer uma comidinha gostosa.
Com Cinderela , me transformava , nos dias de gala: vestia uma roupa bonita, pintava a cara, arrumava o cabelo, e pisava bem, nos saltos. Dançava a festa toda , da primeira valsa ao último frevo.
Com o Gato de Botas , ousei chegar na frente do que eu desejei. Aprendi a ser ligeira , a usar na cabeça uma bota de sete léguas.
Com Rapunzel, entreguei todos os pensamentos entrançados, na busca dos sonhos de liberdade... E consegui !
Com Chapeuzinho Vermelho passei a identificar os lobos , os vigias da natureza, e ser delicada com as vovozinhas, afinal hoje com muito gosto, sou uma delas !
Com "Mata Sete de uma só vez" apreendi a não subestimar o inimigo , a respeitar e admirar o ser humano, uma vez que todos são ímpares, e possuem qualidades, que nos são complementares.
Com a Bela e a Fera, descobri que a beleza externa desaparece ou ressalta-se ! Bonito é quem sabe sorrir, transmitir paz, dizer coisas inteligentes, ser criativo, humano e sensível.
O tamanho do nariz , já via em Pinóquio...Não é documento !
Com Dona Baratinha barganhei uns pretendentes... Mas acabamos indigestados, nas feijoadas do cotidiano , e o casamento foi ficando chato. Não dá pra permanecer infeliz por muito tempo.
Com João e Maria, aprendi a conhecer os caminhos de volta, e a recomeçar, sempre !

Cumplicidade - Socorro Moreira


Desconfio que  nunca virá
E se algum dia chegou
Eu dormia...
Quem sabe na meninice angelical
Quando a saudade de outra vida
Em mim vivia?

Adoro o próximo
Como desconfio do longínquo
Mesmo assim atiro-me
Coração e alma
Na pira do amor bem-vindo

socorro moreira

Por Norma Hauer



TELEVISÃO TUPI

61 ANOS DA TELEVISÃO NO RIO DE JANEIRO

Ela começou em São Paulo. em outubro de 1950, mas foi no dia

20 de janeiro de 1951

Que teve seu início aqui no Rio.

E chegou para vencer ! Seus idealizadores, com seus esforços e ainda com pouca técnica, colocaram no ar aquela que seria a pioneira na estão Capital Federal.

Assis Chataubriand, dono de um império em que predominavam rádios, jornais e revistas, como as Rádios Tupi e Tamoio, os jornais “Diário da Noite”, “O Jornal”, a revista mais popular de sua época “O Cruzeiro” deu início, primeiro em São Paulo e meses depois aqui no Rio da era da televisão no Brasil.

Embora, sem a técnica atual, a TV Tupi trouxe-nos programas belíssimos, "ao vivo", o que poderia trazer algumas "gafes" mas que eram fruto de trabalho de gente de cultura e de vontade de mostrar que a TV seria o futuro da comunicação no mundo.

Saudades do "Teatrinho Trol", do "Grande Teatro", de "O Céu é o Limite", do "Clube do Guri", do"Repórter Esso", com Gontijo Teodoro, dos "Espetáculos Tonelux", do "Vigilante Rodoviário", do "Alô Doçura (com Eva Wilma e Jonh Hebert), das primeiras novelas... Ah, não dá para lembrar como era gostosa a TV em seus primeiros anos...

Depois da Tupi veio a Rio (em 1955), vieram a Excelsior, a Continental, a Manchete......Todas extintas.

Hoje, a Globo (que já começou “traindo” por receber o canal que seria da Nacional) domina tudo trazendo violência, sexo explícito, Faustões, Xuxas e semelhantes, humorismo sem graça, só escapando “A Grande Família”, criado por um gênio (Oduvaldo Viana Filho) e mantido (mesmo com seu criador falecido) no mesmo molde.

O resto é lixo, apesar de o "Casseta e Planeta" ( que parece que voltará este ano) ter sido uma cópia ( com imagens) do programa radiofônico "PRK-30", de Lauro Borges e Castro Barbosa.

As novelas de Janet Clair e Irani Ribeiro (oriundas do rádio), de Dias Gomes e alguns poucos pioneiros, hoje caíram na violência, na pornografia explícita, no mal vencendo o bem, nos honestos humilhados, enfim em uma inversão de valores.

O pior é que o “povão” acredita e cada vez mais a violência domina, vinda também através dos filmes americanos exibidos principalmente pela Globo.

Hoje a técnica é espetacular, o dinheiro circula alto pelas mãos de "celebridades", mas falta aquele "charme", aquela doçura, aquela criatividade do tempo da TELEVISÃO TUPI.

Norma Hauer

Por Norma Hauer


PETERPAN
Um vulto importante em nossa música, nasceu em 21 de janeiro de 1911: José Fernandes de Paula, que ficou conhecido como PETERPAN.

Peterpan era cunhado de Emilinha Borba, casado com sua irmã, também cantora, conhecida como Nena Robledo (Xezira Borba)
Feliz em ter escolhido o nome de Nena Robledo. Mesmo assim não ficou conhecida como a irmã .

Os maiores sucessos de Petrepan foram "Se Queres Saber", gravação de Emilinha; "Você nâo me Beija", gravado por Carlos Galhardo, ou "Última Inspiração", que consagrou João Petra de Barros.


ÚLTIMA INSPIRAÇÃO

Eu sempre fui feliz, vivendo só sem ter amor,
Mas o destino quis roubar-me a paz de sonhador
E pôs no sonho meu um olhar de ternura
De alguém que, mesmo em sonho, roubou minha ventura

Sonhei com esse alguém noites e noites sem cessar
Por fim, alucinado, fui pelo mundo a procurar
Aquele olhar tristonho da cor do luar
Mas tudo foi um sonho, pois não pude encontrar

Mas na espinhosa estrada desta vida, sem querer, um dia
Encontrei com esse alguém que tanto eu queria
Esse alguém que, mesmo em sonho
Eu amei com tanto ardor não compreendeu a minha dor

Fui inspirado então na ingratidão de quem amava tanto
Que fiz esta triste valsa, triste como o pranto
Que me mata de aflição, bem sei que esta valsa será
A minha última inspiração.

Compôs ainda outras músicas que se destacaram, como são exemplos “Eu Já vi Tudo”; ou “Mulher de 30”

De Peterpan (com Chiaroni) é uma das mais belas canções de Natal: “Feliz Natal”, gravada por Carlos Galhardo

Há uma bonita valsa, em parceria com Ari Monteiro, lançada por Carlos Galhardo na Rádio Mayrink Veiga, que nunca foi gravada. Seu nome

"MISTÉRIOS DA NOITE"

Tarde morre o dia,
Triste como sempre...
Cedo a noite vai chegar.
Maior será então
A minha grande mágoa.
Meus olhos já estão
Ficando rasos dágua"...

Pois quando anoitece,
Muito mais padece,
Quem tiver no coração a sombra da tristeza.
Não sei o mistério que a noite tem
Que faz crescer no coração da gente
A saudade de alguém.

Essa música (melodia e letra) está "gravada" apenas em minha memória.

Peterpan faleceu em 28 de abril de 1983, aos 72 anos.

Norma Hauer

Amedeo Modigliani



Amedeo Clemente Modigliani (Livorno, 12 de julho de 1884 — Paris, 24 de janeiro de 1920) foi um artista plástico e escultor italiano que viveu em Paris. Um artista principalmente figurativo, ele se tornou conhecido por pinturas e esculturas em estilo moderno caracterizado por faces mascara e alongamento da forma. Morreu de meningite tuberculosa, agravada pela pobreza, excesso de trabalho, alcool e drogas (haxixe).

wikipédia



Nos ombros do destino - Emerson Monteiro

Esse um novo livro de Geraldo Ananias Pinheiro, autor caririense que resolveu mergulhar no espaço urbano para revolver as contradições dos tempos prenhes de matizes apocalípticos, ao estilo dos contadores de histórias. Anda nas aglomerações com a mesma fluência que caracterizou os livros recentes, de locações sertanejas, superpondo ações e personagens com a leveza de quem traz o jeito de conduzir
aonde pretende; assinala dramas interiores e dificuldades ambientais, aventureiro do inesperado e da frieza das instituições sociais, em estruturas metálicas de sítios geométricos enigmáticos.

Nas trilhas da cidade grande envoltas nas sombras, no enxameio de máquinas apressadas, coisas misteriosas acontecem, grifadas nas impressões psicológicas que remexem as almas, a suprir solidões de becos escuros, na metrópole. Sentimentos se atritam dentro das madrugadas insones, fortes amores despertam em plenos expedientes e nas mesas dos restaurantes de luxo, seres esquisitos, fantasmas petulantes.

Nisso, a atualização das expectativas pouco satisfeitas de amores, amizades, companheirismo, aos moldes do que o romance permite na sua imprevisibilidade constante. Ananias sabe disso. Contundente, machuca feridas abertas pelos gestos incompreendidos. Uma surpresa sobrevoa todo tempo as peças do jogo, num ritmo frenético. A familiaridade com que conduz seu bloco de protagonistas revela habilidade que comunica e diverte.

Na força do romance, enxerga a ótica dos autores de produzir existências através da velha ficção. Desponta horizontes onde antes nada havia; com isso, desvela mundos e abre portas. Escrever páginas das histórias guardadas nas regiões mentais obscuras funciona qual psicanálise de cada época. A fúria dos que se descobrem fazedores de romances gera meios ao dizer dessas fases das sociedades, e as páginas vão abrindo espaço às emoções, aos papéis que avolumam relacionamentos nas palavras e nos contextos.

Neste seu quarto livro, Geraldo Ananias cresceu no amadurecimento e nas interpretações do espontâneo que prende a atenção e quer usufruir dos valores vindos nas calhas da criação literária.

Quando chega ao misterioso, o que houve também no livro anterior, Levado ao vento, abre as perspectivas reencarnacionistas, solução dos inúmeros espantos humanos das afinidades, idiossincrasias, tendências, no resgate das possibilidades tantas vezes consignadas, e pouco atendidas, dos impasses e contradições da vida. Indica, sem, no entanto, coagir. Insinua, sem confrontar crenças ou conceitos estabelecidos. Pisa as páginas do futuro qual explorador cuidadoso, circunstante, abrindo frestas às visões particulares das marcas deixadas em todo coração.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Anna Pavlova


Anna Pavlova
Origem: Wikipédia


Anna Matveievna Pavlova foi uma bailarina russa, nascida em São Petersburgo, a 31 de janeiro (segundo o calendário juliano) ou a 12 de fevereiro (pelo calendário gregoriano) de 1881 e falecida na Haia, em 23 de janeiro de 1931. De talento e carisma excepcionais, fascinou o mundo da dança no fim do século XIX e na primeira metade do século XX. Seu extraordinário talento e suas interpretações extremamente pessoais deram um novo sentido ao balé clássico. Também era conhecida como Anna Pavlovna Pavlova.

João Ubaldo Ribeiro



João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (Itaparica, 23 de janeiro de 1941) é um advogado, escritor, jornalista, roteirista e professor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras. É ganhador do Prêmio Camões de 2008, maior premiação para autores de língua portuguesa. Ubaldo Ribeiro teve algumas obras adaptadas para a televisão e para o cinema, além de ter sido distinguido em outros países, como a Alemanha. É autor de romances como Sargento Getúlio, O Sorriso do Lagarto, A Casa dos Budas Ditosos, que causou polêmica e ficou proibido em alguns estabelecimentos, e Viva o Povo Brasileiro, tendo sido, esse último, destacado como samba-enredo pela escola de samba Império da Tijuca, no Carnaval de 1987.
wikipédia